14. Quinze minutos com você (eu não diria não)
Casal: Jikook Fluff
Classificação: Livre
Autor: cassie_baby
Havia muitas coisas que Jungkook esperava fazer na última sexta-feira antes das férias de primavera: fazer as malas para poder ir para Busan no sábado de manhã, assistir seu anime favorito, preparar algum tipo de prato criativo com tudo o que pudesse encontrar. em sua pequena cozinha, ou dormir uma quantidade saudável pela primeira vez na vida. Mas ir a uma festa na casa de Jung Hoseok definitivamente não era uma delas. Hoseok era aluno de mestrado, capitão do time de vôlei, fundador e ex-presidente do clube de dança e um cara legal e popular. Normalmente, Jungkook guardava para si mesmo. Ele era muito tímido, não tinha muitos amigos na faculdade e dedicava todo o seu tempo e energia ao futebol e aos estudos.
É por isso que ele ficou muito surpreso quando descobriu que Hoseok estava esperando por ele do lado de fora do vestiário após o treino de futebol. A princípio, quando Jungkook viu Hoseok encostado na parede, imerso em seu telefone, ele não pensou muito nisso. Mas quando ele estava no meio do corredor, ouviu um “ei, espere um segundo”, acompanhado de passos se aproximando dele. Jungkook parou de andar e se virou. Ele levou cerca de cinco segundos para perceber que sim, Jung Hoseok, um dos caras mais populares e bonitos da escola, que não poderia saber quem era Jungkook, de repente reconheceu sua existência. Ele apenas olhou para o ancião com olhos grandes, muito parecidos com um cervo pego pelos faróis. Um largo sorriso se espalhou pelo rosto de Hoseok.
— Não tenha medo. — Disse o mais velho. — Não vou bater em você nem nada.
Jungkook não sabia como responder, ainda confuso. Então ele ficou quieto.
— Na verdade. — Hoseok continuou. — Estou aqui para convidá-lo para uma festa. Será nesta sexta-feira, na casa dos meus pais, que fica a cerca de meia hora do campus.
Jungkook piscou algumas vezes, então percebeu que provavelmente deveria responder, ele limpou a garganta e disse:
— Sim. Sério?
Foi uma resposta estúpida. Imediatamente depois de dizer isso, Jungkook quis dar um soco na cara dele. Hoseok soltou uma risada.
— Sim, sério. — Disse Hoseok. — Então, você vai?
Jungkook pensou por um momento, sem realmente saber se queria, mas finalmente chegou à conclusão de que ele não tinha muito tipo de reputação de qualquer maneira, então não havia realmente nada em jogo e, portanto, não era boa razão para dizer não. Então, ele acenou com a cabeça e disse:
— Sim, claro.
O sorriso de Hoseok ficou tão largo que seus olhos quase desapareceram completamente.
— Legal. — Disse o mais velho. — Vejo você na sexta-feira, então. Ah, a propósito, você se saiu muito bem durante o treino.
Jungkook deu um pequeno sorriso.
Sexta-feira rolou. Jungkook dormiu até meio-dia, foi para o treino de futebol, que acabou tomando a tarde toda, e quando chegou em casa percebeu que não tinha ideia do que fazer. Nunca em um milhão de anos ele esperava ser convidado para uma das notórias festas que aconteciam dentro e ao redor do campus. Como ele deveria agir? A que horas ele deve aparecer? O que ele deve vestir? Ele olhou em seu guarda roupa, tentando montar uma roupa, mas não tinha ideia do que seria uma escolha adequada. Ele suspirou para si mesmo e decidiu que precisava de ajuda. Sua melhor chance provavelmente era ligar para seu amigo Taehyung, com quem ele costumava estudar no ensino médio e se tornou amigo por meio de um amor compartilhado por videogames. Taehyung tinha sido um idiota estranho nos primeiros anos em que Jungkook o conheceu, mas à medida que envelhecia, ele se tornava cada vez mais popular e elegante.
