【  Eu juro do fundo do meu coração que quero ser curado, quero ser com outros homens, não esse pária que ninguém quer. 】━━ E.M Forster.

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Las Vegas, Novo México, é um ambiente seco, com poucas árvores. Muito calor, e Alex odeia calor. A alguns meses ela ficou presa no aeroporto por fortes tempestades de neve e agora está passando um calor terrível. Sua pele suada, o cabelo grudando em seu rosto, roupas sociais desconfortáveis, e sede. Alex é a maior hater do calor.

Ela está com o ar condicionado do carro ligado em seu rosto, enquanto Hotchner dirige em silêncio. A Barker sempre guardou seus sentimentos para si, a única pessoa no qual ela conversa sem precisar dialogar muito sobre isso é Morgan, ele a intende e apoia a cima de tudo. Já por outra lado Hotch e Spencer são baseados no diálogo, querem saber o motivo, fatos... tudo.

—— Você é psicóloga. - Hotch diz conseguindo a atenção da morena ao seu lado —— Não estou te questionando nada sobre isso, mas quero saber outras visões. O que a psicologia acha sobre não ter filhos? É uma coisa normal, eu sei mas...

—— Eu entendi, Hotch. Não precisa se explicar, você só quer saber minha visão em relação a isso. Afinal eu estava grávida a sei lá... um ano atrás? - ela ajusta o ar condicionado —— Muitas pessoas enxergam a escolha de não ter filhos como uma decisão egoísta, mas na realidade, isso também é um ato de amor. Uma criança que não foi desejada e cresce em um contexto familiar sem amor e atenção pode sofrer muito com isso. Eu trataria com todo o meu amor, mas tiraria o meu próprio para dar para a criança.

Ele para o carro em frente à delegacia ouvindo cada palavra dela. Ambos descem, mas antes de entrar ele para e Alex se vira para trás franzindo o cenho sem entender.

—— Tenho orgulho de você, Alex. - ele abre aquele sorrisinho de lado que só Aaron tem —— Você é uma mulher decidida, tudo que fizer eu vou te apoiar e em tudo que fizer você vai ser a melhor, eu tenho certeza.

Amor de um pai. Alex teve sim amor de um pai, seu pai adotivo, Tacher Gray, ele amou ela como sua filha. Mas não era tão recíproco assim, ela estava muito machucada para amar alguém novamente, amar um pai novamente. Além que estava na fase rebelde, passando de lar em lar adotivo até parar no da família Gray e não se adaptar.

Porém, com Hotch é diferente, Alex tem um carinho diferenciado por ele, ela o admira como pai de Jack e como profissional. A morena está sorrindo, ela se aproxima devagar e abraça ele, mesmo Aaron não gostando de toque físico, ele retribui.

—— Sabia que eu tenho um carinho por você? - pergunta retoricamente e se afasta —— Ficamos tanto tempo assim naquela prisão? Já está a noite, eu estou morrendo de fome e sono.

No dia seguinte, a Barker chega a delegacia junto com Tara, ambas estão rindo de uma lembrança da época que começaram a trabalhar juntas, a mais velha como professora e a mais nova como estagiária. Ao acordar cedo, Alex não viu Spencer, eles foram juntos ao hotel, mas chegando lá se despediriam e cada um foi dormir em seu quarto.

—— Chegaram cedo. - o xerife da cidade diz aproximando —— Descobrimos mais uma morte. Em um posto de gasolina, deixou um pai e um filho vivo.

—— Um dos dois elementos mudou a forma de agir. Avisou o Hotch? - questiona Alex e o xerife assente.

—— Eu estava falando para ele sobre Tammy Vasquez. Parece que um dos elementos engravidou ela e hoje ambos tem um filho. - o xerife volta a falar.

—— Vou pedir para Garcia ver melhor sobre ela. - Tara se afasta.

Alex varre seu olhar por todo o local observando Spencer em uma sala, junto com Morgan, eles estão conversando e o mais velho parece claramente fazer algumas piadas, pois Reid ficou vermelho como um pimentão e Derek soltou uma risada. De longe o olhar do garoto prodígio encontra o da Barker, ele sorri com os olhos e levanta uma mão a cumprimentando.

Ela sorri, desviando o olhar para assentir sobre alguma pergunta que Rossi fez, porém quando volta a olhar ao namorado percebe ele um pouco tenso, dentro da sala onde Derek, na verdade, tenta o deixar mais animado ou despreocupado. Alex franze o cenho e se aproxima devagar, bate algumas vezes na porta e abre observando Morgan, passar por ela sussurrando "Bom dia, Lex" e dando uns tapinhas no ombro.

