Capítulo 42
— Diga mama — tentei não soar impaciente, não estava frustrado com ela, apenas não era uma boa hora para ligar.
As sextas nossas sobremesas são extremamente de algum país, ideia da Corine para inovar. Uma ideia que em menos de um mês já deu mais que certo, as pessoas pedem mais de duas opções de sobremesas culturais nunca provadas por elas, e isso é ótimo, e desafiador para mim é claro, o que eu até gosto. Com isso os restaurantes ficam lotados, o que me deixa feliz, saber que essas pessoas vêm aqui pela minha comida.
— Estou atrapalhando? — sua voz soou preocupada, e eu praguejei mexendo a panela com creme de baunilha e hortelã.
— A senhora sabe que nunca me atrapalha — acenei para o ajudante de cozinha que lavava a louça suja — Não deixe esse creme embolar, depois o leve ao freezer, volto em um minuto — afastei o celular dando as ordens ao rapaz que acenou tomando meu lugar ao fogão.
— Bem, sendo assim, poderá trazer a Corine no Domingo? Até hoje espero a visita dos dois — caminhei pelo corredor em direção ao banheiro dos funcionários que estava vazio.
— Mama, eu vou levar ela, prometo — pensei em inventar uma história, mas ela tinha razão, e eu nem ao menos sabia o porquê estava evitando esse almoço.
— Irá mesmo? Já me disse isso duas vezes no último ano — arriscava dizer que estava com os olhos semicerrados e as mãos na cintura.
— Dona Luna — sorri e batidas me chamando na porta me fizeram passar a mão pelo avental — A faculdade da Corine tem cobrado muito do tempo dela, até mesmo aos sábados, que é quando ela passa metade do dia na biblioteca. Finalmente estou conseguindo me doar totalmente aos restaurantes do jeito que sempre quis, e por isso ainda não pude levá-la, mas prometo que de Domingo não passará. — novamente as batidas insistentes — Já estou indo — abri a porta colocando apenas a cabeça para fora, avisando a uma das garçonetes que assentiu.
— Tudo bem, pode ir trabalhar agora, mas não pense em me passar para trás Magnus, estou avisando — ri novamente.
— Prometo mama, se cuide por favor, amo você — desliguei não esperando uma de suas declarações amorosas e maternais, ela sempre entendia o qual ocupado eu estava quando fazia isso.
Voltei a cozinha lavando as mãos, como eu sempre desejei, meus restaurantes tinham um amplo espaço no cômodo. Um lugar com muitos funcionários, fogo, e objetos cortantes não pode ser tão pequeno, isso terminaria em um acidente óbvio. Voltei ao meu creme de baunilha e hortelã, adicionando canela e açúcar na calda.
No último mês minha cabeça só tinha estado em uma pessoa, mas precisamente uma única mulher. Saber que a Corine não está segura está quase me fazendo surtar, mas eu me contenho, não seria bom para ela me ver destruindo tudo à minha frente por falta de controle. A notícia que mais espero ultimamente é "Morgana está a 10 palmos abaixo da terra" 10 é claro, 7 ainda corre o risco dela voltar. Minha criação nunca envolveu violência ou qualquer tipo de agressão. Mas quem em sã consciência não consegue pensar as mais bárbaras coisas quando a pessoa que você ama está em perigo?
— O que acha? — o cozinheiro encarregado no preparo dos sorvetes típicos da África me oferece uma colher da calda recém preparada.
— Gosto da consistência, mas acrescente mais leite, o doce está repulsando um pouco no final — pisquei e ele acenou voltando à bancada.
Voltei aos meus pensamentos enquanto cortava os kiwis, só ser presa não vai parar a Morgana, eu sei que não. Esse é o tipo de pessoa cobra, só sossega depois de várias pisadas na cabeça, o que espero que sejam balas nesse caso. E é por isso que eu evito falar sobre o assunto com a Corine, como posso dizer a ela que todos os dias penso em uma maneira diferente de matar uma mulher?
— Mesa 5 — coloquei o prato sobre a bandeja do garçom que esperava os pedidos.
Eu sei que ela foi ver o Enrico, e isso me fez caminhar até o meu carro pronto para arrebentá-lo até seu osso virar pó, com sorte já estando em um hospital ele sobreviveria.
