13. [2/2] Odeio que eu te amo

Um dia desses, talvez sua magia não me afete
E seu beijo não vai me deixar fraco
Mas ninguém neste mundo me conhece do jeito que você me conhece
Então você provavelmente sempre terá um feitiço em mim
- Odeio que eu te amo, Rihanna ft. Ne-Yo
 

Apesar do que disse a si mesmo, Jungkook não está pronto para encontrar Jimin. Seu coração troveja contra suas costelas e ele tenta o seu melhor para se manter aterrado. O assusta que mesmo depois de todos esses anos, apenas o pensamento de Jimin tem esse tipo de efeito sobre ele. Ele sente como se tivesse sido transportado de volta no tempo, onde esperava Jimin para o primeiro encontro.

Seokjin esfrega o pescoço como se sentisse seu tumulto. Quase todos os convidados chegaram para o brunch. Há alguns que só chegarão amanhã, mas Jungkook espera ver apenas uma pessoa.

Jungkook precisa muito de uma bebida, mas é muito cedo, então ele se agarra ao vinho, feito de vinha velha e uvas Moscatel pretas. Embora ele tenha escolhido isso como um meio de mantê-lo distraído, o tom rosa da bebida o faz lembrar os lábios macios e rosados ​​de Jimin.

Foda-se Park Jimin e seus lábios estúpidos.

Faz sete anos. Ele não deveria estar pensando nisso, não mais. Seus hyungs estavam certos. Ele realmente está obcecado. Essa foi uma péssima ideia. Ele não deveria ter convidado Jimin. Antes que Jungkook possa se castigar ainda mais, há um movimento na porta e como um ímã, seu corpo inteiro se vira na direção dela.

Jungkook respira fundo quando Jimin entra no corredor. Todo o seu ser congela e ignora os sons ao seu redor. Sua visão está focada em seu ex, que agora tem seu cabelo preto natural em vez do loiro que costumava usar na faculdade.

Jimin ainda é tão bonito quanto ele se lembra, se não mais. Jimin era etéreo pra caralho e Jungkook sempre pensou que ele era de outro mundo. Seu coração para de bater por um momento e começa de novo. Ele sente a mão de alguém envolvendo sua cintura, uma mão indo para a parte inferior das costas. Mas sua mente não registra nada mais do que isso. Sua única atenção está no homem, que olha em volta por um momento antes de tirar os óculos de aviador.

Jimin olha ao redor do salão e seus olhos se encontram. Jungkook é transportado de volta ao presente no momento em que percebe que quer Jimin mais do que um amigo. Jimin está usando uma camisa branca com jeans azul. As mangas estão arregaçadas até o cotovelo. Os dois primeiros botões de sua camisa estão abertos revelando aquela pele lisa que ele (JK) adorava marcar.

Maldito inferno.

Que porra, Jungkook?

Ele tenta olhar para Jimin por completo. Sua mente em pânico/nervosa/ansiosa não consegue registrar nada do que está acontecendo ao redor. Se ele fosse normal, teria notado a maneira como seus hyungs suspiraram. Ou a maneira como eles falaram em sussurros entre eles. Não. Jungkook não percebe nada disso. Ele não ouve o que está sendo falado.

Se ele tivesse escutado, talvez isso o tivesse salvado do que estava por vir. Quando Jungkook pisca para clarear a visão e respira fundo algumas vezes para se acalmar, já é tarde demais. Jimin começou a andar em direção a eles. Sua mente finalmente registra a maneira como Jimin se inclina para a direita um pouco mais do que o normal e manca a cada passo que dá.

Jimin caiu ou algo assim? Um olhar para a muleta gasta e os sapatos ortopédicos lhe diz que esse não é o caso.

Sua garganta se contrai e suas mãos tremem. Então Jimin não se tornou um dançarino. Jungkook não sabe como reagir a essa percepção. Apenas isso parece um tapa em seu rosto. Isso é como um banho de água fria, forçando-o a ver algo que ele nem imaginava. Não foi assim que ele pensou que veria Jimin.

Jungkook sabia o quanto Jimin amava dançar. Toda a sua vida girava em torno disso. Essa era a única coisa que Jimin sabia e queria.

Nada havia preparado Jungkook para este momento. Quando? Como? Várias perguntas bombardeam sua mente neste momento. Mas ele não consegue se mover ou cumprimentá-lo. Ele está enraizado no local. Alguém o sacode e o mundo lentamente entra em foco.

Jimin está agora a poucos metros deles. Ele ostenta um pequeno sorriso, mas Jungkook o conhece bem para saber que o mais velho está nervoso.

— Oi, Jimin, que bom que você se juntou a nós. — É Namjoon quem se move para cumprimentá-lo primeiro. Ele o abraça brevemente e dá um tapinha em suas costas antes de levá-lo para o pequeno grupo de amigos amontoados no canto perto de uma das mesas.

O mundo de Jungkook se inclina em seu eixo pela segunda vez em sua vida desde que conheceu Jimin.

— Oi. — A voz de Jimin é quase um sussurro e ele para de sorrir quando chega na frente dele.

Jungkook engole em seco. Jimin não está feliz. Ele não podia ser feliz sem sua dança. Ele passou anos o odiando e pensando que Jimin estava vivendo feliz sem ele.

O que aconteceu com ele?

Quando isto aconteceu?

— Vamos, por aqui. — Taehyung fala, interrompendo o momento constrangedor. Ele dá um passo à frente para abraçar Jimin. — Prazer em vê-lo novamente, Jiminie. Vamos comer.

Taehyung mantém um braço em volta do ombro de Jimin e o conduz em direção à mesa onde eles deveriam se sentar. A mãe de Jungkook veio buscá-lo para a mesa designada onde ele está sentado perto de Hyewa. Jungkook mal consegue engolir um gole de água, muito menos seu café da manhã. Apenas a visão da comida faz seu estômago revirar.

Na mesa, Jimin está conversando com seus amigos. Ele vê Jimin apertando as mãos de Yoongi e Hoseok. Ele está sorrindo novamente, mas não é brilhante como costumava ser. Não. Há um olhar permanente de tristeza gravado em suas feições e Jungkook não consegue olhar para outro lugar.

Ele anseia ir até a mesa e exigir respostas. Para perguntar a Jimin o que ele estava fazendo nos dias de hoje. Foi esta a razão pela qual ele se estabeleceu em Busan?

— Jungkook. — Ele piscou e ver Hyewa olhando para ele com preocupação. — Você está bem? Você não tocou na sua comida.

Ele olha para o prato e o empurra, tendo perdido o apetite.

— Eu não estou com fome. — Ele serve mais vinho e bebeu.