—— Oi. - ela sorri sem mostrar os dentes entrando na sala e fechando a porta.

—— Oi. - retribui, mas fica calado. Aconteceu alguma coisa.

—— Ontem você estava meio tenso e eu também. - ela se aproxima dele, ficando parada en sua frente, olhando em seus olhos —— Hum... achei que poderíamos conversar e...

—— Minha mãe as vezes não se lembra que eu sou eu. - ele a interrompe e Alex abre sua boca para falar algo, mas não sai absolutamente nada —— Ontem os médicos me ligaram dizendo que trocaram a medicação, então eu falei com ela mas ela não se lembrava de quem eu sou. Ela não reconheceu minha voz. - seus olhos estão com lágrimas.

—— Spence. - ela sussurra lhe envolvendo em um abraço apertado. Ficam em silêncio. Reid chorando abraçado com Alex e ela em silêncio, apenas sentindo as emoções dele.

A mesma separa do abraço e leva as duas mãos ao rosto do namorado limpando suas lágrimas. Alex passa a mão pelos cabelos dele os arrumando e em seguida abaixa o olhar levando a sua mão para segurar a mão dele, para lhe passar confiança.

—— Eu sinto muito, doutor. - diz voltando a olhar nos olhos castanhos e marejados dele —— Mães deveriam ser eternas, elas guardam todo o amor que tem por nós em um potinho que fica no coração, a minha sempre me dizia isso. Então lembra dela com esse potinho, o da sua mãe está apenas... trancado.

—— Sinto que as memórias que tenho que ela está se desfazendo. - ele engole seco —— Eu fiquei a noite toda acordado, pesquisando medicamentos, pesquisando tudo. E me perguntando... - ela o interrompe

—— Se perguntando "por que comigo?" - umedece seus lábios —— Passamos por tantas coisas e por que ainda isso acontece? - pergunta retóricamente passando a mão no cabelo dele, o consolando.

—— Eu so... eu não sei, não consigo pensar muito. Avisei ao Hotch que vou ficar de fora por umas horas.

—— Quer que eu fique com você? - ele nega, não querendo atrapalhar —— Vem, vou ficar. Depois informo para Aaron o motivo. - ela pega em sua mão o levando para um sofá que tem ali na sala de sobreaviso da delegacia. Alex se senta junto com ele e o mesmo deita levemente a cabeça sobre o seio da namorada, em seu peitoral, fechando seus olhos, para descansar. Spencer passou uma noite em claro preocupado e ela não estava lá para ajudar. Em questão de segundos a morena, passando a mão em seus cabelos, sente a respiração dele começar a pesar dando indícios que ele dormiu.

A Barker está parada, passando as mãos no cabelo do namorado enquanto raciocina os sentimentos dele, a tristeza que ele está sentindo. Ela olha para os lado e pega os papéis que trouxe para umas pesquisas, dando uma olhada neles, enquanto ele ainda dorme sereno próximo a seu corpo.

É estranho esse sentimento. Ela estava pronta para conversar com ele sobre o que Hotch disse, "o diálogo", conversar sobre coisas que querem ou não para um relacionamento dar certo. Mas algo aconteceu que a impediu. Ambos estão estáveis um com o outro, estão bem até demais, porém, ainda sentem uma pendência, e essa pendência vai destruindo cada um lentamente, tão lento que nem ao menos eles percebem.

—— Alex você... - Hotch entra na sala e a mesma coloca o dedo indicador na boca rapidamente, fazendo um sinal de silêncio. Ele para e observa, sabe o que aconteceu porque Reid contou —— Se quiser ficar com ele... acho que posso dar um jeito com o resto da equipe, estamos com três a menos mas o caso já está quase finalizado. Ele me contou.;0

—— Obrigada, Hotch. - diz baixinho com um pequeno sorriso no canto dos seus lábios. O mesmo assente e sai da sala.

Depois de algumas horas, Spencer acordar devagar. Alex sente seu corpo dolorido e dormente quando ele se levanta, após horas na mesma posição. Ele olha para ela e leva as mão ao rosto ainda raciocínando tudo o que ocorreu.

—— Eu dormi. - ele afirma.

—— Eu sei.

—— Eu dormi em cima de você. - ela arqueia as sobrancelhas.

—— É, eu também sei disso. - se movimenta no sofá para seu corpo melhorar —— Você preocupou todos, eles estão vindo aqui de vinte em vinte minutos para ver se acordou.

—— Eu dormi muito!

—— Eu sei. - ela solta uma risada abafada —— Como está? Melhorou depois que dormiu?