Ela foi vê-lo, e também senti raiva da minha mulher, mas ele deveria ter se recusado a recebê-la, deveria ter expulsado ela do quarto. Raiva dela por ter passado por cima de mim, se eu não fui levar as merdas dele ao hospital, é porque não queria chegar nem perto daquele bosta ambulante, quem dirá deixar ele chegar perto dela.
Só a lembrança de tê-lo com uma arma mirada naquele rosto assustado me faz enfiar as mãos debaixo do jato de água fria da pia, meu sangue fervia com o pensamento. Fúria e impotência, afinal eu não estava lá, eu deveria ter protegido ela ao ponto de uma coisa dessas não acontecer nem em pensamento, porque querendo ou não, consciente ou não, a culpa era minha. Eu trouxe ela para minha vida, obcecado por sua beleza indiana e seu jeito jovem demais, inocente e ousada na mesma medida — como se algo assim fosse possível — mas de alguma maneira ela tinha esse dom.
E muitos outros é claro.
Peguei a nota no papel colorido grudado ao meu balcão lendo as letras horríveis.
Poderia mudar essa expressão de cão chupando manga? Está assustando os demais funcionários, acho que estão achando que você vai ter um ataque e matar a todos nós com a faca na sua mão.
Meus olhos foram diretos para meu funcionário mais antigo, Phillip foi o primeiro cozinheiro que contratei e o único que tinha esse nível de intimidade comigo. Não somos amigos, na verdade não chegamos nem perto disso, mas tínhamos uma boa convivência no restaurante.
— Muito engraçado — murmurei e ele riu alto me fazendo olhar os demais funcionários que me encaravam.
Amigo...era horrível saber que nem no lugar que mais amo na fase da terra, a cozinha, esses malditos pensamentos não me largam. Existem várias formas de traição, e imagino que todas doam da mesma forma, traição no sentido romântico, familiar, e entre amigos, apesar que Enrico se encaixa perfeitamente no familiar e amigo.
Quando pequeno, assim como metade das crianças eu desejava mais que tudo um irmão, alguém que eu iria ensinar a jogar bola, cozinhar, brincar de Tarzan na casa da árvore que o meu pai fez quando eu tinha três anos. E meu desejo nunca foi realizado, até a faculdade que foi quando eu conheci o Enrico, ele sempre havia sido meu irmão de outra mãe, sangue diferente, corações iguais...pelo menos era isso eu achava. Ele me via como um irmão mais velho, por também ser filho único, e eu tentava agir como tal, por isso queria Morgana longe, mas desde quando querer é poder?
Os policiais novamente me ligaram, querendo me dar notícias do Enrico e foi dessa maneira que peguei a Corine no pulo. Meu primeiro pensamento foi gritar o quão estúpida ela havia sido, cada fibra em mim pulsava de raiva, mas me contive quando a razão pela qual ela fez isso caiu, por mim, ela havia feito por mim.
Não quero imaginar o qual decepcionada ela vai ficar com suas tentativas descabidas.
[...]
— Só preciso de 10 minutos — Corine correu pelo corredor jogando a pilha de livros sobre a cama, entrando no banho.
— 10? Tem certeza? — ironizei e ela colocou apenas a cabeça na porta do banheiro.
— Talvez 30, não mais — ela sorriu.
Eu havia acabado de ir buscá-la na biblioteca,o sábado havia chegado tão rápido, para a minha satisfação é claro. Como combinamos, iríamos visitar o clube hoje, por um lado porque eu tinha novas coisas a ensinar-lá, meu desejo em dominar cada pedaço seu, vê-lá ceder com prazer e determinação a cada gemido alto vindo de seus lábios macios nunca sumiu de mim, muito pelo contrário, parece que sempre vou precisar de mais dela, nunca terei o suficiente, e pelo o que parece, ela também não.
E de outro lado, quero que ela esqueça o estresse da faculdade, Morgana, o jantar com a mama amanhã, tudo, só quero que ela relaxe e se entregue às milhares de sensações que anseio em lhe proporcionar.
— A Sara e o Thomas também irão, como não pude sair com eles essa semana, marquei nossa saída para hoje, você não se importa, não é? — ela aumentou a voz para ser ouvida por mim graças ao barulho da água do chuveiro.
Me importo, me importo muito.
Grunhi baixinho em desaprovação, eu entendia a amizade entre os três, mas só queria ela, não a dupla dinâmica ao lado.
— Não, não me importo, eles sempre serão bem vindos — principalmente se eu não estiver presente.
