capitulo 34
Brooke
É assim que acontece.
Uma hora tudo está bem, confortável, como o usual, até algo, vamos dizer que um meteoro, invade sua vida e vira tudo de ponta cabeça.
E esse meteoro tem nome. Héctor Beaufort.
Brooke não precisou bater na porta e entrar. Assim que pisou na varanda ela se abriu, dando a ilustre imagem dele, seu rosto sério e olhos azuis a encarnado com puro ódio.
Seria difícil dizer que eram pai e filha ali.
Estavam mais para inimigos mortais ou algo assim.
Não disseram uma palavra um para o outro, Brooke passou por ele ainda o fitando, e assim que entrou passou seus olhos pela casa a procura dele.
Mas não o achou em nenhum lugar.
— Cadê ele? — Se virou de frente para Héctor.
— Achou que eu o entregaria assim? — Caminhou até a cozinha, sabendo que estava sendo acompanhado. — O que ele tem, Faith? É impressionante, de verdade, que você tenha vindo até aqui para o resgatar. Pensei que não se importasse com os outros o suficiente para isso.
— Cadê ele, Héctor?
Era incrível que mesmo os dois falando baixo e calmamente a cada palavra era notável a ameaça escondida por trás.
— Em algum lugar, sendo torturado — diz simplesmente.
Sua mandíbula tensionou, ele não havia se recuperado totalmente da última e era possível dizer que essa poderia até mesmo ser pior, mas queria acreditar que ele era forte o suficiente para aguentar firme.
— Agora vamos falar sobre que merda você tem na cabeça de procurar por coisas para serem usadas contra mim. — Se vira pegando um copo parecendo de cristal no armário e uma garrafa de whiskey, enchendo-o sem a olhar. — Não pensou que todos seus luxos femininos acabariam? Ou que você não viveria para contar a história? Ou melhor ainda, toda essa sua liberdade acabaria assim que eu dissesse uma única palavra? É, provavelmente não. Você foi estúpida, Brooke, achou que 20 mil calariam a boca daquele jornalista idiota? Tenho até uma certa pena, ele não teve ao menos a oportunidade de usar... Ou dizer sua última palavra, a garganta estrangulada não permitiu.
Era algum vicío por esse tipo de executação?
Ele solta uma lufada de ar, expressando seu divertimento, provavelmente não foi ele quem o matou, mas assistiu. Não sujaria suas mãos com isso.
Brooke respirou fundo, o observando tomar goladas da bebida amarga. Héctor queria brincar, então brincaria.
— Agora, falando do seu namoradinho, meu querido genro, onde o conheceu? Na faculdade? Se apaixonou justo pelo jogador de hóquei popular. — Ri de escárnio. Andando até ela com o copo quase vazio em mãos. — Isso sim é engraçado, foi estúpida por achar que ele gostaria de alguém como você? Não, Faith, sinto em lhe dizer, pessoas como nós não tem pares românticos, eles desistem, ficam desgastados com os problemas, quando você menos espera vão embora sem pensar uma segunda vez ou o que isso poderia causar.
Ele deu a brecha que ela precisava.
— Como minha mãe, Héctor? — Ela quase sorri com a raiva, da mais pura, o exalando.
Só não esperava que ele pegasse o copo e tacasse no chão com força, o vidro desenhado se despedaçando no chão, foi possível quase sentir os estilhaços pegando na sua pantirrilha, mesmo que coberta pela calça. Logo em seguida, a mão dele pegando em seu rosto, a segurando pela bochecha, apertando com a unha e enquanto andava a forçava a ir junto, ainda mantendo os olhos nos seus.
— Acha que pode falar dela, Faith? — A parede bate em suas costas, Héctor aproveitou para empurrar sua cabeça paraa trás, batendo com força e a segurando ali. Ela cutucou a fera e agora essas eram as consequencias. — Eu queria que você tivesse morrido aquele dia.
