A Escolha Foi Você Quem Fez
A palavra morrer dita com desespero e crucialidade, trás Dinesh para a realidade, ele larga o homem no chão ainda vivo e chega em Chantal, Saiuni estava pálida! Tentava puxar o ar e suava frio enquanto arfava desesperada com os olhos arregalados. Dinesh paralisa. O que ele iria fazer? Não era médico! Ele se vira para Chantal que o encara de olhos arregalados, sem qualquer reação.
- Reage! - Ele exclama a balançando pelos ombros. - Você não é bióloga, química, enfermeira ou algo assim?! Como faço pra ela voltar, Chantal?!!
Chantal passa pelo homem e tira o travesseiro velho e empoeirado que a cabeça de Saiuni estava apoiada, suas mãos agem com rapidez enquanto estica o corpo de Saiuni. Em seguida ela vira o rosto e chama por Dinesh, o homem vai para o outro lado da cama e sobe no colchão.
- O que eu faço? - Ele questiona largando a mochila e suas coisas no chão. Chantal estende os braços na frente do corpo e pede que a imite, juntando as mãos uma sobre a outra e apontando onde encaixá-las.
- Firme as suas mãos aqui, - Ela explica acomodando entre os seios de Saiuni. - faça trinta compressões, conte, conte alto pra não se perder. - Chantal instrui e espera até ele começar a massagem torácica. - Quando você completar trinta, faça respiração boca a boca duas vezes. Entendeu?
Dinesh acena ainda colocando força, pressão e todo seu empenho na massagem. Chantal se afasta da cama e passa pelo corpo ensanguentado no chão, vai até as coisas no chão e pega a pistola de choque. Ela volta para onde estava, e coloca a arma na frente de Dinesh, o homem confuso ergue o olhar rapidamente.
- Pra que isso? - Ele pergunta ofegante.
- Se não resolver... Se ela parar e não voltar... Você usa isso! Vai ser como uma carga mínima de um desfibrilador, só atinja ela duas vezes!
- Onde você vai? Não temos tempo! Vão vir nos buscar! - Ele questiona e sem perceber acaba falando demais. Chantal para um segundo, depois volta a pegar as armas do homem quase morto.
- Vou buscar o meu filho, encontramos vocês dois onde? - Ela fala já perto da porta, esperando o final da contagem.
- Na frente da casa! - Ele murmura afastando o receio e pensando somente e salvar Saiuni. - Tem quinze minutos! Vai logo!
Dito isto, Chantal saí do quarto pulando a brecha da porta caída, seus pés seguem para a última porta, ela sabia que alguma coisa inesperada ia lhe atingir! O fato de que com todos os estrondos, tiros e gritos desesperados não fez com que Elton aparecesse era no mínimo estranho! Chantal desconfiava que ele iria tramar algo para lhe afetar.
Seus dedos se fecham em torno da maçaneta e ela gira com cuidado, a porta se abre revelando um escada de madeira com outra porta na outra extremidade. Sua lanterna ilumina cada passo que ela dá em direção aos degraus; treze degraus acima e ela para em frente a porta, sua mão se fecha em torno da maçaneta e ela não gira, seu suspiro é audível e então sem pensar em idéia melhor, estende os braços e firma ambas as mãos em paredes opostas. Como uma flexão de braços e um agachamento, ela sobe as pernas para seu peito o máximo que consegue e então chuta. Os pés batem com força, rapidez e ao mesmo tempo na fechadura e o trinco despenca para o lado de dentro.
Chantal solta as mãos e bate uma na outra, tirando a sujeira e feliz por seu ato. Ela empurra a madeira que a separa de seu filho com uma mão e com a outra ela aponta a arma, seus reflexos detectam o momento que Elton atira a primeira faca e então ela se joga no chão, a faca bate na parede e cai no chão perto de seus pés. Uma mão segura seus cabelos na nuca e a ergue, Chantal arfa surpresa e antes que a dor tome parte de seu raciocínio, empurra o cotovelo pra trás e atinge a costela do homem, ele a solta e ela caí, sua perna esquerda se estica e ela passa pelos pés do homem, ele despenca sem esperar e ela se ergue, a arma em sua mão treme conforme ela dispara três vezes contra o peito de seu agressor sem pestanejar.
- Você é uma maldita! - Elton grita atrás dela. Chantal se vira com um sorriso que se desfaz quando vê Keid sendo feito de escudo. Seu filho tem uma faca cravada no braço direito e uma outra coisa, que ela não sabe definir o é, presa no ombro esquerdo de Keid. As mãos de Elton não tremem enquanto segura firme uma arma preta pressionada na temporã e outra pistola prateada e menor dentro da boca do mais novo.