Hyewa não o pressiona por mais respostas. Ela retira a mão e voltou para o café da manhã. Esquisito. Eles poderiam mesmo ser amigos? Ela não falava a menos que fosse necessário. Jungkook pelo menos fez algum esforço e planejou todas os encontros. Suas respostas eram sempre curtas e a resposta mais longa que ele recebeu dela foi quando ele perguntou sobre sua educação e hobbies. Mas isso também estava envolto em apenas três frases.

Jungkook volta sua atenção para Jimin. Se fosse Jimin, ele não iria parar até que Jungkook comece. Pelo menos Jimin estava comendo. Mesmo de tão longe, ele podia sentir a tensão tácita irradiando da mesa.

O que diabos aconteceu com ele?

─━━⊱✿⊰━━─

Choque não explica completamente o que Namjoon sente quando vê Jimin depois de todos esses anos. O homem havia mudado completamente.

Ele pode dizer que Jungkook também está surpreso com a descoberta. O garoto não falou uma palavra desde que Jimin apareceu. A situação é estranha para ambos os lados e Namjoon pode ver Jimin se contorcendo sob seus olhares. Então ele cumprimenta Jimin e tenta aliviar um pouco a tensão.

Namjoon sente a família de Jungkook olhando em sua direção. Ninguém conhece Jimin. O casamento é um evento privado, com apenas amigos próximos e familiares. Eles planejavam fazer uma segunda recepção para parceiros de negócios e conhecidos em Seul no próximo mês. Todos devem estar se perguntando quem é Jimin.

Quando eles estão sentados, Namjoon tenta iniciar uma conversa casual com Jimin. Ele apresenta Yoongi e Hoseok para ele enquanto Taehyung tenta controlar suas emoções. Seu irmão mais novo discretamente enxuga as lágrimas.

Namjoon está ciente de tudo o que aconteceu entre Jimin e Jungkook. Ele sabe que Jimin não apareceu na estação de trem e Jungkook foi embora sozinho. Taehyung foi até a casa de Jimin no dia seguinte apenas para descobrir que ele não estava lá. Mais tarde, eles desistiram de tentar encontrar Jimin porque Jungkook estava sendo teimoso mais uma vez.

— Posso perguntar o que aconteceu? — Namjoon pergunta hesitante.

Jimin sorri calorosamente e olha para seu braço.

— Eu sofri um acidente. — Ele fala depois de um tempo.

Namjoon espera que ele elabore e quando esse não o fez, ele pergunta:

— Isso tem alguma coisa a ver com o motivo de você não ter aparecido naquele dia?

O sorriso de Jimin vacila.

— Isso não importa mais, não é? — Ele empurra o bacon em torno de seu prato. — É seguro dizer que eu estava indisposto naquele momento.

Namjoon respira fundo quando Jimin sorri tristemente. Seu peito se contrai e ele não sabe como processar essa informação. Ele não abondonou Jungkook. Jimin não apareceu, não porque não queria, mas porque não podia. A descoberta se instala como um peso pesado em seu peito.

Jungkook não tornará isso fácil. Ele irá sofrer. Ele já está. O idiota ainda estava apaixonado por Jimin. Ele arriscou um olhar para a mesa de Jungkook e o viu olhando para a mesa deles.

— Nós não achamos que você viria. — Seokjin diz suavemente e pega a mão de Jimin, acariciando-a suavemente.

Jimin toma um gole de café e fica pensativo por um momento. Sua voz é baixa quando ele fala.

— Eu não queria no começo. Você sabe que este é o casamento dos meus sonhos. Eu queria me casar aqui um dia. Mas então a merda atingiu a tempestade e eu pensei que nunca iria vim aqui. — Não há ódio em suas palavras, apenas perda, tristeza e aceitação. Muita tristeza. Embora ele tente manter uma máscara neutra, ela cai dele. Jimin suspira e empurra o prato para longe.

— Por que? — Taehyung pergunta, sua voz falhando um pouco. — Se você sabia, por que veio?

O sorriso de Jimin não alcança seus olhos, mas sua voz está cheia de sinceridade quando ele diz:

— Pelo menos um de nós está realizando o sonho que tivemos. Estou feliz por ele, Tae. Achei que nunca o encontraria. Eu só queria vê-lo e ver se ele está feliz do jeito que merece.

Fica claro que Jimin ainda está apaixonado por Jungkook. Ele o amava o suficiente para suportar tudo que Jungkook estava planejando fazê-lo passar.

Não. Jungkook não está feliz. Ele está se forçando a se casar com a mulher que não ama. Namjoon não pode dizer isso em voz alta. Ele tem certeza que Jimin descobrirá isso por si mesmo quanto mais tempo ele ficar ali.

Jimin pega algo na mesa e não percebe o copo de água que Taehyung colocou ali, derrubando-o no processo. Seus olhos se arregalam e ele se desculpa enquanto endireita o copo e oferece lenços de papel para Taehyung.

— Eu sinto Muito. — Ele dá um tapinha nas calças de Tae. Há pânico em sua voz e suas mãos tremem. — Meus olhos... eu não tenho visão no meu olho direito. Eu não vi a água.

— E-está tudo bem. — Taehyung está muito perto de chorar quando as palavras saem de sua boca.

A garganta de Namjoon se contrai. Ele não sabe se deveria rir ou chorar sobre esta situação. Ele ficou feliz em saber que Jimin não deixou Jungkook e a teimosia do garoto adiou o encontro e a descoberta da verdade por muito tempo. Mas ele estava triste que Jimin, o menino doce e brilhante, tinha sofrido e ainda está sofrendo assim. Namjoon não consegue nem perguntar mais nada, embora haja muitas coisas que ele queria saber.

A situação é complicada porque Jungkook estará se casando em menos de uma semana e ele trouxe isso para si mesmo com sua decisão e teimosia de merda.

Taehyung parece tão perto de um colapso. Jimin, que geralmente notava até mesmo pequenas coisas como essa, parece alheio e Namjoon deduz que é por causa de sua falta de visão. Taehyung morde o lábio enquanto luta para manter a compostura.

Jimin e Taehyung eram muito próximos quando estavam na faculdade.

— Venha comigo. — Taehyung diz quando não consegue segurar mais, puxando o braço de Jimin duas vezes.

Jimin parece confuso enquanto observa Taehyung sair.

— Ele está indo embora? — Ele olha de volta para os outros. — Ele disse alguma coisa?

Namjoon compartilha um olhar com os outros.

— Ele disse, venha comigo. — Ele repete as palavras de seu irmão.

Os olhos de Jimin se arregalaram.

— Oh, desculpe, eu não consigo... —Ele de repente parece desconfortável. — Meu ouvido... não consigo ouvir direito... — Jimin se contorce em seu assento. — Eu deveria ir. — Ele pega a muleta e os outros só podem assistir estupefatos enquanto Jimin se apressa para fora da sala sem dizer mais nada.

