( 2O ) ATOS NÃO VERDADEIROS.
【 Amanhã, você se promete, vai ser diferente, mas mesmo assim, em geral é a repetição do hoje. 】━━ James T.Mccay.
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O telefone de Alex toca lhe assustando, ela da um pulo acordando e quando olha para o lado observa Reid dormindo sereno. Uma noite movida a muito suco de uva, remédios para dormir e um filme ruim fizeram eles perderem a hora e dormirem no sofá do apartamento. A garota, sentindo sua cabeça pesada, procura o celular pelo sofá e acha próximo ao travesseiro, que Spencer escora sua cabeça. Observando ele se movimentar devagar com o barulho.
—— Alex? Bom dia, sei que está cedo mas temos um caso. - a voz de Garcia preenche os ouvidos de da Barker —— Hotch pediu para trazer mala.
—— Quem é esse horário? - a voz rouca de sono de Spencer é ouvida por Alex e Garcia, do outro lado da linha. O mesmo passa as mãos no rosto e fecha seus olhos por causa da claridade. Uma de suas mãos estica e é deixada escorada sobre a perna da garota ao seu lado —— Que horas são?
—— Uau, agente Alex Barker! É isso mesmo que estou ouvindo? Doutor Spencer Reid na sua cama às quatro e dez da manhã? - Garcia pergunta ironicamente —— Ótimo que não vou nem precisar ligar para ele. Vem logo porque tenho milhares de perguntas sobre como Spencer Reid está na sua cama.
—— Sofá. - ela corrige olhando para Spencer juntando suas forças para levantar —— E já estamos indo. - Alex desliga o celular e olha para ele.
—— Vou adivinhar, Garcia? - ele fica de pé colocando seu casaco —— Eu tenho uma mala no carro.
—— Vou ir montar a minha e já venho. - ela fica de pé junto a ele —— Bom dia, doutor Reid. - ela sorri e o mesmo sorri deixando um beijo em sua testa.
Após chegarem na UAC, Alex entra no elevador com o namorado. A mesma está em silêncio, ao lado dele, um silêncio confortável. Ela está com alguns papéis na mão lendo e Reid olhando o celular. Sem perceber, quando as portas se abrem, no automático a morena pega na mão dele andando pelo escritório.
Spencer conjurou um sorriso de lado. Ele é muito sútil com tudo, até mesmo com Alex, então tem plena certeza que não faria isso, como ela faz, com uma naturalidade. Ambos andando pelo escritório não encontram ninguém da equipe, então quando entram na sala de reunião observam Emily conversando ao telefone.
—— Lauren Reynolds está morta. Ela está morta. - repete como se estivesse se lembrando ou afirmando isso. Quando seu olhar bate no casal em pé, na porta da sala ela desliga o telefone —— Tchau.
—— Quem é Lauren Reynolds? - Reid questiona e antes que Emily responda a equipe entra na sala.
O olhar de Morgan vai diretamente para as mãos de Spencer e Alex juntas. Porém, antes de qualquer coisa ela solta indo pegar um copo de água atrás deles. O moreno está com um sorriso de canto pronto para fazer alguma piada e comentar sobre. As palavras sempre estão na ponta da língua.
—— Perdi alguma coisa? Um pedido de casamento? E os filhos? - questiona fazendo Rossi soltar uma risada inalada. Ashley entra na sala segurando alguns livros e coloca sobre a mesa dando bom dia a todos.
—— Bom dia para você também, Morgan. - Alex aproxima da mesa se sentando e cumprimentando todos —— Qual será o caso dessa vez?
—— Hotch disse que Garcia já está vindo. - Spencer responde.
—— Pois é, Garcia sempre fala muito. - Morgan se senta escorando na cadeira, encarando Alex e Spencer. Isso foi uma indireta. O mais novo olha para a namorada arqueia sua sobrancelha e na tentativa de disfarçar começa a folhear um livro qualquer, e ela bem diferente dele, encara Derek sorrindo e bebendo sua água no copo plástico —— Fala até sobre coisas que acontece fora do trabalho.
—— Todos sabemos o que acontece fora do trabalho. - a morena cerra seus olhos —— Não acontece muita coisa.
—— O que eu perdi? Não estou entendendo nada, alguém me explica? O que aconteceu? - Ashley questiona.
—— Nada. - Morgan, Reid e a Barker respondem ao mesmo tempos e são interrompidos por Garcia entrando na sala.