Apesar das palavras duras e repletas de angústia e ódio, seu rosto estava inexpressivo. Brooke não pensou antes de dizer:
— Eu também — revelou, apesar de não ter ficado claro, apenas ela sentiu a dor ao falar, a realidade de por trás daquela máscara que tanto vestia dia a pós dia, nunca tinha vivido a exata sensação de algo bom antes dos dias mais recentes.
Aquele em que Jason e seus amigos estavam envolvidos, até mesmo hoje, antes de tudo.
Percebeu claramente que tudo vivia escondido por medo de se revelar e ser pior, mas agora não tinha volta, sequer sabia se sairia viva dali.
Escutou um baque e desviou o olhar mesmo com dificuldade por causa do aperto que continuava. Viu Jason, pior do que antes, já esperava por isso, mas mesmo assim sentiu uma pontada em seu peito. Mais uma vez ele estava machucado e cansado, mais uma vez isso era por sua culpa.
— Está olhando bem pra ele, Faith? — Sussurra, aproveitando a cabeça virada dela par fazer isso bem próximo ao seu ouvido. — Está vendo porque pessoas como eles não nos suportam? É pela dor que causamos nelas, pelas decepções. Porque é sua culpa que ele esteja assim, exclusivamente sua.
Sua. Apenas sua.
Estava com poucas luzes acesas, Jason estava sendo carregado por dois seguraças que o seguravam pelos braços, sua cabeça deitada para frente e o sangue caindo em um fio até o chão. Por mais anormal que fosse, seu corpo reagiu por si, os olhos marejaram francamente, mas foi notável porque juntamente seu nariz ardeu com a imagem. Ela não poderia fazer nada.
— Eu vou te matar. — Prometeu, voltando a olhá-lo. Sabia que faria se necessário.
— Me dê a porra do pendrive e talvez eu solte os dois, mas nunca mais se veram ou terão qualquer contato. — Era o que já pretendia fazer, na verdade. — Pelo menos ele estará livre de você.
Suas mãos se fecharam em um punho, raiva inundando sua visão, até tudo ficar tão escuro que não sabia mais se Héctor ainda estava em sua frente, mas ainda sentia sua respiração em seu rosto.
— Faith... Faith... — Olhou para o lado, Héctor a acompanhando, a voz de Jason soou baixa, pensou que era coisa da sua imaginação, mas não. Seu coração já antes acelerado ficou mais, agora tinha certeza que estava vivo e consiente. — Faith, eu... Eu não te odeio.
Apesar de não ser o que todos esperavam, era daquilo que Brooke precisava, entender que estava tudo bem entre os dois, por mais que a situação seja contraditória, independente de qualquer coisa o protegeria até o fim.
Ergue seu pé em acertou em cima do sapato chique dele, ouvindo seu urro e a soltando no mesmo instante. Sem que ele esperasse, pegou seu momento de distração para o pegar pela cabeça e o acertar na parede atrás de si. Héctor caiu, o nariz vazando sangue. Viu os dois homens segurando Jason e avançou, eles não usariam armas contra ela, não sei a permissão do chefe.
Pegou a faca presa na barriga e fez o que tinha que ser feito. Se protegeu e protegeu Jason, agora jogado no chão, sem ao menos forças para se levantar.
— Sua estupida. — Escuta a voz alta de Héctor, precisava se apressar, mas não sabia como fazer mais, a casa toda era vigiada, estava ficando sem recursos, e com Jason meio desarcordado seria impossível sair sem enfretar todos eles.
Enfiou a até o fim na centro do pescoço de um dos seguranças e no outro aproveitou para o desestabilizar cortando suas pernas e socou seu rosto, seu peso todo caindo no chão em seguida.
Percebeu som de passos apressados se aproximando e sabia que estava fodida. Enquanto permanecia a frente de Jason, agachada, em total posição de defesa, sons de tiros foram ouvidos do lado de fora. Não soube se estava ou não segura, mas a cara de Héctor dizia que isso não estava em seus planos.
Ele estava indefeso, mas sabia muito bem que ele sabia lutar melhor do que ninguém; apesar de nunca ter visto, ele precisava saber alguma coisa já que seu cargo era preciso saber se defender.
