🍀 05

 1 ano atrás, Buenos Aires, Argentina.

 Um coreano e uma brasileira em uma cidade onde só se fala espanhol, onde nem um dos dois sabem falar o idioma. S/n até sai ganhando um pouco por conta de que dá para entender algumas coisas, já Jun sai no azar sabendo só coreano e inglês.

— A gente necessita aprender a falar espanhol. — diz ela caminhando de mãos dadas com ele pela ponte. — É tão ruim vir para um lugar sem conseguir entender o que eles realmente estão dizendo.

— Aish, mas você também quer aprender italiano, francês e japonês. Como você vai aprender isso tudo?

— Um dia eu aprendo, se a minha força de vontade deixar.

 S/n aprendeu inglês sozinha quando adolescente, e fez um cursinho na época em que estava na faculdade. Já coreano, ela começou a aprender após conhecer Jun, e com a ajuda dele e de Byeongkwan que são ótimos professores, ela quase está chegando a fluência.

 Os dois se aproximam da mureta de concreto que impede as pessoas caírem no rio. Os dois olham para cima observando as estrelas, de dia Buenos Aires já era linda e de noite era mais linda ainda.

— Eu estava pensando. Deveríamos passar algum tempo no Brasil também. — Park diz colocando os braços ao redor da cintura dela, enquanto apoia a cabeça em seu ombro.

 S/n em resposta sorri se encostando mais no peito dele. Ela posiciona a camera e tira a foto do rio e em seguida coloca as mãos sobre a do Jun.

— Seria tão bom. O Brasil é um país tão grande e tão cheio de culturas. Adoraria viajar a cada estado com você.

— Bem, eu ficaria honrado em ter a sua companhia como sempre. — ele deposita um selar em seu pescoço.

— Imagina quantos pratos típicos podemos comer? Um acarajé, uma feijoada. — ela suspira só de lembrar dos pratos.

— Pelo o jeito que você diz com certeza deve ser muito bom os pratos.

— Você não sabe o quanto.

 Park vira s/n aproximando os seus corpos um do outro e encara os lábios dela.

— Sabe, sou muito sortudo.

— Por quê? — ela diz mordendo os lábios olhando para os dele.

— Você é como se fosse um trevo, me trás sorte. Ter te conhecido é uma sorte, me sinto como se fosse um homem de sorte.

 Um sorriso brota nos lábios dela.

— Sou um trevo, isso é interessante. Sabe o que isso também significa?

Jun nega com a cabeça levantando uma sobrancelha.

— As pessoas não dizem que sem um trevo você só tem azar? — Jun assente. — Então, um trevo sozinho também não dá sorte. Ele também precisa de alguém, ele precisa fazer alguém se sentir a melhor pessoa do mundo para também se sentir assim.

 Entendo cada palavra, Park se aproxima dela juntando os lábios dos dois a beijando. Ela coloca a mão sobre a nuca dele passando em seguida entre os cabelos, e Jun coloca as mãos na cintura  dela intensificando o beijo.

 Os dois se separam encostando a testa um do outro e em seguida rindo.

— Eles vão pensar que somos loucos. — diz s/n.

— Deixe eles pensarem.

 Os dois se separam começando a caminhar. Ela entrega a câmera por um momento para Jun segurar, e com a permissão dela ele começa a ver as fotos que foram tiradas. Ao passar as fotos, ele encontra uma dele. Na foto Jun está distraído e sorrindo, ele reconhece que essa foto com certeza foi retirada de manhã quando eles estavam em frente a uma padaria esperando para fazer os pedidos.

— Você tirou uma foto minha!

— Não gostou?

— Gostei, só que eu tô meio bobo na foto.

— Você está ótimo, perfeito amor.

 Jun sorri bobo ao ouvir ela o chamar de amor. Antes que ele pudesse dizer algo, os dois se esbarram em uma garota.

— Haces una pareja tan hermosa. ¿Podemos tomar una foto?¹

S/n sussurra no ouvido dele:

— Acho que ela quer tirar uma foto nossa.

— I'm sorry, but we can't.² — responde Jun em inglês.

— Ah, it's ok.

 A garota sorri fraco e se afastando.

— Tudo o que eu mais queria é que as pessoas soubessem logo que nós namoramos. Assim não precisamos ficar nos escondendo. — diz Jun um pouco chateado e ela aperta a sua mão o confortando-o.

— Bom, um dia eles descobriram. Não vamos nos preocupar com isso, vamos apenas nos divertir e aproveitar o momento.

 Jun assente, eles continuam a caminhar se aproximando de barraquinhas que vendem desde alimentos a alguns itens.

— Vem! — ele puxa ela ainda segurando a câmera em direção a uma barraquinha de uma senhora que vende quadros. — É ham... como eu pergunto sobre o valor disso?

— Merda, nem eu sei. E eu esqueci o meu dicionário em casa. Não tenho o Google tradutor aqui também. Será que ela entende português?