─━━⊱✿⊰━━─

Taehyung está esperando por ele do lado de fora quando sai para o corredor.

— Vamos para o meu quarto. — Ele diz.

Jimin percebe que seu melhor amigo está chorando. Ele o segue sem dizer uma palavras. Quando chegam ao andar desejado, ele percebe que Taehyung está apenas um andar abaixo dele.

Assim que a porta se fecha, Taehyung o puxa para um abraço.

— Liguei. — Ele soluça. — Eu liguei para você tantas vezes, Jiminie. Deixei tantas mensagens de voz e mensagens. — Seu corpo treme e Jimin sente suas próprias lágrimas encharcando o ombro de Taehyung enquanto ele afunda em seu abraço.

— Meu telefone foi arruinado no acidente. — Sua garganta se contrai dolorosamente. — Eu mal consegui sair.

Jimin não se lembra de quem o resgatou, mas os enfermeiros lhe disseram que eles conseguiram tirá-lo antes que o carro inteiro pegasse fogo.

Ele agarra seu amigo como se esse fosse sua tábua de salvação. Taehyung ainda tem o mesmo cheiro. Seu abraço ainda é o mesmo. Jimin chora, agora sabendo que seu amigo não o abandonou.

— Eu continuei tentando por meses. — Taehyung continua. — Você sabe como Jungkook é. Depois de um tempo, ele nos disse para não procurar por você. Mas eu não pude evitar. — Ele funga. — Voltei a Busan seis meses depois para procurar você. Mas os vizinhos disseram que seu tio morreu e você nunca voltou para casa nem para o funeral.

Os soluços de Taehyung sacudiam seu corpo e Jimin logo se junta a ele. Quando o táxi pegou fogo, as coisas de Jimin também queimaram. Entre elas estava sua identidade. Então os médicos não sabiam quem ele era até que ele acordou e foi capaz de dizer seu nome.

Até então, seu tio doente havia falecido sem saber sobre Jimin. Ele se lembrou da carta que escreveu antes de sair de casa, explicando por que tinha que sair e por que não podia dizer para onde estava indo. No final, foi tudo um mal-entendido. Algo sobre o qual eles não tinham controle.

— Eu pensei que você tinha ido. Que você não queria nada com a gente. Mas não fazia sentido. — Taehyung se afasta. — Eu pensei sobre por que você se foi e então lembrei do ultimato de Jungkookie. A única razão pela qual você não apareceu era que você não queria. Essa foi a única explicação que todos nós encontramos. — Ele pega o rosto de Jimin em suas mãos. — Nós não sabíamos, Jiminie. Eu não sabia.

Jimin não consegue responder. A dor de Taehyung o domina. Ele não sabe como acalmá-lo. Taehyung não era alguém que chorava tão facilmente. Houve apenas uma vez que ele viu Taehyung chorar e foi quando ele teve seu primeiro desgosto.

— Você esteve sozinho todos esses anos, Jiminie? Oh, Deus! Nós não sabíamos. — Taehyung balança a cabeça enquanto traça as bochechas de seu amigo. — Me desculpe, eu não estava lá. — Ele traça sua bochecha direita e mais soluços irrompe dele. — Eu sinto muito.

— N-não é sua culpa. — Jimin diz. — Não é culpa sua.

— Conte-me tudo. — Taehyung pede. — Eu quero saber tudo.

Jimin assente, as lágrimas ainda escorrendo pelo seu rosto.

— Ok. Eu vou te contar. Eu vou te contar tudo.

Jimin não sabe quanto tempo havia passado. Agora ele está deitado na cama com Tae, exausto após contar sobre o incidentes, mas ele sabe que isso ainda não tinha acabado. Jungkook irá confrontá-lo em breve. E ele ainda não sabe como lidar com o mais novo.

—  Jungkookie nunca namorou. — Taehyung diz do nada. — Não houve mais ninguém em sua vida. Ele conseguiu um estágio com um de seus fotógrafos favoritos quando saiu. Ele até conseguiu que você trabalhasse com um coreógrafo americano. Você sabe como ele é reservado. Ele nunca nos contou como conseguiu fazer tudo isso. Mas ele tinha pensado em tudo.

Jimin chorar silenciosamente enquanto Taehyung fala.

— Quatro anos depois que ele partiu, seu pai adoeceu e não tivemos escolha a não ser trazê-lo de volta. — Taehyung suspira. — Eles queriam que ele se juntasse aos negócios da família. Não achamos que ele concordaria, mas ele disse que sim e concordou em ficar para trás.

Jimin ainda está em silêncio. Ele passou anos imaginando o que teria acontecido se tivesse chegado à estação ferroviária naquele dia. Chorou várias noites encharcando os travesseiros com o desejo de que Jungkook o abraçasse mais uma vez. Agora que tem sua resposta, ele não sabe o que fazer com ela. Apenas piorou sua dor.

Jungkook tinha tudo planejado? Ele até conseguiu um emprego para mim?

Jimin mais uma vez chora pela vida que havia perdido. Oh, como ele desejava poder voltar no tempo e mudar tudo.

— Eles não estão apaixonados, Jiminie. São apenas negócios. Nada mais. — Taehyung suspira. — Eu não deveria te dizer isso, mas Jungkookie não está feliz. Ele nunca se esqueceu de você. Este casamento... é um ardil para entrar em contato com você e ver sua reação. Ele é apenas um idiota teimoso.

Jimin não sabe como processar essa informação. Ele também nunca seguiu em frente. Como isso deveria fazê-lo se sentir? Isso não é o que ele esperava quando veio para cá.

— Seis meses depois ele partiu, fui para os Estados Unidos para ficar com ele. Isso foi depois que eu vim para Busan para verificar se você estava em casa. Ele estava sozinho e você sabe o quanto ele odeia ficar sozinho. — Jimin assente. — De qualquer forma, ele sempre agia todo durão, mas quando ficava bêbado era como um bebê. Essa foi a única vez que ele se permitiu falar abertamente sobre você. Ele chorou a noite toda me dizendo o quanto sentia sua falta e me perguntando por que você não o queria mais. Ele se culpava por forçá-la a fugir com ele. Ele dizia como ainda teria você se não estivesse determinado a ir embora. — Taehyung faz uma pausa, respirando fundo. — Você sabe, apesar de me dizer para não entrar em contato com você, ele sempre tentou ligar para você. Sempre que ficava bêbado, ele ligava para o seu número e ouvia sua voz dizendo às pessoas para deixarem uma mensagem de voz. Às vezes, ele deixava mensagens de voz implorando para você vim até ele. Ele deixava um monte de textos para você. Então, de manhã, apagava tudo e se comportava como se nada tivesse acontecido. Um dia, seu número parou de funcionar e ele enlouqueceu. Quebrei tudo e disse que você mudou o número porque não queria que ele ligasse para você. Ele ficou terrível por dias depois disso. Paramos de procurar porque era muito difícil para ele. Nós não queríamos encontrar você com outra pessoa porque isso teria destruído Jungkook.

