Capítulo 25

"Eu não faço isso pelas riquezas
Estou infectado, minha condição é
Eu estou sempre na minha cabeça
Estas palavras são minha religião
Eu sou obsessivo pela decisão
Vou fazer isso até eu morrer

Me coloque no fogo
Me coloque, me coloque no fogo (woah) (woah-oh)
Eu ainda estou vivo
Eu ainda estou, eu ainda estou vivo (woah)
Aposto que você não pensou que eu voltaria a vida

...

Mais forte
(Mais forte, mais forte, mais forte, mais forte)
Aposto que você não pensou que eu voltaria
Mais forte
(Mais forte, Mais forte, mais forte, mais forte)
Aposto que você não pensou que eu voltaria a vida

Aposto que você pensou que eu estava morto
Mas eu não estou morto"

Stronger - The Score.

Uma semana depois...

Paulo estava no carro, enquanto o motorista o levava de volta para o apartamento. Depois da agente Mackey expor ele, Galhardo e seus planos, Paulo tinha que andar escondido, saía de casa somente pela noite e não participava mais de eventos, e quando ia a um, como naquele dia, ficava nas sombras apenas como observador. Sua viagem para fora do país já estava programada, e logo os agentes do governo não poderiam pegá-lo mais.

Estava no banco de trás, do passageiro, enquanto lia a reportagem no jornal.

"Funcionária da Galhardo Químicas morre após se jogar de uma janela no prédio." Dizia a manchete.

A secretária da Galhardo Químicas, que atende pelo nome de Aurora Ashworth, acabou vindo a óbito nessa quinta-feira, após se jogar de janela do prédio da empresa, uma filial aberta em Nevada. A polícia tomou o caso como suicídio após analisar o local, e o possível motivo seria o escândalo que estourou, acusando Galhardo de tráfico humano. Para a polícia, a jovem moça estava envolvida e ao saber que seria presa, se jogou da janela em um ato de desespero. Galhardo e seus sócios seguem foragidos..."

Paulo deu um sorriso satisfeito. As pessoas achavam mesmo que a pobre moça suicida era apenas uma secretária! Mal sabiam que aquela praga era agente do governo, pelo menos agora daria sossego, estando morta não poderia interferir em seus planos mais.

Com certeza o governo inventou aquela história para encobrir os rastros de sua investigação.

- Pobre agente Mackey! Morta e com a imagem degradada, será lembrada para sempre como uma traficante de pessoas. - Disse ele para si mesmo.

Logo o celular tocou e ele deixou o jornal de lado para atender, àquela hora já tinha chegado em casa e subia para seu apartamento.

Paulo entrou no apartamento, ainda escuro, falando no celular:

- Aquilo foi um porre! Cheio de crianças nojentas correndo de um lado para o outro. - Bateu no interruptor, mas a luz não acendeu. - Depois eu te ligo, tenho que resolver um probleminha aqui. - Desligou o celular e tentou de novo acender a luz, sem sucesso - Mas não é possível!

- É hipocrisia da sua parte bancar o filantropo e depois falar tão mal daquelas crianças, chega a ser cruel. - Soou uma voz no canto da sala.

Ele correu os olhos pelo cômodo e encontrou uma silhueta, iluminada apenas pela luz da lua que passava pela janela, sentada na poltrona.

- Que porra...? Quem é você?

- Fico um pouco magoada de que não me reconheça, mas acredito que o senhor saiba quem sou. - O abajur em cima da mesa perto da poltrona se acendeu, revelando o rosto de uma jovem - Afinal o senhor foi um dos motivos de eu ter pulado pela janela.

Voltou-se totalmente para ele, e pôde ver melhor sua fisionomia. O rosto estava todo cortado e na têmpora parecia haver um rombo de onde jorrava sangue que banhava o resto do rosto e um pouco da camiseta branca.

- Não.... Não é possível! Você está morta!

- Talvez.

