George
George
Em memória de George Lopes Leite,
desembargador do Distrito Federal,
professor dedicado e uma pessoa amável.
A angústia sazonal
Não acreditei
Que ouviria tão cedo
O acorde final.
Seus olhos doces
Rolando como seixos
Calmamente olhava
Mas nunca vacilava.
Não era peça de museu
Era um rebelde
Como você e eu.
Uma margarida
pelos seus pensamentos
O que é a vida
Senão esparsos momentos?
Me vestiria de riso
Se pudesse te ver
Não houve um aviso
O golpe do último fim.
Pessoas boas se vão
Mas serão eternizadas
pelas nossas fábulas
Pobre consideração.
Pelas sábias palavras
Reflexivos silêncios
A trágica condição dos gênios
Agora fazemos alarde
Agora que já é tarde.
Nenhum direito é permanente
Isso é viver nos trópicos
Choques pandêmicos
Deixe que eu me lamente.
Balançando
Na sua cadeira
Minha pueril brincadeira
Nunca me censurou
Cato coisas que deixou.
Chuto o granito
Abafo um grito
Me mostre o estrada
Que os poetas devem seguir.
Me diga qual o bosque
Onde os mestres vão debater
Me mandaram crescer
Como faço isso?
Estou tentando
Cultivar boas ervas
Ter menos reservas
Seguir com bravura
Espalhar ternura.
O velho moinho
Continua sozinho
Moendo grão por grão
Ainda nos veremos
Na próxima estação.
─ Carla Chambèry
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