Mas aí quatro homens aparecendo vindo da porta de trás, correndo e sabendo que precisavam proteger seu chefe, pela cara de Héctor quase de alívio, soube que nem tudo estar ganho.
Estava quase aterrorizada com as possibilidades do seguinte.
A porta da frente se abriu atrás de Héctor, de supetão.
— Você não faz ideia do quanto eu queria fazer isso. — a voz feminina soa divertida, chamando atenção de Brooke e Héctor.
Parada na entrada, com suas roupas amarrotadas e com respingos de sangue sorria Maxine, agora a traidora.
Ela fez um sinal e os homens que até então, aparentemente, protegiam Héctor foram até o seu lado, sem nenhuma expressão em seus rostos. Estava claro quem sairia vivo.
— Acha mesmo que antes de eu ir, eu não te levaria junto, Héctor?
— Está fazendo isso por vingança, Maxine? Sério? O quão patética você é, não é por mal que Faith seja igual. — Diz se referindo ao tempo em que as duas não se largavam.
Apesar do destino já ter sido declarado, Héctor não pediria arrego, seu orgulho era quase tão forte quanto o de Brooke.
— Acha que eu confiava o bastante em você para não desconfiar de cada passo seu? — Bufa uma risada.
Um dos homens cai no chão, desacordado é uma poça de sangue se estende próximo a sua cabeça, todos os outros ficam alertas, mas logo todos estão da mesma forma.
— Tenho mais seguranças do que só esses em frente a casa, eles vigiam e ouvem tudo 24 hrs.
Brooke sem saber o que deve fazer, se sentiu levantamento invisível por um instante, aproveitou que estava ainda agachada em frente a Jason e procurou por sua mão, sem olhar para trás.
A achou, mas estava fria e mole, arfou e tentou não pensar no pior apesar de ser impossível. Apertou sua mão sobre ele querendo fazer mais. Se arrastou minimamente, não se importando com a conversa raivosa entre os dois, pegou a arma de um dos homens que matou e escondeu por baixo de sua roupa.
Logo mais uma vez esperou alguns seguranças entrarem, bem menos, mas grandes e fortes o suficiente para derrubar as duas. Brooke se levantou, e se preparou, a chacina começaria.
— Brooke... — Max a chamou. — Só quero que saiba que eu queria ter sido melhor pra você, sua mãe gostaria que eu tivesse.
Os beauforts franzem o cenho por a mãe de Brooke ter sido inserida na conversa novamente.
— Eu tenho conheço mais do que imagina, Héctor, Océane me contou tudo. E aposto que você não faz ideia de quem eu seja, mas isso não é importante agora. — Brooke entreabre seus lábios.
Océane...
Ela sabia a quem esse nome pertencia.
Já havia lido sobre a mulher, a sua mãe, mas nunca chegou a pensar muito sobre. Lembra de na infância a curiosidade ter falado mais alto e não resistiu, tinha apenas duas vezes sequer pensado nela. A última a fez nunca mais querer.
A Brooke andava pelo corredor, no escuro e silenciosamente, apesar de já ser madrugada, teria que não fazer barulho por causa da Maxine, seu sono era tão leve quanto de uma pena. Com o coração na mão e tremendo um pouco pelo nervosismo, entrou no quarto proibido.
O quarto do seu pai.
Sabia que ali tinha alguma coisa sobre a mulher que lhe deu a luz, e foi atrás. Era um pouco triste nunca ter ao menos ouvido seu nome, ou uma foto sua. Até que lembrou de uma vez ter ouvido o som da TV ligada no quarto dele e ouviu por trás da madeira era um locutor falando sobre algum esporte, não ficou muito tempo para descobrir.
Fechou a porta com cuidado e viu na mesma TV uma mulher se chamada Océania patinando brilhosamente na pista de gelo, era a coisa mais bonita que tinha visto em toda a sua vida, e mesmo sem ver seu rosto sabia que ela também era.
Foi ali que começou sua paixão na patinação e a última vez que teve qualquer dislumbre de sua mãe.
Da outra, apesar do medo, andou devagar até o homem sentado no sofá, encarando o celular e sem dar a minima para a criança.
