Limpeza Geral

Saiuni abre a porta da geladeira e agacha para pegar umas frutas na gaveta, naquela manhã fria de dezembro a mulher só queria comer uma salada de frutas com bastante melão e então aproveitará para fazer para as pessoas que tem se tornado seus companheiros de rebeldia, Tales nem tanto porque acima de tudo ele era uma criança bondosa, mas, Dinesh, adorava pirraçar e cutucar Elton com Saiuni, ele adorava ver o sorriso de realização que provocar o mais velho lhe garantia. Já estava quase completando três meses que Dinesh havia chegado em Gindren e Saiuni não podia estar mais realizada em todos os sentidos.

— Tá fazendo o que, Lôra? — Dinesh pergunta assim que adentra a cozinha, Saiuni está de costa para a porta e picando a metade do melão que havia separado.

— Picando melão! — Diz e continua seu trabalho até reparar que está sendo observada, então ela ergue a cabeça e encara Dinesh apoiado na pia, bem ao seu lado. — Que foi? — Pergunta enrugando a testa.

— Nada! — Dinesh murmura e aperta suavemente o vínculo formado entre as sobrancelhas da mulher. Em seguida espeta com um garfo alguns cubos da fruta. — Quais os planos para hoje?

— Arrumar a casa! — Chantal exclama adentrando a cozinha, a mulher fecha a porta e segue para a pia onde Saiuni e Dinesh se encontram, ela entra no meio do casal vestida com sua roupa de treino e lava as mãos enquanto encara o moreno. — Hoje é dia da limpeza geral e como você agora é um morador, mesmo que seja por tempo indeterminado, vai ajudar como todos!

— Limpeza geral? Desculpa a pergunta, senhora Hensley mas qual o propósito desta faxina? A sua casa já é um brilho! — Dinesh pergunta e observa Chantal ir até a geladeira e pegar ovos, ir até o armário e pegar uma frigideira e seguir para o fogão.

— Mãe, a senhora foi correr sozinha? — Saiuni pergunta rapidamente antes mesmo que Chantal responda Dinesh, a mulher concorda com a cabeça.  — Por que não me chamou?

— Porque você estava dormindo! — Chantal exclama e torce o nariz enquanto sorri e indica com a cabeça. — E agarrada com Dinesh, claro! É só o que vocês sabem fazer agora também!

Saiuni tenta disfarçar e volta a picar o melão com mais velocidade, Dinesh percebe a inconsequência e pega a faca da mão da mulher.

— Para com isso! — Dinesh exclama baixo, Saiuni faz cara de confusa e nega. — Vai acabar se machucando, Saiuni!

— Não vou, me devolva?! — Saiuni murmura a resposta e então se assusta quando Chantal aparece e pega a faca da mão de Dinesh e começa a fatiar o queijo.

— Aqui em casa a nossa limpeza é de provas e arquivos. — Chantal murmura enquanto continua seu trabalho com a faca e o queijo, ela para um momento e olha para Dinesh enquanto gira a faca na mão e come um pedaço de queijo. — Vendas de armas usadas, aparelhos com dados de externos, essas coisas…

— Queima de arquivo?  — Ele pergunta surpreso.

Saiuni nega e já com outra faca na mão ela volta a cortar frutas, a melancia é o alvo desta vez.

— Queima de arquivo é matar uma testemunha importante para o encerramento de um caso. — A loira explica e pega um cubo de melancia, mastigando lentamente. — Aqui, meu pai só obriga a gente a acabar, ocultar todas as provas e a forma fácil que eu e o Keid conseguimos de fazer isso em menor tempo, é vender!

— E tem dia pra isso?

— Toda segunda semana de dezembro é dia de limpeza. — Keid diz adentrando a cozinha terminando de vestir uma camiseta preta e colocando uma pilha de aparelhos em cima da mesa de jantar, computador, tablet, celular, câmera e muitos outros. — Minha parte está aqui, que a propósito já estão configurados de fábrica.

— Mas isso não é incriminar outra pessoa? — Questiona assim que recebe uma taça de salada de frutas. — Caso liguem vocês aos crimes, claro!

— Essa é a intenção! — Elton diz entrando pela porta que momentos sua esposa entrou. Ele larga algumas sacolas sobre a bancada e senta no banco recebendo um prato de omelete de Chantal. — Obrigado, querida! — Ele agradece com um rápido beijo e logo volta sua atenção para Dinesh. — Se uma pessoa, um dia, chegar a ser incriminada e em seguida presa, aí já é problema dela que comprou o aparelho usado e sem saber quem usou. É errado e contra leí, tá comprando porque quer!

— Também é errado matar e ocultar provas do crime, seja qual for o crime, também é errado formar quadrilha, obrigar e coagir o próximo para seu benefício próprio! — Dinesh exclama sem conseguir se segurar, olhando para Elton enquanto come colheradas de frutas. — É errado de tantas formas o que você faz e a pessoa que está comprando os aparelhos quase nunca vai pensar nos antecedentes criminais da pessoa que lhe vendeu, pode ser que ela esteja comprando por estar mais barato e ela esteja precisando urgente, pode ser caso de vida ou morte, pode ser sim uma pessoa tentando economizar e não se dando conta da furada que está se metendo, mas, isso não é problema seu né? Pois você já destrói muitas vidas e mais algumas não tem problema!