—— Uhum. - responde se levantando, ela se levanta também arqueando as sobrancelhas e levando a mão a gravata do mais novo para arrumar —— Estou bem, e se não estiver vou ficar. - ela olha em seus olhos, ainda ajustando a gravata, Reid coloca suas mãos na cintura dela e afunda os dedos ali.

—— O que está fazendo? - questiona segurando para não abrir um sorriso no rosto.

—— Estou indo te beijar, não posso? - ele aproxima o rosto do dela. Alex sorri ficando nas pontas dos pés beijando brevemente seus lábios, ela leva uma mão ao rosto do namorado e toca em seu queixo, o perfilando para ver se ele está realmente bem —— Está me perfilando.

—— Eu sei.

—— O que você queria conversar? Antes do sono me dominar. Eu te interrompi sem querer. - ele se afasta pegando algumas coisas ali em volta. Alex abre a boca mas não sai nada, ela não quer falar sobre aquele assunto justo agora que Reid está vulnerável por causa de sua mãe.

—— Hum, na verdade eu estava pensando... - lembra de outro assunto que quer conversar com ele —— Eu estava pensando em me especializar em crimes sexuais.

Ele fica em silêncio.

—— Lex, isso é... - ela o interrompe.

—— Loucura? Eu sei, eu já sou especialista no comportamento de detentos mas esse caso me fez repensar nesta ideia de ser uma neuropsicólogia especializada em crimes sexuais. - ela diz rapidamente não dando abertura para ele falar —— E vai demandar muito tempo, talvez eu tenha que pedir umas férias da UAC, e...

—— Isso é incrível, Lex. - ele diz e ela para de falar olhando nos olhos dele —— Você é ótima em tudo, vai ser ótima nisso também. E eu entendo demandar bastante tempo, não somos casados, você tem que pensar no seu futuro. Está mais do que certa.

Ela morde seus lábios contendo um sorriso, seu coração ficou quentinho em saber que no que ela decidir, profissionalmente, ele vai apoiar. Reid sorri olhando a felicidade dela e se aproxima.

—— Ainda não conversei com Hotch, eu ficaria com um horário flexível, trabalharia nos casos quando tivesse tempo. Lógico isso iria diminuir um pouco o meu salário, mas o FBI já paga muito bem, então se diminuir um pouco nem vai fazer diferença. Mas isso pode me fazer afastar de você. - ela contorce seus lábios e ele nega.

—— Você pode ir morar comigo.

—— Seu apartamento não tem nem quarenta metros quadrados, Reid.

—— Posso ir morar com você.

—— O meu é menor ainda.

—— Podemos alugar um apartamento. Um apartamento grande e dividimos os custos, como você disse que o FBI paga muito bem, isso não vai ser problema. - ele propõe e um sorriso aparece novamente nos lábios dela. O FBI realmente paga bem, Alex e Spencer são... teoricamente ricos. Ambos não tem grandes gastos, então mais de 80% do seu salário vão para contas onde juntam dinheiro. A porta se abre rapidamente e Derek entra na sala conversando com Garcia ao telefone, o mesmo para em frente ao casal e faz uma dancinha feliz —— O que aconteceu?

—— Predemos os dois. - ele comemora —— O que aconteceu aqui, hein? Os dois estão muito felizinhos, e nem prenderam aqueles otarios.

—— Vamos morar juntos. - Spencer diz.

—— O que? Vão casar? - Derek questiona e ambos negam —— Qual é! Morar junto é quase um casamento, olha para Savannah e eu, moramos juntos e agora vou ser pai. Por favor garoto, não faça um filho em Alex agora. - um rubor avermelhado sobe no rosto de Reid e Alex solta uma risada alta.

[...]

Nas semanas seguintes Alex conversou com Aaron, ele entendeu e cedeu um tempo para ela ficar nisso. Reid escolheu um bom apartamento, eles se mudaram, JJ voltou da licença maternidade e agora a equipe está completa novamente... nem tanto pois a Barker está focando mais em seus estudos.

Ela acordou cedo mais um dia, pegou o computador e sentou na mesa de sua nova casa começando a estudar, uma especialização rápida, pois a Barker já tem conhecimento do assunto, já estudou ele só não pegou um certificado. Ela, logicamente não consegue ficar de fora dos casos, então sempre liga para saber como estão e se precisam de ajuda. Reid está a fora de casa a seis dias, eles estão Glenport Village, na Flórida.

—— Glenport Village, Flórida, Onde reside uma variedade de criminosos não violentos com crimes que variam de sexo com menor a urinar em público na frente de crianças. Sem estupradores ou assassinos até agora. - Spencer diz pelo telefone, enquanto conversa com a namorada.

