capitulo 25
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Jason Hart
Não fui bem acordado.
Minhas mãos tremiam violentamente, mas não consigo tirá-las de onde estão. Presas e amarradas atrás da cadeira, tento respirar fundo mas tenho dificuldade, meu nariz e pulmões doem pra caralho. Não consigo nem me mover.
Sinto mais um soco em meu rosto, e travo a mandíbula com a dor, querendo acabar com o filho da puta, mas não posso.
Minha língua sente repulsa pelo gosto metálico e enjoativo. Mais uma vez sua mão vai de encontro ao meu rosto e não consigo segurar minha cabeça, então ela pende pra frente. Vejo o fio de líquido vermelho saindo do meu nariz e não faço nada para impedir, não teria como nem se quisesse. Meu cérebro parece que irá explodir a qualquer instante e estou seriamente com medo de que qualquer movimento pesado vindo de mim faça isso acontecer.
Nem o Hóquei me causou tanta dor.
Desde que tenho consciência do que pode estar acontecendo, fico me perguntando onde está Faith é o porque de eu estar sendo espancado de graça, sem motivo nenhum, mesmo assim pareço divertir o indivíduo.
Não consigo enxergar muito bem a um tempo, minha visão está turva o suficiente pra me fazer questionar se estou mesmo vendo um homem na minha frente, ou se isso não é fantasia da minha mente.
Ao menos me movo quando o barulho estrondoso soa nas quatro paredes de concreto criando um eco horrível para meus ouvidos, que parecem dilatar em dor.
— Mais qu'est-ce que c'est ? (Mas que porra?) — Agora tenho plena certeza que era um homem, e ele soa realmente nervoso agora.
— Ne bougez pas. (Não se mova) — Escuto o gatilho sendo acionado, se não conhecesse tão bem aquela voz, poderia ter passado despercebido, ela estava diferente.
Rouca, fria, mortal, mais do que qualquer vez em que falou comigo quando estava com raiva, naqueles momentos, agora tenho certeza, ela não estava com raiva, nem fudendo.
Nesse exato momento eu sei o que é Faith exalando ódio em cada poro de seu ser, e não duvido que ela apertaria o gatilho, mesmo sem olhá-la.
Tomo coragem por pura curiosidade, e sinto que meus dentes iriam se quebrar pela força que uso para me manter calado, todo meu rosto dói com simples movimentos.
Brooke está com uma roupa maior do que seu corpo, larga em todas as partes, e se estou pior eu não sei, mas ela com certeza está muito ruim.
Caralho.
Uma queimação sobe pelo meu estômago, até a porra do meu coração e se eu pudesse mataria esses filhos da puta sem pensar duas vezes. Minha mente não dói mais tanto quanto antes, focada em apenas um objetivo, e ele não acabaria tão bem assim para terceiros.
Faith está com um rastro de sangue embaixo do nariz, deslizando para seu lábio superior, em sua testa um corte profundo mancha sua pele clara, entre outros hematomas roxo e avermelhados na maçã do seu rosto e bochechas.
Queria eu que essa fosse a pior parte, pareceram deixar seu rosto livre de tantas punições.
Se não estivesse a olhando de cima a baixa meticulosamente apesar da dificuldade não teria notado.
Apesar a postura, sempre, ereta, com uma das mãos ela segura uma arma como se já estivesse acostumada com o formato e peso de uma, mesmo querendo disfarçar, percebo que sua outra mão está próxima de sua costela, mas não tenho certeza se está machucada mesmo ou fingindo que não está para que o seu adversário não use isso contra si.
— Eu realmente espero que você não seja como seus outros colegas, eles não terminaram tão bem — sussurra, com a expressão fria. Quase estremeço diante do seu tom.
É questão de menos de um segundo quando seus olhos se desviam em minha direção e voltam para o homem com seus 1,90 de altura e músculos de sobra. Ela não tem chance, não, porra nem fudendo.
Forço a corda a se soltar, mas apenas sinto minha pele quase rasgar com o atrito.
— Dá a porra da arma — ele diz, com tanta raiva, mas não chega perto dela. Brooke nem se retrai diante ao tom, parecendo complemente decidida da situação e pudesse sair por cima.
— Se você quiser, terá que vir buscar. — um sorriso pequeno e diabólico paira no canto dos seus lábios machucados. O desafiando.