—— Estou atrasada mas vamos lá! Sammy Sparks, 10 anos, apareceu na escola coberto de sangue. A polícia foi até a casa dele e os pais não estavam. - Garcia passa o caso inteiro encarando Alex e sorrindo —— Não tem testemunhas e querem que vocês entrevistem a criança.
—— Se estava coberto de sangue ele viu tudo, certo? - Ashley questiona.
—— Quinta linha da segunda folha. Sammy é autista. - Alex lê —— Fazê-lo falar não vai ser fácil.
Já no avião, a morena está sentada comendo um croissant e tomando chá verde. Ela está lendo o mesmo livro de sempre, quando vê Derek sentando em sua frente, a distraindo. Quando levanta seu olhar observa ele sentando em sua frente e Reid conversando com Ashley próximo ao banheiro.
—— Por favor não venha com esse papinho de "você sabe que pode me contar tudo, certo?". - Alex diz sorrindo —— Se quiser saber, é só perguntar. Eu não vou mentir para você. Mas, também não vou deixar de omitir, pois sei que tem tudo na ponta da língua.
—— Eu que juntei vocês dois. É seu dever me contar tudo. Então...?
—— Spencer estava passando mal e dormiu na minha casa, no sofá para ser mais específica. - da os ombros —— Não faça essa cara senhor "Derek Morgan o melhor agente" pois não aconteceu nada.
Alex namora com Spencer a pouco tempo, ela não se importa com datas,e tem total consciência que não precisa dormir com ele para avançar em seu relacionamento. Ter uma relação sexual, para outros casais é algo tão normal, algo que pode unir ainda mais ambos. Mas tanto a Barker quando Reid não estão prontos para isso, e não conseguem enxergar necessidade disso agora. Apenas o tempo de qualidade e as vezes o toque físico básico entre eles, já é o bastante para mantê-los unidos.
—— Obrigado por me chamar de "O melhor agente", e eu confio em você. - da uma piscadela —— Sei que não aconteceu nada, se só de dormir ele já está estranho assim, imagina quando... - ela o interrompe.
—— Eu adoraria se pudéssemos parar de falar da vida sexual minha e do Spencer. A que nem existe. - fica corada de vergonha ao perceber que silêncio no avião. Alex agradecer aos deuses por ouvir a a voz de Ashley e Reid.
—— É aquele da cabine telefônica? - a loira questiona.
—— Bom, é uma cabine policial, não telefônica. E o Dr. Who começou 25 anos antes de Bill e Ted iniciassem sua aventura. Então eles deveriam chamar "O golpe de Bill e Ted". Pelo menos eles teriam... - Ashley o interrompe.
——- Desculpe.
—— Pelo o que?
—— Por perguntar. - ela se afasta, dando as costas, com um olhar repulsivo. Spencer fica parado sem entender o que aconteceu. O olhar dele vai em direção a Alex que chama o mesmo com as mãos, percebendo junto a Morgan o que aconteceu.
—— Não fica assim, garanhão, Alex gosta de te ouvir falar muito. - Morgan da alguns tapinhas no ombro de Reid.
—— Não fica assim, tem pessoas que não o mínimo de conhecimento e quando tem oportunidade de ter, não aproveita, coisa de gente fútil. - a Barker faz a loira ouvir. Alex odeia confusão, até se meter com quem ela tem próximo de si —— Pode me contar, vou gostar.
—— Vamos gostar, tenho certeza que Garcia também vai adorar ouvir. - Derek afirma.
—— Mudando de assunto, agora sobre o caso. - Alex reforça sua voz fazendo todos ouvirem —— Isso é um sequestro? Dos pais de Sammy. O motivo número um para sequestros é ganho financeiro.
—— A família tem uma loja de música que anda mal ultimamente. - Hotch diz —— O elemento deve ter feito uma pesquisa. Não roubou itens de valor, então provavelmente foi por causa do casal. Bom, Alex, Rossi e Reid vão ir falar com Sammy, Morgan e eu vamos para a cena do crime. Emily e Ashley para a delegacia.
[...]
O sol da tarde entra pela janela do ambiente clareando. A sala da delegacia tem janelas grandes deixando o ar arejado, um sofá marrom onde está Sammy, o garoto de dez anos que presenciou tudo, mas por conta do seu autismo, não diz nada. Ele está desenhando em uma folha em branco e quando Alex entra no lugar, seu olhar não vai em direção a ela e aos agentes ali.
—— Oi Sammy. Sou o doutor Spencer Reid. - sua voz está calma. Ele lida tão bem com crianças. Alex faz uma nota mental que ele seria um ótimo pai —— O que está desenhando?