—— Como decorou isso tudo? Ah claro, como eu sempre esqueço isso? Você e sua memória fotográfica. - ele ri do outro lado da linha —— Vocês chegam hoje? É entediante acordar cedo e ficar em frente ao computador o dia todo. O preço que se paga por querer ser a melhor.

—— Eu dei a ideia do gato.

—— Por que não fazem um filho? - a voz de Derek aparece do outro lado da linha —— Oi, Alex, estamos com saudades, por favor termine isso logo, para eu ter a minha melhor amiga de volta.

—— Voltamos provavelmente amanhã. - Reid responde se afastando de Derek. Alex pode jurar que Spencer está totalmente envergonhado. Com isso dele ficar longe, ela percebeu que ambos não podem de maneira alguma ter filhos com esse trabalho, isso iria fazer ambos se afastarem muito e não ter uma boa criança para essa criança que provavelmente nem vai existir —— Droga, tenho que ir, depois conversamos mais. Tchau. - ele desliga.

—— Eu também te amo, Spence. - Alex sussurra para si mesma depois de desligar o telefone. Ela bufa se levantando e indo tomar banho, sentindo falta dele, esse trabalho ocupa todo o tempo de ambos.

A Barker pede comida indiana e fica o resto do dia na cama fazendo compras online. Depois de muitas horas já estava a noite, então ela pega no sono, um pouco entristecida com a falta de comunicação com o namorado, o computador está ligado ao lado dela e um livro aberto também. Alex vem se sentindo sozinha esses dias que Reid está longe, a única pessoa que ela vem conversando pessoalmente é o porteiro, que apenas recebe a comida e ela pega. Na verdade fez uma colega, uma vizinha, elas apenas conversam quando entram no elevador, mas para ambas que ficam muito sozinhas é incrível.

A porta do quarto se abre e a mesma não acorda, está muito cansada para isso. Um corpo deita sobre a cama, pesando um lado. Spencer começa a distribuir beijos pelo rosto da morena até seu pescoço, arrepiando seu corpo por inteiro. Ela vai acordando bem devagar abrindo um pequeno sorriso, sentindo o cheiro do perfume amadeirado dele invadir suas narinas.

—— Você não disse que só voltaria amanhã? - ela questiona com a voz triste e rouca de sono.

—— O que eu perdi enquanto você dormia? - questiona deixando dois, três... quatro beijos nos lábios da Barker deitada ao seu lado —— Vejo que pediu comida indiana e tomou remédio para dor de cabeça... você está triste? O que aconteceu, meu amor?

—— Senti sua falta e minha cabeça está latejando de dor. Mas isso não importa agora, por que chegou mais cedo? Como foi o caso? - ela se senta na cama, se cobrindo devido ao frio.

—— Isso importa sim, me desculpa não te ligar muito, eu juro que tentei. - ele passa a mão no rosto dela —— Vou pegar um remédio para você.

—— Não se culpe, eu entendo que é o nosso trabalho, e eu escolhi isso sabendo como seria. - ela pisca algumas vezes e Spencer cerra seus olhos —— Está fazendo o meu perfil!

—— É inevitável. - sorri deixando um beijo no pescoço dela —— Prometo que vou recompensar todo o tempo. Eu vou te contar tudo sobre o caso depois que eu tomar um banho. - ele entra no banheiro tirando a gravata, deixando a porta aberta. Alex observa ele pelo reflexo do espelho, e faz uma nota mental do quão atraente ele fica tirando gravata com os cabelos cheios e grandes —— Pegamos ele antes do esperado, por isso chegamos mais cedo.

—— Eu li todos os relatórios desse caso, Garcia me mandou. - a morena diz ouvindo o chuveiro ligado —— Ela me ajudou, eu precisava de uns casos e envolvendo crimes sexuais para estudar. Ela também disse que você estava triste, ranzinza, magoado e chato. - ele coloca o rosto para fora do banheiro fazendo uma careta.

—— Eu não estava triste, ranzinza, magoado e chato, eu estava concentrado. - ele sai do banheiro se sentando na ponta da cama —— O elemento tinha uma espécie de fetiche em garotas com roupa de líder de torcida, adolescentes, isso estava nos deixando muito confusos. - diz gesticulando com as mãos.

—— Eu aprendi a fazer macarrão, não pedi almoço nenhum dos dias. - a morena comemora —— Senti sua falta.

—— Eu também senti a sua falta. - ele se aproxima deixando um beijo nos lábios dela —— Vou te contar como foi tudinho.

Após horas conversando já estava de madrugada, a Barker está em silêncio sentada em uma cadeira no quarto enquanto Reid está sobre a cama olhando para ela. Tensão. A mesma arqueia suas sobrancelhas tocando em seu colar, onde tem a inícial do nome dele, sentindo seu sangue ferver. Ciúmes.

