1.0

Any gabrielly

Suas mãos percorriam meu corpo como se sua vida dependesse daquilo, sua respiração ofegante entregava a tentação pelo meu beijo e todos os seus desejos mais impuros naquele momento. A música alta guiava nossos corpos em uma dança sensual sem fim, por mais cheia que aquela boate estivesse, naquele momento era apenas eu e ele, e nada mais importava.

- any

Suas mãos desciam até minha cintura

- any

Seus lábios se aproximam do meu...

- ANY - escuto a voz alarmante de kaitlyn - desça, já pousamos a alguns minutos - me alertou

Me levanto rapidamente ainda tentando entender meus devaneios.

O ar frio de Los Angeles arrepia minha pele no segundo em que piso para fora do avião, é estranho uma frente fria em meio a maio, porém não vou negar que adoro esse clima.

Assim que desço do avião, me dirijo rapidamente ao carro que me aguardava ao lado de fora, como sempre, entrei somente após kaitlyn, minha empresária e acessora, entrar. Quando encostei minha cabeça na janela, em um suspiro carregado permito-me descansar e fechar meus olhos por alguns longos minutos. Por mas que eu viva dentro de aviões, nunca consigo descansar o suficiente dentro de um.


- não temos nenhum compromisso hoje certo? - perguntei rapidamente ainda com os olhos fechados

- ah, temos um compro... - interrompi kaitlyn imediatamente

Ser famosa tem de seus pontos positivos, mas se tem algo que odeio nessa vida é o fato de nunca parar. Não me lembro qual foi a última vez que viajei sem ser pra fazer um show, ou um photoshoot, ou uma entrevista,  desde que cheguei onde cheguei, nunca mais tive tempo para descansar. Longe de mim estar reclamando, mas essa rotina consegue ser extremamente cansativa.

- não. - murmurei baixinho, dessa vez de olhos abertos

- mas any, temos um encontro com uma gravador.. - tentou se justificar

- kaitlyn, não me leve a mal mas eu acabei minha turnê agora e eu não preciso de um encontro com uma gravadora, eu preciso de um banho e de uma boa noite de sono. - falei olhando para a mesma através do retrovisor

- certo.. - disse ríspida

O caminho até em casa foi rápido, talvez por conta do cansaço extremo eu tivesse perdido qualquer noção de tempo, mas isso não importa quando finalmente chego em casa. Largo minha bolsa no sofá e faço o de costume.

- brina! - exclamei pelo nome da gata

Alguns segundos depois, a felina apareceu entre minhas pernas, como eu havia sentido falta desse bichinho.

- como eu estava com saudades - disse apertando a gata contra meu rosto

Após uma recepção calorosa, largo a gata no chão e vou em direção ao meu quarto, onde antes mesmo de tomar um banho me jogo na cama em busca de matar a saudades que eu estava. Passar muito tempo longe de casa acaba com qualquer um, mesmo que eu não fosse a pessoa mais caseira, havia dias em que eu só precisava da minha casa e uma boa xícara de café.

(...)

Acordo com a campainha tocando e gritos histéricos vindos da porta.

- já vai - murmurei baixinho ainda raciocinando meu redor

Assim que abro a porta, me deparo com heyoon e sabina cada uma segurando duas sacolas de supermercado.

- que horas são? - perguntei genuinamente

- hora do jantar bobinha - heyoon falou e logo em seguida entrou na casa acompanhada de sabina

- como assim, quem liberou vocês? - questionei enquanto fechava a porta

Por mais próxima que eu fosse das meninas, as únicas pessoas que tinham acesso liberado para entrar no condomínio eram minha empresária, minha tia e lamar, meu meio irmão.

- isso é segredo e nem é tão importante assim - exclamou a asiática

- você se preocupa demais com as coisas sabia? - apontou sabina enquanto tirava várias coisas da sacola de supermercado

Entre estas várias coisas, identifiquei rapidamente uma garrafa de vinho rose barato que deve ter custado menos de 10 dólares, azeite, tomates, um pão que aparentemente era integral e um pote de azeitonas.

- o que pretendem fazer com isso? - perguntei indo em direção a cristaleira

- não bobinha, não vamos beber o vinho, vamos cozinhar com ele - disse heyoon vindo em minha direção

A mesma me guiou até o sofá onde disse que eu deveria ficar ali até que elas terminassem o jantar. Preferi não questionar pois sei bem que elas teriam uma justificativa para cadê dedo que mexesse dentro da minha cozinha.

Ter uma família distante, por mais terrível que seja me proporcionou várias coisas boas, entre elas estão sabina e heyoon, minhas coreógrafas, melhores amigas e praticamente irmãs.

- afinal o que fazem aqui? - perguntei

- estávamos com saudades, você esqueceu que passou 6 meses fora? Tem noção que a Beyoncé lançou um álbum nesse meio tempo? - falou sabina

Eu havia ficado 6 meses fora...

Parando pra pensar, no início da turnê 6 meses não era muita coisa, mas agora com a turnê finalizada 6 meses é muita coisa.

6 meses é metade de um ano...

- any? - heyoon chamou minha atenção - aconteceu algo para você estar tão aérea assim?

- que? Como assim?

- parece que você perdeu contato com o seu cérebro ou algo assim - esboçou sabina com uma feição de confusa

De fato, desde meu último show tudo tem estado estranho. Não digo somente a meu respeito, mas parece que tudo estava tão pesado e do nada ficou tão leve que meu cérebro ainda não teve tempo de processar.