Ele pegou o telefone depois de três toques.
— Jungkookie! Como está meu dongsaeng favorito?
— Hyung, eu preciso da sua ajuda.
— Ah não! O que aconteceu? Você se apaixonou? Alguém te rejeitou?
Jungkook grunhiu.
— Não, não é nada disso. EU...
— Você se envergonhou na frente daquela professora gostosa de novo?
— Não, hyung, apenas ouça, ok?
— Tudo bem. — O mais velho cedeu. — E aí?
— Fui convidada para uma festa e não sei o que vestir.
Taehyung soltou uma risada alta.
— Você foi convidado para uma festa? Cara, as coisas realmente mudaram desde que você saiu de Busan.
— Uau. Obrigado, hyung.
— Não, não, Jungkookie, me desculpe. Eu não quis dizer isso. É que... sei lá, você sempre foi tão tímido e teve muita dificuldade em fazer amigos. Você deve ter melhorado. Estou orgulhoso de você.
Jungkook sorriu.
— Obrigado, mas na verdade é meio estranho. Não fiz nada fora do comum.
— Huh? Alguém está tentando induzi-lo a alguma coisa?
— Não sei. Eu não acho. Está tudo bem, deixe-me explicar. — Taehyung cantarolou e Jungkook tentou encontrar as palavras para explicar a situação ao amigo. — Então, tem esse cara muito popular. — Jungkook começou. — Hoseok. Jung Hoseok. Ele é aluno de mestrado, capitão do time de vôlei, muito bom de dança, nota máxima e tudo... e, não sei porque, porque nunca conversamos antes, mas ele estava me esperando depois do treino e ele... ele me convidou? Bem desse jeito. E nunca fui convidado para uma festa por um dos caras populares, e agora não sei o que vestir, hyung. Eu literalmente só possuo camisetas brancas.
Taehyung riu.
— Uau. OK. Uh, deixe-me pensar.
Ficou em silêncio por um momento, e Jungkook mordeu o lábio inferior. Ele lentamente começou a perceber o quão grande isso realmente era. Todos os caras populares estariam lá, e eles iriam julgá-lo. O time de vôlei estaria lá, haveria alunos de mestrado e...
O coração de Jungkook disparou.
Os dançarinos. Eles estariam lá. Mais importante: Park Jimin sênior, o presidente do clube de dança, e literalmente o cara mais fofo, gracioso e bonito que Jungkook já tinha visto em sua escola, ou em qualquer outro lugar, estaria lá.
— Hyung… — Jungkook disse em voz baixa.
— Sim, acho que inventei algo. — Disse Taehyung. — Você ainda tem aquela linda camisa social com listras verticais que ganhou de Natal?
— Uh, sim, eu acho que sim. Mas hyung...
— É uma camisa bonita, coloque-a. Use-o com um jeans skinny preto e seus sapatos chiques. Envie-me uma foto quando você colocá-lo.
— Ok, legal, mas hyung, acabei de pensar em algo.
— O que é isso? — Taehyung perguntou.
— E... tem esse cara. Que vai estar lá, provavelmente. E hum. Acho que não quero mais ir.
— Por que? O quê ele fez pra você?
— Ele não fez nada. Eu só... eu não sei. Eu só fico... nervosa perto dele?
Taehyung suspirou.
— Jeon Jungkook, me escute. — Ele falou. Jungkook engoliu em seco. — Você é um ótimo garoto. Você é bonito, inteligente, musculoso, bom em tudo, engraçado e gentil. Não há razão para você ser tão tímido quanto você é. Aquele Hoseok deve ter gostado de alguma coisa em você, certo? Por que outro motivo ele o convidaria? Tenho certeza que os outros caras vão gostar de você também. Apenas, seja você, ok? Não tente agir como alguém que você não é porque está nervoso. Vai tudo ficar bem. No final das contas, a maioria das pessoas não é tão superficial quanto parece, você sabe. Mesmo os populares.