O policial se aproxima do garoto, ao perceber que ele não respondeu. O homem então toca no ombro de Sammy e o garotinho solta um grito agudo assustando todos na sala. O menino após isso, para de desenhar e fica se movimentando no sofá, ele está assustado.
—— Algumas crianças autistas não lidam bem com o toque. - Alex diz para o policial que assente saindo.
—— Ter visto o sequestro dos pais, pode ter causado uma sobrecarga emocional. - Rossi sussurra para o casal. Em seguida todos percebem o desenho do garoto, várias letras L desenhadas.
—— Sammy, estamos procurando seus pais. - Reid se senta em sua frente, mas ele não faz contato visual —— O "L" levou eles? - o menino desenha um L no ar.
—— Vou pedir para Garcia uma lista de todos que os pais conheciam com o sobrenome com essa letras. - Rossi diz saindo. Reid se levanta chamando Alex para ficar na porta da sala, ambos afastados de Sammy.
—— Crianças com autismo pensam com muita logical percebem padrões que nós não conhecemos. Como repetições. - Spencer diz esperando que Alex entenda sua linha de raciocínio, para contribuir com conhecimentos e ideias.
—— Já fiz um artigo sobre isso quando estudei sobre Miles Forget. - ela estrala os dedos algumas vezes tentando se lembrar sobre esse prisioneiro —— Repetições forma padrões nos cérebro e quando repetidos acalmam a pessoa. Os pais de Sammy devem ter notado isso, devem ter feito uma rotina rigorosa. Provavelmente por isso que ele conseguiu ir sozinho de casa a escola, todo sujo de sangue.
—— Se estava vivendo uma rotina rígida, quer dizer que os pais também estavam. O que fez deles alvos fáceis. - Reid conclui. Eles foram uma ótima dupla pensando juntos.
—— Conseguiram falar com ele? A professora disse que ele nem abraça a mãe. - Emily aparece perto deles que negam. Ela está tão estranha ultimamente, que mal consegue olhar nos olhos dos membros da equipe, está desconfiada de tudo —— A família dele está endividada, não tem pedido de resgate nesse sequestro, pois não tem dinheiro, só de um empréstimo.
—— Tem dinheiro do empréstimo. Pegou um dos pais como garantia e o outro para sacar o dinheiro. - Alex propõe observando a equipe se aproximando —— Pode ter ferido o pai, e manipulado a mãe para conseguir ajuda médica em troca do dinheiro.
—— Acho que já fez isso. Garcia disse agora pouco que alguém sacou 10 mil dólares hoje de manhã na conta. - Rossi diz —— Se o elemento conseguiu o que queria, os pais de Sammy acabam de se tornarem descartáveis. - Ashley e Emily correm para o banco enquanto a equipe fica para investigar melhor.
[...]
—— Lizzie ou Liz é uma parente distante de Sammy. O "L" que ele fez pode ser disso. - Reid diz entregando um cafe para Alex que nega —— Não quer? Você adora café gelado.
—— Eu sou meio que viciada nas coisas por um tempo e depois meus gostos mudam. Tipo agora estou viciada em chá verde, você deveria provar, é muito bom. - ela se levanta do sofá e olha para Spencer —— Quando é seu aniversário? O meu está próximo. Bom... nem tanto mas eu finjo que está.
—— 27 de outubro. - ele diz deixando seus lábios em uma fina linha reta. Está próximo, talvez quatro ou cinco semanas —— E o seu? Espera, como somos namorados mas não sabemos a data de aniversário?
—— Pois é, namorado Spencer Reid. Você nunca me perguntou isso. - ela ironiza —— 14 de dezembro, está muito longe, mas quando passa de julho na minha cabeça já está muito perto.
—— Próximo ao natal. - ele escora na mesa passando as mãos nos olhos sentindo dor de cabeça e ela se aproxima —— Eu... eu ainda não sei o que pode ser.
—— Acha que se eu falar para não se preocupar e te dar um abraço vou está te tratando como um bebê? - ela questiona ainda mais próximo. Reid cerra seus olhos e não responde, então ela tira suas próprias conclusões indo lhe abraçar —— Deve ser o estresse, sei la. - ele retribui o gesto. Alex consegue ouvir o coração do mesmo acelerado enquanto ela envolve seus braços no corpo dele. A morena, ainda abraçando ele, olha em seus olhos e sorri aproximando dos seus lábios.