O que pareceu uma eternidade depois, Corine saiu do banho, sem medo de escorregar em seus pés molhados. Me recostei na cabeceira da cama, me deliciando com a visão de seu corpo nu molhado, sua toalha estava jogada de lado enquanto ela pegava algo na gaveta do closet. Eu não veria problema nenhum em ela vim morar comigo, mas ela não quer, só está fazendo isso por tempo determinado. O que me deixa com um pé atrás sobre sua reluta em viver comigo.
Quando ela subiu uma calça sobre suas pernas curtas e torneadas eu levantei da cama, arrastando meu corpo até me aproximar dela.
— Eu tenho uma sugestão muito melhor — puxei o vestido vermelho no cabide, havia sido um presente meu, presente que ela nunca usou, e nem parecia fazer questão.
— Acho que seja um pouco, sofisticado demais — ela deslizou a mão pelo tecido de veludo do vestido de mangas, com um decote generoso. Ele era bastante comportado se não levasse em conta o decote que alimentaria meu desejo por ela a noite inteira.
— E eu acho que você fica extremamente linda de vermelho — assume, se bem que na verdade ela fica bonita com tudo, até mesmo com seus macaquinhos sempre estampados demais.
— Então vai o vermelho — ela sorriu, as bochechas ganhando cor, ainda não entendia como depois de tudo ela se sentia envergonhada com as meras palavras — por mais que sinceras — que eu lhe dizia.
— Vou tomar banho, me visto, e você ainda não estará pronta — sorri abraçando sua cintura, seus seios nus foram pressionados a mim e ela ergueu a sobrancelha em uma careta.
— Isso é porquê você não tem que fazer muito esforço para ficar bonito, seus pais fizeram um ótimo trabalho.
— E desde quando você tem? Por mim você poderia sair assim como está, ainda seria a mulher mais bonita que eu já havia visto. Mas isso me faria estourar alguns crânios, e não pretendo pegar uma perpétua — beijei seus lábios sobre sua risada alta.
[...]
Dei apenas um pequeno aceno de cabeça para Sara e Thomas que já estavam no bar do clube quando nos aproximamos. Não é que eu não gostasse dos dois, eu não tinha absolutamente nada contra ambos, muito pelo contrário, até simpatizava. Mas meus planos para essa noite não incluíam amigos.
— Amigos da sua namorada ganham desconto? — Sara perguntou alto, por cima da música erguendo um copo de gin.
Ganham uma expulsão de graça.
— É claro.
— Não precisa — Corine murmurou e eu dei de ombros, esse era o menor dos meus problemas.
A namorada do Thomas chegou minutos depois e os quatro saíram para dançar, Corine tentou me puxar, mas preferi apenas olhá-la. Eu não era um bambu dançando, mas também não era minha praia.
Essa ala era uma típica balada com luzes, bar, pista, música alta, e eu não queria estar desse lado, queria arrastar minha namorada para onde queria iniciar nossos jogos, o que não parecia ser a ideia dela. Meus olhos não desviaram dela por nenhum segundo, eu não sabia se de preocupação de alguém aparecer — Morgana, para ser mais preciso — ou se eu apenas não conseguia, estava hipnotizado demais para sequer mover o pescoço.
Ela havia bebido um único copo de gin com limão, então era impossível estar bêbada, por mais que seja fraca demais quando se trata de álcool. Apoiei meus cotovelos no balcão admirando a visão de seus quadris largos se movendo de um lado para o outro, me era permitido ver um pouco de suas coxas macias graças ao vestido que era centímetros acima de seus joelhos. Suas mãos deslizavam inconsciente pelo seu corpo fazendo o sangue fluir rápido por minhas veias, se concentrando de forma dolorosa na minha virilha.
Até então ela apenas dançava animada com os amigos, parecia interdita sobre a realidade, e isso me causou algo bom. Mas quando seus olhos se encontraram com os meus, tive a certeza de que a noite com os amigos e a baladinha baunilha estava me saindo melhor que a encomenda. Suas órbitas escuras pareciam ousadas demais, quente demais, e merda, isso havia me deixado mais duro do que jamais estive. Descendo os olhos pelo meu corpo enquanto passava as mãos pelos cabelos ela sorriu, um sorriso largo demais quando viu o resultado de sua dança concentrado entre minhas pernas, lutando contra o jeans das minhas calças.