O calor se espalhou pelo peito de Jungkook e um sorriso apareceu em seu rosto.
— Obrigado, hyung. Sério.
— Agora vá se vestir, Kookie. Envie-me essa foto e não se preocupe muito, ok?
— Ok. Tchau, hyung. Obrigado.
— Tchau, Jungkookie.
Exatamente às 21h13, Jungkook se viu na varanda de Hoseok, vestindo sua bela camisa e sapatos, balançando nervosamente de um pé para o outro. O som de pessoas conversando eram audíveis do lado de fora. Por alguns minutos, ele pensou sobre o que deveria fazer. Ele ainda poderia fugir, pegar um ônibus de volta ao campus e ir para a cama. Mas ele sabia que Taehyung estava certo: tudo ficaria bem no final. Talvez ele pudesse até fazer alguns amigos. Tocar a campainha foi apenas a parte mais difícil.
Então ele respirou fundo algumas vezes na tentativa de acalmar seus nervos. Depois de três respirações, ele estava quase calmo e, antes que pudesse mudar de ideia, apertou o botão. Seu coração disparou quando ele viu uma forma escura se aproximando da porta pela janela de vidro fosco ao lado dela. A porta se abriu e Jungkook foi recebido por dois meninos. Um deles era muito alto, com cabelos descoloridos, uma expressão feliz no rosto, covinhas adornando suas bochechas. O outro era muito mais baixo, e Jungkook não precisou olhar para ele duas vezes para saber quem ele era: ele reconheceu Imediatamente o cabelo escuro, as bochechas redondas, o queixo pontudo. Quando Jimin viu Jungkook, seu lindo sorriso apareceu em seu rosto, o que fez seus olhos desaparecerem em pequenos e adoráveis crescentes.
— Jeon Jungkook! — Jimin exclamou com entusiasmo. — Você veio!
Jungkook ficou perplexo. Ele não tinha ideia de que Jimin sabia que ele existia, muito menos que sabia seu nome e sobrenome. Ele não teve tempo de processar nada disso, porque o mais velho o agarrou pelo pulso e o puxou para dentro, fechando a porta da frente atrás dele.
— Estou tão feliz que você está aqui! — Jimin disse.
— V-você está? — Jungkook gaguejou.
— Claro que sou! Este é o Namjoon-hyung, a propósito. Ele é colega de classe e melhor amigo de Hoseok-hyung. Eles costumavam ser amigos com benefícios, na verdade, até Hobi-hyung começar a namorar Yoongi-hyung...
— Sim, Jimin-ah. — Namjoon disse, embora não soasse muito ameaçador, já que ele ainda estava sorrindo. — Você não precisa contar a todos sobre isso.
Em vez de se sentir desconfortável ao ouvir aquela informação íntima, Jungkook sentiu uma sensação de alívio. Hoseok e Namjoon eram gays. Ou, em caras, de qualquer maneira. Se eles fossem tão abertos sobre isso, pelo menos não iriam tirar sarro da sexualidade de dele (JK), certo? Era uma das coisas que ele temia na preparação da noite.
Jimin riu.
— Desculpe, hyung. Jungkookie, que tal pegarmos uma bebida para você?
Ele não deu tempo para o mais novo responder e, em vez disso, apenas agarrou seu pulso novamente e o puxou para a cozinha.
A mesa de jantar estava completamente cheia de garrafas de vinho e licor. Hoseok estava parado no balcão, vestindo uma roupa questionável com padrões e cores conflitantes, servindo algo em um copo vermelho enquanto conversava com outro cara. O cara estava vestindo uma roupa toda preta com uma jaqueta de couro, e seu cabelo estava tingido de verde menta. Ele parecia intimidador, mas Jungkook também notou uma inesperada suavidade em seu rosto. Eles olharam para cima quando ouviram os outros meninos entrando na cozinha.
— Hoseokie-hyung! — Jimin disse animado. — Olha quem apareceu!
Hoseok sorriu para eles.
— Olá, Jungkook. Bem-vindo.
