Capítulo 22
No dia seguinte chegou ao escritório e fez a expressão mais indignada possível e assim permaneceu até "seu patrão" chegar. Sabia que os seguranças iriam contar a Galhardo que a haviam visto na noite anterior e por isso ela deveria manter a história.
Primeira lição que aprendeu em seu treinamento: Quando tiver que mentir, chegue o mais perto possível da verdade. Use os fatos a seu favor.
Portanto era melhor que ela se aproveitasse da situação.
Quando Galhardo chegou, Mackey continuou com a mesma expressão, o que surtiu efeito, pois ele logo perguntou:
— Está se sentindo bem, senhorita Ashworth?
— Perfeitamente. - Respondeu ela rispidamente.
— Não é o que parece.
Ela então cruzou os braços e elevou uma sobrancelha, dizendo:
— O senhor mandou me vigiar!
— Mas.... Como sabe?
— Vi seus seguranças na minha porta.
— Que bando de incompetentes. Sinto muito por isso, Aurora, mas a verdade é que não quero arriscar.
Mackey percebeu que aquela foi a primeira vez que ele usou seu falso primeiro nome, e concluiu que era um bom progresso, ele começava a confiar nela.
— Arriscar o que, senhor?
— Iolanda já foi morta, sabe-se lá o que a pessoa queria. Não levou nada do escritório, não estava aqui para roubar. Talvez quisesse informações. E se essa pessoa voltar e pegar você?
— Não poderei dar informação alguma, senhor Galhardo. Eu não sei sobre nada de seus projetos, salvo os que tem feito nessa cidade. Não poderei delatá-lo.
— Tenho outras preocupações, além dessa. – Respondeu ele se aproximando.
— Oh.... O senhor se preocupa com minha integridade física? – Perguntou ela em tom inocente.
— É minha secretária. Está sob minha responsabilidade.
— Somente quando estou em serviço.
— De qualquer forma todo cuidado é pouco. Não quero que seja envolvida nisso tudo.
— Então o senhor sabe quem fez aquilo?
— Ainda não. Mas vou descobrir. E quando eu souber.... O desgraçado vai lamentar o dia em que nasceu.
Galhardo pronunciou essas palavras em um tom tão sombrio e raivoso, que um arrepio percorreu toda a espinha da agente. Aquele homem era perigoso e não estava brincando. Tinha que agir o mais rápido possível.
Nas semanas seguintes ela não conseguiu muita informação, mas tinha certeza que Galhardo tramava muito mais do que apenas tráfico de pessoas, e agora Mackey estava preocupada, o que era para ser apenas uma simples missão, se transformou em duas. Ela não conseguiria dar conta de tudo ao mesmo tempo!
Não! Ela não podia desistir. Tinha que tentar, muitas pessoas dependiam dela, não poderia simplesmente se entregar assim. Precisava traçar um bom plano, uma estratégia para chegar até Galhardo, e caminho para chegar até um home, com certeza passava por seus amigos.
Por isso ela passou a observar quem frequentava o escritório de Galhardo, notou que um dos que mais ia ali era Marcelo. Um homem moreno, com feições muito sérias, jamais o viu dando um sorriso sequer.
Em uma tarde, Marcelo entrou no escritório de Galhardo e ambos ficaram horas a fio lá dentro, Mackey escutava tudo do lado de fora, através da escuta que tinha implantado na sala.
Aparentemente, Marcelo tinha conseguido mais "mercadorias" e ele falava tanto de drogas, como de pessoas, e a agente simplesmente não se conformava com o modo com que aquele homem se referia àquelas pessoas. Eram seres humanos!
A frieza na voz dos dois era espantosa, Mackey não era exatamente um exemplo de empatia, porém, também não era alguém que não se importasse com o bem-estar do próximo. A maior prova disso era que ela arriscava sua vida todos os dias para salvar pessoas que nem mesmo sabiam que ela existia.
Deixando esses pensamentos de lado, ela logo se concentrou no seu trabalho. Galhardo continuava conversando com Marcelo e disse algo sobre um "caderno", Mackey até chegou a cogitar a hipótese de ser um caderno no sentido conotativo, mas pelo que falavam esse caderno realmente existia. E estava ali! Ao seu alcance.
Ela precisava descobrir onde o esconderam!
Sua mente traçava um plano, mas parecia arriscado. No entanto, era a única coisa que poderia fazer, seu tempo estava se esgotando e ela estava ficando sem opções.
Sendo assim, ela resolveu que naquela noite mesmo colocaria seu plano em prática, era chegada a hora de arriscar e sair da encolha.
O seguiu até um bar que ficava em um dos bairros mais isolados da cidade, o observou de longe por alguns instantes e viu que conversava com um outro homem, pareciam tramar alguma coisa, logo Marcelo foi embora, deixando apenas seu confidente ali. Mackey até pensar em abordar o cara naquele mesmo instante, mas com certeza o assustaria, por isso optou por continuar ali no balcão, tomando seu whisky.
Um grandalhão se aproximou e se sentou ao lado dela, porém sua atenção não estava em Mackey, estava na moça que trabalhava ali servindo as bebidas. Ele lhe lançava cantadas e olhares extremamente maliciosos, enquanto a pobre moça continuava trabalhando, mesmo que envergonhada. Para Mackey foi a gota d'água quando o grandalhão agarrou o pulso da moça, esbravejando:
— Vai me ignorar mesmo, belezinha?