—— Hum... desculpa eu... - Ashley aparece na porta e ambos se separam —— Hotch está chamando para passar o caso aos policiais.
—— Claro, nossa eu esqueci totalmente. - Alex pega alguns papéis e se aproxima da loira —— Vamos? O doutor Reid vem depois. - ela está tão envergonhada que poderia jurar que seu rosto está corado.
—— Achamos que ele está para perder uma casa ou um negócio. Pois na conta da família tem 40 mil de um empréstimo, mas hoje pela manhã fez a mulher sacar 10 mil. Vai ficar com o casal até conseguir todo o dinheiro. - Alex entra na sala ouvindo a voz de Morgan. Ela está sentindo o olhar de Ashley queimando em si.
A loira não gosta de Spencer, bem ao contrário disso, tudo profissional. Porém, quando ela chegou a equipe ele foi o único, além de Rossi, como homem, que acolheu ela entendendo o que uma filha pode ser diferente do pai. E isso a cativou, lhe fez reparar um pouco em si. Ela se sentiu minimamente atraída por Reid dar o mínimo de atenção, sem ao menos perceber que estava fazendo isso.
Ashley logicamente não ligou em entrar na sala e ver Alex quase beijando os lábios de Reid. Mas, ela não pode negar que sentiu seu ego fracamente ferido. Ou talvez apenas saiu de sua bolha, onde um homem lhe dá atenção e ela acha que talvez já possa querer algo. Afinal, Spencer é novo, inteligente, bonito, cativante e sabe lidar com pessoas como ninguém sabe, qualquer um se sente confortável ou atraído perto dele.
—— Vamos focar em moradores com famílias grandes. Onde só uma pessoa trabalha, responsabilidade financeira. E deve der sido isso que fez o elemento agir. - Hotchner completa —— Para ele o sequestro foi uma maneira de resolver isso.
—— Eu dei uma olhada e vi que essa área foi devastada pelo vazamento de petróleo. Então fiquem de olho em pescadores, donos de barcos... - Alex diz varrendo seu olhar por todos os policiais anotando. Spencer entra na sala e fica ao lado de alguns, observando tudo.
—— O elemento está disposto a raptar e roubar pessoas que conhece. Pode está no processo de perder alguém próximo, ou já perdeu. Procurem pedidos de divórcios ou guarda de filhos. - Emily diz porém não termina sua linha de raciocínio ao seu telefone tocar e ela se afastar, deixando Ashley continuar.
—— Ele sabe que o FBI está no caso, e que a conta bancária foi congelada. Ou seja vai procurar novas formas de conseguir o dinheiro.
—— Por enquanto é só. - Hotch diz se virando para Alex —— Pode ficar com Sammy? Sei que é útil para inúmeras coisas aqui, mas você se da tão bem com crianças, talvez consiga o fazer falar.
—— Vou tentar. Reid me disse sobre uma tia dele, Liz ou Lizzie, já acharam? - ele assente apontando para um sala onde um tem um senhora, a tia Lizzie —— Tudo bem, então vou voltar para lá. Qualquer coisa me avisa.
Quando entra na sala observa a professora ao lado de Sammy tentando lhe fazer falar e Reid em pé sem entender. O garoto está com as mãos em cima do desenho como se estivesse digitando. A morena bate seus olhos e já entende rapidamente o que é.
—— Piano! - a professora toma um susto em não perceber a Barker ali —— Os pais dele tem um loja de música. Seus dedos fazem os movimentos de uma pessoa que sabe tocar piano.
—— Vamos levá-lo até a casa dele, la tem um piano.
—— Não, não podemos levar um garoto de dez anos para a cena de um crime, onde o pai foi baleado! - a professora se levanta negando —— Não vou deixar! Não vou mesmo! - diz em um tom elevado.
—— Sammy estava tocando piano quando tudo aconteceu. Tocar novamente pode ativar uma resposta importante. - Spencer sempre tão cuidadoso e bom com as palavras —— Não é você quem decide isso, e sim a tia de Sammy, Lizzie.
—— Ele está frágil, pode ficar abalado. E quem é essa Lizzie? Ela não tem esse direito. Ele vai ficar com medo dele. - protesta a professora.
—— Sammy viu a Lizzie e não reagiu, se fosse ela a reação dele seria forte. - Alex diz se afastando de Sammy —— Você não tem local de fala aqui, quem decide isso é a guardiã legal dele agora, Lizzie.
[...]
A morena escora na porta da casa, observando Sammy sentando no banco em frente ao piano, ele está calmo, sereno e concentrado. Reid devagar se senta ao lado do garoto e toca algumas teclas do piano, no qual Alex não entende muito sobre.