Quis empurrar ainda mais audácia para dentro da mulher que normalmente esperava minhas ordens, e não que isso fosse ruim, mas veria até onde ela manteria sua pose. Manti minha coluna ereta, as pernas mais afastadas na cadeira, e levei o copo de Rum a boca, ela seguiu o caminho, o sorriso sumindo em seus lábios, dando lugar a uma expressão mais negra e descompensada, do jeito que eu desejava e jamais imaginei tê-la.
Ela piscou, aceitando meu desafio, eu não sabia que música tocava, podia ser um louvor a um rock, não importava, o que importava era a visão do inferno, quente demais da Corine dançando, deslizando suas mãos por seu corpo, movendo os quadris me causando a enorme necessidade de me enterrar fundo em sua gruta que com certeza estava encharcada. Seu rosto estava corado, eu não sabia se de vergonha ou pelo calor de está cercada por tantas pessoas. Ela deslizou suas mãos até os seus pés, girando e subindo com as mãos pelas pernas, me dando uma ótima visão de seu traseiro agarrado ao vestido. Ela sorriu, a maldita sabia o efeito que estava me causando, e por mais que estivesse me custando a última fibra de força de vontade não agarrá-la e fazê-la minha em qualquer corredor do andar de cima — porque eu tinha certeza que não suportaria esperar chegar até o quarto — eu não me movi, iria prolongar essa noite ao máximo.
Eu me sentia um adolescente entrando na puberdade, me sentia duro e babando apenas por ver uma mulher dançando, mas a questão não era a dança, a questão não era uma mulher dançando, o real motivo do meu corpo está em chamas era que era a gostosa da minha mulher dançando. Ela moveu a cabeça no que pareceu ser o ritmo da música, seus cabelos escuros ganharam movimento com as luzes de led, e enquanto se movia, uma de suas mãos escorregou pelo decote entre seus seios.
Me ergui, se ela continuasse eu acabaria gozando sem nem ao menos ser tocado, e eu não permitiria isso. Eu não me importava se alguém tivesse visto, ela havia feito isso por ela, havia feito por mim, dançando e me seduzido, e isso fazia meu coração queimar junto ao sangue em minhas veias e pau.
— A senhorita dança muito bem — murmurei quando cobri seu corpo com o meu, abraçando sua cintura, sua bunda redonda pressionou o meu músculo eriçado.
— O senhor acha? — ela riu notando o que havia me causado, me curvei um pouco, por ela estar de saltos não precisei me abaixar tanto.
— Acho que você notou o quão animado fiquei — beijei sua nuca suada e suguei a pele sentindo seu corpo vibrar.
— Podemos ir para casa? — ela se apressou e senti vontade de rir.
— Agora? Não está gostando do clube? — me pressionei ainda mais nela.
— Esse é o problema, eu estou gostando demais.
— Isso é bom — acariciei sua barriga pelo vestido — Acho que irá gostar ainda mais de sair dessa ala. — provavelmente quem nos visse não veria nada demais, mas se soubessem o que nossos toques, por mais que nada íntimos nos proporcionava.
— Talvez — ela agarrou minha mão e eu segui por entre as pessoas, tentando arrumar minha calça o máximo que desse, ela percebeu e sorriu.
— Você está bem animado hoje.
Preferi não lhe responder abrindo as portas duplas, como eu já esperava seu corpo tencionou e seus dedos apertaram os meus.
— Ei, só vamos olhar, está bem? — tentei tranquilizá-la, ela estava relaxada, não queria que isso mudasse agora.
— Tudo bem.
Hoje teria exibicionismo de spanking, eu gostava de usar isso para punir a Corine quando necessário, e por mais que ela gostasse, sabia o quanto era frustrante para ela nunca ir até o fim.
— Não sei como conseguem fazer isso, na frente de todo mundo — ela murmurou, se agarrando ao meu braço quando uma das submissas que estava de quatro sobre a mesa, teve sua bunda novamente espancada pelas cerdas de couro do chicote, sua pele estava machucada, e ela estava bastante satisfeita com isso, era notório o líquido que escorria por entre suas pernas.
— Não é porque você é um dominador, submissa, escravo, que é obrigado a fazer de tudo. Todos temos limites, você não consegue fazer isso, e eu não consigo lhe expor dessa maneira, é simples.
Ela acenou, ela não gostava de se imaginar ali, isso era fato, mas eu podia ver a curiosidade e o desejo pontuarem seus olhos negros com cada prática exposta no cômodo. Haviam mesas espalhadas pelo salão, mesas ocupadas por dominadores com seus sub ajoelhados ao seus pés, coleiras com os nomes de seus donos gravados, e alguns com máscaras de animais feitas a couro.