 Park levanta os ombros, fazendo uma expressão confusa que ela ama.

— Quanto custa isso? — pergunta ela em português.

— Você é brasileira? — pergunta a mulher em português.

— Sim.

 As duas começam uma pequena conversa em português, enquanto Jun ficava olhando tentando entender o que elas estavam falando.

— S/a! — chama Jun a atenção da garota em relação aos valores do quadro.

— Desculpe Junie.

 Eles compram o quadro, e quando eles estavam saindo Jun reparou em uns colares, o que chamou mais atenção foi de um com um trevo de quatro folhas.

— Quanto é isso? — pergunta em coreano para a mulher e s/n traduz.

— Para vocês de graça. — ela sorri tirando um dois colares com o mesmo pingente.

 Ela coloca na mão do Jun, que entendeu o gesto.

— Não podemos levar. — diz Jun e s/n traduz novamente.

— Eu também não posso aceitar de volta.

 Sem conseguir fazer com que a mulher pegasse o colar, os dois vão embora, com o quadro e os dois colares.

— Não quero ir embora. — diz Jun assim que eles entram no quarto deles no hotel.

— Eu também não. — s/n choraminga.

 Sentando na cama, ela começa a se desfazer do tênis e do moletom. Jun tira os sapatos e sobe em cima da cama ficando atrás da s/n. Ele pega o colar do bolso e afasta os cabelos dela colocando o colar em seu pescoço. Ao sentir o colar em contato com a pele, ela sente um calafrio.

— Ficou lindo em você, como sempre. — Jun fala ao pé do ouvido dela e em seguida deposita um selar novamente em seu pescoço fazendo com que ela suspirasse.

 S/n tenta se virar, mas Jun é mais rápido se levantando da cama. Ele ri e caminha em direção ao banheiro. Minutos depois ele volta vestindo apenas uma calça moletom. Sem dizer nada, ela passa por ele indo em direção ao banheiro indo tomar banho.

 Ao voltar do banheiro, vestindo um conjunto de short e blusa de um pijama, ela caminha até a  cama onde Jun está sentado mexendo no celular. Sem dizer nada, ela senta no colo dele tirando o celular de suas mãos. S/n passa a mão por todo o seu abdômen e em seguida as suas costas. Ela começa a depositar beijos em seu rosto, menos em sua boca.

— Você não é o único que pode provocar aqui. — ela diz em seu ouvido mordiscando o lóbulo.

Jun não diz nada, apenas sorri com a atitude dela. S/n saiu do colo dele se levantando, mas não demorou muito para um par de mãos ser colocado em sua cintura e em seguida a virando bruscamente e Jun junta os lábios dela nos dele começando um beijo feroz.

°

 Já se passaram das 01:00 da manhã e Jun ainda não pegou no sono. S/n dorme ao seu lado coberta por apenas um lençol, assim como ele. Jun se aconchegou mais ao lado dela e sorri fraco. Ele nunca poderia estar mais feliz do que agora. A vontade que ele tinha era de passar o resto do tempo com S/n, mas o trabalho dele não podia, assim como o dela.

 Já era difícil os dois se verem, ainda mais cada um morando em países bem distantes um do outro. Assim como ela, ele também queria que todos descobrissem sobre os dois, mas sabia que teria muitos comentários negativos, e ele odiaria ver ela passar por isso.

— Ainda acordado? — pergunta ela.

— Ainda acordada? — ele pergunta de volta e ela levanta a cabeça.

— Estava cochilando, toda hora acordando. E você?

— Estou sem sono mesmo. Tente descansar novamente. — Jun pede sem querer incomodá-la.

 S/n encosta a cabeça no peito dele, mas fica com os olhos abertos.

— O que está te incomodando?

 Jun sempre admirou a s/n por saber quando ele tinha algo e não queria dizer.

— O horário. Logo vai ser de manhã e iremos para o aeroporto nos despedir.

 Os dois odiavam essa parte, ir para o aeroporto e dizer tchau um para o outro. S/n mentiria se esse também não fosse um dos motivos de ela não conseguir dormir direito.

— Nem sei quando vamos poder nos ver novamente.

— Em breve. Mas vamos continuar conversando pelo celular, nós vendo por chamada de vídeo.

— S/a. — ele a chama pelo apelido fazendo com que ela levantasse a cabeça novamente. — Você acha melhor nós terminarmos?

— Você quer terminar?

— Não.

— Então nunca mais fale isso. Eu não quero terminar com você. Se um dos motivos de você pensar isso for em relação a nossa distância, não se preocupe que eu sempre esperarei você sempre. — s/n deposita um selar nos lábios dele e em seguida volta a se aconchegar no peito de Jun.

 Ele começou a mexer no cabelo dela fazendo com que a mesma caísse no sono, e em seguida ele também dormiu.






¹— Vocês formam um casal tão lindo.

²— Eu sinto muito, mas não podemos.

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