Ele sacou a arma que carregava no coldre embaixo do braço direito, mas na hora de atirar o abajur se apagou. Mesmo assim ele descarregou a arma naquela direção. Tudo ficou extremamente silencioso, talvez ele a tivesse atingido, talvez estivesse apenas vendo coisas. O silêncio era quase apavorante. Por alguns segundos ele ficou imóvel sem saber o que fazer, ou pensar. Estava quase convencido de que aquilo fosse algum tipo de delírio.

- Não pode matar quem já está morto! - Soou uma voz em suas costas.

Se virou rapidamente e ela tomou a arma de sua mão, socou-o fazendo-o cair no chão. O pavor já aparecia em sua voz, mesmo no chão ele se arrastava para trás longe dela, mas ela parecia determinada. Ia andando em sua direção lentamente, o que aumentava a tensão, jogou a arma fora, seus olhos cinzas parecia de um felino, pronto para devorar, tão frios quanto gelo.

- Vo.... Você morreu! - Gaguejou o homem apavorado.

- Já perdi a conta de quantas vezes eu morri, mas não gosto de partir e deixar as coisas mal resolvidas.

- Mas.... Mas não há nada mal resolvido!

- Há sim, o senhor sabe. Tramou junto com Galhardo para matar várias pessoas, extorquiu, escondeu provas, é responsável por inúmeros atendados, desviou milhões de fundos de caridade, matou milhares de fome, é responsável pela morte de uma agente. Esqueci algo?

- Não sei....

- Não minta para mim! - Gritou - O senhor sabe que não há necessidade de mentir.

- O que quer que eu faça?

- O que eu quero? Deixe-me pensar.... Se entregue!

- Como?!

- Se entregue ao serviço secreto.

- Mas vou ser preso! Tem de haver outra opção.

- Sim, há sim. Eu posso te levar comigo. Ah, melhor! - Ela se abaixou e apertou as bochechas do homem - Eu posso passar o resto da sua vida te atormentando! Vou ficar na sua cabeça, na sua consciência! Já imaginou acordar e me ver do lado de sua cama?... Bu! - Soltou-o.

O homem gritou mais apavorado do que já estava e ela deu uma gargalhada se divertindo com a situação. Voltou-se para ele e retomou a fala:

- Confesse, Sr. Paulo....

- Não....

- É bem melhor....

- Por favor, sou cardíaco!

- E o senhor pensou nas pessoas que atingiu que também eram cardíacas? Vamos, facilite....

- Não.... - Ele repetia essa palavra inúmeras vezes enquanto ela falava.

- Nós dois sabemos que é tudo verdade. Eu te deixo em paz se confessar. Sabe que o serviço secreto está perto. A sua consciência vai sempre estar te lembrando. E aquelas pessoas? E Galhardo? E a outra agente? E eu? Confesse!

- Tudo bem eu confesso! - Gritou colocando as mãos na cabeça a indo aos prantos, mas com um tom de fúria na voz - Fui eu... Eu fiz tudo. Fiz e faria de novo, porque não me arrependo. Eu quis prejudicar aquelas pessoas. Eu quis matar aquela agente. Eu quis matar você. E não tem nada que possa fazer agora!

- Eu não teria tanta certeza. E agradeço pela colaboração. - Respondeu ela se afastando, bateu a mão no interruptor e as luzes se acenderam, abriu a porta e alguns agentes entraram prendendo-o.

- Mas o quê...?! - Perguntou ele.

- O senhor está preso, Senhor Paulo. - Respondeu Mackey limpando o rosto com uma toalha - Nunca estive morta. Achei que se brincasse um pouco com seu psicológico confessaria os seus crimes. É incrível o que luzes e tintas podem fazer!

- Desgraçada! - Praguejou ele.

- Podem levá-lo.

Os agentes saíram o levando e deixando-a sozinha no apartamento.

"Okay... Ela pegou um pouco pesado hahaha"

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