—— Me conta novamente com todos os detalhes. - ela pede sem paciência e ele franze o cenho —— Quero te perfilar.

—— Não sou um prisioneiro. - ele diz indignado.

—— Eu sei, mas você deixou uma garota qualquer dar em cima de você, enquanto estava comprando comida em um bar. - ela rebate —— Isso a três dias atrás e só me contou hoje. E por que estava comprando comida em um bar as três da amanhã, Reid?

—— Eu já te disse, não tinha nada aberto na cidade e ela perguntou de onde eu era, eu respondi, depois perguntou em qual hotel eu estava e... - Alex o interrompe.

—— E você respondeu, eu sei. - coloca seus pés em cima da cadeira, juntando suas pernas próximo ao peitoral —— Você nem ao menos percebeu que ela deu em cima de você? Só agora me contando que percebeu? - a morena realmente está surpresa com a inocência dele mas mesma assim não consegue disfarçar sua frustração.

—— Juro que não percebi. - se levanta e a mesma faz um sinal para ele parar —— Ela tentou se aproximar mas eu logo a impedi dizendo que não queria, eu não quero nenhuma outra mulher sem ser você. Eu nem reparei nela, juro.

—— Você tem memória eidetica, é capaz de lembrar até qual era a cor do batom que ela estava usando. Era rosa? Vermelho? Marrom?

—— Uma calça jeans escura, blusa social clara e saltos não muito altos. - ele diz e ela não entende —— Quando eu te vi saindo pela primeira vez do elevador da UAC você usava está roupa. Seu cabelo estava solto e bem arrumado, e nas suas mãos tinha algumas pastas. Você parecia nervosa quando eu apertei a sua mão pela primeira vez, e ainda me fez questão de lembrar da...

—— Lilá Archer, você ficou minimamente famoso nos jornais de Atlanta por beija-lá. - se levanta da cadeira —— Por que você sempre faz isso?

—— Isso o que?

—— Sempre diz a coisa certa no momento certo. - desvia o olhar e ele se aproxima mas ela se afasta —— Ainda estou brava que você não fez nada em relação aquela mulher, Reid.

—— O que posso fazer para te deixar melhor? - questiona baixinho se aproximando devagar. Ela olha para ele de uma vez e pisca seus olhos devagar, ficando mais calma —— O que acha que ir para a UAC comigo amanhã? Só um caso não vai te atrapalhar nos estudos.

—— Eu vou. - ele sorri —— Mas ainda estou brava. Vou te que comprar uma blusa escrito "Eu amo minha namorada" para você usar, evitando mulheres dando em cima do meu namorado.

—— Ciúmes, Lex?

—— Jamais. - sorri olhando para ele —— O porteiro do prédio é bem legal sabe? - o provoca.

—— Você também vai usar uma blusa. - ela solta uma risada —— No meu aniversário desse ano você me deu os livros que que queria, como o seu está próximo, vou te dar um gato.

—— Um gato?

—— Não vai te deixar muito sozinha igual está se sentindo. - Alex respira fundo sabendo o rumo que essa conversa vai chegar. Eles são um casal, moram juntos, não são casados mas uma hora ou outra essa conversa vai ter que acontecer —— Eu prometo que vou tentar ficar mais em casa e...

—— Spence... - sussurra como uma pedido para ele parar.

—— Eu sei que não quer filhos, não vou te convencer de nada, te respeito muito, Alex. Eu só... sei la pensei que talvez isso poderia mudar um dia. - da os ombros —— Não me leve a mal, eu não quero te chatear, eu realmente só pensei que... - Alex fecha seus olhos com força, respira fundo e olha nos olhos do namorado novamente.

—— Eu adoraria querer um filho. Eu adoraria querer muito ter um filho, porque aí seria mais fácil e eu seria mais feliz, eu teria uma parte de você que não tenho e minha vida não seria essa confusão. - ela morde seus lábios com força, na tentativa de conter a pressão e solta uma risada inalada, sem graça e irônica —— Mas eu não quero. Eu não quero um filho. Não quero passar pelas fases da maternidade. Eu realmente não quero ser mãe, quero ser a melhor neuropsicóloga.

Ele ouve atentamente. Ambos com objetivos diferentes, isso gera conflitos.

