Capítulo 29

— Por que está tão nervoso? — ri quando Caio novamente derruba seu celular.

— Você já casou alguma vez? — ele questiona passando a mão sobre o terno em frente ao espelho.

— Não nessa vida. — provoco.

— Você está tão engraçadinha hoje Corine. — pego seu celular no chão. — Você acha que ela vai dizer sim?

Não teve como eu segurar a risada, as coisas que estavam se passando pela cabeça do meu irmão eram as mais absurdas possíveis. É como se o casamento tivesse injetado nele uma dose de adrenalina que não passa nunca.

— Acho que se ela aceitou se casar, é porque vai dizer sim, ou não? — arrumo sua gravata.

— Estou tão nervoso— ele sorri.

— Jura? Se você não tem tido eu nunca ia saber. — seguro suas mãos. — Vai dar tudo certo Caio, vocês estão organizando isso a tanto tempo, não tem como nada dar errado.

— E você vai ficar assim ao meu lado? — ele aponta para meu macaquinho jeans com meia calça e tênis.

— Você não me deu tempo para se arrumar, sabe como é além de madrinha, eu sou a psicóloga do noivo. — me abaixo quando ele arremessa uma almofada em mim.

Estávamos na casa de campo dos avós maternos da Sabina, a cerimônia seria ao pôr do sol no jardim. E eu estava tão animada quanto o meu irmão.

O corredor dos quartos também estava decorado. Sabina chamou a Sara para fazer os vestidos das madrinhas, e o vestido da noiva. Mesmo com a correria que foi o fim da faculdade para Sara. Que foi quando Sabina a convidou, tudo ficou pronto dentro do prazo.

— Estão bonitos. — elogio os padrinhos do meu irmão, que no caso são seus 3 melhores amigos que não lembro o nome. Os três dão uma voltinha mostrando o terno azul que lhes caiu sob medida. As gravatas eram idênticas a do noivo, uma gravata borboleta marsala.

Eu ainda estava muito dolorida da noite passada, tanto que estou evitando me sentar ou andar muito. Mas acho que estou conseguindo disfarçar perfeitamente bem.

— Nunca se sabe se alguma das madrinhas vai pegar o buquê— um rapaz loiro ergueu as sobrancelhas sugestivo e eu olho para o lustre no teto. 

Que vergonha meu Deus!

— O Caio já está pronto? — um outro homem alto questiona notando a tensão vergonhosa e eu assinto. Os três entram no quarto, e eu dou graças por isso.

Desço as escadas da casa, Eva estava no jardim brincando com outras crianças, óbvio sendo vigiadas pelo pai da Sabina. Eu não poderia estar mais feliz em ver aquele ser pequenininho. É óbvio que eu sou e sempre serei a irmã da Eva, e ela sempre será meu serzinho iluminado. Mas se eu disser que tenho tempo para cuidar dela estarei mentindo, porque não tenho, as aulas da faculdade voltam na próxima semana, e ainda tem o meu trabalho. Eva nunca seria um fardo, mas não posso negar que se não fosse a Sabina se apaixonar pela pequena, seria muito complicado estruturar a minha vida.

Sabina e Caio já entraram com o processo de guarda, e com uma mãe que abandonou, e um pai alcoólatra, não vai ser nada difícil de conseguirem. 

— Meu amor! — abro os braços quando ela corre em minha direção. Estava tão linda, seria a daminha dos noivos, e foi a primeira a ficar pronta.

— Oh! — ela quase acerta o meu olho com um brigadeiro que tem em mãos.

Pego o brigadeiro de sua mão enfiando na minha boca.

— Minha princesa. — os olhos escuros semelhantes aos meus, me olham com atenção quando a pego nos braços. — Esses docinhos é só mais tarde, e você não pode comer tantos assim.

— Bons! — ela lambe os dedos sujos do chocolate.

Estou surpresa por ela não ter sujado o vestido branco.

— Sim, são maravilhosos. Mas você ainda é muito pequena para ingerir tanto açúcar. Lembra do hospital que eu te levei? — questiono e ela assente, com certeza não lembra da vez que a levei para vacinar. — Meninas bonitas quando comem tanto açúcar assim, tem que ir lá tomar injeção. Você quer? — ela nega agarrando o meu pescoço. — Então tem que esperar eu te dar, tá bom? — ela assentiu e eu a coloco no chão.

— Tô parecendo uma fada! — ela gira para que eu veja seu vestido.

Uma fada?