— Obrigado, Hoseok seonbae-nim. — Jungkook disse educadamente.
— Este é meu namorado, Min Yoongi. — Hoseok continuou, e ele apontou para o cara todo de preto. — E oh meu Deus, por favor, nos chame de hyung.
Jungkook assentiu e se virou para Yoongi.
— Prazer em conhecê-lo, Yoongi-hyung.
— Oi, garoto. — O mais velho disse, e deu um pequeno sorriso.
— Yoongi-hyung! — Jimin disse. — Você pode, por favor, fazer uma bebida para nós dois?
— Claro, Jimin-ah. — Yoongi disse. Ele pegou duas xícaras e algumas garrafas da mesa.
— Hyung faz as melhores mixagens do mundo. — Jimin sussurrou no ouvido de Jungkook.
O mais novo acenou com a cabeça em reconhecimento. Ele ainda não tinha certeza do que estava acontecendo, mas parecia que todos estavam sendo genuinamente legais, o que era um grande alívio para ele. Ele decidiu que faria o possível para improvisar esta noite. Taehyung provavelmente estava certo: se ele tentasse agir como alguém que não era, provavelmente iria parecer um idiota de qualquer maneira. E Jimin parecia gostar dele, o que era… inesperado, mas legal. Muito agradável.
Yoongi entregou-lhes as bebidas.
— Aqui estão crianças, dois Suga Specials. Não seja como eu, beba com responsabilidade.
Menos de dez minutos depois, Jungkook estava em seu segundo Suga Special. De alguma forma, Jimin conseguiu convencê-lo a subir para jogar, então Jungkook, Jimin, Hoseok, Yoongi, Namjoon e alguém que foi que foi apresentado a Jungkook como Jin estavam sentados em círculo no chão acarpetado de um quarto grande. Como Jungkook não bebia muito, a bebida misteriosa que ele havia terminado tão rapidamente já começava a encher seu abdômen e peito com um calor agradável. Ele ainda se sentia um pouco tenso, sem saber que tipo de jogos e situações esperar, mas sabia que logo se soltaria.
— Ok! — Jimin disse, que estava sentado em frente a Jungkook. — Rapazes! Vamos jogar o que sempre jogamos, ok? — Todos concordaram com entusiasmo, mas Jungkook não tinha ideia do que Jimin estava se referindo. Como se o mais pudesse ler sua mente, ele continuou: — Temos um novo jogador em nosso meio, então deixe-me explicar as regras. Jungkookie, estamos jogando uma partida de Eu Nunca com cinco dedos primeiro. O perdedor deve tomar quatro doses de soju diretamente uma após a outra. O vencedor vai girar a garrafa para determinar seu parceiro para nossa versão de Sete Minutos no Paraíso, que é o mesmo jogo, mas você fica trancado em um armário por quinze minutos. Enquanto isso, os outros jogarão Verdade ou desafio, mas sem as verdades, apenas os desafios. Quando os quinze minutos terminarem, votaremos na pessoa que achamos ser a vencedora do jogo de desafio e ela poderá girar a garrafa. Entendi?
Jungkook assentiu, embora não tivesse certeza de que se lembraria. Ele não pôde deixar de pensar que era meio estúpido. Eles não eram muito velhos para jogos como este? Ao mesmo tempo, ele também se sentiu um pouco animado: ele percebeu que essa era provavelmente a única chance que ele teria de conhecer o belo garoto sentado à sua frente.
À medida que o jogo avançava, Jungkook descobriu que não tinha muita experiência de vida em comparação com os outros, o que provavelmente o teria envergonhado se não fosse pelo fato de saber que isso o faria vencer este jogo. Seus olhos estavam em Jimin quase o tempo todo. O veterano aparentemente nunca fumou um cigarro ou traiu ninguém, mas apareceu na aula de ressaca mais de dez vezes e, aparentemente, fez sexo a três. Então, Jimin tinha três dedos sobrando, enquanto Jungkook era o único que ainda tinha os cinco. Foi a vez de Jin, que estava sentado ao lado de Jungkook.