—— Por favor entenda. Eu preciso que alguém me entenda e queria que esse alguém fosse você. Eu sei que a um ano e três meses atrás comentemos um erro. Eu não nego que amaria aquele bebê, não sou um monstro, mas eu não queria aquilo, e ainda não quero me entregar uma vida que não quero. - Alex sente um peso saindo de suas costas, ela solta um ar que nem sabia que estava prendendo. Reid desvia o olhar assentindo com a cabeça, o clima entre eles não ficou dos melhores —— Se por acaso, acontecer novamente eu vou amar esse bebê, vou amar com todas as minhas forças, vou criar e ser uma ótima mãe, mas se for para escolher ter por vontade própria, eu nunca vou escolher.

[...]

Alex sai do elevador da UAC olhando sua mesa do escritório vazia, sem suas canetas e livros que ela costumava guardar. A Barker não vê a hora de voltar aos poucos a trabalhar, a se sentir em casa com seus colegas de trabalho. Ela olha para o lado e observa Spencer saindo de perto e entrando no escritório de Hotch, enquanto a mesma entra na sala de reunião.

Quando entra Derek, que está sozinho na sala, levanta o olhar e abre um pequeno sorriso. Aconteceu alguma coisa. Ele levantaria todo feliz e abraçaria Alex comemorando dela está temporariamente de volta.

—— Me conta o que aconteceu. - Alex senta ao seu lado e ele abre um sorriso maior. Ela o conhece tão bem —— Vamos lá! Me conta o seu problema que eu te conto o meu.

—— É a Savannah, ela quer jantar à noite, porque diz que precisarmos conversar. - ele mostra a mensagem —— Brigamos. Estou preocupado.

—— Vocês dois se amam e Savannah é incrível, vai dar tudo certo.

—— Será?

—— Não. Provavelmente você está ferrado, mas boa sorte mesmo assim. - a Barker da alguns tapinhas em seu ombro e ambos soltam uma risada —— Como está o bebê?

—— Ele está bem, ela fez uns exames e está tudo beleza. Está grande e saudável. - Morgan sorri mostrando a foto para a mesma.

—— Uou! Que incrível, ele está tão grandinho. - sorri olhando o ultrassom —— Fico feliz por vocês.

—— Mas qual era o seu problema? Fica sem trabalhar por um tempão, atormenta a cabeça do garoto prodígio ligando todos os dias e ainda tem problemas? - ela assente —— Acredito, eu também tenho.

—— O mesmo. - da os ombros —— Brigamos. Mas não foi uma briga mesmo, foi só um assunto delicado que ambos não chegam a lugar nenhum com ele. E nunca vamos chegar, porque ele quer uma coisa e eu não quero, fim de papo.

—— Temos uma coisa em comum, bate aqui. - ele estica a mão e Alex bate rindo.

Algumas horas depois, após passar o caso e chegarem em Los Angeles, Alex está escorada em uma parede da delegacia observando de longe Spencer. Teoricamente eles não brigaram, mas o clima estava de briga pela manhã. O mesmo sente o olhar da Barker queimando sobre si e levanta seus olhos procurando pelos dela.

Quando seus olhares se encontram a Baker junta tudo a sua maturidade para perceber que foi apenas uma conversa de casal. Ela sorri brevetara e ele também, mas um sorrisinho envergonhado, típico do Spencer.

—— O elemento entra na casa das vítimas, mata elas e deixa seus corpos embrulhados em quartos e cozinhas. - Hotch diz se aproximando —— Que bom que está de volta, sentimos sua falta.

—— Eu precisava disso.

—— Preciso que vá ao legista com Dave, pode ir? - a Barker assente e pega a chave do carro com o chefe. Ela sai da delegacia e entra no carro se sentando no banco do motorista, segundos depois a porta se abre e Reid senta ao lado dela

—— O que? Não era o Rossi? - questiona ligando o carro e olhando indignada para o namorado —— Hotch me disse para ir ao legista com Dave.

—— Ele teve que sair com Morgan então me colocou no lugar dele. - da os ombros —— Minha companhia é tão ruim assim? - quanto drama, Alex pensa, porém quando olha para ele observa que Spencer está realmente um pouco triste, ele odeia ficar afastado da namorada.

—— O que? Spence, não! - muda seu tom de voz para um tom mais doce —— Sua companhia é melhor e somos uma ótima dupla quando estamos juntos, você sabe disso.

Começa a dirigir e o mesmo apenas assente, ela então para o carro em uma rua qualquer se virando para o namorado e olhando em seus olhos, ficando em silêncio. Seus olhos doces e calmos que ela tanto ama, um olhar sereno que apenas Spencer tem.

—— Eu errei. - ele contorce seus lábios para o lado sem entender o que ela está falando —— Errei em dizer que aquela gravidez foi um erro, eu aceitei ela, então não teria sido um erro. Eu vi em seus olhos a decepação quando eu disse isso, fui hipocrita porque sofri meses por causa dela. Me desculpa. Não foi um erro.