— Mas é claro que está, a fada mais linda que eu já vi! — beijo seus dedinhos e a levo de volta para as demais crianças.

A decoração havia sido nos tons de Marsala e Verde: Marsala, Rose Quartz, Oliva e Jade. Eu, Sara, Sabina e a decoradora corremos uma maratona no início para conseguir arranjos nesses tons.

Muitas pessoas já haviam chegado, e já estavam sentados onde seria a cerimônia.

— Que madrinha mais moderna. — eu sabia que estava perdida quando senti as batidas aceleradas no meu coração ao ouvir a voz grossa.

É Corine, você está perdida.

— Não estou pronta ainda. — sorri me virando para o homem de terno e gravata escuras. Os olhos azuis me analisam conforme se aproxima de mim.

— Jurava que chegaria na hora que os noivos estivessem saindo para a lua de mel. — ele brinca.

— E eu jurava que você chegaria para nos ajudar a arrumar tudo. — o encaro quando seus braços envolveram minha cintura.

— O restaurante estava mais cheio do que o esperado, mas consegui deixar tudo certo antes das 18:00. Fazia tempo que eu não ia ao Bronx. — seus cabelos castanhos estavam elegantemente penteados para trás, e nunca senti tanta vontade em enfiar meus dedos entre seus fios macios e bagunça-los.

— Estou surpresa por Caio ter te convidado.

— Convenhamos que foi mais por você, do que por mim. Ele gostou da torta? — antes de me deixar em casa de manhã, Magnus teve a brilhante ideia de fazer algo para o Caio. Qualquer um ficaria comovido pelo nervosismo do meu irmão quando me ligou mais cedo. Então o homem à minha frente fez a torta de abóbora preferida do Caio.

— Gostar? Ele devorou aquilo em minutos, não deixou nada para mim. — sorrir lembrando da cena, Eva que também adora a torta, ficou só olhando a pobre forma vazia em minutos.

— Faço uma para você— sua mão agarrou minha nuca, enquanto seus dedos se enfiam em meus cabelos. Magnus aproxima seu rosto do meu, e encosta sua testa na minha.

E isso foi o suficiente para meu coração quase entrar em colapso. Eu não entendia bem como era estar apaixonada. Sim, eu já havia tido outros relacionamentos, e realmente achava que havia amado em cada um deles. Mas nada nunca chegou nem perto do que eu sinto quando o homem à minha frente me toca ou se aproxima.

Magnus é um homem fisicamente bonito, com seu sorriso contido, os lábios rosados e finos, uma covinha em sua bochecha direita, músculos bem distribuídos em seus quase 1,90 de altura. Chega a ser pecado um homem desse na rua, deveria ser proibido. O problema é que ele não foi abençoado apenas com a beleza exterior, e isso era o que causava a minha ruína. Ele não poderia ser um playboy bonito metido a riquinho? Se apaixonar por ele seria impossível.

Mas não, aqui estou eu notando o quanto estou perdida por amar um homem que nem sabe do meu sentimento.

Sim, o capeta fez a minha cama bem bonitinha!

[...]

— Nossa, você ficou linda! — Sara elogia notando meu reflexo no espelho.

— Por que seus vestidos sempre tem esses decotes sa..

Tento arrumar o vestido, para combinar, todos os vestidos das madrinhas eram marsala, assim como as gravatas dos padrinhos. Um modelo com corpete transparente, a saia do vestido era fluida, e possuía alças de amarrar. Haviam ficado lindos, mas ainda sim eu queria mais pano no meu vestido.

— Não ouse, você ficou linda com o vestido, assim como todas as madrinhas. Viu como a Sabina está feliz? 

A olho irônica.

— A Sabina? Eu sei que você está feliz pelo Caio Sara, não adianta negar.

— Okay, mas fica entre nós, eu realmente estou feliz pelo Caio. Lembra daquela vez que ele me ajudou com aquele cara no metrô? E da outra vez que foi nos tirar da prisão, e da...

— Sim, ele já nos ajudou tanto.

O cara do metrô a quem ela se referia, foi um idiota que tentava passar a mão nela aproveitando o metrô lotado. Caio viu e começou a passar a mão nele também. Óbvio que o homem pegou ar, e o meu irmão o retrucou com um "Ué? Você não gosta de passar a mão nas mulheres seu assediador de merda!" Ele socou a cara do homem e nós descemos.

E eu já havia também ido parar na prisão, mas foi só por tentar separar a Sara de um valentão que havia ido zombar do Thomas. