Ausência e Arrependimento

O dia estava quase amanhecendo e ninguém tinha conseguido dormir. Em parte, a culpa era da criança e de Saiuni. Tales, só sabia chorar o que colocava todo mundo louco e Saiuni nada sabia fazer, tudo o que ela entendia sobre bebês era que eles tinham que comer.

Por outro lado, Chantal estava bêbada, se embebedou para esquecer o passado mas piorou sua situação,  Keid queria sua mãe forte, poderosa e estável de volta

O relógio marcava três e quarenta e sete da manhã, Keid pode suspirar de alívio quando sua mãe enfim se deixou levar pelo cansaço e dormiu, um sono turbulento mas tinha, enfim, fechados os olhos.

Fechando a porta do quarto com todo cuidado do mundo, Keid começa a andar em direção as escadas para o primeiro andar onde localiza-se seu quarto. Contudo, o choro agudo da criança o faz arregalar os olhos e correr para o quarto da irmã.

— Fala sério Saiuni! — Resmunga assim que adentra o quarto azul escuro, quase roxo. Olha em volta e se depara com o quarto vazio. — Saiuni?

— Estou no banheiro! — Escuta a voz baixa da irmã e percebe que o chuveiro está ligado. — Venha aqui!

Com a testa franzida e achando estranho a irmã estar o chamando em um momento tão íntimo, ele põe o ouvido encostado na porta e exclama:

— Não vou entrar, — Declara e volta a olhar o quarto, reparando tudo fora do lugar. — fala o que você quer!

— Entra logo, Keid! — Grita Saiuni de dentro do banheiro se arrependendo logo em seguida, quando a criança volta a chorar dolorosamente. — Não estou tomando banho, seu palerma!

Dando de ombros ele aperta a maçaneta e abre a porta, se deparando com uma cena nada comum. Saiuni segura a criança na lateral do seu corpo enquanto o balança curvada em direção à banheira preta e fecha as torneiras.

— Tá fazendo o que? — O loiro pergunta e caminha em direção a mais nova.

— Descobri que o garoto está com febre! — Exclama e ergue Tales no braço para entrega-ló ao irmão. Mas a criança percebe a intenção da mulher e se encolhe automaticamente voltando a chorar. — Tá, tá, entendi!  — Saiuni murmura voltando a encostar Tales, em seu corpo. Depois ergue o rosto para o irmão e aponta para a banheira. — Coloca a mão aí dentro e vê se a água está agradável.

— E como eu sei, que está agradável? — Pergunta arregaçando as mangas longas da camiseta.

— Se estiver no seu gosto para tomar um banho.

— Eu gosto de banho gelado.

— Keid!

— Certo! Entendi! — Keid diz por fim vencido e faz o que se pede. — Mas como você sabe que é bom dar banho em criança com febre? E como tem certeza que ele está com febre?

— Usei o termômetro, do kit de primeiros socorros da mamãe. Marcou 39.8, acho que isso é alto o suficiente para dizer que é febre. — Saiuni explica lembrando de momentos antes. — E não sei, pesquisei na internet e num vídeo disse para refrescar a criança no banho, caso não tivesse remédios.

— 39.8! — O loiro grita assustado e acaba, por assustar a criança também.
— Meu Deus, garota! Vamos chamar a mamãe!

Saiuni segura Keid pela mão, quando ele ousa querer sair do cômodo.

— Não faça isso! — Exclama de olhos arregalados, Keid para e olha para ela e o bebê nos braços, até Tales parece o encarar. — Se fizer isso, mamãe vai nos esfolar vivos!

— Beleza... — Resmunga desistindo, suspirando e revirando os olhos. — Então vamos chamar o papai.

Saiuni o encara seriamente e começa a tirar a roupa da criança.

— Acho que não é só o Tales, que está doente. — Resmunga e com cuidado começa a banhar o pequeno. — Dúvido Elton vir. E se ele voltar aqui pra casa, torça para a mamãe não acordar, pois vai ficar só o Tales se ela descobrir que você foi contra as ordens dela.

— Então vai fazer o que? — O homem pergunta encostado na pia. — Nem você e nem muito menos eu, sabemos cuidar de uma criança. — Passa a mão no moletom cinza que está vestindo e se endireita perto da irmã. — E também sabemos, que fora eu, ninguém desta casa vai te ajudar com essa bomba. Não se esqueça que você sequestrou o pirralho aí, por conta própria.

A mulher ergue o rosto em sua direção e faz cara de deboche.

— Pega aquela toalha amarela, lá em cima da minha cama, por favor. — Pede e volta a banhar Tales, que sorri e bate os pés. Keid retorna com o que é pedido e então Saiuni volta a falar. — E é justamente por já ter voltado a lucidez, que estou planejando como devolver George para a sociedade.

— Não era Tales? — Keid zomba e é molhado pelos dois.

— Não vou me apegar mais e, me encrecar mais por essa criança. — Saiuni se ergue com a criança enrolada na toalha.

— E como a gênia, planeja devolver o pirralho aí? — Keid aponta para a criança de olhos penetrantes.

— Com a sua ajuda, claro! — A loira começa a andar e para quando algo a incômoda. — E para de chamar ele de pirralho...

Saiuni sai do banheiro e Keid a segue gargalhando.

— Ué! Se não quer se apegar, isso não deveria lhe incomodar. — Zomba. —  Como você é iludida maninha! — Murmura aos risos se jogando na cama. — Vai sonhando com isso viu! Você que não planeje isso direito, que vai ter cuidar do sem nome, para todo sempre!

Saiuni o encara alarmada com um sentimento recém descoberto, o medo, que toma conta do seu corpo.

— Não, Keid!

— Sim, Saiuni!

Keid senta-se na cama e se delicia com o desespero de sua irmã, era raro quando ele conseguia ver Saiuni em pânico. E quando isso enfim tinha acontecido não ia perder a chance, como um típico irmão, em gravar e poder rever depois. E assim ele fez, pegou o celular do bolso e nos últimos minutos de bateria conseguiu gravá-la.

Contudo, isso não levou muito tempo pois aquela mulher conseguia se recuperar e achar uma solução por entre os problemas!

— Beleza, posso planejar mais cuidadosamente então! — A mulher sorri perversamente e levanta com a criança nos braços, seguindo para fora do cômodo.

🤜🏾💣💣💣🤛🏾
Oiie gente!
Tudo bom?😌

Okay, me digam o que acharam do capítulo. 🙃

Saiuni desesperada e Keid achando um máximo o desequilíbrio da irmã. 🤣

É isso, até o próximo. 🌷

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