Dinesh exclama alto o suficiente para Elton e todos na cozinha escutem, seu semblante carregado de fúria faz com que Elton largue seu café e siga até o homem que o desafiou. Então, Dinesh e Elton estando cara a cara, o mais velho murmura com ódio entredentes.

— Não vi você tendo ataque de consciência quando assaltou aqueles bancos! — Elton respira profundamente, parecia estar juntando força e paciência. Dinesh fica surpreso por Elton saber, mas não tão surpreso quanto Saiuni. O moreno não move um músculo sequer, fica somente com mais ódio acumulado. — Não vi você chegando aqui e se defendendo dos ataques lhe imposto, vi você chegando no meu território e se informando, vi você chegando de mansinho e enganando essa trouxa! — Elton aponta para Saiuni que pisca sufocada com as novas informações. — Vi você e Saiuni tentando me enganar, tentando, porque eu não consegui... ver vocês conseguirem me enganar com aquele papinho de colega de escola. Eu vejo você se enforcando a cada dia que passa, porque você não passa de um idiota que está no lugar errado e com as pessoas erradas!

— Querido… — Chantal murmura tranquilamente colocando a mão sobre o ombro do marido. — Venha tomar o seu café, está esfriando.

— Você se acha né? — Dinesh diz de repente, Elton o encara cansado. — Senhor Hensley, sinto lhe informar que o senhor não sabe de absolutamente nada! Sinto muito mesmo em lhe dizer que fora deste território que o senhor comanda, fora daqui, você não é nada! — Dinesh gargalha e espeta o garfo no peito de Elton em provocação. — Posso sim, ter assaltado diversos bancos, mas, da mesma forma que o senhor pesquisou isso, pesquise também sobre vítimas durante os assaltos! Eu nunca matei nenhum ser humano, nunca fiz e nem pretendo afetar diretamente um cidadão de bem e trabalhador, que acorda todo dia para levar a comida para a mesa de sua família! — Dinesh exclama sem gritar mas apontando os erros de Elton um a um. —  Preciso informar ao senhor, que você não é Deus! O senhor não é ninguém para decidir a hora, o lugar, os motivos e julgar os crimes de uma pessoa se você está cometendo um crime pior, hediondo e mais escroto que o dela. Ou melhor! — Dinesh sorri friamente como um lobo preste atacar. Saiuni respira fundo, nunca tinha visto Dinesh daquela maneira defensiva. Ela tinha... adorado! — Seu dinheiro não comprará sua liberdade quando o seu território ruir!

— Seu filho da puta! — Elton exclama com ódio e com toda sua força ele soca o homem à sua frente, que vira o rosto com impacto e limpa o sangue rudemente enquanto posiciona a taça vazia na pia.

Saiuni grita quando vê a faca ser empunhada por Elton e ir em direção à Dinesh, a loira então, tentando impedir que sangue jorre pela cozinha, entra no meio dos dois homens e encara seu pai descontrolado.

— Pai! — Saiuni grita com os braços abertos e olhos arregalados. — Não faça isso! Pare para pensar o quão difícil vai ser limpar esta sujeira, ou, se ele tem mais a esconder do que você já achou! Pare pra pensar que com ele, vivo, você tem menos a perder do que ele morto e sem dar notícias para alguém lá fora!

Keid e Chantal agem com rapidez e seguram Elton pelos braços, quando ele ainda fora de si ergue a mão e crava a faca no ombro direito de Saiuni.

O sangue jorra! Saiuni arfa e seus olhos se enchem de lágrimas, lágrimas de traição e dor! Seus olhos se erguem e vê Elton a encarar sem nem um pingo de arrependimento, aquilo a dilacera por dentro como lâminas enferrujadas em uma tortura, e então, ela chora!

Saiuni grita em lágrimas e treme tentando respirar e suportar a dor e a vontade de gritar novamente. A loira ajoelha e com a mão esquerda puxa a faca cravada e joga no chão, a raiva toma conta de seu corpo!

— Seu maldito! — Saiuni grita entre dores e sangue. Dinesh ajoelha ao lado dela e pressiona um pano de prato sobre a ferida.

— Elton! — Chantal grita e em seu último ato de paciência ela ergue a mão e bate três vezes no rosto do marido. — Seu imbecil! Você esfaqueou nossa filha! Como pôde? Nossa menininha!

— Sua vadia! Você e ela! — Elton berra nos braços de Keid, o loiro aperta os braços do pai com força e ódio. — Ela está enganando você também!

— Isso não é motivo para você esfaqueá-la! Seja qual for o motivo, você nunca deve machucar a sua família! — Chantal murmura raivosa segurando o queixo do marido e o encarando com mágoa. — Nunca mais me xingue de vadia! Ou você vai ver a vadia fazer você sangrar! — Chantal solta o queixo de Elton e encara Keid.  — Apaga ele, filho!

🤜🏾💣💣💣🤛🏾
Oláaaa, tudo bom meus lindos?🤷‍♀️

BOA MADRUGADA!❣

E aí? O que acharam desse capítulo? 🤔

Dinesh e Elton na surra de palavras e Saiuni no meio não deu em coisa boa! 😩

Booom, é isso, logo mais eu volto!
🤗

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