track 43

⋆。𖦹°⭒˚。⋆

A noite fria os acompanhava enquanto saíam do restaurante, mas o calor que existia entre eles era quase palpável, um contraste com o vento que soprava pelas ruas de Nova York. Luke caminhava ao lado de Gracie, uma mão no bolso e a outra descansando nas costas dela, num gesto que parecia tão natural quanto necessário. A sensação de estar ao lado dele novamente inibia qualquer insegurança dela.

"Está mesmo frio," Gracie comentou, encolhendo-se um pouco mais no casaco enquanto a brisa cortava seu rosto. 

Luke puxou-a delicadamente para mais perto, envolvendo os ombros dela com o braço. "Por que você nunca se veste direito para o inverno? Tá tentando desafiar o clima?" 

Ela riu, descansando a cabeça no braço dele por um instante. "Talvez eu só saiba que você sempre vai me salvar do frio." 

"Então eu virei seu aquecedor pessoal agora?" ele provocou, sorrindo de canto. 

"Algo assim," ela respondeu, piscando para ele. 

Ao chegarem ao carro, ele abriu a porta para ela, com um gesto casual que escondia o cuidado em cada movimento. Gracie o observou pelo canto do olho enquanto entrava, sentindo o coração bater um pouco mais rápido. Era engraçado como até as ações mais simples de Luke pareciam significar tanto para ela. Poucos dias longe dele e ela sentiu falta dos pequenos detalhes.

Assim que ele entrou no carro e ligou o motor, o aquecedor começou a funcionar, substituindo o ar gelado pelo calor aconchegante. Gracie soltou um suspiro de alívio, fechando os olhos por um momento. 

"Cansada?" Luke perguntou, ajustando o espelho retrovisor e lançando um olhar rápido para ela. 

"Muito," ela admitiu, um sorriso leve surgindo em seus lábios. "Mas foi um dia bom." 

Ele sorriu de volta, colocando o carro em movimento. "Bom saber que consegui arrancar um sorriso seu hoje." 

"Muitos sorrisos."

O caminho começou tranquilo, o som do motor e das luzes dos postes criando uma atmosfera quase íntima. Gracie, no entanto, parecia inquieta, mexendo no celular enquanto pensava em algo. 

"Quer colocar uma música?" Luke perguntou, sem tirar os olhos da estrada. 

Ela olhou para ele, um sorriso se formando nos lábios.
"Tenho algo em mente, mas você tem que prometer não rir. É algo exclusivo!"

"Por que eu riria?" ele perguntou, curioso. 

Conectando o celular ao Bluetooth, ela procurou pela música nos arquivos do seu celular e logo Risk começou a tocar.  Ela queria surpreendê-lo. Assim que a melodia familiar invadiu o carro, Luke ergueu as sobrancelhas, reconhecendo-a imediatamente. 

"Espera, essa é..." 

"Sim," ela confirmou, sorrindo com um pouco de nervosismo. "A mesma música que você ouviu no avião." 

Ele riu baixinho, lançando um olhar rápido para ela. "Então isso é tipo uma performance só pra mim?" 

"Talvez," ela respondeu, olhando pela janela antes de acrescentar. "Ou talvez eu só tenha escrito pensando em alguém que precisava ouvir." 

As palavras pairaram no ar por um momento, e Luke sentiu algo apertar em seu peito. Ele não respondeu, mas o silêncio disse mais do que qualquer coisa. 

Quando Gracie começou a cantar junto, sua voz preenchendo o carro com uma vulnerabilidade que parecia quase palpável, Luke se pegou desviando os olhos da estrada para observá-la. Ela cantava de olhos fechados, cada palavra carregada de emoção, e ele não conseguia desviar o olhar. 

Foi quando ele percebeu tarde demais o sinal vermelho à frente. 

"Luke!" Gracie exclamou, e ele freou bruscamente, o carro parando com um solavanco que os inclinou para frente. 

Por um momento, o susto pairou no ar, mas logo Gracie começou a rir, e Luke a acompanhou, balançando a cabeça. 

