Capítulo 26
"Hoje vou deixar dois capítulos para vocês, a situação está bem tensa pelo visto hahahah Boa leitura!"
Uma semana antes da prisão de Paulo...
Mackey abriu os olhos lentamente e notou que uma mulher estava ao lado dela, ela anotava algumas coisas na prancheta, logo ela reconheceu a moça, era Lorelai, uma enfermeira que trabalhava ali. Quando ela viu que Mackey tinha acordado, abriu um largo sorriso, dizendo:
- Olha só! Resolveu sair do seu sono de beleza?
Mackey abriu um sorriso fraco e respondeu:
- Uma hora eu tinha que acordar. Onde estou?
- Na agência. Te trouxeram para cá ontem.
- Ontem? Eu dormi o dia todo?
- Sim, na verdade, eles te sedaram. Você precisava, considerando o tanto de ferimentos que tinha pelo corpo. Não sei onde você foi batizada, Mackey, mas você tem o corpo fechado.
- Provavelmente.
Ela se remexeu na cama, tentando se sentar, e soltou um resmungo de dor, foi detida por Lorelai que logo a deitou novamente, dizendo:
- Fique bem quietinha aí, seus pontos ainda não cicatrizaram. Na verdade, tivemos que suturar novamente.
- É sério?
- Além disso, tem escoriações por todo o corpo e duas costelas trincadas.
Mackey riu se divertindo com aquilo, não era novidade ela se arrebentar daquele jeito. Ossos do ofício.
- Acha que consigo quebrar o recorde?
- Você já quebrou o recorde quando um prédio despencou em cima de você, Mackey. Um prédio! Ainda não sei como saiu de lá com vida.
- Se te serve de consolo, eu também não sei. Não chegou minha hora ainda. Não deixo de pensar que quando eu morrer, vai ser com uma coisa muito fútil... Me engasgar com a azeitona, por exemplo.
- Cruzes! E você pensa nisso?
- Você não?
- Às vezes, acho que vocês agentes são doidos.
- Eu vou morrer mesmo. Todos nós vamos, então por que não aceitar logo de uma vez?
- Não quero pensar nisso.
- Você quem sabe. - De repente o semblante de Mackey ficou sério e ela logo inquiriu - E Galhardo? Sabe se o prenderam?
- Até onde sei, não. Parece que o alertaram e ele conseguiu fugir antes dos agentes o alcançarem.
- O quê?! Eu quase morri para nada? Como aquele imbecil conseguiu fugir? - Bradou Mackey, irritada.
- Se acalme, está bem? Não adianta ficar brava agora. Tem que repousar e relaxar, deixa que o Augusto cuida de tudo daqui para frente.
- Eu não consigo relaxar. Tenho que falar com o Augusto.
Mackey fez menção de se levantar, mas Lorelai a empurrou novamente para a cama e disse, mais severamente:
- Trate de ficar bem quietinha! Tivemos todo o cuidado para salvar sua vida, não ponha nosso trabalho a perder.
- Mas eu tenho que falar com o Augusto.
- Não tem, não. Vai ficar aí quieta até se recuperar. Nada de missões para você.
- Mas...
- Não me force a usar sedativo em você!
- Tudo bem.
Ela relaxou na cama e cruzou os braços, era claro que ela estava contrariada, Mackey não era do tipo que conseguia ficar parada por muito tempo. Na verdade, ela odiava isso, mas acabou se conformando e ficando quieta.
Lorelai pôde finalmente voltar para seu trabalho, e quando, minutos depois, passou em frente ao quarto de Mackey, a encontrou dormindo novamente.
No entanto, ela era mestre em enganar as pessoas, esperou Lorelai sair dali para sair da cama, e pé ante pé, verificar o corredor, para logo em seguida sair do centro médico.
Mackey se esgueirou pelos corredores e pegou o elevador até o andar onde a sala de Augusto ficava. Quando a porta se abriu, não hesitou e saiu determinada atrás do chefe, ainda que mancando.
- Mackey, não deveria estar no centro médico? - Questionou Paola, quando Mackey passou por ela.
- Não, já estou bem.
Ela entrou na sala de Augusto, o encontrando atrás da escrivaninha. Ao vê-la, Augusto a olhou com um misto de curiosidade e irritação, dizendo:
- Eu espero que tenha uma boa explicação para estar aqui.
- Já tive alta. - Mentiu ela.
- E por isso está desfilando pela agência com uma camisola?