Sammy então também toca a mesma nota que ele em outro tom, pelo menos foi isso que a morena entendeu. Ela está com um sorriso em seu rosto olhando para seu namorado, ele é tão cuidadoso e prestativo com tudo.
—— Não sabia que tocava. - Alex se aproxima.
—— Não toco. Nunca toquei, mas é pura matemática. - diz olhando nos olhos dela. Alex arqueia suas sobrancelhas e escora sua mão no piano observando os dois —— Sammy, que tal você tiver está nota... para "sim" e essa para "não"? Pode fazer isso para mim? - ele toca na tecla de sim.
—— Você lembra de quando o homem levou seus pais? - Spencer questiona e ele diz sim pelo piano. Em seguida toca uma música, mas o casal não entende o que significa. Sammy então pega na mão de Spencer e coloca sobre o teclado para ele tocar junto,para Reid, não é muito difícil. Afinal, ele aprende rápido.
Alex percebe que Lizzie se sentou no sofá soltando um ar pesado. Ela está melancólica, calada desde chegou a casa do casal. A morena aproxima da tia de Sammy se sentando ao seu lado e questiona:
—— Está tudo bem?
—— Sou uma estranha na casa do meu próprio irmão. Briguei com ele no aniversário de cinco anos de Sammy, o motivo foi que suspeitei do autismo dele. - a mais velha olha para Alex —— Charlie estava cego, ele não enxergava isso, e me expulsou.
—— Como soube?
—— Ele era... diferente. - olha para o chão suspirando pesado —— Charlie se recusou a aceitar o que eu descobri.
—— Ele estava com medo. Qualquer pai ficaria ao saber que o filho não teria uma vida fácil. - a Barker diz e Lizzie olha para ela, ambas ainda ouvindo a música de fundo.
—— Você parece ter experiência nisso. Você e o doutor que está com Sammy. São bons com crianças. Tem filhos? - questiona e Alex rapidamente nega com a cabeça —— Ah... bom... eu pensei que estavam juntos. Ele te olha tão... diferente. Meu ex marido me olhava assim.
—— É... estamos juntos. Mas isso não pode ser relatado no trabalho. - o olhar de Alex vai a um livro que fica na mesa de centro da sala, ela se levanta e quando pega observa um livro de rotina —— Spence? Um livro de rotina. - Reid se levanta olhando para a morena e pegando o livro.
—— A vida dele tem um ordem. Podemos descobrir onde ele conheceu o elemento. É só seguir a rotina dele. - Spencer para tudo o que está fazendo, franze seu cenho pensando —— Espera! Ele quer falar por símbolos pois é a linguagem dele. Olha os desenhos que fez na delegacia. Âncoras, a sola de um salto e... não é um L, é três horas. O relógio marcando três horas.
—— Onde ele estava as três horas? - Lizzie se levanta aproximando. Alex pega o livro das mãos de Reid observando que ele sai da escola as 14:30 e após isso vai para a loja de música dos pais
—— Na loja de música dos pais. - ao ouvir isso, Sammy se levanta abrindo a porta da casa e saindo, sendo seguido por Reid, Alex e Lizzie. A morena pega o telefone e liga para Derek que atende no mesmo instante, enquando anda a pé até loja, que não é muito longe.
—— Olá, Alex Reid. O que eu fiz para receber a sua ilustre ligação?
—— Barker. - ela o corrige —— Estamos chegando a loja onde você está, então preciso que já vai adiantando tudo. Na tarde onde ocorreu o sequestro procure nas câmeras por volta das três horas da tarde.
—— Tem um entregador.
—— Temos que descobrir quem é, porque ele é o suspeito. - Alex diz —— Sammy desenhou algumas âncoras, pede para Garcia ver algum ex pescador que virou entregador e se encaixa no nosso perfil.
—— Ela está na chamada, e pesquisando isso agora. Sabe Alex, acho que eu e você damos uma dupla e tando, com Garcia formamos um trio. Deveria largar o seu gênio prodígio e se juntar a nós dois.
—— Derek, meu amor, você sabe que gosto de você só para mim, certo? - Garcia ironiza ——- Hum... Eu achei um Bill Thomas, Av Elmwood, 1.024.
—— Obrigada, Garcia. Você é uma ótima pessoa para se formar uma dupla, mas sinto informar ao seu docinho de coco, que prefiro um gênio prodígio do cabelo bonito. - ela desliga —— Vamos, já temos um nome e uma localização.