Perguntou baixo:
— Pai... Por que eu não tenho uma mãe? — Era dificil explicar, mas as perguntas rondavam sua mente toda vez que via outros meninos e meninas com suas familias na escola, se perguntava porque não tinha aquilo também.
Ele a olhou, friamente.
— Você a matou — se curvou na direção de Brooke. — E nunca mais de chame de pai. — Se levantou e saiu.
🫀
— Quem é você, Maxine? — rosna.
— Se eu disser, você não acredita. — Ela anda até ele, sorrindo, parecendo saber que mesmo sem sua pequena equipe, não perdeu. Não ainda. — Você nunca vai saber...
Foi rápido e nem os seguranças meio afastados previram, mas ela estava preparada, pegou algo afiado, só foi possível ver o brilho do objeto e o perfurou na barriga, Maxine não teve tempo de se defender, um tiro soou e mais uma vez foi certeiro em sua cabeça.
Brooke ficou paralisada no meio de tudo aquilo, agora só restava usar todas as balas que faltavam no pente da sua arma.
A raiva te pertencia como nunca antes. Não pensou muito mais, aproveitou que a atenção não estava em si e retirou o material duro para disparar um tiro atrás do outro, os pegando de surpresa. Deixando por último, a última bala, para seu querido pai.
Ela aproveitando do corte, pressionou ali o escutando gemer. O fez ficar de joelhos na frente de si, orgulhosa, mais do que deveria. Seu lábio tremia, então o fez parar.
— Eu te prometi, e agora vou cumprir. — Posiciona a mira na testa de Héctor, indefeso, mas não menos orgulhoso.
— Me mate, Faith.
— Eu vou. Só quero te dizer que eu sinto muito por Océane.
O eco a desestabilizou por completo, foi o último tiro, não haveria mais nenhum. Tudo e todos que passaram por sua vida desde a infância estavam mortos.
Suas pernas tremeram e não a impediu de falharem. Brooke caiu de joelhos em frente ao corpo morto de Héctor. A casa em que sempre viveu agora estava mais pesada do que nunca, tão silenciosa de repente que fez seu ouvido doer fortemente.
Seu peito pareceu ter caído nos mais fundo dos buracos. Estava perdida.
Em meio a todo o silêncio, um gemido sôfrego soou, ela olhou para o lado, se deparando com Jason se movendo um pouco. Foi até lá com pressa, sem medir esforços, apesar da dor interna, precisava dele agora.
— Jason... — sussurrou, afastando o cabelo do seu rosto e vendo os machucados por ele.
— Faith. — Ele ergueu com dificuldade a mão até a dela, apoiada em seu rosto. — Eu sinto muito.
Ela não fazia ideia do que ele estava falando, mas um alivio instantaneo a invadiu com força, não impediu seus olhos de lacrimejarem dessa vez com mais intensidade do que antes. A dor era muito forte, muito mais do que qualquer coisa fisica que já se deu.
— Jason, eu...
Apesar de tudo, ele se ergue um pouco, encostando no último degrau da escada. Colocou a mão na sua nuca e sem nenhuma força, apenas impulsionou levemente ali para que ela soubesse que poderia encostar a cabeça em seu peito e foi o que fez, mesmo de mal jeito, precisava daquilo. Precisava do que Jason dava a ela coisas que nunca tinham feito antes, um carinho.
— Não posso te perder.
— Você não vai. — Acaricia o cabelo dela.
O som das patinhas soam de repente, chamando atenção de Brooke que vê Neit quase correndo em sua direção, ela estava machucada. Brooke jurava que Héctor a tivesse matado por diversão, mas Neit é tão forte... Ela se juntou ali nos dois e recebeu o carinho da sua dona, apesar do pouco medo de Jason pelo animal, não a afastou. Não teria como mesmo se quisesse.
Juntamente, do lado de fora o som de sirenes, pareciam milhares delas, ficavam cada vez mais altas.
— Você não vai me perder, Faith. — Antes da casa se invadido, Jason puxou seu rosto em direção ao dele, aproveitando o que poderia ser o último beijo deles.
🫀
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