— Eu estou apenas trabalhando, Mike. Por favor, me deixa. - Pediu a moça, quase em forma de súplica.
— Eu pagaria muito mais a você se prestasse serviços para mim.
— Qual é, cara, deixa a garota em paz. – Se meteu Mackey.
Mike se virou para ela, com uma expressão de deboche e retrucou:
— E você está se metendo por que, gostosinha?
— Primeiro, não me chame de "gostosinha" novamente, ou arrancarei sua língua. Segundo, estou me metendo porque você é um babaca, e a moça só quer trabalhar em paz.
— E de onde veio essa autoridade toda? Por acaso é da liga das mulheres unidas agora?
— E se eu for? Algum problema?
— Vocês feministas são todas iguais! Mal-amadas.
Mackey riu debochadamente e se voltou para frente, tomando o whisky tranquilamente, enquanto dizia:
— E gente como você são todos iguais... Têm uma ervilha no lugar do cérebro.
— O que disse? – Gritou o grandalhão irritado, e chamando a atenção de todos ali.
— O que você escutou, grandão.
— Você é muito abusada! Vou colocar você no seu devido lugar, mostrar onde você tem que estar.
Ela soltou uma gargalhada estrondosa, porém ainda não o encarava, continuava tomando sua bebida e debochando de Mike, sem nenhum medo.
— Ele ainda acha que pode. Previsível como sempre. Muito músculo, pouco cérebro. – Disse ela.
— Mas uma palavra e vai sentir o peso desses músculos, sua vadia.
— Encoste um dedo em mim, e eu vou te deixar pelo menos quinze dias sem poder usar sua mão.
— Vadia! – Gritou ele avançando sobre ela.
Mackey se desviou com facilidade e aproveitando da situação, empurrou a cabeça do homem, fazendo com que ele batesse o nariz no balcão.
— É muito valentona, não é mesmo? – Ele gritou com um sorriso sádico nos lábios – Vamos ver até onde vai manter essa sua pose!
— Se gritar comigo mais uma vez, eu juro que dou um jeito de calar essa sua boca e você não vai gostar nada. – Respondeu Mackey o encarando de perto.
— Eu grito com quem eu quiser, sua imunda! Quem você pensa que é para me dar ordens? Não passa de uma mulherzinha...
Ela não aguentou mais aquilo, com um movimento rápido, golpeou a traqueia do homem, o deixando sem ar e sem fala, se encolhendo pela dor.
— Como eu pensei. Cão que ladra não morde.
Imediatamente outros homens que estavam ali presentes começaram a cercá-la, e foi ali que ela percebeu o quanto estava encrencada.
Bom, se todos fossem como aquele babaca do Mike, talvez ela pudesse cuidar deles.
Os seis partiram para cima dela ao mesmo tempo e Mackey esperou que eles chegassem muito perto, depois simplesmente se abaixou, fazendo os homens se chocarem entre si. Eram um bando de idiotas!
Foi então que ela se levantou e golpeou um no nariz, com o pé acertou o estômago de outro e quando um terceiro vinha para lhe acertar um murro, ela se abaixou o fazendo acertar o companheiro. Depois golpeou a virilha de um e com um chute rasteiro derrubou outro. Aquilo virou um cenário de briga e caos, Mackey se aproveitava de garrafas quebradas para acertar os homens, além de utilizar cadeiras e até mesmo mesas como armas. Quando um a agarrou por trás, ela jogou a cabeça para trás e acertou o nariz do homem, o deixando zonzo, depois se virou e acertou a têmpora o nocauteando. Outro vinha por trás para lhe acertar uma garrafada, e ela passou um rasteira, depois pegou a perna do rapaz e girou, fazendo o osso sair do lugar e ele gritar de dor.
Cuidou de mais dois, acertando um chute alto na têmpora de cada um. Teve um pouco de trabalho para se livrar o cara das correntes, que ela nem mesmo sabia de onde tinham vindo, mas depois de passar as correntes pela garganta dele e apertar, estava livre para cuidar do último, que levava um canivete. Nada de anormal, se desviou dos golpes rápido do homem e de algum modo, conseguiu com que ele próprio se golpeasse na barriga.
Depois de terminada a confusão, ela encarou os outros ali, que a olhavam atônitos, e disse:
— Mais alguém para fazer gracinha?
O dono do bar se aproximou lentamente e disse, com medo:
— Moça, por favor, sai daqui. Olha o prejuízo que me deu!
— Eles que começaram! – Se defendeu Mackey.
— Eu sei, mas não quero mais confusão.
— Eu só queria beber meu whisky em paz!
O senhor deu a volta no balcão, pegou uma garrafa cheia de whisky e entregou para ela.
— Toma, pode levar tudo. Desde que saia do meu bar!
Um segurança grandalhão a arrastou para fora e jogou no meio da rua, depois voltou para dentro do bar, enquanto Mackey gritava no meio da rua:
— Não se pode nem beber em paz nessa cidade! Eu odeio esse lugar!
Abriu o litro de bebida e virou direto na boca, só percebeu que estava bêbada, quando tropeçou nos próprios pés.
"Olá, pessoal, como vão? Espero que bem! Vim aqui para agradecer vocês, isso mesmo agradecer todo o apoio e seus votos. Essa semana Mackey chegou em 1º no ranking! Estou tão feliz por isso!! E foi devido a vocês. Vocês fazem parte disso também, então muito obrigada mesmo por tudo! Beijos!!"
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