O coração de Jimin aperta dolorosamente. Ele não sabia. Seu serviço tinha sido cancelado quando ele acordou. Ele não sabia sobre as mensagens de texto ou chamadas ou as mensagens de voz que perdeu. Ele ainda estava lidando com o pós-trauma, e levou quase um ano para ele se conformar com tudo o que havia acontecido com ele. O número de Jungkook era o único número que ele lembrava de cor. Mas então Jungkook foi embora, e mudou seu número também.

Jungkook deveria estar feliz. Ele deveria estar vivendo seu sonho. Novamente, nada disso deveria acontecer. Jimin sabe que não era culpa deles. A vida foi injusta com todos eles.

— Taehyungie...

— Você sempre foi o compreensivo no relacionamento. Ouça-o, Jiminie. Ele é meu primo e você é meu melhor amigo. Vocês dois já perderam muito tempo. Eu só quero que vocês sejam felizes.

— E-eu... — Jimin balança a cabeça. Ele não sabe o que dizer a ele. Antes que possa terminar a frase, no entanto, há uma batida na porta.

Taehyung sorri para ele e sai da cama.

— Eu acho que é ele.

O coração de Jimin dispara quando Taehyung vai abrir a porta. Tae estava certo. É Jungkook. Ele parece ter corrido uma maratona. Seu cabelo e terno estão desgrenhados e sua gravata está torta.

— Ele está aqui? — Jungkook pergunta e Jimin consegue ouvir o desespero em sua voz.

Taehyung se move para o lado para deixá-lo entrar no quarto. Jungkook relaxa quando vê Jimin na cama. Mas só um pouco. Antes que ele possa se mover, Taehyung coloca a mão em seu ombro.

— Use suas palavras, Jungkookie. Fale.

Então eles são deixados sozinhos. Jungkook caminha lentamente até a cama, seu olhar nunca deixando Jimin.

As emoções de Jimin estão em chamas. De repente, parece que o tempo nunca havia passado. Jungkook é ainda mais bonito pessoalmente. Ele havia amadurecido. Jungkook agora se tornou um homem e está muito mais musculoso do quando o viu pela última vez. Eles ficam em silêncio por um momento enquanto o olhar de Jungkook desliza sobre o corpo dele. Jimin nota um estremecimento visível percorrendo o corpo do mais novo. Jungkook está perdendo a compostura.

— Eu fui um idiota, não fui? — Os lábios de Jungkook tremem. — Eu não sei o que você viu em mim, hyung. Eu sempre fui um idiota com você. Eu não devia ter te empurrado. Fui egoísta na época. Eu nem te escutei.

— Jungkookie...

— Você não merecia isso. — As pernas de Jungkook vacilam e ele cai de joelhos quando chega perto da cama. Lágrimas escapam e correram por suas bochechas quando ele alcançou a perna de Jimin. Suas mãos tremem enquanto ele acaricia sua perna deficiente. — Foi por isso que você não apareceu? Foi por isso, hyung?

A garganta de Jimin se aperta.

— Sim. Não foi por escolha. Eu sofri um acidente e fiquei em coma. — Jimin respira fundo. Mesmo depois de todo esse tempo, não é fácil falar sobre isso. — Não havia mais nada para mim quando voltei. — Ele sorri tristemente. — Meu primeiro pensamento foi entrar em contato com você, mas foi como se você tivesse desaparecido.

O rosto de Jungkook desmorona.

— E-eu pensei que você escolheu ficar para trás. — Ele soluça. — Quando você não apareceu, eu presumi o pior. Tentei ligar para você algumas vezes, mas quando não consegui, pensei que você mudou seu número e acreditei que não me queria mais. Então desisti. Sou uma pessoa terrível.

— Não diga isso. Você não sabia. — Jimin pega sua mão.

Jungkook está quente ao seu toque, assim como ele se lembrava. Ele está um pouco maior. Jungkook se inclina em seu toque. Em seguida, afasta-se com uma expressão de dor no rosto.

— Não justifica que eu tenha ido embora. Não justifica que eu tenha passado todo esse tempo te odiando e ficando com raiva enquanto você sofria. E-eu sabia que Taehyung estava procurando por você. Eu o ouvi conversando com os hyungs uma vez. Que foi te visitar e diseram que você não estava mais lá. E-eu pensei... — Ele soluça. — Eu-eu acreditei... Que você não queria mais nada comigo. Eu deveria ter tentado mais. — Ele enxuga as bochechas com as costas da mão. — F-foi fácil culpar você. E este... este casamento estúpido... tudo isso foi para me vingar de você. Eu queria esfregar isso em sua cara. Queria te machucar como você me machucou.

— Eu sei. — Jimin morde os lábios.

— E você ainda acha que eu não sou uma pessoa terrível? Você só pode ser cego. — Ele diz em meio às lágrimas.

Jimin ri.

— Mas eu sou. — Ele nota a carranca no rosto de Jungkook. — Parcialmente cego e surdo.

Jungkook abre e fecha a boca. Alguns minutos se passam com os dois sem dizer nada. A atmosfera fica cheia de tensão novamente. O rosto de Jungkook desmorona novamente com lágrimas.

— Eu... eu não...

— Eu sei. — Jimin coloca a mão em seu ombro. — Venha aqui.

— Hyung... — A voz de Jungkook falha.

— Por favor...

Jimin está cansado. Ele está muito cansado. Ele passou anos chorando e desejando uma chance de acertar tudo. De dizer a Jungkook que ele o escolheu. Agora que encontrou Jungkook e soube que o mais novo também sentiu falta dele, Jimin só quer estar perto dele.

Jungkook se aproxima.

— Posso te abraçar, hyung?

Os lábios de Jimin tremem.

— S-Sim.

Jungkook tira o paletó e a gravata, deixando-a cair descuidadamente no chão antes de tirar o sapato. Ele toma cuidado com a perna de Jimin quando sobe na cama, pairando um pouco como se estivesse se perguntando onde se acomodar. Quando ele se estabelece no lado esquerdo de Jimin, esse rola de lado e joga um braço em volta da cintura de Jungkook, enterrando o rosto em seu peito.

O cheiro e o calor familiar envolve Jimin. Seu corpo inteiro treme quando ele solta um grito estrangulado. Ele sentia falta disso. Ele sentia muito falta de Jungkook.

