Caos Plantado

Keid fecha a portinhola do porão, onde sua mãe tinha mandado prender seu pai e, segue para fora da biblioteca, do outro lado da casa ele escuta barulho de água corrente e vassoura sendo arrastada no chão, Chantal estava a trinta minutos tentando tirar a mancha que a poça de sangue tinha formado no chão da cozinha.

Estava todo mundo descontrolado! Era tudo o que Keid conseguia pensar desde que tudo tinha acontecido, ofensas, gritos, faca entrando, sangue, faca saindo, gritos, choros, sangue, ofensas, isolamento de Elton, isolamento de Saiuni e Keid, fuga disfarçada de Tales com Bo Ting e agora tudo estava em silêncio.

No mais perfeito e incômodo silêncio.

Por alguns segundos, Keid para no pé da escada e respira fundo. Precisava que tudo voltasse ao normal o mais depressa possível! Pronto para subir os degraus ele para novamente para pegar o celular no bolso e volta a subir enquanto atende sem ver quem liga.

— Alô? — Keid fala e franze a testa vendo o rastro de pingos de sangue na escada, sem perceber ele solta um suspiro e desce os degraus que havia subido, indo em direção a cozinha.

— Tesouro, não tá dando mais pra enganar Tales! — Bo cantarola ao telefone. — Já podemos voltar?
Keid chega a cozinha, vai até o armário de produtos de limpeza e pega um pano de chão e um desinfetante.

— Um minuto, vou verificar. — Keid murmura para a namorada e espia o chão que sua mãe no momento puxa a água com um rodo. Nem uma mancha de sangue aparentemente, ele dá de ombros. — Beleza, já podem vir. — O loiro diz e acena para Chantal enquanto volta para a sala e enfim a escada.

— Ainda bem! Eu tinha esquecido que com as consultas com a fonoaudióloga, Tales fala mais rápido, mais correto e com mais desespero e questionamento que antes! — Bo murmura e Keid sorri. — Você acredita que, ele me disse que está achando muito estranho esse passeio repentino sem a autorização da mãe dele!

— É normal ele se preocupar com Saiuni, Bo. — Keid murmura enquanto esfrega o chão.

— Mas não é normal ele ter ouvido biônico, Keid! — Bo exclama e para um momento, Keid pode ouvir Tales a chamando e eles conversando. "Quem tem ouvido bonito, tia?" "Ninguém querido! Todo mundo tem orelhas horrendas! Vai lá na gangorra, olha como é legal ele sobe e desce e desce e sobe diversas vezes!" Bo suspira. — Pronto, viu o que eu disse? Eu falo qualquer coisinha e Tales brota do meu lado como mágica!

Keid solta uma gargalhada enquanto limpa o último degrau.

— Kei? — A mulher chama novamente.

— Fala!

— E a você sabe quem? Tá melhor? — Bo pergunta se referindo a Saiuni, Keid suspira.

— Nem sei, vou ir no quarto dela agora, por isso eu vou desligar e depois te mando mensagem. — O loiro explica e se põe de pé, em instantes ele arregala os olhos e xinga. — Que droga!!

— O que houve agora? Sah está bem? Foi Elton? — Bo pergunta assustada se esquecendo de esconder os nomes, Tales logo está ao lado dela. "O que tem meu vô, tia Bo?" "Nada querido, já foi na gangorra? Vai no gira gira agora, vai!"

— Não aconteceu nada, querida, mas eu preciso desligar, beijos e cuidado na volta pra casa! — Dizendo isso ele desliga e encara o corredor com rastro de sangue até o quarto de sua irmã. — Não pode ser verdade, mano!

Minutos depois, Keid para na porta do quarto de Saiuni e bate na porta antes de entrar. Assim que está dentro do cômodo ele escuta o choro abafado dentro do banheiro.

— Eu não aguento mais, Dinesh! — Saiuni sussurra agarrada ao corpo do moreno. A loira está sentada na pia com o ombro e parte do braço enfaixado, o rosto no peito de Dinesh e as mãos segurando a camiseta do mesmo. — Esse foi o golpe final! Meu pai me esfaqueou… — Ela engasga no próprio choro e começa a soluçar, Dinesh acaricia os fios dourados em consolo. — Nunca imaginei que chegaria a esse ponto… tá doendo demais!

