Inesperado, Retorno
Dirigindo da forma mais tranquila que consegue e por não estar no melhor momento para sair a um passeio na cidade; visto que no dia anterior pessoas famosas foram assassinadas dentro de um jantar beneficente, num país conhecido e com muita influência, uma criança sumiu, levando em consideração tudo isso trazer a criança desaparecida para público um dia depois, não é muito inteligente.
Assim que desceram da balsa, Saiuni percebeu que a cidade estava tranquila e instantâneamente soltou a respiração que nem sabia estar segurando. A loira olhou para o banco traseiro ao parar em um farol vermelho, deparando-se com o menino enfiando a mão na boca enquanto olhava pela janela do carro.
— Tales! — Chamou, preocupada, que ele se engasgasse ou coisa pior com a mão dentro da boca. Mas o menino nem desviou o olhar da janela. — Garoto tira essa mão da boca! — Alertou novamente à ele que pouco se importou, revirando os olhos, voltou a olhar pra frente e a dirigir. — Parece que você gosta de um passeio de carro. — Ela concluiu no fim.
Repentinamente, Saiuni começou a pensar se Tales gostaria de andar de moto como ela gosta, se ele gostaria de ter os cabelos balançando com o vento, assim como ela! Porém, mas do que depressa eliminou essa idéia da cabeça quando um presságio de Tales caindo e se machucando à atingiu.
Olhando pelo retrovisor viu que Tales tinha alterado a mão, franziu a testa e murmurou pra si mesma:
— Será que você está com fome? Pode ser, é melhor dar comida pra esse garoto antes que ele abra o berreiro de novo. — Reparando na cadeirinha que alugou na balsa, constatou que tinha feito uma boa escolha, poderia se acostumar à essa rotina.
Parou em outro farol e antes que possa dar continuidade ao seu novo praxe de encarar Tales, o relógio antigo da igreja começa a badalar. 09:00; a viagem de balsa leva-se em média uma hora e meia, duas horas até chegar em Hidden.
Enfim, terminando de manobrar o carro na vaga do estacionamento, sai e abre a porta de Tales pegando uma mochila cheia de coisas, com cuidado coloca um bonézinho na criança para cobrir seu rosto e o pega no colo, trancando o carro em seguida. Caminha para dentro do estabelecimento, consideravelmente grande, com Tales e suas mãos babadas sentados na cadeirinha do carrinho de compras.
Saiuni e Tales se encontram no supermercado Coruja, é um modelo de varejo, vende de tudo! A dona do estabelecimento, Raqueli, é uma senhora que começou vendendo sorvete na praça e agora tem essa pequena fortuna; todos de Hidden, e as outras quatro cidades de Vacaciones, conhecem e tem um Coruja em seu território. Coruja é conhecido por sua feira noturna, sendo que os sorvetes de Raqueli são as atrações principais; Saiuni em toda sua vida, só conseguiu ir à feira duas vezes, a primeira vez foi em seu aniversário de dezoito anos que com a ajuda de Keid à levou escondido de Elton. Ficaram de castigo depois disso. A segunda vez foi quando Keid matou pela primeira vez, Saiuni queria animar o irmão e nada melhor que sorvete, Elton queria culpá-lo quando voltaram e ela o defendeu, foi a primeira vez que Saiuni o enfrentou, não ficaram de castigo pois já eram velhos demais pra isso.
Outra vez, os pensamentos de Saiuni foram longes e ela começou a refletir que, sempre defenderam e ajudaram um ao outro e pensar que ela e Keid estavam brigados a ponto dele não querer mais olhar na cara da irmã, faz com que ela queira chorar.
Saiuni olhou pra cima evitando que lágrimas caiam e quando voltou o olhar para baixo, Tales está chacoalhando um Pernalonga de pelúcia desesperadamente enquanto murmura sons incoerentes. A criança percebe que está sendo observado e a olha pedindo ajuda, não entendendo o desespero da criança em direção ao coelho. Saiuni pega o brinquedo que lhe é oferecido e inspeciona o coelho, não achando nada demais.
— O que é menino? — Pergunta confusa e estica o brinquedo em direção ao garoto, Tales ergue a mão e bate na cabeça do coelho. — Seu agressivo! — Saiuni coloca o Pernalonga de volta na prateleira e então Tales se acalma. Desconfiada, ela espia a criança com a mão na boca, se perguntando por que é que ele não gosta do Pernalonga? — Vamos para o caixa crionça!