Após chegar no local, a mãe de Sammy corre para lhe abraçar ao ver o garotinho descendo do carro. Ele está perdido, pai dele, morreu. Ele não aguentou os ferimentos, e o elemento foi morto pela mãe. Ela chora abraçando o filho enquanto observa o corpo do marido ser tirado do barco onde eles estavam.
Alex olha Lizzie de longe chorando também. Ela perdeu o irmão, e perdeu enquanto estavam brigados. A morena abaixa seu olhar se sentindo sensível em relação a tudo isso, ela se recusa a chorar, afinal não pode demonstrar isso próximo à família das vítimas.
A barker se vira de costas olhando o Porto com alguns barcos atracados e suspira pesado sentindo uma mão passando por seu ombro e envolvendo seu corpo em um abraço. O perfume amadeirado que estava em sua cama hoje pela manhã invade suas narinas e ela fecha seus olhos se sentindo em casa, apenas com o abraço de Spencer.
Seu corpo está anestesiado, Alex apenas sente o garoto deixando um beijo no topo de sua cabeça. É incrível a capacidade de uma pessoa mudar a outra, depois que a morena entrou na vida de Reid, ele começou a dar valor a coisas que antes não dava, como o toque físico.
—— Quando chegamos em Quântico vamos passar em um lugar. - ele diz se parando do abraço, dizendo isso para animar ela —— Você gosta de croissant, certo?
—— Spence, é uma quarta feira. Não podemos ficar comendo doces assim.
—— Croissant de chocolate com chá verde? Eu vou começar a tomar chá verde também, mas tem que ter bastante açúcar.
Depois de um voo rápido, todos se despedem e cada um vai seguir sua vida nas horas vagas. Morgan foi assistir um filme com Garcia, Hotch foi ver Jack em casa, Rossi ficou com Ashley na UAC estudando alguns casos, afinal ela ainda é nova nisso. Emily mal se despediu, ela estava tão estranha e Spencer levou Alex para uma padaria para comprar o Croissant de chocolate com chá verde quente.
—— Eu escolheria esse. - mesma aponta para um teclado de música na loja, enquanto come seu croissant com um sorriso no rosto. Coisas mínimas fazem ela feliz, e Spencer claramente percebeu que comida é uma dessas coisas —— Como vamos levar isso? É bem grande.
—— Eu gostei do chá verde, mas ainda prefiro meu café. E não é tão grande assim, podemos levar facilmente de metrô.
—— As vezes eu esqueço que você não gosta de dirigir. - ela limpa as mãos nas próprias vestes —— Então vai levar esse? O que acha de quando aprender a tocar me ensinar? Eu não sou tão boa assim em matemática mas adoraria aprender.
—— É apenas matemática, bem fácil.
—— Acho que você tem que levar em conta que o prodígio aqui é você. Eu sou só uma garota minimamente inteligente e esforçada. - ela espera ele pagar, então ambos saem da loja de música —— Eu espero de verdade que amanhã o dia seja livre, sem casos e sem mortes. Preciso ter ao menos um dia na minha vida que seja comum.
—— Você entrou para a UAC, temos casos todos os dias, é quase impossível de tirar férias. - a garota para de andar ouvindo o celular tocar, um número desconhecido. Ela olha para Spencer e em seguida ao celular —— O que foi? Piscou três vezes de uma vez e está levando a mão ao seu cabelo, está agindo fora do seu padrão e... me desculpe estou te perfilando.
—— Não é nada de mais, só um número desconhecido. Mas esse celular é programado para não aceitar essas ligações. - ela se vira de frente a ele —— Olha eu... posso te encontrar amanhã? Podemos fazer algo a tarde. - ele percebe que ela está estranha, Alex nunca recebe ligações desconhecidas. Ela tem medo disso, lidou por alguns anos com prisioneiros, sempre teve medo de algum armar alguma coisa a ela.
—— Você está comprimindo seus lábios. Quando mentimos nosso cérebro reproduz respostas automáticas sobre atos não verdadeiros, reduzindo também nossas respostas emocionais a eles. - ele solta e a mesma arqueia suas sobrancelhas, ele sabe que ela está mentindo.
—— Só só estou preocupada com essa ligação e preciso ir para casa alimentar meu peixe. - ela se aproxima, fica nas pontas dos pés e deixa um selinho em seus lábios —— Prometo que se for alguma coisa grave eu te aviso. Tchau, doutor Reid. Boa noite.