Ele solta uma risada baixa, acho que meio desacreditado da coragem dela, e pela arrogância em cada palavra dita.
Brooke joga a arma longe e olha para ele,
Ela não esperou, correu em sua direção, dando um chute na barriga dele.
Seu corpo se virou minimamente, ficando de costas para mim, só então percebi sangue encharcando partes em sua roupa, não soube se eram ou não dela, e estremeci com o que pode ter acontecido.
Ela parecia preparada, mais preparada do que achei que poderia. O segundo golpe veio dele, um que não a atingiu, mas foi por pouco.
Ambos começaram uma pequena luta que não durou tanto quanto imaginei, criei em minha mente o cenário de que teria que assistir Brooke apanhar diante de meus olhos e não poder fazer nada para impedir a não ser implorar para deixá-la em paz, não tínhamos feito nada para estar aqui, não eu pelo menos.
Faith usou toda e qualquer força que não tinha em seu corpo para arrebentar qualquer parte do corpo do indivíduo. Quando pegou seu braço e entortou para trás, pude jurar ter escutado o som o osso se partido e logo seu grito ecoou pelos concretos.
A forma em que ela brincava com o perigo era quase majestoso, se não fosse completamente assustador a forma fria em que via a dor nos olhos deles e sorria quase abertamente para a situação, como se estivesse em um parque de diversões, rindo da felicidade, porém agora estava rindo da morte, a ajudando com mais uma alma para levar ao inferno.
Não vi de onde tirou, mas uma lâmina afiada apareceu em sua mão, quando o sujeito estava de joelhos e ela com o braço entorno de seu pescoço. Faith sussurrou algo que não pude ouvir, mas não esperou uma resposta e por fim, cravou a pequena faca no pescoço do homem.
O sangue jorrou rápido para fora daquele corpo, criando uma poça no chão frio, enquanto eu olhava sem saber se deveria ao menos me movimentar, não sei nem se conseguiria.
— Bon mots. (Boas palavras). — a escuto sussurrar para si, o vendo segurar a abertura em sua pele, tentando ter mais tempo de vida, mas ela já havia declarado sua morte e agora apenas restava assistir ela se esvaindo do corpo.
Faith se virou para mim, depois de um tempo, seu rosto repletos respingos de sangue e manchas, mas não parecia se importar em se limpar.
Ela não diz nada, como sempre quando não acha necessário algo ser dito, apenas segue para trás de mim e me desamarra. É automático girar o pulso e tocar a pele dolorida pela força que isso para tentar me soltar.
— Vamos. — murmurou, sem nenhuma emoção transparente, pegou a arma e foi até a porta de metal. Silenciosamente querendo que eu a seguisse.
Seus músculos ainda tencionamos e parecendo estar atenta a tudo a sua volta.
(...)
Não pensava que seria tão sexy ver alguém dirigindo.
Por mais que não seja o momento para pensar sobre, não consigo desviar do seu corpo meio relaxado no banco de couro do carro que roubamos daqueles homens. Foi fácil pegar a chave de um dos corpo e apertar o botão de destravar portas até achar de onde vinha.
Desde então tento não pensar muito no que porra aconteceu ali, e também não faço perguntas porque duvido que Faith as responderia ou saberia como.
Afinal ela foi sequestrada junto a mim.
Mas foi ela quem desmaiou primeiro, não eu.
Foi impossível não perceber o sangue por toda parte, espirraria nas paredes e janelas, além do
chão, parecia uma verdadeira chacina, meu estômago embrulha novamente de lembrar dos detalhes sórdidos. Os pescoços cortados, os cortes profundos ainda vazavam, olhando parecia ter sido feito por um monstro. Alguém sem coração ou alguma sanidade, até eu olhar pro lado e saber exatamente quem fez tudo e isso não se encaixar nem um pouco.
Faith ao menos parece sentir alguma coisa, está com as outras vezes, mas mais forte, não vejo raiva ou alguma vontade de ânsia.
Pode parecer fichinha ver corpos mortos, já que em filmes é algo quase normal, até ver na vida real.
Toco na minha nuca, sentindo a dor me atingir em seguida, com certeza fui acertado com alguma coisa para também ter sido pego. E se... na verdade só queriam ela, e não eu? E por que caralhos estariam atrás dela?