— Quer outro analgésico? — Dinesh pergunta beijando o topo da cabeça da mulher.

— Não… Porque é uma dor interna e não pelo corte. — Saiuni murmura. — Eu sabia que ele não gostava de mim, mas, não quis acreditar que ele ia chegar a me machucar! Afinal de contas… ele é meu pai!

— Tudo bem, querida. Calma! — Dinesh sussurra e acaricia as costa dela. Nada parecia estar ajudando.

Keid saí do quarto e suspira, ele vai até o banheiro daquele andar e pega uma caixa de primeiros socorros, dentro da caixa ele pega uma injeção de Midazolam, um sedativo para diminuir a ansiedade e a dor da pessoa. O loiro então faz o caminho de volta para o quarto e devagar entra no banheiro, Dinesh logo o encara protetivo e Keid ergue a injeção.

— INJEÇÃO PARA ACALMAR ELA! — Keid murmura sem som para Dinesh que após um momento de dúvida dá espaço para que Keid chegue até o braço da loira.

Keid se aproxima dos dois e rapidamente injeta o líquido da veia de Saiuni, que ergue a cabeça os encara e sonolenta. A mulher ergue o braço bom e aponta acusadoramente para o irmão de olhos semicerrados.

— O que você me deu? — Saiuni sussurra pausadamente. — Seu feioso!

— Sinto muito maninha! — Keid murmura se aproximando da irmã, que o encara com os olhos repletos de lágrimas. — Desculpe mesmo por não ter te protegido, como prometi! — O louro acaricia o rosto da irmã e seca algumas lágrimas. — Sinto muito que ele tenha tocado em você hoje, mas, isso não irá mais acontecer, beleza? — Saiuni acena em concordância e logo apoia a cabeça no ombro de Dinesh e desaba em um sono de completo esgotamento. — Não vou permitir! — Keid sussurra para si mesmo vendo Saiuni enfim dormindo.

— Nós não vamos permitir! Eu, não vou permitir! — Dinesh exclama o encarando determinado. —  Seu pai não vai mais machucar quem eu amo, nem que pra isso eu vá contra os meus princípios mas eu não vou deixar que ele a machuque novamente, Keid!

— Estou contigo! — Keid murmura firme o encarando. — Nem que seja a última coisa que eu faça, eu vou libertar que eu amo!

Tendo feito um acordo de união e força, Keid sai do quarto e Dinesh acomoda Saiuni na cama e arruma a manga do pijama para que a faixa não apareça.  

Duas horas depois, Tales sobe a escada o mais rápido que consegue e invade o quarto de sua mãe. O garoto para no batente da porta, quando vê Saiuni dormindo. O menino olha em volta e se depara com Dinesh saindo do banheiro.

— Oi carinha, já chegou? — O homem murmura indo até o menino. — Como foi o passeio?

— Foi legal! — Tales diz rapidamente e volta a olhar para a mãe na cama. — Por que a mamãe está dormindo?

Dinesh respira fundo e acaricia os cabelos negros de Tales.

— A mamãe estava com dor de cabeça e, — Dinesh começa a contar sua mentira treinada, quando ele lembra de Saiuni falando que não gosta de mentir para o filho. Certo! Ele seguirá o exemplo, tudo bem que ele não contará a verdade nua e crua, mas não irá mentir sobre tudo. — a mamãe machucou o braço e tomou um remédio pra dormir e tirar a dor, entendeu?

— Entendi, Din. — O garoto concorda sério. — Mas a mamãe vai melhorar logo?

— Vai sim! A mamãe é forte e corajosa não é? — Dinesh pergunta e pega o garoto no colo o abraçando enquanto o mesmo acena sorrindo docemente. — Pois é, e para ela melhorar bem mais rápido, vamos fazer companhia pra ela ali na cama, beleza?

— Beleza!

Assim, Dinesh colocou Tales do lado direito da cama e deitou do lado esquerdo, deixando Saiuni entre os dois e tentando lhe passar mais conforto e segurança possível!

🤜🏾💣💣💣🤛🏾
Bom diaa!!

Gente queria pedir desculpas pela demora mas eu tive uns probleminhas!

Saiuni está arrasada, Keid e Dinesh estão determinados, algo bom sairá destes sentimentos?

É isso, beijocas!

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