Clube
Na saída da escola, quando eu andava na direção da picape preta da minha mãe, Sky apareceu na minha frente e tinha Cass ao seu lado.
— Eu estive pensando, Oliver... Você gostaria de entrar para o nosso clube? — ela me perguntou, me deixando completamente chocado.
— Clu-clube? — gaguejei.
— Sim. Se chama Clube Dos Gays, onde, exceto eu, apenas há garotos gays. Seria legal te ter lá, e você poderia ter mais contato com pessoas que te entendem. — me explicou. — Peço que pense um pouco mais sobre isso. Aqui são as regras e o local onde nos encontramos. É um pouco longe, lembra um pouco o campo, já que tem uma vasta área de flores. É bem legal.
— Eu fui convidado ao seu clube? Que... Que honra! — senti que estava passando mal, não só pelo Sol quente, mas também pela notícia maravilhosa. — Claro que quero participar!
— Que bom. Estaremos te esperando amanhã, uma hora depois da escola. — me avisou.
— Tudo bem. Eu irei. — sorri para ela.
Sky acenou para mim e saiu andando com Cass.
Eu continuei o meu caminho até o carro de minha mãe e entrei. Fiquei vendo aquele papel que Sky me entregara.
— Você fez amigos, Olie? — mamãe me perguntou.
— É, acho que sim. — sorri para ela.
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REGRAS DO CLUBE DOS GAYS:
1 - Não falar sobre o que acontece no clube com ninguém.
2 - Prestar apoio emocional para os membros do grupo, com eles passando ou não por problemas.
3 - Todos os membros devem estudar na Sunwood High School.
4 - Recomendado chegar no horário certo no clube, e caso haja um atraso de mais de três horas, deverá ser justificado.
5 - É permitido que os membros se envolvam romanticamente um com o outro.
6 - A "Terra do Nunca"¹ é restrita apenas para os membros do grupo.
7 - Desabafos são bem-vindos.
8 - Nem uma mentira será aceita no clube.
9 - Respostas de atividades escolares são bem-vindas.
10 - Lanches são bem-vindos.
11 - Estaremos estudando uma determinada matéria pelo menos uma vez por semana.
12 - TODOS OS MEMBROS DO CLUBE, EXCETO A LÍDER, DEVEM SER GAYS.
* Caso descumpra alguma dessas regras, dependendo da gravidade, haverá a expulsão do integrante no Clube Dos Gays.
"Terra Do Nunca"¹ - Casa em que nos encontramos diariamente.
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E eu estava totalmente ferrado.
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Eu estava um pouco nervoso com aquilo tudo. Tinha pego o ônibus e ido até o local em que Sky me passou o endereço. Era uma casa, bem simples por sinal, e tinha uma placa escrito: "Não entre, humano".
Passei a mão no cabelo, ajeitando-o, e consertei a minha jaqueta jeans azul claro. Com passos cautelosos, eu subi o pequeno ramo de escada que dava à porta de entrada e bati três vezes.
A porta se abriu, e eu senti duas mãos alcançarem a minha jaqueta jeans e me puxaram para dentro. Tocava uma música muito alta, a qual eu nunca tinha escutado, mas eu sabia que era Indie.
Cass fora uma das pessoas que me puxaram, e ele fez o favor de tirar a minha jaqueta e a minha mochila das costas, contra a minha vontade. Sky fez o favor de bagunçar o meu cabelo e escrever algo na minha testa com um marcador de texto preto.
— Já está pronto! — Zach veio correndo até nós e me puxou para o banheiro. A porta se abriu assim que nós aproximamos e Taylor, que estava lá dentro, me jogou dentro da banheira cheia de água preta (eles misturaram corante!).
Um outro garoto apareceu e tirou fotos minhas com uma polaroid antiga da Canon, enquanto ria. Depois disso, Cass apareceu com pacote de purpurina prateada e despejou-o todo em mim. Me mergulharam na água centenas de vezes e gritaram:
— Bem-vindo ao Clube Dos Gays, Oliver!
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Um ritual de boas vindas. Era isso. Aquele completo show era um ritual de boas vindas.
E eu estava com frio, estava encolhido no cobertor que Sky me entregara e comia pipoca com os outros garotos.
— Eu não o conhecia, Oliver. — falou o garoto desconhecido. — Sou Alec Benjamin, mas todos me chamam de Ben.
— Por que não só Alec? — eu quis saber.
— Quem me chama assim é Sky. — apontou para a garota ao meu lado.
— Ben é melhor. — comentou Cass. — Me lembra o Ben 10. Ei, perdeu o relógio, Ben? — Cass o cutucou com o cotovelo.