Brooke troca de marcha e acelera o carro até pararmos em no primeiro motel de estrada.
Sem perguntas para nossas vestimentas e o sangue em nossos rostos, a mulher da recepção nos deu um quarto.
Assim que entramos, não olho ao redor, o silêncio da viagem de pouco tempo até o primeiro lugar que podemos encontrar se estendeu até aqui. Não sinto nada, nem fome aposto que se visse comida na minha frente não conseguiria me segurar muito mais, e Faith não parece muito melhor que eu.
Ela anda até o banheiro e volta com um kit de primeiro socorros e o cabelo preso em um coque apertado. Me sento na cama e ela vem na minha frente.
Não dizemos nada, apenas abre a maletinha de plástico e começa a limpar meus ferimentos no rosto, parando por alguns segundo quando chio pela
ardência, e voltando com mais cuidado.
Quando termina, me olha profundamente.
— Você está bem?
Sua voz soa mais calma, como se o tempo em que limpava os meus machucados tenha sido como algo terapêutico, também sinto o mesmo, só que por olhá-la cuidando de algo que não tinha necessidade, já que aparentemente estava pior que eu, mas deixei que fizesse, se era isso que precisava.
— Poderia estar melhor. — Sorrio de canto, com um pouco de dificuldade, um sorriso bem menor também aparece em seus lábios, e posso jurar ser uma ilusão, mas não era.
Mas que...?
Pisco um par de vezes, mas não profiro uma palavra sobre isso, deixo para minha imaginação fique repetindo o momento várias e várias vezes na minha mente.
— Não vai perguntar o que poderia me fazer melhor? — Faith parece realmente cansada demais para por aquela máscara sem sentimentos que tanto deixa como barreira, porque solta o ar como uma leve risada.
Ela se inclina, para frente, e sem que eu pedisse, como se lesse minha mente, sela nossos lábios rapidamente, quase não me dando tempo o suficiente para sentir e aproveitar. Passo a língua em meus lábios secos e sorrio mais um pouco.
Bom...
Não sei o que está acontecendo, mas gosto e muito.
A puxo pela cintura, aproveitando que está próxima de mim. A fazendo soltar um suspiro supresa, mas aceitando. Fico entre suas pernas, e com sua bunda em minhas coxas, e seu peito quase encostado no meu. Próximos.
— Podemos fazer melhor que isso, Faith. — Seus olhos queimam sobre os meus ao citar seu nome.
Nesse instante ela me pega de surpresa, aprofundando mais o beijo, nada calmo como os outros, fundo e bruto, cheio daquela raiva que ouvi em sua voz a uma hora atrás. Brooke me pegou pela nuca, e não me importei com o dilatar, deixei que me aproximasse mais de seu corpo, e não me contive em deslizar uma de minhas mãos para a parte de trás de seu cabelo enquanto eu o puxava pela raiz, ouvindo seu gemido sôfrego e baixo por continuar me beijando, enquanto a minha outra deslizei desde suas coxas até sua costela, a sentindo retrair no mesmo instante, então, me lembro que pode estar machucada.
— Você está machucada. — sussurro próximo ao seus lábios apetitosos.
— Estou bem — responde da mesma forma, volta a me beijar com força, inclinando seu corpo pra trás e levando o meu junto. A seguro pelas costas, pensando o que deve ter dado nela, mas com Brooke algumas perguntas simplesmente não são respondidas se ela não quiser dizê-las.
Não faço ideia de que dia é hoje ou que horas são, mas não importa porque provavelmente essa está sendo a melhor forma que eu poderia passar meu tempo.
Nunca pensei que diria isso.
Mas ter Brooke Beaufort em cima de mim, dominando a situação e meu corpo, é uma sensação com tantas juntas que não consigo pensar direito, dessa vez não espero, porque da mesma forma que ela quer, eu também quero.
Quero mais do que respirar.
Tocar sua pele por baixo da sua roupa, mas suas costas e a sentir quente, suando um pouco, não que isso tenha importância, só é estranho que esteja tanto assim.
— Brooke... Você está bem? — Afasto minimamente e fito seus olhos tenebrosos e escuros, uma sombra passando por eles.
Ela se levanta e vai no banheiro se trancando lá dentro, sem escolha de onde ir.
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