Epílogo
"Nós lutamos todas as noites por algo
Quando o sol se põe nós somos os mesmos
Metade nas sombras
Metade queimado em chamas
Não podemos olhar para trás à toa
Pegue o que você precisa, diga adeus
Eu te dei tudo
E é um belo crime"
Beautiful Crime - Tamer.
Um ano depois...
Isabela percebeu que deveria continuar na área dos analistas quando se viu sem saída naquele galpão escruto e fétido. A ideia de ser uma agente de campo tinha sido uma loucura, ela jamais deveria ter saído de trás de seu computador.
Agora, Iasmin a tinha deixado sozinha, alegando que era por proteção, mas ela desconfiava de que era outra coisa, sua mentora não parecia gostar muito da ideia de ter de acompanhá-la. Tinha que sair dali o mais rápido possível. No entanto, ao se virar, se deparou com uma mulher desconhecida, lhe apontando uma arma, e não era uma qualquer, era uma escopeta e ela sequer tinha chance de reação, sua munição tinha acabado.
Aquela assassina estava pronta para matá-la, então ela se encostou na parede esperando a morte certa. Um único estampido soou e ela sentiu algo quente em seu rosto, o coração batia forte e ela não sabia se o que escoria pelo corpo era suor ou outra coisa. Ao abrir os olhos, se deparou com a assassina morta aos seus pés, não restara muita coisa de sua cabeça e aquilo foi o que bastou para Isabela desabar no chão, em choque.
Segundos depois apareceu outra mulher na frente dela, e ela pensou que jamais a veria novamente, mas ali bem na sua frente estava... Mackey. Ou como costumavam a chamar, Ártemis.
Estava muito diferente, os cabelos curtos e cinzas lhe davam um ar mais sombrio, a arma de longo alcance, estava encostada no ombro, a única coisa que nunca mudava eram os olhos cinzas e frios. Ela encarava Isabela de um modo sarcástico, um ligeiro sorriso torto se fazia presente. Isa pensava que estava salva, no entanto, o que Ártemis fez jogou todas as suas esperanças no chão, ela encostou o cano da arma na cabeça de Isabela e disse:
— Vou te dar dez segundos para você explicar o que faz aqui.
— Mackey, calma... S-sou eu a Isa.
— Eu sei que você é, só não sei se devo deixá-la sair impune. Seu tempo está correndo e eu estou com pressa. O que faz aqui?
— E-eu só vim acompanhar a Iasmin. Te juro! E-ela me deixou aqui e saiu, não sei porque.
— Você é uma analista, não deveria estar em campo.
— Estou em treinamento.
Mackey abaixou a arma e riu sarcasticamente, dizendo:
— Melhor voltar para seu computador.
Depois esticou a mão e ajudou Isabela a se levantar.
— Depois dessa acho que prefiro meus computadores mesmo. O que faz aqui? Faz tanto tempo que saiu.
Ártemis começou a caminhar para fora do galpão, com Isabela em seu encalço.
— Eu não saí, Isa, estava de férias.
— De um ano? E como sabia que eu estava aqui? Quase me matou!
— Você faz muitas perguntas. Só quase te matei porque achei que estava junto com sua amiguinha ali.
Ela apontou para o lado de fora do galpão, onde havia mato alto e quase não dava pra ver nada, por causa da sombra que a árvore projetava. Ela caminhou na mesma direção, se deparando com Iasmin que tinha a garganta cortada. Por muito pouco, Isabela não colocou o café da manhã para fora.
Voltou na direção de Mackey e perguntou:
— Por que fez isso?
A agente guardou a arma no porta malas do carro preto e entrando no lado do motorista, respondeu simplesmente:
— Entra no carro. Te explico no caminho.
Assim, Isabela obedeceu e colocou o cinto, se lembrando da última vez que tinha pego uma carona com Mackey.
Ela deu partida no carro e saiu em disparada pelas ruas, logo depois começou a explicar:
— Eu fiquei sabendo que haviam agentes duplos ou corruptos na agência, vendendo informações, dizendo localizações de agentes... Por isso muitos foram mortos ou desapareceram ano passado. Lembra daquela confusão, quando o parlamento quase fechou o departamento?