Chantal treme sem saber como agir. Ele atiraria no próprio filho? Sua cabeça gera uma resposta antes que ela possa entender. Com toda certeza ele apertaria os gatilhos, nenhuma das armas estavam apontadas para a mulher e sim para o filho! Os olhos vermelhos vidrados de Elton a assusta e ela move o olhar para Keid. Seu filho a encara sem forças, sangue escorre por sua testa e ele tenta manter os olhos abertos, sangue escorre por seus braços e ele deixa escorrer uma lágrima de desalento. Não sentia nada além de dor física, essa dor não deixava as feridas internas o consumirem.
- Larga meu filho, Elton! - Ela exclama tentando apontar a arma para a cabeça de Elton. Juntava forças para atirar, tinha medo de atingir Keid então ela pondera. - Larga meu menino agora!! Você não tem esse direito!
- Eu posso tudo!! Eu faço o que quero! - Ele grita e aponta a mão com a pistola preta pra ela. - Saia da frente!
- Claro que não! - Ela grita de volta ainda segurando a arma. - Só saí daqui quando meu filho estiver livre ou comigo morta!
- Então eu te mato! - Elton grita possesso.
Os dois franzem a testa confusos, quando escutam sirenes e barulho de helicóptero se aproximando. Elton se desespera. Chantal engole em seco, finalmente entendendo que os quinze minutos de Dinesh tinham chegado ao fim e com um propósito.
- Fim da linha, Elton. - Chantal murmura e trava os lábios um no outro, tentava não lembrar de tudo que passaram juntos. - Me entrega Keid e você ainda tem uma chance pra correr!
Elton juntas as sobrancelhas, se perguntando se vale a pena. Ele dá uns passos pra frente e então joga Keid pra frente, o loiro cai nos braços de Chantal que o ampara enquanto Elton corre porta a fora.
- Filho! Keid! Meu menino! - Chantal exclama desesperada vendo Keid estremecer sem forças para gritar, quando ela remove os objetos de seus braços. A mulher repara em pequenos furos e sangue seco pelo corpo do loiro, mas ignora por hora. - Fala comigo, filho! Conversa comigo, sim? Sua irmã precisa de você! Sua namorada precisa de você, Keid!!
Keid abre os olhos completamente sem força e encara os olhos claros e cheios de lágrimas de sua mãe. Ele respira fundo e sussurra conforme as sirenes ficam mais próximas.
- Mãe... - Keid faz uma careta de dor. - Eu não estou aguentando de dor nos braços! Tá doendo muito!
- Filho, faz uma força, por favor! - Chantal exclama desesperada, lágrimas caem por seu rosto em grande quantidade. - Não temos muito tempo e eu não vou conseguir te carregar!
Passos pesados se aproximam e logo Dinesh aparece na porta arfando.
- Vamos! Rápido! - Ele chama e encara os dois no chão. Soltando um suspiro pesado, move os pés até mãe e filho, se abaixa e com cuidado ajuda Keid a se erguer. - Vem Chantal, desça na frente!
Chantal pega as armas espalhadas pelo chão e passa pela porta, descendo os degraus rapidamente e se deparando com Saiuni sentada no primeiro degrau e encostada na parede.
- Ai minha filha! Saiuni! - Chantal exclama sorrindo e abraçando, Saiuni passa os braços pela cintura da mãe ainda sem força e soluça. - Vai ficar tudo bem, vai ficar tudo bem! Calma meu amor...
Dinesh passa por elas, ainda apoiando Keid. Ele olha para as duas rapidamente e murmura.
- Temos três minutos, ou menos, para descer! - Dito isto, ele espera as duas passarem na frente, caminhando pelo corredor e logo descendo as escadas. Seu braço firma ao redor do cunhado, apertando para ergue-lo do chão e carrega-lo pela escada, então o moreno escuta o som de hélice e então um grito sem força.
Dinesh solta Keid no último degrau quando vê Chantal ser presa pela cintura por Elton que lhe afaga o quadril. Saiuni segura no encosto do sofá com a mão direita e com a mão esquerda ela apoia seu peito, seus olhos, ainda que debilitados pela crise de mais cedo, focam nos pais e ela respira fundo.
- Escuta aquela sirene... - Ela sussurra puxando o ar e apontando para a porta. - não vai te impedir de nos matar, e, também não vai te impedir de fugir, não é Elton?