No caminho até o caixa, Tales encontrou um Patolino de pelúcia, agarrando o brinquedo com força não soltando nem para pagar.
— Solte Tales! — Pede com carinho e paciência pela quinta vez e oferece um pirulito como troca, obtém sucesso. — Obrigada querido.
Assim que sua atenção volta para a atendente, percebe um interesse peculiar no olhar da mulher. Seu pensamento voa e ela começa a pensar em possíveis rotas de fuga, até que a mulher murmura:
— Tão novinho e já tem personalidade forte! — A mulher abre um sorriso planejado. — Você também, já tão novinha e já tem filho!
— Essa é consequência de quem faz sexo não é querida? — Saiuni murmura em deboche, estica o braço e pega preservativos na prateleira perto do caixa. — Melhor levar alguns né? Você não entende né? Não faz sexo, ao que parece, muito tempo não é?
A mulher faz uma careta de julgamento e raiva e continua a passar os produtos selecionados, desde os alimentos à roupas e outros itens que um bebê usaria. Saiuni notou que se fosse ficar com a criança, o gasto seria tremendo! Suas economias de anos, foram para o bolso de Raqueli. Contudo, terminou de ajeitar as sacolas no carrinho e devolveu o Patolino para Tales, recebendo o pirulito de volta.
Pegou o recibo da mão da mulher e se virou para seguir seu caminho, porém olhou para frente e se deparou com uma morena poderosa e intimidante que conhecia há tempos.
Bo Ting parou em frente ao carrinho e abaixou o olhar, examinando Tales. Sua cabeça se ergue e ela brinda Saiuni com um sorriso irônico.
— Desde quando tem um filho? — Pergunta afiada como navalha, Saiuni olha em volta e a atendente os observa curiosa e risonha.
— Desde que eu fiz sexo e que ele saiu de meu ventre! — As palavras saem antes que ela possa se policiar. — Agora, se me der licença, Tales precisa comer.
De cara fechada, desviou de seu corpo esbelto seguindo para o estacionamento. Não acreditando que a mulher tinha retornado, Saiuni começa a buscar lembranças em sua memória, Bo era namorada de Keid até meses atrás mas sua família a convocou na Coréia do Sul e Saiuni pensou ter perdido contato para sempre. Sorrindo de orelha a orelha, Bo Ting a segue até o carro, a loira revira os olhos ainda não crendo.
— Como Keid tem passado? — Pergunta após já ter guardado todas as compras. — Saiuni?
— Quando voltou? Como sabia que estaria no Coruja? Veio magoar o Keid, de novo? — A Hensley joga seus questionamentos em cima da pergunta da outra, Bo Ting revira os olhos.
— Pelo que percebi você continua rancorosa! — Fala a morena com um curvar de lábios irônico.
— E você continua debochada! — Saiuni sorri e Bo sorri em seguida, além de namorada de Keid, vizinha e cunhada é também sua melhor amiga, a única na verdade. — Eu senti tanto a sua falta, Bo! — Diz dando uns passos e a abraçando com todas as forças. — Pensei que não ia te ver mais!
— Eu disse que voltaria, Sah! — A coreana se afasta e a olha num misto de desconfiança e mágoa. — Por que não acreditou?
— Olha minha filha, se você ouvisse da sua amiga, "Meus pais descobriram o que fizemos e me intimaram em casa... na Coréia!" — Olhou dentro de seus olhos escuros como carvão e murmurou. — não teria muitas esperanças!
— Está me subestimando, sabe que eu consigo sair de qualquer lugar. — Então, Bo olha atrás da amiga e franze o cenho, Saiuni também se vira e vê Tales murmurar sons incoerentes de alegria e entusiasmo para com o Patolino. Na defensiva, Saiuni abre um sorriso nervoso e passa a mão no cabelo quando a amiga a olha querendo informações. — Quem é essa criança?
— Você não sabe o tanto de coisas que mudaram e aconteceram em sua ausência, mulher! — Diz nervosa e força uma risada para liberar a tensão.
🤜🏾💣💣💣🤛🏾
OIIEE! 😘
🎉Feliz dia do leitor🎉
(...um pouquinho atrasada...)
Vocês são os melhores leitores💋
O que acharam do capítulo?
Acham que agora Saiuni decidiu ficar com a criança?
E a amiga/namorada que pareceu? 🤔
Boom até a próxima, beijocas.💋
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