- Posso inventar uma desculpa melhor.
- Volte para seu leito imediatamente.
- Senhor, por favor, preciso encontrar Galhardo e Paulo. Não vai adiantar de nada sabermos seus planos, mas não o pegarmos.
- Já estou cuidando disso, e você ficará de fora.
- Mas, senhor, esse caso é meu!
- Esse caso era seu. Não tem condições de nada no momento, volte para a cama e fique lá até se recuperar.
Os ombros de Mackey caíram em desânimo, aquilo não podia estar acontecendo. Em uma última tentativa, disse:
- E as pessoas que foram sequestradas ou traficadas?
- Os agentes acharam o caderno de Galhardo e o trouxeram para cá. Analisamos os locais onde as pessoas estão ou para onde foram mandadas, organizamos equipes de busca e vamos mandá-las para resgatar essas pessoas. - Ele olhou no relógio de pulso e completou - Agora mesmo deve estar saindo uma equipe daqui, localizaram algumas pessoas em um galpão velho, prontas para o tráfico.
- Me deixa ir! - Pediu ela entusiasmada.
- Preciso ser mais claro? Você está fora do caso!
- Por favor, eu imploro. Quero resgatar aquelas pessoas, prometo que não entrarei em combate, eu só... Eu só quero olhar nos olhos delas e ver que meu trabalho foi cumprido.
Augusto hesitou por algum tempo, ponderando o pedido de sua agente. Mackey era muito diferente dos outros, qualquer um no lugar dela teria ficado onde estava, no leito se recuperando, mas ela... Ela tinha uma força, uma sede de justiça e de dever cumprido.
Sendo assim ele logo disse:
- Tudo bem, Mackey, vou permitir que você acompanhe os agentes, mas ficará apenas como apoio, nada de entrar em contato direto com aquelas pessoas. Nem as vítimas, nem os sequestradores.
- Sim, senhor. - Respondeu ela com um sorriso.
- Vou ligar para eles e pedir para a esperarem.
- Obrigada, senhor.
Ela rapidamente saiu da sala dele e retornou para o centro médico, pegou algumas roupas emprestadas e com certa relutância o médico a liberou.
Se deparou com a equipe tática quase saindo, Isabela, a analista, estava junto com eles para analisar o perímetro e ficar de olho caso algo estivesse estranho. Eram sete agentes no total e chegando ao local logo adentraram em silêncio. O galpão era enorme e mal iluminado, vários containers estavam ali e não se sabia ao certo onde as pessoas sequestradas estavam. Mackey ficou responsável por vigiar o local e agir caso algo saísse do controle, sendo assim se dirigiu para um local mais alto, uma espécie de plataforma, que ficava quase perto do teto.
Assumiu a posição, enquanto escutava atentamente a conversa no rádio, Isabela ficara na van monitorando tudo. A equipe estava se saindo muito bem, conseguindo tirar as pessoas dos containers, até Isabela avisar no comunicador:
- Galera, ferrou para nosso lado. Tem mais homens chegando, e pelo que posso ver são mais do que podemos dar conta. Alguém alertou eles.
- Deixa comigo. - Disse Mackey - Eu posso dar conta deles.
Ela estava com uma metralhadora, não sabiam ao certo porque levaram aquela arma, mas precaução nunca é demais.
- Faça isso, Mackey. - Disse Augusto, que acompanhava tudo da agência - Dê cobertura.
- De onde estão vindo, Isa? - Perguntou Mackey.
- Estão entrando pela parte de trás do galpão.
Como ela já estava perto da parte de trás, não preciso muito para se posicionar. Logo os sequestradores estavam ali, se reunindo em um grupo grande, pareciam estar tramando algo.
- Permissão para atirar, senhor. - Pediu Mackey, com o dedo no gatilho.
Augusto demorou alguns segundos, mas logo a ordem veio:
- Permissão concedida.
Ela sorriu e respondeu:
- Então vamos começar o show.
- Não sei onde você vê algum show nisso. - Disse Isabela.
- Ora, Isa, eu sou uma artista. Vou pintar isso aqui tudo de vermelho.
- Está parecendo uma psicopata.
Mackey não respondeu mais nada, apenas puxou o gatilho e o show de horrores começou, aqueles homens foram pegos desprevenidos e logo a cor vermelha coloriu o chão, como Mackey mesma disse.
Poderiam muito bem chamar aquilo de covardia, mas há de se admitir que maior covardia era o que aqueles homens faziam.
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