capitulo 13
Deixo aqui mais uma meta, a mesma do outro capítulo: 10 votos e 20 comentários, já que o outro foi atingido!!
Obrigada por isso, me ajuda muito com a animação para escrever e tbm melhora meu dia. Espero que gostem desse capítulo, vou tentar fazer o próximo com mais palavras. Pode ser que algo meio... inesperado aconteça :)
🫀
Brooke
As luzes estroboscópicas faziam a imagem de seus olhos parecerem meio embaçadas pela rapidez que se moviam.
Acostumada o suficiente com elas, anda até o balcão, e sem precisar chamar por alguém para atendê-la, logo a mesma atendente de sempre a entrega um pequeno copo com o seu drink habitual.
Vai tantas vezes para a mesma boate que já sabem o que irá beber ou quando vai apenas para assistir os shows por puro tédio diário.
A cidade não é exatamente grande, e por isso facilmente alguém poderia entrar aqui e reconhecê-la, tirar suas próprias conclusões e espalhar o que acha ser lógico.
Brooke está em uma boate, então ela é a chefe do lugar? Eu não duvidaria. Ao invés de um cafetão, as dançarinas têm uma cafetina? Ou ela está lá por sentir tesão em mulheres dançando praticamente nuas? Ou talvez, ela seja uma cliente normal que vai ali só para achar uma transa fácil que não pesaria nada em sua conta bancária. Aposto que ela pode até mesmo tocar nas garotas.
O lugar é extremamente luxuoso e bonito, não consegue enjoar daqui, com o tempo apesar de ser estranho se acostumou com os olhares em cima de si. Paga a entrada como qualquer outro cliente, mas sai dali da mesma forma que entrou, apenas um pouco mais alterada pelas repetidas bebidas, dependendo do dia.
Da mesma forma que outros estudantes vão a festas universitárias, ficam bêbados por tédio e diversão, ela faz o mesmo, só que de uma forma mais... ela.
Tem pontos extras pelas mulheres e, ás vezes, homens dançando semi-nus, gosta dali por ser uma parte livre de si que não tem vergonha. Assistir os shows e ficar vidradas nos movimentos feitos em barras ou das danças sensuais e principalmente dar dinheiro para os que a fazem se surpreender, mesmo que sua surpresa seja mínima.
Sabe muito que a maioria que está ali ou não tem escolha, precisa alimentar uma família ou se alimentar, ou está ali por escolha. De qualquer forma precisam de dinheiro, e ela esta ali para assistir e dar a quantia que achar boa.
Já passou em sua cabeça que a junção do seu dinheiro com os de todos os outros clientes deve dar uma grana da porra, mas Brooke não se importa.
Não quando ali é o único lugar em que pode sentar em uma das cadeiras estofadas e aconchegantes e ter músicas boas tocadas no último volume enquanto toma o bom drink até achar o suficiente para si, além lógico das danças e de toda a luxúria esbanjando em cada canto dali.
Nunca se importou com o que acontece ao redor, seja a pegação pública ou até mesmo mais que isso.
Gira na cadeira ficando de costas, com um dos cotovelos apoiados no balcão enquanto toma um longo gole congelante e amargo-doce rasgando sua garganta e fita o lugar a frente.
Homens de todas as idades sentados na primeira fila e outros já nas últimas com suas acompanhantes. Não é difícil saber que muitos ali não tem 21 anos, e suas identidades falsas seriam facilmente identificadas se aqui eles se importassem com isso.
Tem mais de 18? Pode entrar, mas preciso de uma prova que você tem 21.
Retirando cem dólares da carteira pequena o arrasta pelo mármore preto, sabendo que é que suficiente para tudo o que quiser pedir. Se levanta e anda até o canto onde os assentos mais confortáveis se encontram. Vai em direção do mais à frente do palco, as luzes parecem não chegarem até ali, pela sombra escura no canto.
O lugar perfeito, se não tivesse um casal quase transando na frente de todo mundo, não que fosse algo surpreendente por aqui.
Mesmo assim se aproxima, ambos percebem a presença repentina de alguém e param o que estavam fazendo para olha-lá, é notório o desconforto, mas a curiosidade atravessa pelos pares oculares, então descem lentamente para o corpo de Brooke. A mulher com um conjunto chique de lingerie, maquiagem ressaltando sua beleza, e o homem também bonito, mas não tanto, engolem em seco.