— Eu nunca… — Jin começou, e então parou para pensar por alguns segundos. — Tive uma queda por um veterano.
Um rubor surgiu no rosto de Jungkook. Ele ainda não havia admitido isso. Ele sabia que estava desenvolvendo uma paixão por Jimin, mas também sabia que era completamente irracional e estúpido. No final das contas, ele nem conhecia o veterano. Mas, vendo que obviamente estava ganhando o jogo e ficando mais honesto à medida que o álcool se espalhava por seu cérebro, ele decidiu colocar um dedo para baixo. Por alguma razão, seus olhos encontraram os de Jimin ao fazê-lo. O menino mais velho sorriu, também colocando um dedo para baixo.
Agora, foi a vez de Jungkook. Ele estava pensando nisso há algum tempo. Ele obviamente precisava pensar em algo que não se aplicasse a ele, mas também queria conhecer Jimin mais. Felizmente, ele já havia relaxado o suficiente para ir para um pouco ousado. Enquanto falava, seus olhos estavam fixos na mão de Jimin, dois dedinhos ainda apontando para cima.
— Eu nunca tive uma queda por uma garota.
A maioria do grupo resmungou de aborrecimento por ter que abaixar um dedo. Mas o coração de Jungkook disparou quando viu que os dois dedos de Jimin ainda estavam levantados. Seus olhos dispararam para o mais velho, que estava olhando para ele com uma expressão difícil de ler.
Alguns turnos depois, Jimin perdeu o jogo e Jungkook venceu. Yoongi desceu para pegar uma garrafa vazia e soju. Anteriormente, Jungkook esperava vencer o jogo, sua natureza competitiva assumindo o controle. Mas ele não tinha percebido completamente o que significava ganhar este jogo. Agora, ele teria que passar quinze minutos trancado em um armário com alguém que mal conhecia. Ele engoliu em seco com o pensamento. Até agora, ele realmente tinha feito um bom trabalho em se misturar, até onde ele podia dizer, mas passar quinze minutos trancado em um armário com apenas uma outra pessoa... ele não sabia se conseguiria lidar com isso.
Yoongi entrou com uma garrafa vazia para girar, uma garrafa de soju e um copo.
— Quatro tiros, Jiminie. — Hoseok disse, rindo. — Você acha que pode lidar com isso?
— Hyung. — Disse Jimin. — Isso é uma pergunta? Claro que eu posso.
Ele engoliu as doses com facilidade, quase como se fosse água, o rosto apenas se contorcendo um pouco depois da última. O grupo o aplaudiu.
— Agora é hora de Jungkookie girar a garrafa! — Jimin concordou. — Vamos Jungkookie! Esta é a melhor parte!
Yoongi colocou a garrafa vazia no meio do círculo. Jungkook olhou para ele por alguns segundos antes de se convencer de que estava exagerando e girou a garrafa com força. Ele prendeu a respiração quando a garrafa girou um, dois, três, quatro segundos, e então lentamente parou.
Jungkook olhou para quem a garrafa estava apontando. Ele estava convencido de que o universo estava pregando alguma peça doentia nele.
Claro que caiu em Park Jimin, que estava olhando para ele com um sorriso maroto no rosto.
— Ok, Jeon Jungkook. — Jimin disse, a voz sensual, porque aparentemente o universo realmente odiava Jungkook. — Você está pronto?
Jimin se levantou e estendeu a mão para Jungkook, cuja garganta de repente ficou muito seca para responder. Ele assentiu, pegou a mão de Jimin, ignorou os assobios e comentários vindos dos outros, e deixou o mais velho guiá-lo para o corredor, depois para outro quarto e depois para um pequeno armário escuro. Jimin fechou a porta. A distância entre eles era de menos de trinta centímetros.