"Isso foi culpa sua," ele disse, ainda rindo enquanto ajustava o volante. 

"Minha?" ela retrucou, cruzando os braços. "Você é o motorista aqui!" 

"Sim, mas você é a distração," ele respondeu, lançando-lhe um olhar significativo. 

Ela sentiu o rosto esquentar e desviou o olhar para a janela, mas não conseguiu conter um sorriso. 

Quando chegaram ao prédio dela, Luke estacionou o carro e desligou o motor, mas nenhum dos dois se mexeu imediatamente. Ele a observou, percebendo como ela brincava com as mãos no colo, um traço de cansaço em seus olhos, mas também algo que parecia hesitação. 

"Quer que eu suba com você?" ele perguntou, a voz carregada de preocupação genuína. 

Ela mordeu o lábio inferior, ponderando, antes de acenar com a cabeça. "Acho que seria bom." sorriu.

Eles subiram juntos, e Luke andava ao lado dela como uma sombra protetora, pronto para segurar qualquer pedaço que o cansaço pudesse derrubar. 

Assim que entraram no apartamento, Gracie deixou os sapatos na porta e jogou a bolsa no sofá, suspirando de alívio.

"Que saudades da minha casinha." 

Luke riu, fechando a porta atrás de si. "Você precisa ir direto pra cama." 

"Sim, senhor," ela respondeu, com um sorriso brincalhão. 

Ela caminhou até o quarto, Luke logo atrás, encostando-se ao batente da porta enquanto ela abria o armário. Ele a observou começar a tirar o casaco e, em seguida, sua blusa, revelando a pele sob a luz suave do abajur. Quando ela ficou apenas de lingerie, ele pigarreou, mas não desviou o olhar. 

"Gracie..." 

"Hmm?" ela perguntou distraidamente, pegando o pijama. 

"Você tem noção do impacto que está causando?" 

Ela se virou, arqueando uma sobrancelha. "Impacto?" 

"Ficar assim, tão linda..." ele disse, o olhar fixo nela. 

Ela riu baixinho, mas havia um rubor subindo por suas bochechas. "Acho que você está exagerando." 

Ele deu um passo à frente, a distância entre eles diminuindo. "Acho que não." 

Quando ele levantou a mão para tocar seu rosto, Gracie fechou os olhos, sentindo a suavidade dos dedos dele contra sua pele. O beijo que veio em seguida foi lento, quase hesitante, mas cheio de significado. Com um toque de saudades, Gracie era tudo que ele sempre sonhou, e ao mesmo tempo, o oposto do que ele esperava que iria se apaixonar, mas havia uma conexão além do normal que os envolvia, Luke se sentia vulnerável com ela, de um jeito bom, e era o suficiente para saber que era ela. Sempre seria Gracie.

Quando se afastaram, ela apoiou a testa contra a dele, os olhos ainda fechados. "Fica até eu dormir?"

"Claro," ele respondeu, acariciando os cabelos dela com ternura. 

Eles se acomodaram na cama, Gracie deitada com a cabeça no peito dele, ouvindo o som de seus batimentos cardíacos. O cafuné de Luke era tão gostoso em seus fios curtos e escuros, que Gracie não queria dormir apenas para sentí-lo. Porém, ela adormeceu, com os braços dele ao redor dela, como se aquele momento fosse a definição exata de segurança. Luke ficou ali por mais alguns minutos, observando-a dormir. Havia algo quase sagrado naquela imagem, algo que ele sabia que nunca esqueceria. 

Antes de sair, ele deixou um bilhete na mesa de cabeceira: "Te busco amanhã, espero que sonhe comigo – Luke."

Fechando a porta devagar ao sair, Luke sentiu que, pela primeira vez, as coisas estavam começando a fazer sentido.

⋆。𖦹°⭒˚。⋆

quero dedicar esse capítulo pra lastkissy que ama os momentos fofuxos dos dois rsrs!

Com amor,
Clara

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