A Última Reunião

Saiuni acordou três vezes naquela noite tempestuosa de janeiro, sentia-se aflita. Uma dor abdominal fora do comum e ela sentia, pela terceira vez voltando do banheiro que boa coisa não viria pela frente.

- Está passando mal? - Dinesh pergunta quando ela se deita ao lado dele.

- Estou meio ruim.

- Percebi, terceira vez que foi no banheiro e quando fui te ajudar, duas horas atrás, quase me bateu! - Dinesh comenta enquanto acaricia as costas de Saiuni.

- Estou com um mal pressentimento! - Saiuni sussurra de olhos fechados e com a testa franzida em preocupação e dor.

- Não vai acontecer nada, se você dormir, pela manhã vai estar bem melhor e preparada pra tudo!

Saiuni acena e segura na camiseta de Dinesh, como uma barra de segurança enquanto os trovões davam sinais de presença, demonstrando que não iriam embora tão cedo.

No momento em que os raios solares atravessavam as montanhas em volta da casa, Saiuni já estava acordada e olhando pela janela, observando a natureza acordar e brilhar com os orvalhos da chuva, se sentia ainda mais enjaulada do que em todos os últimos anos, queria chorar mas não iria dar aquele gostinho aos seus pais, seria forte por seu filho!

- Reunião na biblioteca, agora, Saiuni! - Elton bate na porta e do outro lado da madeira ele avisa. - Não demora! Eu sei que já estão acordados!

Dinesh sai do banheiro e faz uma careta enquanto seca os cabelos com uma toalha, olha pelo quarto e encontra Saiuni de braços cruzados olhando pela janela, na mesma posição de quando entrou no banheiro.

- Elton é tão inconveniente! - Ele murmura e se aproxima de sua namorada séria e sem emoção. - Vamos colocar nosso plano em prática, não precisa ficar nervosa com isso, lôra...

- Como você tem tanta certeza que estou nervosa por isso? - Saiuni pergunta se virando e o encarando.

- Só pode ser isso, não negue, já te disse que nada dessa vez vai dar errado, confia em mim! Eu te amo e dessa vez, quem fez o plano foi o assaltante e não o homem apaixonado e que não pensa nos porém. Se tiver empecilho eu vou contornar ele, pode acreditar! - Dinesh sorri e Saiuni reflete sua ação, tudo bem, ela daria um voto de confiança no homem que amava. - Vai se trocar, antes que o surtado volte.

- Tá bom... - Saiuni se ergue e beija brevemente os lábios do moreno. - Vai preparando o café de Tales?

- Claro! - Dinesh sorri - Não vai perder a calma hein, Saiuni!

- Não prometo! - Ela diz entrando no banheiro assim que ele abre a porta do quarto.

Assim que Saiuni entra na biblioteca, joga uma pasta com documentos em cima da mesa do pai e se joga na poltrona vaga e mais perto que encontra.

- Cheguei! - Diz mordendo uma pêra e jogando o cabelo para trás do encosto da poltrona.

- Atrasada e a última como sempre! - Elton murmura folheando um registro de catalogação que pegou dentro da pasta.

- Não começa! Lê aí e me esquece, encosto! - Saiuni reclama apontando para as folhas em sua mão, não suportava nem estar no mesmo cômodo que ele. - Não estou nem ganhando nada e quer me obrigar a chegar no horário, hipocrisia! Vai se ferrar com essa perseguição pra lá! - Saiuni continua a resmungar enquanto come sua fruta e então Keid joga uma bolinha de papel nela.

- Fica quieta! - Ele sussurra sem som, Saiuni fecha a cara em desdém.

- Não enche, Keid! - Saiuni resmunga sem som também.

- Vai, Elton! Começa logo! - Chantal exclama abrindo o mapa com uma planta de uma casa, em cima da mesa de madeira.

- Nosso alvo da vez é um traficante, Leandro Damião. Vamos entrar na casa dele e eliminar ele e toda a sua produção! - Elton explica para Chantal e Keid, Saiuni está alheia a suas falas enquanto lixa suas unhas, ela para um momento quando Chantal questiona de repente.

- Toda a produção? O que você quer dizer com produção, Elton?

Elton chega perto da mesa e indica no mapa.

- Vamos queimar toda essa plantação de coca e maconha!

- Não quero me meter com traficantes não, Elton! - Saiuni reclama o encarando.

- Você não tem querer, você que irá riscar o fósforo! - O homem exclama com a feição raivosa, seus olhos impiedosos encarando a filha como uma rival! - Impossível você não conseguir! Até o Tales sabe fazer isso! Se você teimar e continuar recusando, quem sabe eu não leve ele para fazer esse trabalhinho? É tão simples como acender uma vela de aniversário!

- Não ouse chegar perto do meu filho com essas suas mãos imundas! Seu porco! - Saiuni grita perdendo o falso controle que vinha atuando. Keid toca o ombro da irmã e ela o encara, lembrando do plano, ela não queria e nem iria colocar tudo à perder. - Eu vou fazer o que você está falando, mas, não me culpe se acidentalmente o fogo chegar até você! Seria trágico, perder um pai tão dedicado!

- Vamos parar vocês dois! E parem agora antes que eu me irrite! - Chantal perde a tão conhecida calma e voz, suas narinas dilatam com a precisão em que ela ameaça.

Elton revira os olhos e ainda com raiva ele diz à Keid.

- Sua única missão é prender as outras pessoas, que provavelmente estarão lá, e, prendê-los aqui - Elton explica e indica um cômodo no subterrâneo da casa. - Mantenha todos obedientes e sem fazer cagada que, eu e sua mãe vamos fazer todo o resto.

- Beleza! Sem problemas até então! - Keid murmura passando a mão pelos fios de cabelo ainda úmidos pelo banho.

- Posso ir? - Saiuni questiona caracterizando uma voz e expressão de cansaço e desânimo. - Tenho que ver meu filho.

- Pode! - Chantal autoriza enrolando o mapa.

- O próximo encontro, já vai ser o grande dia, vamos nos reunir só hoje pois é uma coisa simples e rápida. - Elton explica vendo os filhos se erguendo e indo em direção à saída. - Pretendo voltar pra casa ainda no mesmo dia e comemorar menos ratos no mundo!

- Aí! Quanta hipocrisia desse cara! - Saiuni resmunga alto passando pela porta. - Não tenho paciência pra demência!

- Não me desafie, Saiuni! - Elton grita histérico ainda na biblioteca, juntava forças para se conter. - Demência tem o seu namorado! Aquele dissimulado!

- Não começa, Elton! - Chantal diz passando por ele com o mapa do terreno em mãos, sua cabeça indica o piso quando sela uma ameaça silenciosa. - Não começa pois agora mesmo eu te prendo e não há, quem te tire de lá!

Chantal sai da biblioteca e bate a porta. Elton fecha os olhos e crava os dentes em seu lábio inferior, precisava se acalmar, era o que ele ficava se repetindo mentalmente. Seu punho bate com força diversas vezes a madeira maciça da mesa.

- Que ódio! Vou matar todos eles!

🤜🏾💣💣💣🤛🏾
OLÁ, MEUS AMADOS!
BOA NOITE!🌜

Como podemos ver, é todo mundo com planos e armações para todo lado nesta mansão, quem será que vai se dar bem?
Façam suas apostas! 💣

Beijocas e até a próxima! 💋

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