Eu seria um grande hipócrita se não dissesse o quanto desejo ver a mulher ao meu lado com uma gargantilha com meu nome gravado, a marcando como minha. E também seria mentiroso se não dissesse que não tenho uma guardada, feita especialmente para ela, apesar de que ela sempre fez questão de ressaltar que nunca usaria algo do tipo. Mas o que custa sonhar?
— Nunca pensou em inverter os papéis? — ela comentou vendo uma dominatrix prender sua submissa na cruz de Santo André.
— Está planejando me dominar? — sorri.
— Não, não sirvo para isso, não me imagino punindo ou dominando qualquer pessoa, no máximo eu diria "Pode fazer o que você quiser" — ela cobriu a boca com a mão tentando conter a risada e eu também me contive — Mas você nunca pensou?
— Antes eu era submisso, era muito novo para entender a responsabilidade que se deve ter com seu sub. Achava que era só mandar, mandar, e mandar, sem precisar me preocupar com o bem estar do outro. Ser submisso me trazia sim satisfação, mas nunca chegou nem perto das coisas incríveis que sinto hoje em dia.
— Posso chamar a polícia agora? — ela brincou e eu a olhei, essa mulher era de outro mundo.
— Vou ser acusado de tortura? — ela acenou com um sorriso enorme — E a tortura dolorida que você me causou dançando, quem vai ser punido por isso? — aproximei meu rosto da sua orelha, e seu corpo vibrou, me dando a deixa para agarrar sua mão em direção as escadas.
— Espero não ser punida, afinal você me desafiou — ela triunfou enquanto subíamos as escadas, e pressionei seu corpo a parede ao fim dela no corredor vazio. Tudo o que eu queria era erguer seu vestido, abaixar minha calça, afastar sua calcinha e me enterrar nela, mas me controlei.
— Você não vai ser punida amor, eu queria isso, e sinceramente? Ver você dançar se tornou meu novo vício — rocei seus lábios, e quando ela tentou esmagar sua boca na minha eu recuei — A noite mal começou, seja mais contida Corine — a provoquei, notando o rubor e irritação tomarem seu rosto.
Abri a porta do último quarto do corredor, a puxando junto a mim para entrar.
— Não lembro disso da última vez que estive aqui — ela aponta para os espelhos em frente a cama, no meio do quarto havia um móvel de madeira, de um lado a cruz de santo André, e do outro os espelhos.
— Eu sei, foi especialmente para você — tirei meu blazer.
— Que honra — ela sorriu confusa e quando se virou eu a agarrei, seus lábios se abriram para me receber, cálidos, urgentes, apertei sua cintura coberta pelo vestido e ela gemeu contra meus lábios, desci minha mão por seu traseiro e a puxei para mim, suas pernas abraçaram meu quadril e eu a conduzi até a cama. Suas mãos foram rápidas em puxar minha camisa por cima da cabeça, mas eu não movi uma única peça sua do lugar, pelo menos não ainda.
A pressionei na cama tendo cuidado com meu peso. Mordisquei seus lábios e puxei uma de suas pernas, acariciando a coxa macia enquanto me pressionava em sua carne quente. Suas mãos atrevidas tentaram desabotoar minha calça e sorri entre o beijo.
— Sem pressa — murmurei — Temos a noite inteira.
Pelo menos é isso que planejo.
— Seus joguinhos ainda vão me deixar louca — suas pupilas dilatadas se reviram de uma forma atrevida, mas que fez gemer ansioso para que ela faça isso por outro motivo.
— Essa é a intenção — beijei rápido seus lábios, me erguendo e dando a volta para sentar com com as costas apoiadas na cabeceira na cama. — Sente-se aqui, com as costas apoiadas no meu peito — mesmo não entendendo, ela estava necessitada disso tanto quanto eu, ela se moveu para tirar os saltos e eu a impedi, me curvando para agarrar seu braço — Não tire absolutamente nada, ainda não.
Ela assentiu e sentou-se da maneira que pedi, minha ereção pressionava suas costas e suas bochechas ficaram mais vermelhas do que jamais estiveram quando ela nos viu através do espelho.
— Esse é o motivo dos espelhos? — ela me encarou através do reflexo.
