Na Escuridão
The Dark | Stone Sour
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O relógio marca meia-noite, e faz um enorme barulho. A luz do meu quarto pisca duas vezes, deixando o breu tomar conta do cômodo por alguns segundos. Escuto o som uivante do vento. Tão vivo e assustador, eriçando os pelos do meu corpo.
Oh, Deus, o que pode ser?
Encaro a janela e fito através dela a rua, não posso ver nada, está tudo escuro lá fora. Eu posso sentir algo lá fora mal, vindo direto para mim...
Será que estou seguro aqui?
A luz apaga novamente, desta vez para valer. O aquecedor para. Está frio agora. A casa completamente escura. Por alguma razão fico apreensivo.
Sinto um calafrio percorrer minha espinha, rápido, congelando minhas costas como se despisse-me. Fico sem alento. Sinto meu coração acelerar.
Minha mente então diz baixinho:
Eu sei que não há ninguém aqui.
Tentando me confortar.
Por que eu estou morrendo de medo?
Me pergunto rapidamente, olhando em volta sem nada enxergar.
Apenas petrificado de medo!
Porque eu estou tremendo e eu estou pensando,
De algo mal à espreita.
Sinto-me de repente vigiado.
Abro a porta do quarto e corro, o mais rápido que posso.
Desesperado, tomado por uma agonia que cresce depressa, toco no interruptor, surpreso vejo a sala cheia de luz.
Respiro fundo. Meus olhos percorrem cada canto do cômodo.
Então, algo preto e muito rápido...
Passa diante dos meus olhos. Realmente muito rápido a sombra foge!
Acovardada? Talvez! Planejando um ataque surpresa? Provavelmente!
O que eu mais temia como uma criança!
A escuridão.
Foi a vinda da noite...
Quem a trouxe, agora meus horrores tornaram-se bastante real.
Meus pesadelos...
Senti como se houvessem mãos me segurando. Enchendo-me de pavor.
Um novo barulho agora... O quê foi? Um outro uivo? A fantasmagórica canção do vento?
Insuflando nova vida... Alguém? Aqui? Onde?
Estou enlouquecendo!
Porque eu estou tremendo e eu estou pensando,
De algo mal à espreita.
Coração na garganta. Posso ouvi-lo ruidoso nos meus ouvidos, inflamado. Posso senti-lo na minha carne, batendo descompensado.
Oh, céus!
Eu poderia gritar...
Tento. Minha voz não sai.
Sim, eu estou tremendo e eu estou pensando,
De algo mal à espreita.
E me esperando no escuro...
Escuro!
Meu corpo contraído, rígido pelo medo. Meus olhos semicerrados, esperando a qualquer momento algo surgir e me arrastar para seu lar negro e sem futuro.
O que é isso na casa...
Que a escuridão traz para a vida?
Eu sinto seus olhos em cima de mim!
Olho para o relógio cuco... Tic-tac, ele faz.
Aqui tem uma arma branca perto de mim. Pego a faca em completo pânico, mas esta claro, eu posso ver tudo a minha volta. O sofá velho e rasgado, a mesa de centro com manchas de bebidas, a TV reflete minha imagem magra e pálida, a tinta bege-fosco estampa a parede, a estante repleta de fitas, discos, Cds e Dvds declaram meu amor pelo bom e velho Rock and Roll.
A escuridão está logo ali, no cômodo ao lado. Mas pera aí... Está ficando tudo muito calmo!
O silêncio me incomoda. Será que o mal está realmente planejando algo?
Penso alarmado:
Seja o que for que espera por mim,
Ela esconde debaixo da minha cama.
Se eu tentar dormir esta noite,
Pela manhã eu vou estar morto!
Ou será que estou mesmo louco? Pergunto-me.
Porque eu estou tremendo e eu estou pensando,
De algo mal à espreita.
Sinto o coração apertar.
Deus, o que faço agora? Preciso ficar calmo, preciso respirar mais devagar, raciocinar um pouco. Afinal como cheguei nisso?
De algo mal à espreita,
E me esperando no escuro...
Talvez tenha sido aquela música, aquela que ouvi mais cedo! Seu som estridente contaminou meus ouvidos, viciosamente penetrante, enlouquecendo-me! Foi isso!
Como ela dizia?
De algo mal à espreita,
E me esperando no escuro...
Escuro!
Escuro?
Lembro-me na infância, assustado até com a minha própria sombra.
Então será isso completa paranoia?
De algo mal à espreita,
E me esperando no escuro.
A escuridão!
Ah! Essa música de Thrash metal, Heavy metal... A escuridão, ela chama-se. Chamando.
Devo culpar — Metal Church, por tê-la lançado um dia ou o cover do Stone Sour — que mais cedo repetidas vezes ouvi?
Talvez seja tudo um pesadelo.
Então ACORDE — minha mente diz.
Talvez o som uivante do vento tenha-me despertado medo.
Então PARE DE SER MEDROSO — minha mente diz.
Talvez a música... Ela com certeza envolvente, fez sua parte.
Então NUNCA MAIS OUÇA ELA — minha mente diz.
Balanço a cabeça. Para os lados, freneticamente.
Não. Não. Não!
Talvez a culpa seja apenas dessa minha loucura.
O que eu mais temia como uma criança...
Monstros na escuridão.
Está silencioso aqui, vazio e frio. Não vejo nada de errado no claro.
Agora mais calmo. Vou pegar os pedacinhos de mim que estão espalhados no chão de madeira, reunir forças, voltar para o quarto. Penso. Deitar e relaxar. Esquecer essas coisas. Ouvir uma boa música de Thrash metal, Heavy metal...
Delírio, foi tudo isso!
Delírio, só pode ser!
Acho que não devo me preocupar.
De algo mal à espreita,
E me esperando...
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