— Lembro sim. - Respondeu Isabela, prestando atenção em cada palavra.
— Era por isso. Então resolvi tirar férias e investigar sobre esses agentes, sabia que não ia conseguir de forma legal, então iniciei uma investigação própria. Para isso precisaria ficar longe da agência e fazer todos acreditarem que eu estava em uma licença sem tempo determinado.
— Então todos aqueles agentes mortos foi você que matou?
— Nem todos. Alguns estavam me ajudando.
Isabela se calou e pelo resto do caminho não pronunciou uma palavra sequer, o que estabeleceu um silêncio durante a viagem, quase chegando na agência, ela perguntou:
— Você conseguiu? Acabou com todos?
Mackey sorriu de forma amarga e sem tirar os olhos da estrada, respondeu:
— Ainda tem muito trabalho... É algo que não acaba.
Augusto voltou para sua sala depois do almoço e se acomodou em sua cadeira. Ele estava cansado, aquele dia estava cheio de problemas e ele não via a hora de ir para casa, esperava que nada acontecesse até o fim do dia.
Passou as mãos pelo rosto e suspirou. Se sobressaltou, quando ouviu uma voz vir do canto de sua sala:
— Ártemis se apresentando para o serviço, senhor.
A agente saiu da sombra e se prostrou na frente dele, com um sorriso presunçoso no rosto.
— Como conseguiu entrar aqui, Mackey?
— O senhor tem a péssima mania de deixar a porta destrancada.
— Quer dizer que já voltou da sua missão solo?
— Sim, senhor.
— Achei que ficaria mais tempo fora... E que talvez fosse aproveitar as férias para realmente relaxar.
— Ah, eu fiz isso, mas acredito que terei mais utilidade aqui.
Augusto sorriu, sem demonstrar muito seu contentamento e mantendo a pose séria. Por fim, abriu a gaveta e de lá tirou a pistola que Mackey havia deixado um ano antes, colocou em cima da mesa e disse:
— Ela esteve esperando por você.
— E eu estive esperando por ela. - Respondeu Mackey a pegando e colocando no cós da calça - Algo para mim?
— Sim. Madalena Holtz.
— A dona da emissora de televisão?
— Exato. Suspeitamos que ela esteja manipulando informações para dar em seus noticiários, em primeira mão. Com cobertura exclusiva.
— E desde quando isso é um crime para nós resolvermos?
— Desde quando ela oferece ameaça para nosso país, fazendo outra potência nos atacar. Preciso que pesquise sobre ela, saiba tudo sobre sua vida e então decidirei o que vamos fazer.
— Sim, senhor.
Mackey já ia saindo da sala, quando Augusto disse:
— É bom te ter de volta, Mackey.
Dando meia volta, ela respondeu:
— Eu nunca saí.
Assim ela retomou seu caminho, partindo para a próxima missão.
Madalena que a aguardasse.
Mackey will return...
"Bom... E aqui nós finalizamos oficialmente o livro da Mackey. Estou muito feliz e ao mesmo tempo muito triste por ter terminado. A Mackey é uma das personagens mais importantes para mim, e como eu já disse foram três anos trabalhando nessa história. Ela com certeza vai deixar saudades! E quero agradecer de forma especial cada um de vocês, que me apoiaram, seguiram essa história e me deram forças para continuar. Vocês fazem parte da história da Mackey.
Espero poder voltar com mais histórias dela, em breve. Por enquanto ainda não há nada em projeto, mas se quiserem podem dar uma conferida nas minhas outras histórias. Há uma série de livros no meu perfil, e já estamos no terceiro livro. Não é ação como aqui, mas prometo que tem muita confusão!
Então é isso, aqui encerramos. E aproveitando esse clima de começo de ano, desejo a vocês muita prosperidade e sucesso, que seus sonhos se realizem e que 2020 traga muitas coisas boas.
Muito beijos, muito obrigada por tudo e nos vemos em breve (ou nos meus outros livros 😉).
PS: Há uma referência a James Bond no fim desse capítulo. Quem é fã, com certeza já entendeu. No fim de cada filme, podemos ver a frase "James Bond Will Return". Então podemos ter esperança de que Mackey também voltará, não é?"
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top