Seu Jungkook. Seu primeiro e único amor.

O braço de Jungkook o envolve e isso é tudo que ele precisa. Jimin continua a soluçar ao sentir o corpo de Jungkook tremendo também. Seus gritos sendo abafados na cabeça de Jimin.

O mundo ao seu redor desaparece. Apenas Jungkook existe.

[...]

Jimin não sabe quanto tempo eles passaram juntos. Eles conversaram quando ambos pararam de chorar. Faz horas e o céu está escuro lá fora, mas nenhum deles quer deixar o abraço do outro.

Jungkook continua esfregando suas costas e beijando o topo de sua cabeça, sussurrando desculpas a cada minuto, dizendo-lhe o quanto sentia a falta dele. É mais do que Jimin jamais sonhou. Jimin não consegue acreditar que está onde queria estar. Jungkook agora sabe a verdade. Isso é o suficiente.

— Hyung... — Jungkook chama depois de um tempo.

— Sim.

— Você vai me dar outra chance?

A cabeça de Jimin se ergue, os olhos piscando para afastar as lágrimas enquanto ele olha para Jungkook surpreso.

— O-o quê?

— Eu sei que não mereço seu perdão ou outra chance. — Ele fala com sinceridade e é tão sincero que o coração de Jimin aperta. — Você vai me permitir fazer as pazes com você, hyung?

— Jungkook...

Do que ele está falando mesmo? Jungkook sofreu tanto quanto ele, embora de uma maneira diferente. Ele não sabia a verdade e acreditou que Jimin o havia deixado. Jungkook tentou entrar em contato com ele e não foi culpa do mais novo não conseguir falar com ele (JM) Como Jimin poderia responsabilizar Jungkook por algo que nem estava sob seu controle?

— Tudo bem se você não quiser. Eu vou entender. — Jungkook desviou o olhar. — Você vai pelo menos falar comigo? Acho que não vou conseguir continuar sem você. Eu mal estava vivendo, hyung. Não houve um dia em que não pensei em você.

— Jungkook...

— Eu sinto muito. Estou sendo egoísta de novo, não estou? Eu vou... o que você quiser eu...

Jimin o beija. O bom e velho método que ele sempre usava para calá-lo, para impedi-lo de tagarelar. Jungkook enrijece, aparentemente congelado antes de começar a beijá-lo de volta. Ainda é o mesmo que ele se lembra. Jungkook ainda é o mesmo. Tão suave, mas firme.

Jungkook segura seu rosto para aprofundar o beijo e Jimin não consegue conter o soluço suave. Ah, como ele sentia falta disso. Ele se agarra desesperadamente a Jungkook. Ele não quer deixá-lo ir novamente.

[...]

Jungkook não consegue acreditar na maneira que as coisas aconteceram nas últimas duas horas. Suas emoções estão descontroladas. Ele não consegue acreditar no efeito que Jimin ainda tem sobre ele. Ele só percebeu o quão tolas suas ações eram quando Jimin entrou naquela sala.

Muitas pessoas disseram que ele era irracional, às vezes. Mas Jungkook acreditava que ele era razoável. Sempre havia uma razão por trás de suas ações. Ele sempre pensava duas vezes antes de fazer alguma coisa. Mas quando ele tomava uma decisão, ninguém conseguia fazê-lo mudar de ideia. Ele era teimoso assim.

Jungkook nunca se arrependeu de suas escolhas de vida como fez quando encontrou Jimin novamente. Talvez as razões que ele continuou dando a si mesmo para tudo isso não fossem verdadeiras. Ele não estava sendo honesto consigo mesmo. No fundo, ele só queria ver se Jimin se importaria. Ver como Jimin reagiria se soubesse que ele estava se casando. Jungkook queria saber se doeria em Jimin ver que ele seguiu em frente e não ficou preso a ele. Ele só queria saber se Jimin realmente o amava como ele amava Jimin.

Jungkook realmente acreditou que Jimin não queria falar com ele. Isso doeu muito. Ainda assim, ele tentou. Por mensagens, ele continuou implorando para que Jimin voltasse para casa. Dizendo a ele o quanto sentia falta dele e como a vida não era a mesma sem ele. Como o matava continuar sem vê-lo, sem ouvir sua voz. Como doia voltar para um apartamento vazio depois de um dia difícil sem ele para dizer que tudo ficaria bem.

Ele passou meses implorando a Jimin apenas para que esse mudasse o número e tirasse o único meio que ele tinha de entrar em contato com ele. Isso o machucou profundamente. Por causa disso, ele não conseguiu entrar em contato com Jimin novamente, nem implorar descaradamente mais uma vez. Então ele soube, por meio de um amigo, que Jimin estava bem e o que ele estava fazendo.

Por isso, ele queria que Jimin se machucasse tanto quanto ele. Uma parte doente dele viu isso como um ganha-ganha. No entanto, assim que viu Jimin, ele soube. A piada era sobre ele (JK). Se ele não tivesse desistido. Se ele tivesse deixado a América e voltado. Se tivesse confiado no amor deles e virado cada canto de cabeça para baixo até encontrar Jimin. Mas ele também não teve saída. Se sua família tivesse colocado as mãos nele, eles não o deixariam sair novamente.

Jimin era sua força. Ele era sua espinha dorsal. Com Jimin longe, Jungkook teve que aprender a viver sem ele. Não foi fácil. Ele nunca se ajustou. Ele nunca aprendeu. Mesmo depois de todos esses anos, ele ainda ansiava por Jimin. Por mais que ele tentasse fingir que não o machucava mais, uma parte dele sempre revivia as memórias que tinha com Jimin. Sempre imaginava como seria tê-lo ali, compartilhando esta nova vida que ele construiu para os dois desfrutarem.

Jungkook sabia que sair da coreia não seria fácil. Ele sabia que Jimin tinha tudo planejado para seu futuro. No entanto, ele forçou Jimin a ir com ele porque não via outra maneira de eles ficarem juntos. Sua família teria arruinado sua carreira e suas vidas. Eles tinham dinheiro e poder suficientes para fazê-lo. Sua família teriam tirado Jimin dele. Então ele optou pela única escolha que achava que ambos tinham.

Se ele não tivesse feito essa escolha.

Naquela manhã, enquanto estava sentado à mesa, Jungkook não pôde deixar de se perguntar se isso tinha algo a ver com o desaparecimento de Jimin. Ele estava ansioso, esperando uma chance de fugir daquele lugar. Tudo sobre a situação parecia errado. Ele nunca se sentiu tão culpado em sua vida. Quando Jungkook viu Jimin saindo da sala, ele iria sair também, mas sua mãe o havia impedido, querendo falar sobre alguma coisa. Ele mudava de um pé para o outro, esperando que a conversa estúpida e sem sentido terminasse logo. Quando acabou depois de uma hora, ele correu para encontrar Namjoon, que rapidamente disse que Jimin era inocente e o direcionou para o quarto de Taehyung. [...]