Ficou em silêncio enquanto eles deixavam seus olhos se ajustarem lentamente à escuridão. Não era um silêncio particularmente desconfortável, mas havia uma atmosfera densa e um tanto estranha. Jungkook tentou pensar em algo para dizer, mas sua mente estava em branco. Ele se sentiu aliviado quando Jimin quebrou o silêncio.
— Acho que nós dois estamos de volta ao armário, então. — Brincou o mais velho.
Jungkook riu e disse:
— Sim, parece que sim.
Seus olhos se acostumaram com o armário escuro o suficiente para ver o rosto um do outro. Jungkook podia ver Jimin olhando para ele, sorrindo, os olhos brilhando com alguma coisa. Quando Jimin não disse nada, o garoto mais novo limpou a garganta.
— Uh, Jimin-hyung. — Disse ele. — Posso te perguntar uma coisa?
— Claro. — A voz do sênior era suave, doce e aguda.
— Por que Hoseok-hyung me convidou?
Jimin riu um pouco.
— Sim, essa é uma história meio embaraçosa.
Jungkook olhou para ele, sem entender.
— Olha, — Disse Jimin. — eu costumava sair com esse cara do time de futebol. Em segredo, porque ele não quer que ninguém saiba que ele é gay. O que foi bom, eu acho. Quero dizer, não era, mas eu estava apaixonada por ele, então não me importei. De qualquer forma, eu costumava observar vocês praticando muito, e sempre percebi o quanto... você é diferentes dos outros. Você pensa muito mais sobre seus movimentos antes de fazê-los, e você se move tão... graciosamente. Então, quando as coisas começaram a piorar entre mim e Byungj... — Ele parou no meio da frase e colocou as mãos sobre a boca, os olhos se arregalando. — Oh meu Deus. — Ele começou em voz baixa. — Eu não posso acreditar que eu errei assim. Por favor, não conte a ninguém, eu...
— Hyung. — Jungkook disse sinceramente. — Sério, não se preocupe com isso. Eu não vou.
Jimin deu um pequeno sorriso.
— Obrigada. De qualquer forma, quando as coisas começaram a piorar, comecei a desenvolver um... interesse em você. Byungjoo terminou comigo, parei de ir ao treino de futebol, mas por algum motivo, ainda estava pensando em você. Então, na semana passada, convenci Hoseok a ir comigo ao treino de futebol para que ele pudesse convidar você.
Jungkook teve alguns problemas para processar essa informação. O cara que ele admirava, achava incrivelmente atraente, olhava secretamente sempre que que podia... O garoto mais lindo que ele já tinha visto, Park Jimin, queria conhecê-lo?
— Mas... — A voz do mais novo sumiu.
— O que é isso? — Jimin perguntou.
Jungkook balançou a cabeça.
— É estupido.
— Não, diga-me, Jungkookie. — A voz de Jimin era calmante, reconfortante.
— Apenas por que? Por que eu?
Então, Jimin fez algo que Jungkook não esperava. Ele se aproximou, deixando apenas uma polegada entre seus rostos, e agarrou ambas as mãos de Jungkook. Seus peitos se tocavam. Jungkook congelou. O hálito de Jimin cheirava a soju, seu cabelo a algo doce, frutado, e oh meu Deus, ele estava tão perto. O primeiro instinto de Jungkook foi afastar o outro garoto e correr, mas ele não o fez. Em vez disso, ele olhou nos olhos do mais velho e tentou se lembrar de respirar.
— Jungkookie. — Jimin disse ternamente. — Acho que há algo de especial em você. Algo que você não revela a qualquer um. A maioria das pessoas não sabe que você existe ou pensa que você é apenas tímido e quieto. Chato, até. Mas acho que eles não veem você como você realmente é. Acho que você está escondendo muita coisa interessante nesse seu corpo musculoso.
Um rubor subiu às bochechas de Jungkook, e ele ficou grato por o armário estar escuro.
— Estou certo? — Jimin perguntou com um sorriso.
Jungkook deu de ombros.
— Eu realmente não sei.
— Você vai me deixar descobrir?