- não aconteceu nada eu acho.. - falei

- tem certeza? - questionaram em coro

- sim, relaxem tá tudo bem - retribui seu questionamento com um sorriso

O resto da noite foi um sopro, as meninas acabaram fazendo um risoto de carne perfeito como uma forma de "bem vinda de volta a sua casa", confesso que estas pequenas atitudes deixam meu coração quentinho e com mais vontade ainda de nunca mais sair de Los Angeles.

- não acredito que ele fez isso - disse sabina desacredita

Agora estávamos sentadas no sofá comendo brigadeiro de colher enquanto colocávamos a fofoca em dia. Heyoon estava contando sobre o cara que ela saiu mas que só a usou para ter onde dormir até sua estadia em Los Angeles acabar, de fato um babaca.

- como caras assim ainda arranjam uma mulher como você - disse enquanto pegava mais brigadeiro com a colher

- nem eu sei - heyoon fala - o que importa é que..

A campainha toca.

Quem diabos era a essas horas da noite?

- vocês pediram algo? - perguntei enquanto ia em direção a porta

- tem certeza que você não estava pra receber visita? - questionou sabina

Assim que abri a porta, dei de cara com lamar com um sorriso no rosto de orelha a orelha, do seu lado estava lindsey, sua pequena filha - e minha sobrinha - vestida de tiana.

- tia aia!!! - exclamou vindo em direção aos meus braços

- pequena! - disse agarrando a menina em meus braços

Lamar e eu somos inseparáveis, ambos fomos "abandonados" pelo nosso próprio pai quando eu tinha 5 anos e ele 8 anos. Talvez "abandonados" seja uma palavra muito forte, mas depois que ele soube que teria dois filhos de duas mulheres diferentes, ele simplesmente resolveu que sumir do mapa seria a melhor opção, e ele estava bem errado em achar isso.

Por conta desse acontecimento na vida de lamar, ele sempre tentou ser o pai mais presente possível na vida de lindsey, nem mesmo a separação entre ele e a sua ex esposa foi capaz de afastar o mais velho da pequena. Sempre admirei o esforço de lamar e o amor que ele tem pela filha, e sou eternamente grata por ter a chance de presenciar o crescimento da mesma.

- o papai falou que você tinha voltado de viagem tia, aí ele me trouxe aqui - disse descendo dos meus braços

Observei a pequena ir atrás de brina que dormia pacificamente na poltrona bege da sala. Um fato interessante é que brina odeia qualquer tipo de contato humano, e para um gato isso é até que esperado, mas com lindsey é diferente, a felina deixa lindsey brincar com ela a vontade.

- só passamos pra dar um oi, fui buscar ela na casa de diana e acabei lembrando que você chegaria hoje - disse lamar me dando um abraço

- fico feliz em vê-los, estava morrendo de saudades - disse ainda nos braços do meu irmão

Após alguns segundos abraçados, lamar adentrou a casa onde passou cerca de meia hora conversando comigo e com as meninas, mas como lindsey tinha aula de balé na manhã seguinte, o mesmo decidiu sair um pouco mais cedo do que as meninas. Não demorou muito para que as meninas fossem embora também, heyoon tinha uma aula de dança importante após o horário do almoço e queria ter certeza de estar pronta para tal compromisso, e sabina iria viajar para o México para rever a família e gravar um videoclipe que ela havia sido convidada.

Novamente vi-me sozinha novamente, não que eu não estivesse acostumada a ficar sozinha, na maioria das vezes eu estou sozinha comigo mesmo e meio que me acostumei a isso, porém é estranha a sensação de estar sozinha depois de estar cercada de pessoas que te fazem bem, é como se a solidão sentasse do seu lado e ficasse ali por alguns longos minutos, ou até mesmo horas.

- acho que somos só nós duas novamente ein - murmurei fazendo cafune na cabeça de brina

Após dar carinho na gata, fui até a cozinha guardar o resto de louça que sabia havia deixado em cima da bancada, a mesma havia lavado todas as coisas que tinha usado para fazer a janta mas havia esquecido de guardá-las. Assim que acabei, me joguei no sofá e finalmente olhei meu celular pela primeira vez que cheguei.

"6 mensagens não lidas"

Soltei um suspiro já imaginando de que seria as 6 mensagens.

"Esteja na gravadora sexta às 15hrs, tenho novidades para esse fim de ano" dizia a mensagens de kaitly.

Um fato sobre kaitlyn é que ela sempre vai arranjar alguma coisa para eu fazer, seja publicidade, festa, colaborações, kaitlyn não tem limites quando o assunto é trabalho.

Apenas respondi sua mensagem com um "okay" e logo em seguida entrei no Instagram para ver se tinha alguma novidade. Enquanto rolava o feed, me deparei com uma notícia: "acessor do cantor famoso joshua beuachamp anuncia uma possível canção natalina em colaboração a outra cantora famosa. Ainda não se sabe quem será a cantora".

Josh beauchamp, ou Josh, parece que em um piscar de olhos meus pensamentos de mais cedo vieram a tona novamente e fizeram-me arrepiar por inteira, como eu queria esquecê-lo, faria de tudo para que isso acontecesse.

Queria esquecer de sua existência e de qualquer coisa que envolvesse ele, mas talvez isso fosse impossível porque ele era o Josh, o garoto de olhos azuis que em uma noite virou a minha vida do avesso.

-

Oi!

Faz tempo que não publico algo aqui, mas senti falta de escrever então cá estou eu novamente.

Escrita meio merda e capítulo meio curto, ignorem os erros ortograficos so tenho paciência para escrever a noite, mas daqui pra frente eu melhoro, fé.

Até o próximo capítulo!

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