—— Eu não quero ficar assim com você, Lex. - o mesmo coloca sua mão direita no rosto da namorada, deslizando o polegar —— Eu... me desculpa também. Temos objetivos diferentes e entendo o seu, de verdade eu entendo, e te respeito. Se você não quer eu vou respeitar, é um direito seu, é o seu corpo. Eu não estou com você só para perder ter filhos, estou com você porque te amo. - ela ouve tudo atentamente assentindo.

—— Odeio quando não estamos brigados mas estamos estranhos um com o outro. - ela umedece seus lábios soltando uma risada sem graça —— Eu sinto falta do seu olhar doce para mim me cumprimentando de manhã ou de quando trabalhávamos juntos tentando manter o profissionalismo. - ela solta uma risada. A maioria desses acontecimentos foram antes de Diane atirar em Alex, depois disso tudo mudou.

—— E agora não estamos sendo nada profissionais, conversando sobre relacionamento no carro do FBI indo ao legista. - ele solta uma risada e Alex pensa rapidamente —— O que foi, psicóloga Alex?

—— Isso que devemos fazer, antes estava dando certo porque no trabalho éramos apenas colegas de trabalho e a noite namorados. - ele arqueia sua sobrancelha —— Vamos ser colegas no trabalho e a noite namorados, não podemos conversar sobre os assuntos do dia, durante a noite. Como uma terapia de casal.

—— Está bem, agente Barker. - ele sorri olhando nos lábios dela e em seguida olha em seus olhos —— Temos que ir ao legista.

—— Vou avisar ao Hotch que estamos indo, doutor Reid. - ela liga o carro começando a dirigir —— Mas antes você precisa parar de me olhar assim. Está fazendo aquilo.

—— Aquilo o que, agente Barker?

—— Como se estivesse prestes a me beijar e tirar minhas roupas dentro desse carro. - ele solta uma risada ficando envergonhado.

Ao chegar no legista, a Barker entra na sala observa o corpo da mulher sobre a mesa. Ela observa sinais claros de asfixia, onde obviamente o elemento que deixou. Ela para ao lado do legista enquanto o homem descobre por completo o corpo da mulher, deixando apenas um pano cobrindo as partes íntimas por respeito.

—— A causa da morte foi hemorragia petequial, e há cianose nos dedos. - o homem diz. Seu olhar está queimando sobre Alex, e tanto ela, quando Reid perceberam isso.

—— Ela foi embrulhada nisso? - a Barker questiona se aproximando próximo ao pano que está no local. O legista se aproxima também e para ao lado dela, ele é alto, loiro dos olhos claros, um homem bem bonito e atraente, mas ela não acha isso, nem ao menos reparou nele —— Olha as marcas dos dentes, foi embrulhada antes de morrer.

—— A pele do nariz e da boca estão brancas, ele deve ter pressionado para sufocá-la. - Spencer diz entrando no assunto. Sua voz está rígida, ele está com ciúmes e como Alex o conhece muito bem, percebeu isso —— Algum sinal de violência sexual?

—— Não. - Alex e o legista respondem ao mesmo tempo. Eles se olham e o mesmo sorri deixando ela continuar, Reid passa a mão nos cabelos bagunçando e desvia o olhar ficando sem paciência —— Eu li os outros relatório e as outras vítimas também não tinham.

—— Obrigado, é só isso. - o mais novo diz saindo da sala seguido pela namorada, porém antes de virarem o corredor ele ouve alguém chamando por ela.

—— Oi, agente Barker, certo? - o loiro a chama e ela assente se virando para ele sem entender —— Sou Mike, eu gostaria de saber se quer sair hoje à noite para tomar alguma coisa. - ela arqueia as sobrancelhas enquanto Spencer ouve tudo.

—— Eu não bebo. - mente, Alex começou a beber vinho a alguns meses junto com Spencer.

—— Hum, claro, é... podemos sair para comer. Você me passa o seu número e eu vejo um lugar legal. - Malcon sorri tenso.

—— Não, obrigada, não quero. - ela da as costas mas o loira força uma tosse querendo voltar a falar, a morena se vira para ele e o interrompe —— Eu e meu namorado, o doutor Reid, temos que voltar logo a delegacia. Mas obrigada por nos passar os relatórios da autopista. - se afasta passando por Spencer e indo em direção ao carro.

A mesma bate seus dedos devagar no volante até a porta ao lado de abrir e Spencer entrar, ele entra resmungando e depois fica em silêncio. O carro começa a andar e Alex cantarola uma música baixinho, ela está sentindo o clima que ficou, mas não nega que achou engraçado a forma que Spencer agiu.