- O que você está falando sua peste? - Elton grita e sua mão treme quando ele aponta a pistola para a cabeça de Chantal num impulso. - Desapareça da minha frente! Saiam daqui! Antes que eu mate a sua mãe! Você quer isso? Que eu a mate?
Dinesh sente a mão de Keid segurar seu braço e apertar, ele se equilibra e se ergue do degrau.
- E você? Quer isso? Você vai conseguir matar a sua esposa? - O loiro pergunta apertando seu abdômen e tentando estancar seu sangrento. - Para de show e vá embora logo Elton! Você é uma escória!
- Eu não vou permitir que, além de vocês irem embora e acabarem com a minha vingança, leve também Chantal! - Elton exclama e Saiuni olha para Chantal, sua mãe estava com o semblante tranquilo e sem nem um pingo de medo ou desespero em seu olhar. Parecia em paz consigo mesma. - A equação é simples! Vocês vão embora e seguem com as vidas de merdas de vocês, e eu ficarei com a mãe de vocês pra mim, quando nos casamos juramos ficar do lado um do outro e se hoje, eu for preso, ela vai junto!
- Não! - Keid murmura tentando firmar sua voz. - Eu não vou deixar você ficar com a minha mãe, Elton!
Saiuni olha para trás e encara Dinesh, seus olhos lhe dizem que não há nada pra fazer, não há o que lutar e nem o que insistir, Chantal estava melhor com Elton, não adiantava brigar se ela não queria ver! Saiuni podia ver nos olhos de Chantal que ela queria acreditar no marido. Dinesh volta a segurar Keid e começa a puxar ele para fora.
- Me solta! Saco! - Ele tenta gritar e sente lágrimas molhar seu rosto. Keid encara sua irmã e murmura desesperado e com urgência. - Por favor, Saiuni! Você não pode deixar ela com ele! É a nossa mãe, porra!
- Kei... - Saiuni chama carinhosamente e com lágrimas nos olhos. - Não adianta! Ela não quer saber de outra chance! Ela não precisa de outra chance... - Saiuni pega um ferro jogado no chão e anda em direção ao irmão. - Me desculpa mas não tem como eu me arriscar por alguém que não deseja ser salva!
- Do que você está falando!? Está ficando maluca?! - Keid grita e geme de dor pelo esforço, seus olhos se arregalam quando ele vê Chantal sussurrar com Elton, ele abre os braços e ela caminha até os filhos. Suas mãos seguem para o rosto de seu unico filho e Keid chora. - Mãe! Por favor! Não faz isso...
- Meu amor! Eu vou ficar bem. - Ela murmura sorrindo e acaricia os cabelos loiros do filho. - Vá embora e construa uma família! Eu tentei e falhei, mas, vocês... - Ela puxa Saiuni com uma mão e abraça os dois. - Vocês dois são os meus orgulhos! Sinto muito por tudo o que vocês passaram mas a sua irmã tem razão, quero ficar com o meu marido!
- Temos que ir! - Dinesh murmura com urgência logo após uma olhada em seu relógio. Seus olhos encontram os azuis molhados de Saiuni e exclama. - Agora!
- Anda! - Elton grita impaciente e ergue a arma. - Vamos logo Chantal! Chega desse drama todo!
Chantal se prepara para se afastar e então Keid segura sua mão e com um sobressalto ele tenta se afastar para fora da casa com sua mãe em seu encalço. Dinesh arregala os olhos quando vê Elton tremer e apertar os punhos em torno da arma, ele mira e seus dedos seguram o gatilho; Saiuni se vira para onde Dinesh olha e ela corre, tentando impedir que Elton atire.
Chantal olha para trás no exato momento em que vê Elton com a arma apontada para Keid, seus olhos se apliam em desespero e ela puxa sua mão. Keid se vira e então o disparo é feito, Chantal abre os braços em defesa na frente do filho, o estrondo zumbe os ouvidos de Saiuni que grita angústiada quando vê a mãe ser atingida na cabeça e seu corpo ser impulsionado para trás com impacto. Keid ampara seu corpo sem vida e chora sem reação.
🤜🏾💣💣💣🤛🏾
Boaa tarde!
Peço mil perdões pela demora!
Só que eu tive uns problemas na faculdade e infelizmente fiquei sem tempo de entrar aqui para postar um novo capítulo. Porém, vou já postar aqui hoje dois capítulos.
Beijocas💋
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