De todos os cenários que conjurou em sua mente, Jungkook não esperava encontrar Jimin em tais circunstâncias. Ele foi um idiota. Um idiota egoísta, egocêntrico e arrogante. Jimin era e ainda é um anjo. Ele (JK) não o merecia.

Jimin o havia perdoado tão facilmente, embora não merecesse nada disso. Sim, ele (JK) também se machucou, mas tudo isso empalidecia em comparação com o que Jimin passou. Ele não estava lá para Jimin quando Jimin mais precisava dele. Esse pensamento o machuca mais do que a dor que ele sentiu quando acreditou que Jimin o havia deixado.

Ele não deveria estar implorando por outra chance quando ele que machucou Jimin em primeiro lugar, mas ele ainda é egoísta. Ele quer Jimin de volta em sua vida. Apenas tê-lo em seus braços o faz se sentir muito melhor e em paz. Uma paz que ele não sentia há sete anos.

O que Jungkook não esperava era o beijo. Suas lágrimas fluíram sem restrições quando ele provou as lágrimas salgadas de Jimin.

Jimin é uma pessoa sensível e Jungkook sabe o quanto machuca o mais velho pensar que ele (JK) está se casando com outra pessoa. Mesmo assim, ele veio. Não há perdão para o que ele (JK) fez e Jungkook sabe que passará o resto de sua vida implorando por um. Ele passará todas os dias tentando ser uma pessoa melhor para Jimin.

Jimin ainda tem o mesmo gosto. Seus lábios está tão macio e quente contra os dele. Com suas lágrimas, Jungkook também prova a esperança. Talvez não seja tarde demais. Talvez ele ainda tenha uma chance. Talvez as coisas fiquem bem novamente.

Quando Jungkook quebra o beijo para pressionar sua testa contra a de Jimin, as palavras 'eu te amo' estão na ponta de sua língua. Parece tão certo, mas ele merece dizer essas palavras em voz alta?

Os olhos de Jimin estão fechados e sua maquiagem está arruinada. Jungkook agora pode ver as cicatrizes de queimadura no lado direito de seu rosto. Sua sobrancelha está queimada, partida ao meio com a pele cicatrizada ali. Quando Jimin abre os olhos, Jungkook respira fundo e engasga com um soluço. Seu olho antes vibrante e vivo agora está pálido e sem cor. Em algum momento durante a conversa e todo o choro, sua lente de contato deve ter caído.

'Meu bebê. Quanta dor você passou?'

Jungkook acaricia o lado direito do rosto de Jimin com ternura querendo cobrir cada centímetro de sua com os lábios. 'Beije-o e tire toda essa dor.' Isso é o que ele faz. Ele beija suavemente cada centímetro da cicatriz.

Um arrepio percorre seu corpo ao lembrar como Jimin explicou o acidente. O mais velho ficou imobilizado quando o carro tombou. Um incêndio começou e queimou o lado direito de seu rosto. Foram necessárias várias cirurgias reconstrutivas para deixá-lo assim. [...]

Seu peito arfa com os soluços. Ele se sente a pior pessoa do mundo por ter deixado Jimin passar por isso sozinho. Ele não sabia, mas isso não significa que ele não se arrepende.

Eu não mereço você.

Mas não é isso que Jimin quer ouvir. Jungkook sabe disso. Ele sabe que seu melhor amigo e então namorado odeia qualquer conversa autodepreciativa. Jungkook estava cheio delas até que Jimin o mudou para sempre.

Ele não achava que era o suficiente. Jimin sempre foi melhor que ele, o que o levou ao ciúme e ao medo de perdê-lo. Isso levou a todas as suas brigas e agora Jungkook pode ver o quão tolo ele tinha sido. Jimin foi a melhor coisa que aconteceu com ele, mais ele simplesmente desistiu de Jimin.

Jimin tem um coração enorme e o perdoou facilmente.

— Eu te amo. — Jungkook sussurra.

Jimin ri, um som alegre que ele não ouvia há séculos, suas lágrimas brotando livremente.

Jungkook está perdido naquela risada. Levado-o de volta aos tempos em que ele se fazia de bobo apenas para fazer Jimin rir. Mas um brilho em sua mão esquerda chama a atenção de Jungkook. Ele se afasta e preocupação inunda o rosto de Jimin.

— Há algo que devo fazer primeiro. — Jungkook fala.

Jimin fica tenso quando ele gentilmente tira as mãos de seu rosto.

— Você está indo? N-não vá. Não vá embora. — O pânico ecoa em sua voz e ele estremece.

— Shh... — Jungkook o abraça antes de beijar sua cabeça repetidamente. — Eu não vou embora. — Ele murmura contra sua pele. — Eu preciso terminar com Hyewa primeiro.

Com isso, Jimin se afasta como se tivesse tocado em um prato quente. Ele toca seus lábios horrorizado quando seu olhar automaticamente encontra o anel de noivado no dedo anelar de Jungkook.

— Meu Deus! Eu sinto muito. — Ele balança a cabeça, seu coração acelerado. — Eu não deveria. Nós não devemos...

Jungkook segura seu rosto. Ele precisa ser sincero com todos. Está claro como a luz do dia Jimin ainda possuí seu coração.

— Eu não a amo e ela também não me ama. — Ele explica. — É um acordo de negócios. Um que eu concordei só para ter um motivo para entrar em contato com você sem ferir meu orgulho. — Jungkook diz e zomba do quão ridículo isso soa. — Eu não a pedi em casamento como se faria com um namorado. Deslizei a caixa do anel para ela depois do jantar e ela aceitou. Eu nem coloquei no dedo dela. A única vez que a toquei foi para segurar sua mão na frente de nossos pais. Não há nada entre nós.

Jimin relaxa um pouco, mas não parece menos culpado.

— Ainda...

— Eu sei. Ela não merece isso. É por isso que eu preciso terminar primeiro. — Jungkook segura suas duas mãos. — Você sempre foi altruísta. Você é a pessoa mais indulgente que eu já conheci. Hyung, mesmo depois de ter feito você passar por toda essa dor, você ainda está aqui. — Jungkook não consegue parar o soluço que escapa. — Você sabia que eu estava fazendo isso de propósito para te machucar, mas mesmo assim você veio. Eu não mereço você.

— Eu disse que não é sua culpa. Não é nossa culpa. — Jimin argumentou. — Pare de dizer isso, Jungkookie. Me dói mais quando vejo a sua dor.

Jungkook sorri tristemente.