— Quero te ensinar uma coisa — puxei sua cintura, deixando ela ainda mais colada a mim — Se toque para mim — seus olhos se arregalaram antes dela piscar atordoada — Vamos lá, eu vou ajudar você — afastei seu cabelo, beijando a pele nua e quente de sua garganta.
A algum tempo eu queria ensinar isso a ela, ensinar a se dá prazer. E a simples menção de saber que sou eu a conduzi-lá quase me faz explodir de prazer e satisfação, mas me contenho, assim como tento conter qualquer comentário do porquê ela nunca tentou, ou se nunca sentiu vontade. Planejo ensina-lá, não mata-lá de constrangimento.
— Não acho que seja necessário — ela tentou sorrir, mas falhou miseravelmente.
— Eu tenho certeza que é, olhe para você — mesmo com a vergonha, ela fez encarando a si própria no espelho — O que você vê quando se encara neste momento?
— Que estou patética — ela respondeu de prontidão e eu apertei sua coxa.
— Então está enganada, porque você está maravilhosa, gostosa demais e toda molhada — sussurrei a última parte, sentindo seus braços arrepiados — Me mostre como você faria.
— Eu não faria — ela virou o rosto com um sorriso de "isso não é óbvio?" — É frustrante, tentei uma vez e não consegui, de resto não tinha tempo ou ânimo para isso.
— As luzes te incomodam? — questionei, não entraria no assunto de sua vida, isso a deixaria desconfortável.
— Sim
Levantei e apaguei a luz principal, deixando apenas a luz vermelha ligada. Não era tão clara, mas ela teria uma boa visão do seu corpo.
— Feche os olhos — voltei a me sentar — me Imagine observa-lá se tocando, se dando prazer, imagine que são minhas mãos descendo por você, pode fazer isso? — ela acenou, as pálpebras fechadas — Toque seus lábios, sinta o qual macio eles são — e ela fez, suas pequenas mãos dedilhavam os lábios tingidos de vermelho, e um suspiro escapou por sua boca, quase desisti de tudo naquele segundo — Seja um pouco mais ousada e desça pelo seu pescoço, veja o qual sua pulsação está acelerada, o qual você gosta quando eu o pressiono prolongando seu orgasmo — seu corpo estava mais relaxado quando ela passou a ponta de seus dedos pelo pescoço liso, suas unhas desceram até o ponto de pulsação — Está gostando disso?
— Sim — sua voz saiu mais como um gemido manhoso e sorri vitorioso.
— Sim, o que?
— Sim senhor.
— Eu vou abrir o seu vestido, e você vai abrir os olhos. Não há problema em se ver dando prazer, veja o quão bonita você é, e deixe suas mãos fazerem o resto, tudo bem? — ela assentiu.
Abri o zíper, o suficiente apenas para empurrar seu vestido até seu quadril. Ela não usava sutiã, e a visão de seus mamilos pontudos só me causavam a vontade de abrigá-los em minha boca.
— Toque seus seios, se aproveite da maciez, eles são tão bonitos — parece que eu havia tirado a noite para me torturar, mas estava valendo a pena, ela não parecia mais está envergonhada em ver seu corpo. Pelo contrário, parecia fascinada, fixa no seu eu do espelho.
Deus, me ajude.
— Faça uma concha com as mãos, veja como eles cabe perfeitamente nelas — seus seios eram pequenos, e eu não sabia se isso era uma insegurança sua, mas os dois montes eram bonitos demais para não serem admirados.
E ela fez, mas foi além, os apertou devagar, mas foi perceptível o quanto gostou quando seu rosto se contorceu em prazer.
— Você pode usar um pouco mais de força, eu teria feito. Pode brincar com os seus mamilos também, não vê o qual necessitados de atenção eles estão? Use seus dedos — eu não tomaria o seu lugar, por mais que corroesse de vontade, mas apalpei minha mão em sua barriga, sentindo seus músculos tensos pelo tesão.
Ela os apertou, usando dois de seus dedos para aprisionar os bicos, os puxando e torcendo, devagar, enquanto apertava com mais força seus seios. Seus gemidos soavam pelo quarto, tinha certeza que ela poderia gozar só com isso, mas eu não seria tão legal assim.
— Levante-se um pouco, suas roupas vão atrapalhar sua visão privilegiada — uma névoa de desespero sexual cobria seus olhos, mas ela fez, e puxou o vestido pelas pernas junto a sua calcinha, mas a impedi de tirar seus saltos — Gosto deles, afaste suas pernas e pressione o calcanhar na cama.
