Monge, o Stripper - Parte 02 (Final)

— Nossa, que calor... — Daniel sua mais por ser gordinho e pelo tumulto, mas não pelo bombeiro em si, que sequer olhou ali para o canto onde ele e Sandrinho estavam.

Para não perderem o lugar, ambos se revezam para buscar a bebida.

Sandrinho nem piscou quando o bombeiro ficou pelado e quando pensa em piscar entra o executivo. Esse é moreno claro, menor e menos musculoso. Mas cheio de charme. Pede ajuda de forma manhosa para desabotoarem sua camisa social branca, engatinhando até bem pertinho das expectadoras, mas só permite que lhe abram um único botão, fazendo um não com o dedo indicador. Depois vai pertinho de Daniel que parece bem mais interessado, até consegue ganhar uma piscadinha e um beijinho soprado do dançarino como prêmio de consolação por não tê-lo tocado. Esse é peludo do umbigo para baixo, charme natural, pentelhos pretos contrastando com a pele branca, saco pouco volumoso e vara grossa...

Depois tem Cowboy, tem policial, tem zorro, um cardápio baseado nas fantasias que mais fazem sucesso.

Verdadeiro rodízio de caralhos, brancos, pretos, grossos e outros mais finos, torto para a direita, retíssimo, com prepúcio amarronzado ou mais claro e até pica circuncidada, com cabeça mais fina ou cogumelo cabeçudo, depilação artística, liso ou selvagem, saco então variava de tamanho, uns mais firmes outros mais caídos. E as bundas? Mais gordas, mais redondas, mais retas.

Daniel estava ansioso e um pouco irritado por demorarem tanto para passarem com o melhor "petisco" daquele rodízio. Óbvio que o seu favorito causava comoção geral. Era o monge, o mais sério dos dançarinos que geralmente ficava por último, com o suspense pela demora fazendo carteiras esvaziarem no bar que não tinha nada de barato.

Eis que surge uma novidade no horário em que o monge geralmente entrava, para Daniel o coração aperta, para os alvoroçados em frente ao palco aquilo era um deleite. O tipão devia passar tranquilamente de dois metros de altura, pelo físico poderia se exibir em algum concurso de fisiculturista. Cara de mau, barba mal feita, macacão jeans com marcas de graxa preta, trazia consigo uma chave de roda batendo contra a palma grossa da outra mão. Seus olhos focaram no baixote e gordinho do Daniel que sentiu sua "pressão" subir e o "olho cego" piscar furioso só de pensar que o machão ia se pelar todo em minutos.

Seus olhos ficaram arregalados quando o corpo imenso começou a se movimentar ao som de um Techno-metal acompanhado pelos gritos. O mecânico joga em um canto a chave de roda, arranca o macacão de uma vez só mostrando a surpresinha por baixo, outra calça que faz corações pararem e bocas ficarem sem saliva.

Daniel e quase todos que admiravam aquele exemplar de deus grego, viraram os conteúdos de suas garrafas e copos.

Fazendo a linha: macho bruto, ele chamava mulheres afoitas no palco para apertarem seu peito e bíceps duros e imensos, mas os rapazes assanhados ele provocava mais, pedia para apertarem seu cacetão que marcava a calça jeans. Sandrinho foi chamado por aquele dedo que "diz": vem, claro que não ia perder a chance de segurar na anaconda do mecânico, teve mais sorte ainda, inusitadamente ganhou o privilégio de abrir o zíper do cara e meter a mão dentro da cueca e segurar a pica do stripper, tudo muito rápido sendo ele o último a participar muito faceiro da brincadeira. Sandrinho saiu do palco com as duas mãos no rosto escondendo a boca aberta demonstrando a mais pura descrença, parecia que sua alma ia desencarnar. Daniel teve que abaná-lo quando chegou perto.

— Não diz nada, maldito. — Claro que Daniel brincava, mas foi natural sentir um pouco, na verdade muita inveja.

Sandrinho não precisava falar de tamanho e da dureza que sentiu, porque poucos minutos o mecânico ficou 100% pelado. Era tanta informação que as tias mais coroas se abanavam como se estivessem numa de suas crises de menopausa e outros se abanavam como de julho fosse um mês quente de verão.

Que documento!

Daniel só vira aquilo em filme pornô hard, nunca tocara numa coisa tão monumental. Era, O caralho! Uma tora de veias dilatadas que o deixavam quase indecente, prepúcio escuro, cabeçorra mais clara. O mecânico provocava sabendo que o saco imenso que balançava deixava sua plateia hipnotizada, como se balançasse um objeto encantado.

— É muita informação, cheguei a tontear, vamos... — Daniel sentia aquele gosto amargo na boca, pois estava crente que o mecânico era o último a dançar, pois as luzes mudaram e por sorte Sandrinho o segura pelo suéter ou perderiam o lugar.

Um canto gregoriano que antecede sempre a entrada do monge começa tão baixo e quase abafado pela gritaria histérica. Daniel sente a pressão subir de verdade.

— Ai meu Deus, minha nossa senhora, ai... Vai me dar um troço, viado. — Daniel quase passa mal quando por trás da fumaça densa, uma luz amarela brilha, aumenta e revela o homem que a conduz para dentro do palco que é seu agora.

O monge nunca foi de fazer gracejo, apenas encara. Ele é bonito sim, lindo e misterioso. Talvez apenas seja parte do seu papel nas noites em que se revela. Um grosso hábito marrom muito escuro lhe cobre dos pés a cabeça, aparecendo sandálias usadas por padres franciscanos enquanto caminha portando o candelabro com uma vela. Ele mantem-se cabisbaixo até que aquela música sacra e sinistra cesse e a vela apague.

