A Estação das Memórias Perdidas

A Estação das Memórias Perdidas

de filipepenasso

Chorei às margens do rio sereno

Pelas lembranças d'outono passado;

Folhas de bronze com tempo findado

À brisa em dança marcando o terreno.

Na mente: cor ostensiva e veneno,

Linhas escritas em peso dourado

Numa estação de merias do prado

Em tons opacos de mato pequeno.

São nos relances dos galhos sem fim,

Da ave tristonha grasnando no ninho,

Que posso -lo chegar para mim.

Mesmo que agora se encontre sozinho,

Busca alcançar-me no vento e assim

Fazer o frio chegar de mansinho.

Por Filipe Penasso

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