Eu sabia que ela estava envergonhada em se ver exposta, mas fez. Sua boceta surgiu brilhante, encharcada com seu líquido. Eu mesmo queria terminar o trabalho por ela, era quase uma necessidade sem fim, mas novamente me contive, era um momento dela.
— Deslize a mão pela sua barriga, e desça mais, sinta o quanto sua bocetinha molhada, o quanto você está precisando de um toque, do seu toque — eu não sabia onde colocar minhas mãos, elas formigavam em tocá-la, porém apenas apalpei seus ombros e beijei os mesmos.
Ela pareceu hesitante demais em seguir o próximo passo então intervir. Segurei sua mão na minha, e a abri, pressionando em sua barriga, arrastando suas unhas até sua pélvis com um pequeno triângulo de pêlos. E desci mais, merda, ela estava tão quente, mas soltei sua mão.
— Se toque Corine — ela me encarou através do espelho brevemente, até seus olhos se focarem em sua boceta aberta para si no espelho. Seus dedos estavam molhados e ela gemeu alto — Acaricie o seu clitóris — não fiquei surpreso quando ela o encontrou com facilidade, afinal biologia era uma área importante na Nutrição — Coloque um pouco mais de pressão amor, tenho certeza que você vai gostar.
Eu poderia morrer naquele segundo porque a visão de tê-la se dando prazer se não fosse, chegava 99% perto do paraíso. Seu peito subia e descia rápido, seus gemidos deixaram de ser contidos e minha ereção cavou pulsante em suas costas.
— Está gostando? — ela acenou, incapaz de produzir qualquer palavra, seu corpo brilhava com a camada de suor e nem eu mesmo sabia como estava tendo tanto autocontrole sobre meu corpo — Porque não tenta um dedo? Acaricie, veja o quão quente você está.
Sua mão acariciou sua vulva, circulando sua entrada antes de adicionar um dedo dentro de si, gemi junto com ela com a visão. Seu corpo estremeceu e eu sabia que ela estava perto de gozar, e não foi preciso pedir, ela adicionou um segundo dedo em si, e usou o polegar em seu clitóris.
Ela aprende rápido.
— Ah! — fechei minhas mãos em torno dos seus seios, lhe ajudando com o incentivo — Isso é tão...
Ela não conseguiu terminar com o gemido estrangulado que saiu de sua garganta enquanto ela gozava de forma deliciosa a minha frente, seu rosto estava contorcido em prazer, mas fiquei feliz por ela não ter fechado os olhos, ela tinha que se ver.
A pressionei contra mim quando seu corpo relaxou, um sorriso iluminado brincava em seu rosto quando ela fechou os olhos.
— O senhor é um grande pervertido.
— Eu sei, você gostou? — agarrei seu queixo, a virando para mim.
— Sim — agarrei sua mão e chupei os dedos melados de seu prazer, o gosto dela era o melhor dos néctar e a puxei para um beijo.
Meu autocontrole havia ido pelo ralo, desabotoei minha calça enquanto provava sua língua e seus lábios quentes. Quando me livrei dos botões e empurrei o resto das roupas para baixo, agarrei sua cintura, a puxando para o meu colo, seu gemido quando me sentiu pressionado nela me fez pulsar e eu me ergui com ela. A pressionei na cruz de santo André e amarrei suas mãos.
— Isso é quase um pecado — ela olhou a contragosto para a madeira em suas costas.
— Talvez — seu rosto estava corado do recente orgasmo e eu agarrei os prendedores de mamilo, estimulando os dela antes de prender.
Seu gemido foi interrompido pela minha boca, escorreguei minha mão para entre suas pernas. Ela estava escorrendo de desejo e agradeci por isso, porque meu próprio corpo implorava por alívio naquele segundo. Agarrei suas pernas e está dentro dela era como sempre, a melhor sensação do mundo. Bati forte, agarrando seus pulsos, tê-la imobilizada só aumentava o meu desejo.
— Espero que tenha mudado sua visão sobre o clube — consegui pronunciar quando apertei sua coxa, e pressionei seu braço na cruz.
Movi meu quadril mais rápido, nossos gemidos soavam pelo quarto e sua boceta me apertou, se contraindo enquanto gozava e eu me despejei dentro dela, empurrando mais duas vezes antes de tocar minha testa suada na sua.
— Mudou totalmente — ela sorriu e eu a beijei.
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