O mais novo engoliu em seco, imaginando o que o outro garoto queria dizer. Jimin aproximou ainda mais o rosto do dele, deixando o jovem em pânico. Ele não tinha ideia do que fazer. Seus olhos desceram até os lábios carnudos de Jimin, que estavam tão próximos dos seus, e ele não pôde deixar de imaginar como seria beijá-lo. Ele só teria que se inclinar um pouco para frente...
— Você vai a um encontro comigo? — Perguntou Jimin.
Jungkook não sabia o que estava esperando, mas não era isso. Quando as palavras foram absorvidas, foi como se fogos de artifício tivessem explodido em seu estômago. Ele estava petrificado e animado ao mesmo tempo, queria dizer sim, sim, claro que quero, queria gritar na cara do Jimin, queria Jimin, queria abraçá-lo, beijá-lo, levantá-lo e girá-lo. Ele não fez nenhuma dessas coisas, no entanto. Em vez disso, ele apenas balançou a cabeça e sorriu, incapaz de falar. Jimin sorriu de volta amplamente.
— Kookie… — Jimin sussurrou, o rosto ainda extremamente próximo ao de Jungkook. — Eu estou... muito bêbado.
Jungkook soltou uma risada suave.
— Sim, eu meio que notei.
— Eu posso eu... — Em vez de terminar sua frase, Jimin soltou as mãos do mais novo e as moveu para segurar as bochechas de Jungkook, pressionando seus corpos juntos. O coração de Jungkook batia tão rápido que ele estava convencido de que havia sido substituído por um beija-flor. Ele tentou engolir o nó na garganta, mas não teve sucesso. — Posso beijar você? — Jimin sussurrou, a voz tão suave que Jungkook mal conseguia ouvi-lo.
Ele nem precisou pensar nisso. Claro que ele queria que Jimin o beijasse. Talvez ele tivesse dito não, teria guardado para um momento melhor, se não fosse pelo álcool em sua corrente sanguínea. Mas ele não resistiu, não na situação em que estava: preso entre a parede e Jimin, com o hálito quente do mais velho soprando contra seus lábios, o calor de seu corpo irradiando através de suas roupas. Fazia muito tempo desde que Jungkook beijou alguém, e não havia nada mais que ele queria naquele momento do que os lindos e macios lábios de Jimin nos seus. Então ele acenou com a cabeça, e o ancião imediatamente fechou o pequeno espaço entre suas bocas.
Era exatamente como Jungkook imaginou que seria. Jimin o beijou suavemente no começo, depois com mais vontade, pressionando seu corpo um pouco mais contra o mais novo. Sua língua passou pelo lábio inferior de Jungkook, pedindo acesso, e o mais novo o deixou entrar, as línguas se encontrando, acariciando avidamente, explorando. O mais velho tinha gosto de soju e algo doce, vinho, talvez, e seus lábios eram macios e quentes contra os de Jungkook.
Nenhum dos dois sabia há quanto tempo estavam se beijando, quando de repente a porta do armário se abriu. Eles se afastaram em choque, vendo Hoseok e Yoongi parados ali com sorrisos combinando em seus rostos.
— Receio que seus quinze minutos tenham acabado, pombinhos. — Hoseok disse, balançando as sobrancelhas sugestivamente. — Agora é a nossa vez.
Jimin riu e revirou os olhos, afastando-se de Jungkook e saindo do armário. Ele estendeu a mão para o mais novo, que a pegou, seguindo-o para dentro da sala. Jimin deu a ele um grande e reconfortante sorriso, os olhos formando aqueles adoráveis crescentes. E Jungkook sabia que, por enquanto, ele não precisava se preocupar em como isso iria funcionar. Ele iria passar um tempo com Jimin, vê-lo sorrir assim, conhecê-lo, talvez segurar suas mãozinhas e beijá-lo novamente, e isso era tudo que importava.
CONTINUA com uma outra história
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Obrigada por lerem. Até a próxima história. Se cuidem.
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