— Idiota! — Alec o empurrou.
Alec Benjamin tinha o cabelo loiro escuro, era bronzeado e seus olhos eram castanhos. Vestia uma camisa da Supreme, uma calça jeans preta e estava descalço, como todos nós. Perto da porta de entrada tinha uma coleção de tênis espalhados.
— Ah, eu trouxe cookies da Vovó Loolie! — Sky anunciou, levantando-se do sofá e correndo até a sua mochila. — Está uma delícia. — voltou com uma vasilha.
— Eu amo a sua avó, Sky! — Taylor falou, pegando um cookie.
Eu também peguei um e comi. Realmente, era muito gostoso.
— Oliver pediu Bruce em casamento ontem, e ele nem aceitou! — contou Sky.
— W-T-F? — soletrou Styles.
— Você vai me deixar constrangido assim... — resmunguei.
— Ah, qual foi? — Sky me empurrou levemente. — Vai esconder que tem fotos de Zac Efron e Cameron Dallas no seu caderno de experiências de biologia?
— O Cameron é meu, seu poser! — Cass gritou e eu ri.
— Lá vem Cassidy querer brigar por macho que nem sabe que ele existe... — Zach provocou.
— Olha, eu não aceito que fale isso de mim! — Cass ergueu o dedo indicador, injuriado.
Eu só conseguia rir.
— Imbecil! — exclamou Alec, com a boca cheia de biscoito e cuspindo farelo em todo mundo.
— Imbecil é você, imbecil! — Styles reclamou. — Ninguém mexe com o meu Cass, meu Pop Corn... — ele puxou Cassidy para um abraço.
— Oh, vou vomitar! — Taylor simulou um vômito.
— Está com ciúmes, Taylor? Quer um abraço também? — Styles provocou.
— Fica longe de mim, nem vem! — Taylor se levantou e pegou mais cookies.
— Ciumento! — Cass gritou, jogando uma meia em cima de Taylor.
— Morte na certa! — disse Ben.
— Vamos ser a favor da paz, pessoal! — pedi, vendo Taylor vir na direção de Cass.
— Deixa eles se matarem, Oliver. — Sky segurou a minha mãe e puxou-me para longe do sofá. Alec nos seguiu até um quarto, e Sky fez o favor de fechar e trancar a porta.
— Foi mal, Taylor!! — escutamos os gritos de Cass.
— O que ele está fazendo? — perguntei.
— Eu sei lá. — Sky jogou-se na cama e agarrou uma pelúcia. — Você gosta do Pokémon Eevee? — jogou a pelúcia para mim.
— Prefiro o Lapras. — comentei, sentando-me ao seu lado e acariciando o ursinho.
— Seis horas! Eu tenho que ir! — Ben abriu a porta.
— Hã... Eu também, Sky. Te vejo amanhã! — me despedi.
— Tchau. — ela mandou um beijo no ar para mim e eu sorri.
Saí com Ben da casa e me despedi dele e dos garotos que já estavam do lado de fora, brincando de Tom & Jerry.
Peguei o ônibus que me levaria até em casa e acabei por dormir. Minha sorte foi acordar no local exato do ponto e eu desci sonolento do ônibus. Andei como um zumbi até a minha casa e entrei no imóvel. Dessa vez, a minha mãe estava realmente praticante Yoga, e eu tive que aplaudir a sua evolução.
— Ah, Oliver! Que bom que chegou! — virou-se para mim. — Como foi?
Minha mãe não sabia que eu estava num clube de gays e tampouco que eu estava fingindo ser gay. E se dependesse de mim, ela nunca saberia. Eu apenas contei que fui convidado à um grupo de amigos divertidos.
— Ótimo. — sorri. — E o seu dia?
— Próxima posição: dobra para frente. — disse uma voz computadorizada vindo da televisão, e a imagem de uma mulher fazendo a posição veio à tela.
— Incrível! — minha mãe me respondeu numa voz sofrida, quando afastou as pernas e inclinou o tronco para frente a ponto de ficar na direção do chão.
Eu fiz uma expressão de dor, e ousei perguntar se estava tudo bem.
— Está tudo ótimo! — ouvi em resposta. — Ah, aliás... — ela desfez a posição e pausou o vídeo da televisão. — Sábado à noite você vai estar ocupado? — neguei com a cabeça. — Eu convidei Simon para jantar conosco.
— Simon é...?
— Um amigo do trabalho. — e voltou a fazer aquela posição estranha.
Oh, não... Eu sei o que isso significa, e eu estou torcendo tanto para "Menry"... Por que ela foi inventar de destruir o meu casal favorito?
— Ah, um amigo... — resmunguei, antes de soltar um suspiro.
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