O vestido preto não parece nem um pouco intimidador, simples, mangas longas, com uma pequena gola, se não fosse pelas costas totalmente abertas, onde quase poderia se ver mais que o necessário se o decote fosse um pouco mais para baixo e seu comprimento extremamente curto, além de, apesar do escuro é notório a falta de sutiã.
Diria que é quase uma inimigo para ela.
Simples, porém quase fatal.
O seu cabelo liso para traz, a pouca maquiagem que destaca seus lábios e olhos majestosos. A bota de cano longo e salto só a deixaram mais alta, tudo se ajustando perfeitamente.
Não precisou uma palavra sair da sua boca para que eles entendessem o recado e saíssem dali.
Se sentou relaxada e esperou para que o próximo show começasse.
Após terminar sua bebida, apesar das luzes ainda estarem ligadas, pareciam mais escuras e soube o que estava por vir.
Logo tudo ficou vermelho, juntamente com a mudança limpa de músicas para Shut up and listen.
Silêncio tomou o lugar, apenas dava para escutar o som do salto batendo no chão. Todos os olhos, inclusive os de Brooke, estavam na mulher que entrava sem pressa e sensualmente até o centro.
A música mudando de um som mais calmo, para batidas e a voz parecendo comandar cada movimento que ela fazia. Poderiam ter sido ensaiados por meses, mas não parecia, parecia que cada segundo era de livre e espontânea vontade de seu corpo.
Se sincronizava com as vozes suaves e em tons necessários para que quando tocasse no metal frio que ficava preso no teto e no chão, fizesse seus movimentos com perfeição. E foi isso que fez, parecendo se fundir com a barra enquanto colocava toda sua confiança ali.
Brooke prendeu a respiração algumas vezes, olhando tão atenta para aquela dança que nada mais parecia importar. Os olhos refletidos em vermelhos se encontraram com os delas e posso dizer que pela forma que a olhou, a tensão e excitação misturadas, fizeram um arrepio involuntário subir pela sua coluna, deixando seus pelos eriçados.
Quase pode se sentir intimidada, todos se sentiram, pois nem mesmo um aplauso foi ouvido até o término, talvez por puro choque e deslumbramento, mas assim que a música parou dinheiro, notas e mais notas, voaram para o palco, apesar dela não estar mais ali, logo tudo foi recolhido e preparado para a próxima.
Com um movimento de mão, uma garçonete trouxe mais um copo para Brooke, e levou o vazio. Sua nuca estava prestes a começar a suar, ela conseguiu sentir, sem exagero e modéstia, o quanto aquela dançarina conseguiu mostrar tudo o que queria.
A sensualidade, a dança, tudo calculado. Ela
pode ver um tipo de poder diferente em sua aura, algo nada haver com riqueza, ou frieza e sim puro orgulho e autovalidação.
Diferente de tudo o que Brooke poderia aprender, longe de seus mínimos ensinamentos sociais.
Seu cenho deu uma leve franzida e para apagar pequenos questionamentos bebeu metade do drink. Era difícil conseguir ficar bêbada, precisava de um esforço maior do que apenas duas bebidas e por isso planejar beber mais que isso.
Chamaria um uber quando quisesse ir embora.
— Quem diria que a desconhecida mais temida da cidade estaria por aqui... — uma voz sedutora, até então desconhecida, soa por cima da música alta.
Sem se importar a outra estranha se senta a frente da Brooke. Ao menos questionou se podia ou não estar ali. Fez o que queria sem temor algum.
Reconheceu os olhos, bem parecidos com os dela, mas também extremamente diferentes. Luxúria, sensualidade, poder, dominação se misturavam naquelas íris castanhas, que refletiam as cores que dançam pela boate.
A forma como disse; como se movia; como a olhava. Fez Brooke olhá-la como jamais olhou alguém na vida.
Quis entender o que estava acontecendo ali, naquele instante, mas também não se importou.
Seu dia estava tedioso e a conversa com alguém indesejado a deixou irritada, então, por algum motivo absurdo e fora de tudo o que acredito.
Brooke observou bem a mulher morena, cabelos sedosos e hidratados, as unhas médias pintadas em vermelho, juntamente com os lábios meio grossos, a roupa nem um pouco casual, e sim algo que mostrava exatamente que não se importava com o que pensariam.
Brooke observou, estudou, por tempo o suficiente para um repuxar mínimo de lábio aparecer em sua expressão fria, quase invisível, e se recostou no sofá.
Afinal, não seria tão ruim ter uma companhia.
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