Ela então vê um recado chegando em seu celular, quando coloca o celular para tocar, começa a ouvir "Oi sou Ian Doyle, amigo de Prentiss, pode avisar ela que estou na cidade? E que Consegui seu número por acaso.".
[...]
—— Não é ninguém de importante. - Emily diz lavando as mãos no banheiro da UAC, enquanto Alex está observando ela agindo totalmente estranha —— Você recebeu esse recado mesmo ou Garcia de contou algo?
—— Espera, Garcia também recebeu essa mensagem? - Emily nega rapidamente —— Sou uma perfiladora e você é uma péssima mentirosa. O que está acontecendo? Porque hoje pela manhã recebemos uma ligação onde uma gangue de europeus, que estão matando aqui em quântico? Esse seu amigo me liga dizendo que está na cidade e você está totalmente estranha a dias.
—— Só não estou passando bem, Alex. Pode ficar tranquila.
—— Tem uma gripe por aí... você está grávida? - Emily abre um sorriso negando —— Emily, eu já trabalhei com pessoas extremamente perigosas, já as desafiei, escrevi sobre elas, como elas agem e pensam. Sei como é lidar com o perigo e sei mentir sobre ele também. Eu não conto a vocês 1/3 do meu passado, porém o meu não me assombra. O seu sim, está acontecendo algo que você não quer contar.
—— Como você chegou a essa conclusão?
—— Um gênio nunca conta seus segredos. - ela da uma piscadela —— Brincadeiras a parte. Ian Doyle me ligou ontem a noite, ele conseguiu meu numero e me falou sobre você. E agora neste caso estamos atrás dele. Tem algo errado e eu não quero está nesse meio.
—— Eu... só não estou dormindo. Por isso estou assim, estou cansada. Estou bem, Alex. E mais uma vez, eu não o conheço. - Emily sorri saindo do banheiro.
Alex estava saindo da loja de roupas a tarde quando se deparou com uma ligação, pensou ser de Spencer pois de manhã ele disse por mensagem que ligaria, mas era da Strauss dizendo ter um caso importante, uma equipe já estava no caso. Porém foi se agravando, quando atiradores profissionais atiram em agentes federais e em um garoto com uma tatuagem do pulso, onde está a tatuagem de sua gangue. Um trevo de quatro folhas com um "V" ao final dela, um grupo secreto.
Após horas investigando esse caso chegaram à conclusão de Ian Doyle, Garcia colocou sua ficha na lista de procurados em todo o mundo. Alex não disse nada sobre o recado que recebeu ontem, ela não entendeu o certo o que aconteceu e nem o que Emily está tentando esconder.
—— Conseguimento o nome dele, mas como vamos saber quem está na lista de alvo? Ele atirou em agentes federais. - Ashley questiona se sentando na sala de reunião.
—— Vamos estudar a vida dele e com quem ele teve contato. - a morena responde encarando profundamente Emily. Alex tem uma caneta em sua boca e seus olhos cerrados para a mais velha, que desvia o olhar se sentindo incomodada com a Barker a perfilando.
—— É... Esse homem... Doyle ficou preso por sete anos, talvez pudéssemos descobrir como ele saiu da prisão. - Emily gagueja desviando o olhar de Alex.
—— Você sabe onde ele estava preso? Não tem documentos sobre isso.
—— Rússia, eu acho.
—— Doyle estava na sua lista quando trabalhava na Interpol? - Horchner questiona se sentando na mesa de reunião também e Emily assente —— Pergunte aos seus antigos colegas de trabalho se saibam algo sobre, por favor. - ela assente saindo.
Alex se levanta a seguindo mas antes de acompanhá-la Reid aparece em sua frente com um sorriso em seu rosto. Ele está com uma roupa não tão formal quanto a todos os dias, segura na alça de sua bolsa e bebe um pouco de chá verde. Alex para de andar tomando um susto ao esbarrar nele, e quando levanta seu olhar esquece tudo em sua volta sorrindo.
—— Oi, Boa tarde. - ele diz observando ela um pouco diferente do normal. Alex estava com o dia livre, fazemos compras no shopping quando recebeu a ligação.
Suas roupas estão completamente diferente dos padrões do dia a dia. Ela está usando um vestido preto um pouco a cima do joelho, com mangas longas e uma gola alta, nada indecente, e uma echarpe vinho. Seus saltos não são muito altos e seu cabelo está solto com sua franja bem a mostra. Aos olhos de Reid, ela está deslumbrante, tão diferente do de sempre que isso fez seus olhos brilharem.