— Eu deveria estar lá para você. Eu quero estar lá para você se você me deixar.

— Jungkook...

— Não diga nada ainda. — Ele acena com a mão esquerda no ar com uma risada sem humor. — Deixe-me voltar como um homem livre. Então podemos conversar.

Jimin o para antes que ele possa sair.

— Jungkook-ah, eu não sou o mesmo.

— Eu sei. Eu também não sou o mesmo.

— Mas...

— Sem desculpas. Quero você. — Jungkook se inclina para silenciá-lo com outro beijo. — Só você. — Jimin o solta com um sorriso suave e olhos marejados. — Voltarei em breve. — Jungkook diz e sai do quarto.

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Jimin está incrédulo. O dia foi agitado e emocionalmente desgastante. Ele nunca tinha passado por tantas emoções em questão de horas como esta antes. Quando ele chega ao seu quarto, está exausto. Ele nem se dá ao trabalho de verificar a hora apenas entra no chuveiro.

Seus olhos já estão caídos quando ele veste algo confortável e ele adormece no momento em que sua cabeça encosta no travesseiro. Pouco antes de desmaiar, ele conseguiu remover a única lente de contato que ainda estáava intacta em seus olhos.

Quando Jimin acorda, está claro e ele ainda se sente esgotado. Ontem parecia um sonho. Jungkook o encontrou e eles conversaram. Tudo isso realmente aconteceu? Eles realmente se beijaram? Ou tudo aquilo foi apenas um de seus sonhos febris?

Ele verifica as horas e são quase onze da manhã. Há algumas mensagens em seu telefone de Taehyung e dos outros perguntando se ele está bem. Ele responde e vai para o banheiro. Jungkook ainda não voltou e também não mandou uma mensagem para ele.

O que aconteceu?

Correu tudo bem?

Ele conseguiu falar com ela?

Jimin ainda está perdido em pensamentos quando sai do banheiro. Há uma batida na porta e o coração dele acelera. É Jungkook? Ele corre para a porta com toda a velocidade que pode reunir. Com os óculos, empoleirados no nariz, Jimin abre a porta e sua respiração engata quando vê quem está do lado de fora.

— Jungkook?

Ele ainda está com as roupas da noite anterior e está sorrindo de orelha a orelha.

— Acabou, Jimin hyung. Eu sou um homem livre.

Oh.

Jungkook acenou com o dedo sem anel na frente dele.

Jimin dá um passo para o lado para deixá-lo entrar.

— O que ela disse?

— Bem, eu realmente não falei com ela.

— Huh? — Jimin franze a testa. — Como você terminou com ela se você não falou com ela?

Jungkook sorri timidamente.

— Eu fui falar com ela, mas hum... ela não estava lá em seu quarto. — Ele limpa a garganta. — O quarto dela estava aberto, então entrei para verificar. Encontrei uma carta. Aparentemente, ela estava apaixonada por outra pessoa e concordou em se casar comigo apenas por causa da pressão de seus pais. Ontem à noite, ela fugiu com ele. — Jungkook explica animadamente. — Imagine minha surpresa. É como se o destino estivesse do meu lado hoje.

Os olhos de Jimin se arregalam.

— Uau.

Jungkook sorri.

— Eu sei.

— Quando você não apareceu... fiquei preocupado. Você nem me mandou uma mensagem.

— Eu não podia. Está um caos lá embaixo. Venha. — Jungkook puxa a mão de Jimin, o leva até a cama e o sentou. — O pai dela ficou furioso e chamou a polícia. Ele virou todo o lugar de cabeça para baixo. Mas ela já deixou o país. — Ele se senta no chão aos pés de Jimin e coloca a cabeça em seu colo com um suspiro suave. — Estou feliz por não ter que terminar. Quero dizer... não que eu não tivesse coragem, mas isso meio que funcionou a meu favor. Meus pais estão se sentindo culpados por isso ter acontecido e estão prontos para fazer qualquer coisa.

— Oh.

— Eu disse a eles que há alguém com quem quero me casar, apenas se essa pessoa concordar, é claro.

— Oh. — Jimin sente suas bochechas queimarem. — Essa pessoa concordou?

Jungkook levanta a cabeça.

— Eu só saberei se ela aceitar sair comigo.

A respiração de Jimin engata enquanto ele olha nos olhos que seguram toda a galáxia.

— Um encontro?

Jungkook pega as duas mãos novamente.

— Você quer sair comigo de novo?

Jimin ri porque nada disso parece real. Mas Jungkook está aqui, bagunçado e parecendo um gato desgrenhado, sentado no chão e olhando para seu rosto sem maquiagem com a mesma expressão que ele costumava ter anos atrás.

Há várias perguntas em sua mente, várias inseguranças que querem ocupar o banco da frente e impedi-lo de estender a mão. Mas esse é Jungkook. Seu Jungkook. O homem por quem ele ainda está apaixonado. O homem que ele quer mais do que qualquer outra coisa no mundo.

— Eu adoraria.

 
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Você é a luz, você é a noite
Você é a cor do meu sangue
Você é a cura, você é a dor
Você é a única coisa que eu quero tocar
Nunca soube que isso poderia significar tanto, tanto

- Me ame como você ama, Ellie Goulding
     
 
ALGUNS ANOS DEPOIS

Jimin ri alegremente ao som da voz de Jungkook ecoando na cozinha. É outra manhã, outro dia em que Jungkook se oferece para cozinhar novamente depois de quase incendiar sua cozinha aconchegante acidentalmente.

Não é segredo que o dourado Jeon Jungkook que é bom em tudo não sabe cozinhar. Seu marido tem uma relação de amor e ódio com a culinária. Ele sempre errava de uma maneira ou de outra. Bem, se ele tivesse um pouco de paciência...

Outra maldição ecoa na cozinha e Jimin ri alto. Ele desliza da cadeira onde Jungkook o colocou na sala mais cedo e vai para a cozinha. A fumaça ondulante é a primeira a chegar até ele e ele tosse, acenando com a mão na frente do rosto enquanto Jungkook corre para abrir a janela da cozinha para deixar a fumaça sair.

— Baby, por que você não se senta e me deixa preparar algo bem rápido, hmm? — Jimin pergunta, envolvendo sua mão livre em torno da cintura do mais novo.

Jungkook faz beicinho.

— Não. Apenas me dê cinco minutos. Eu quase consegui desta vez.

Jimin suspira.

— Esse é o último dos ovos. — Ele caminha ao redor do mais velho para pegar a caixa de sua mão. — Vá e sente-se. Estou com fome.

Jungkook parece querer discutir, mas desiste quando Jimin estreita os olhos de maneira desafiadora.

Bobo teimoso.

