Folhas Caídas Num Ponto de Ônibus
Folhas Caídas Num Ponto de Ônibus
de Henggo
Ah, folhas caídas diante de ti
Caído queria que fosse eu
Largado no vento rumo à ti
Como queria eu jogar-me feito as folhas
Braços abertos em um mergulho de carícias
Quando minha folhagem tocasse a tua
E ali ficaríamos, sob o sereno de um sol nublado
Eu e tu, árvores desfolhadas pela sociedade
Proibidas de nos aquecermos nos invernos
Proibidas de florirmos nas primaveras
Proibidas de brilharmos nos verões
Restou-nos sorrisos amarelos num outono
Ah, os tolos, meu amor!
Julgam que o amarelar traz tristeza
Que os marrons destroem a beleza
E que a melancolia destrói nossa certeza
Olhares cinzentos não veem cores
Bocas de fel envenenam o solo
Mentes fechadas temem a verdade
Mas nossas raízes, amor, permanecem
Alicerces de um futuro distinto
Páginas viradas de um mundo em cinzas
Depois de um inverno sombrio
Alçaremos voos rumo ao sol
E, enfim, cairei sobre ti sem medo
Na melancolia trazida por um tapete de folhas caídas
Nosso abraço será um reflorescer
Nossas solidões quebrarão gelos
Nosso beijo brilhará na escuridão
Pois a beleza da estação do desfolhar, amor
É que árvores desfolhadas sempre voltam a florir.
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