—— Está uma hora atrasado, Spence. - ela se aproxima dele e deixa um beijo breve em seus lábios o deixando imobilizado —— O que está tomando? - não responde ainda reparando nela.
—— Eu gostei do... - aponta para seu vestido —— Pesquisas apontam que roupas alteram o comportamento das pessoas. O humor, saúde e confiança geral dependem de uma auto imagem saudável e a vestimenta afeta os níveis de autoestima. Eu te achei bonita assim. - sorri brevemente envergonhado, Alex arqueia as sobrancelhas abrindo devagar um sorriso. Esse é o jeito dele de elogiar.
—— Obrigada, Spence. Me sinto lisonjeada de um elogio vindo assim de você. - ela ironiza —— Hotch já te atualizou do caso? Ian Doyle, atirou em federais e matou um jovem que estava em sua equipe ontem. Esse jovem tinha uma tatuagem no pulso, onde foi o tiro. - ela desvia o olhar.
—— Reid, sua namorada e Emily estão estranhas e esquecem que somos perfiladores. - Morgan aparece —— Sera que você vai ser papai?
—— Derek, eu juro por tudo que se você continuar... - ela diz se virando a ele que corre saindo da vista dos dois.
—— Por que ele diz que você está estranha?
—— Doyle foi preso, ele está solto novamente. Não tem registros ao certo de quando ele saiu da prisão e de onde foi preso. Mas Emily sabe, ela sabe muita coisa sobre ele.
—— Deve ser porque no antigo emprego dela, tinha esse caso. - da os ombros entrando na sala e acenando para alguns —— Desculpe o atraso. Alex estava me informando do caso. Onde pararam?
—— Estamos um pouco sem nexo, perdidos. Este caso era de outra equipe. - Ashley olha para Spencer de cima a baixo. Reid está usando roupas mais confortáveis, um casaco azul por cima do seu suéter onde por baixo ainda está sua gravata. Ele está diferente hoje, mais... normal e levemente atraente.
—— Pessoal a polícia informou de um homicídio duplo na avenida principal. Pediram para ir lá. - Morgan aparece ao telefone —— A vítima parece ser de um falsificador. A outra vítima é uma mulher de 30 anos, foi ao lado de fora do apartamento.
—— Leve Emily, ele parece ter conhecimento do caso. - Hotch diz —— Vocês dois, quero que fiquem pois vamos passar o caso daqui a alguns minutos.
Alex observa Spencer pegar alguns papéis do caso e começar a ler sobre Ian Doyle, ele lê tudo tão atentamente e a morena apenas lembra do recado que recebeu. Um dos principais motivos no qual ela ainda não falou nada é por Emily. A Barker só está esperando a hora certa para falar, ela já trabalhou com pessoas perigosas e outras que corriam perigo, ela percebeu isso nas atitudes de Emily. Ela está com medo de tudo.
Sua perna está trêmula, fazendo movimentos repetitivos junto com sua mão, enquanto ela está sentada. Reid empurra o copo de chá dele pela mesa, para o lado, até parar em frente a Alex. Sem olhar em seus olhos o mesmo apenas diz:
—— Deveria me contar o que está acontecendo. - ela humedece seus lábios pegando o copo —— Toma um pouco, você gosta.
—— O que você sabe? - questiona sussurrando no mesmo tom que Spencer.
—— Sua perna não para de se movimentar e você tem hiperfoco, mas não está nada focada. - desvia o olhar dos papéis para Alex que morde os lábios inferiores contendo a angústia. Ele a conhece tão bem.
—— Vamos passar o caso agora, venham. - Hotch diz chamando eles. Alex se levanta com Spencer e olha para ele antes de sair, prestes a falar algo, mas ignora e sai.
—— Não é sempre que sabemos o nome do suspeito. Mas neste caso saber não ajuda muito. Conhecido por poucos e aqueles que conhecem ou trabalharam com ele, estão em sua lista. Os agentes federais responsáveis por rastreá-los estão em sua lista de alvos. - Hotchner começa dizendo para todos que estão no departamento. São muitas pessoas —— Vamos achar Doyle como sempre, estudando o seu comportamento. Vamos investigar cada movimento desde que ele fugiu. Quando ele fugiu da Coreia do Norte matou um homem e usou o veículo dele para cruzar a fronteira. Ele é um homem inteligente, temos que prestar atenção em cada passo que ele já deu, para saber qual vai ser o próximo.
Oi, vem bomba aí então se preparem para os próximos capítulos rs
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