Jungkook agora ficaria amuado por uma hora inteira até que Jimin o enchesse de beijos, mas eles já estão atrasados ​​para abrir o restaurante. Jimin coloca a caixa no balcão, fazendo uma careta quando vê a panela queimada. Essa é a terceira panela em apenas um mês. Ele lança um olhar de desaprovação por cima do ombro, coloca a panela na pia e pega outra, fazendo uma nota mental para comprar mais algumas e escondê-la de Jungkook.

Seu gato idoso adotado, Henry mia, finalmente enfiando a cabeça da porta da cozinha como que perguntando se é seguro entrar. Seu nariz se contrai quando ele solta outro miado, fixando seus olhos críticos em Jungkook com um movimento de sua cauda.

— Ei, Henry. Entre. — Ele bate os ovos e olha para Jungkook que está sentado no banco da cozinha com um beicinho petulante. — Jungkook, você pode alimentar Henry?

Henry mia novamente, soando ofensivo enquanto circula as pernas de Jimin. Jungkook rosna enquanto caminha em direção a eles para mostrar seu desagrado ao fazê-lo. No entanto, Henry saiu de seu alcance com um miado.

Jimin ri novamente, lembrando da briga não resolvida entre eles desde que Jungkook tentou alimentá-lo com o bife queimado na semana passada. Era engraçado ver Jungkook tentando fazer as pazes, e Henry sempre o olhando com cautela e se recusando a confiar nele.

Faz dois anos desde o casamento dos sonhos em Veneza. Dois anos cheios de alegria e amor irresistíveis. Fiel às suas palavras, Jungkook o levou para encontros, ficando de joelhos com uma proposta emocionante em seu quarto encontro. Eles se casaram dois dias depois, na mesma data em que Jungkook deveria se casar.

A família de Jungkook não gostou que seu filho se casasse com um homem. Eles ameaçaram deserdar Jungkook, mas o mais novo se deserdou em vez disso.

O casamento foi rápido, mas Jungkook lidou com as mudanças com eficiência e até fez o designer criar dois novos trajes para os dois. Andar pelo corredor em direção a Jungkook cercado por seus amigos ainda parecia surreal.

Embora o reencontro tenha acontecido rapidamente, eles levaram quase um ano e meio para reconstruir seu relacionamento como costumava ser. Muitas coisas mudaram ao longo dos sete anos e foi preciso um pouco de ajuste para os dois, especialmente com a constante necessidade de segurança de Jimin e o hábito de deixar Jungkook de fora quando suas inseguranças o dominavam.

Jungkook, como prometido, trabalhou incansavelmente para fazer seu relacionamento funcionar. Ele largou tudo e foi morar com Jimin, apesar de seus protestos. Ele investiu no restaurante de Jimin, renovou o pequeno lugar e contratou alguns funcionários, facilitando a vida de Jimin. Jungkook trabalhava como fotógrafo freelancer* durante seu tempo livre e ajudava Jimin a gerenciar o restaurante em tempo integral.
(É o termo inglês para denominar o profissional autónomo que se autoemprega em diferentes empresas ou trabalha de maneira independente.)

Quando Jimin o confrontou sobre seus sonhos, Jungkook disse a ele que suas prioridades haviam mudado. Que ele tinha dinheiro suficiente para os dois e uma vida com Jimin era tudo que ele precisava. Seis meses atrás, eles deram mais um passo em seu relacionamento e adotaram Henry no abrigo de animais próximo.

O coração de Jimin acelerou porque Jungkook disse que queria começar uma família com ele. Adotar um gato foi o primeiro passo porque ambos não sabiam nada sobre parentalidade. Eles eram pais decentes e cuidavam de Henry muito bem. Ele mal podia esperar pelo dia em que eles estariam prontos para adotar seus próprios filhos.

— Você terminou? — Jungkook beija o lado do pescoço de Jimin, tirando-o de seus pensamentos.

— Sim. — Jimin estica o pescoço para beijar os lábios de Jungkook, que aprofunda o beijo e ganha um tapa brincalhão de Jimin porque a comida estava quase queimando. — Pensei que você ficaria de mau humor por um tempo.

— Sua bunda fica muito bem nestas calças para mim ficar longe e amuado. — Jungkook segura sua bunda e a aperta para mostrar seu ponto de vista.

Jimin choraminga, suas bochechas ficando quente.

— Pare. Não na cozinha.

— Por que não?

— É um lugar onde comemos comida. — Jimin brinca, estreitando os olhos.

— Comida... não vejo nenhuma diferença. — Jungkook tenta enfiar a mão dentro da calça. — Eu prefiro comer você.

— Jungkook! — Jimin larga o omelete que estava tentando virar e olha para a comida com um beicinho. — Está arruinado. O que você está fazendo?

Seu marido estende a mão ao redor dele para desligar o fogão.

— Deixe para lá. Podemos comer fora.

— Esse era o nosso café da manhã. — Ele argumenta, mas Jungkook já o está virando.

— Já estou tomando meu café da manhã aqui.

Jungkook se inclina para mordiscar o pescoço do mais velho, fazendo-o gritar. Suas mãos grandes seguram a bunda de Jimin, dando-lhes um aperto firme antes de deslizar para baixo para agarrar a parte de trás de suas coxas, levantando-o. Sua muleta cai com um baque mas nenhum deles prestam atenção.

— Jungkookie...

— Shh... —  Ele beija os lábios d Jimin outra vez antes de descer para seu pescoço enquanto o carrega para o quarto deles. — Você fica tão bem de rosa. — Jungkook passa os dedos pelos cabelos recentemente tingido do mais velho.

Um sorriso puxa os lábios de Jimin e ele cantarola, seus olhos rolando para trás com a agradável sensação de formigamento vibrando em sua pele por causa dos beijos de seu marido.

A vida pode ter sido injusta com eles, mas eles conseguiram encontrar o caminho de volta um para o outro. Jungkook olha para ele como se ele fosse a coisa mais importante, como se ele fosse sua lua e as estrelas. Jungkook nunca deixa de lembrá-lo o quão precioso Jimin é para ele. Nunca deixa de sussurrar palavras de amor contra sua pele, e isso é tudo que ele (JM) quer lembrar.

Sua vida está cheia de cores novamente, assim como seu cabelo, as paredes pintadas e todas as coisas bonitas que agora adornam as paredes.

Jimin está muito apaixonado. Assim como Jungkook. Seu sol. Sua galáxia. Seu primeiro e único amor.
   
  
 
 
CONTINUA com uma outra história
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E então, gostaram dessa história. Eu amei traduzir ela. Amo essa pegada, sofrimento+fofura. E realmente a situação dele era bem complicada e ambos sofreram muito. Mais como sempre, tiveram seu final feliz.

Até a próxima história 

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