O jogo de luzes revelam o belo monge agora entregue a dança caracterizada por movimentos sensuais que acompanham o lento movimento de livrar-se das vestes, a começar pelo capuz, crucifixo, cordão na cintura. O monge ainda é o melhor dos dançarinos, o mais quente, geralmente o som escolhido contém temas obscenos e sua provocação é diferente dos colegas que brincam com o público, o monge brinca só consigo. Naquela noite fora o único a não usar uma roupa por baixo da fantasia, que quando arrancada revela o senhor supremo das "homenagens" de Daniel. Este quase se toca ali mesmo de tanto tesão pelo macho que sequer percebe sua existência.

De costas para o pole, o monge se acaricia por inteiro demonstrando o prazer que sente consigo, fazendo quem o vê, crer o quão delicioso é. Todos gostariam de passear as mãos no peito peludo, músculos sem exagero, sua região pubiana onde ele dá apenas uma aparada, pendendo ali o símbolo da masculinidade dura ao limite, que chicoteia o ar, quando ele fecha os olhos pensando em algo. Um espetáculo é ver um caralho que parece ter vida própria. Então finalmente ele se ajoelha na frente da plateia e permite que dedos afoitos acariciem suas coxas grossas e toquem em seu peito.

— Não creio, eu fiquei lá na semana passada e na outra, e ele sempre vinha pra cá, esse filho da puta.

Daniel pode amar, mas odiando é melhor ainda. Não esperava que o monge se levantaria e fosse caminhando na sua direção com o pau apontando para sua cara. Seu olhar chegou a ficar vesgo mirando no buraquinho da cabeça, agora há centímetros da sua cara. Da rola gostosa chegava a pender um fio de baba que Daniel meteu a mão assim que o monge se ajoelhou para ele. Só que Daniel não soltou sua pica, indo contra qualquer regra da casa, beijou a pontinha do caralho e ficou com aquele gostinho meio salgado nos lábios, os quais ele lambeu deliciado.

O monge pego despreparado esqueceu que não podia fazer o que acabou fazendo e projetou seu quadril para a frente metendo na boca do cara que tanto o desejava. O monge passou a foder a boca faminta de Daniel, que chupava gostoso, mostrando que sua língua era a melhor dançarina da noite, fazia ela sambar em volta da cabeça, usando uma das mãos para segurá-lo pelas bolas inchadas, que foram esvaziadas em sua garganta.

Daniel tocando-se por cima da calça acabou gozando na cueca e ninguém percebeu. O monge finalizou a sua maluquice beijando de língua a boca quente do rapaz que chupou pica do dançarino mais desejado das noitadas.

*

Sandrinho e Daniel saíram calados da casa noturna, ambos com aquele risinho travesso e cúmplice.

— Consegue dirigir? — Sandrinho pergunta.

— Não dá, tô chapado.

— Eu também.

Ambos riem como se fosse piada.

— O que você acha da gente dormir dentro do carro? Já é domingo e seu pai nem usa o carro cedo.

— Só usa essa bosta quando eu chego tarde, deve ser implicância. — Rebate Daniel abrindo a porta do seu lado e entrando. — Vamo embora, praga. Que é, virou estátua de sal?

Sandrinho não reponde, mas uma voz que ele nunca ouviu.

— Tem uma carona aí gente? — Daniel se segura para não fazer aquela cara de bocó, mas é meio impossível.

O monge!

— Ah sim, entra. Vem na frente, claro. Sandrinho xispa.

Sandrinho segura um risinho debochado.

— Ahmmm... Monge, desculpa. Nossa agora eu fiquei sem graça. Sou o Daniel e atrás é o Sandrinho.

O rapaz dá o primeiro sorriso que Daniel vê.

— É Joel, o monge foi demitido agora há pouco. — O monge se apresenta. — Não podia ter feito aquilo com você, é regra. Pode tocar ou dar um selinho, coisa leve, mas não... Aquilo.

— Eu adorei. Quero dizer, foi meio punk né. Imagina o que está pensando de mim agora.

— Também curti. Aliás, faria de novo. Ah, pode me deixar aqui... Moro logo ali...

— Bacana. Faria de novo, quer dizer que não se arrependeu? — Daniel sente-se vaidoso e sorri todo bobo.

— Não. Quer dizer que faria de novo, outro dia. — Nisso ele sai do carro sorri e pisca para o rapaz, que leva uns dez minutos para sair do lugar.

Quando chega em casa, Daniel nota que seu celular desapareceu do porta moeda do carro e xinga alto.

— Demonho! Pode ser gostoso, mas roubou meu aparelho novinho, cretino. Que ódio.

— Tá reinando porque Dani?

— Nada Samuel. Dormiu em casa?

— Nem dormi. Recebi aquelas notícias que fodem a vida do cara pelo resto da vida. Bia tá de barriga.

— Bem feito, quase derrubam a parede do meu quarto de madrugada com aquela pouca da vergonha.

— Pouca vergonha é o que tu faz por aí. Dando o cu, chupando pinto...

— Pelo menos eu não encho a barriga de mulher nenhuma. E o cu é meu e chupar um pintão é uma delícia... Boa noite.

Samuel dá uma gargalhada enquanto o irmão sobe a escada de madeira, tendo levado o telefone convencional na mão. Daniel joga-se no colchão (a cama ainda está quebrada) e liga para o seu número que atende no segundo toque.

— Monge, meu celular.

— Está comigo.

— Isso é lógico, garoto. Posso buscar agora?

— Não. No almoço. Almoça comigo?

Daniel sorri sozinho e pensa: vai ter sorte assim na casa do caralho.

— Aceito. Mas só pra conversar. Já ganhou um boquete...

— Que foi uma delícia... mas agora quero te conhecer melhor...

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Este conto é fictício como os demais.  

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