—— Aquele cara deu em cima de você? - Alex olha para ele —— Em poucos segundos com ele o perfilei. Ele pisca os olhos com força como uma mania, sua respiração é ofegante, deve fumar e tem...

—— Não sei o motivo de está falando isso comigo, doutor Reid. Somos apenas colegas de trabalho agora. - ela sorri calando o prodígio —— Eu não reparei nele, se quer saber. E soube que estava dando em, diferente de você.

[...]

Alex foi primeiro ao hotel, junto a Hotch, Tara e Morgan. Eles passaram na recepção para pegar as chaves e a Barker fica ali esperando a sua, o chefe lhe da boa noite passando a mão em seu ombros e sobe junto aos outros, quando ela pega sua chave, olha para trás e observa Reid ali.

—— Barker! - ele sorri e ela se aproxima.

—— Spence!

—— Espera, já posso te chamar de Alex? Não estamos mais trabalhando. - ele questiona sem saber. Ela como resposta se aproxima e deixa um selinho demorado em seus lábios.

—— Spence? Oh, hum, me desculpem. - JJ aparece ao lado dele. Ela parece um pouco... deslocada —— Você esqueceu seu livro.

—— Obrigado, JJ. - pega de suas mãos e Alex sorri para ela —— Peguei a chave do meu quarto na hora do almoço, quer subir comigo? - a mesma assente.

Ambos entram no elevador em total silêncio, Spencer quer muito questionar com ela sobre Mike, mas ele sabe que Alex estabeleceu regras para ambos não brigarem. Quando saem ele para na frente do quarto e olha para a mesma, abrindo a porta devagar.

—— Você está bonito com a gravata azul. - a Barker morde seus lábios contendo a vergonha. Spencer olha para ela, ele desce seu olhar por todo o corpo da morena como se estivesse despindo ela com os olhos —— Está fazendo aquilo.

—— Talvez por que eu queira fazer aquilo. - diz baixinho. A Barker olha em seus lábios mas não se mexe, ele então junta seus lábios com um beijo rápido e feroz. Quente.

Spencer coloca suas mãos sobre a cintura da mulher, enquanto seus lábios se movimentam contra os dela de uma forma boa, muito boa. Seu corpo anseia por mais tanto quanto o de Alex, eles estão quentes, com chamas por dentro. A morena leva suas mãos ao pescoço dele deslizando por seu corpo, até parar na barra de sua blusa social, que está dentro da calça. Ela sente Reid, devagar, começar a distribuir beijos por seu pescoço enquanto ela puxa a blusa dele tirando de dentro da calça.

—— Hotch vai adorar saber que a filhinha dele está quase sendo engolida no corredor do hotel. - a voz de Morgan preenche os ouvidos de ambos. Eles se soltam em um pulo Alex se vira para o homem em sua frente, ele está mostrando um sorriso em seu rosto —— O quarto dele é esse aí do lado, imagina ele ouvindo tudo. Oh Deus que vergonha!

—— Você é um ótimo amigo e não vai contar nada, afinal eu e o doutor Reid estamos tentando ser profissionais e não ter contato. - ela se afasta da porta e de Spencer que está totalmente vermelho de vergonha. 

—— Só tentando mesmo, né? Porque na prática não foi bem isso. - Derek questiona e Alex olha para Spencer —— Sabem que não podem resolver as coisas com sexo, não é?

Reid fica ainda mais envergonhado, ele se recusa a falar alguma coisa. O mesmo arruma sua roupa bagunçada junto com seus cabelos, tentando não parecer que estava prestes a entrar no quarto com a mais velha. 

—— Conversamos. - Alex sussurra.

—— E? - Morgan questiona e ela pensa, eles estão bem um com o outro, mas mesmo assim ainda precisam de um tempo para organizar seus pensamentos. O casal sabe que dormir juntos vai fazê-los esquecer tudo e seguir em frente, mas isso não é o certo.

—— E que você está certo, não podemos resolver nada com sexo. - ela levanta o olhar envergonhada —— Até amanhã, Spence. Boa noite, te amo. - ela sorri com os olhos para o namorado.

—— Boa noite, Lex. Te amo. - levanta uma mão acenando e deixando seus lábios em uma linha fina reta.

—— Me sinto um pai de adolescentes, já estou me preparando para isso. - Morgan se afasta deixando os dois ali. Alex olha para Reid que está tenso, seus lábios ainda estão retos e o mesmo pisca algumas vezes raciocinando.

Votem e comentem muito para que eu traga mais capítulos rápidos ❗️❗️o que estão achando da fanfic? Opiniões? Críticas construtivas? O que querem que aconteça? Ideias?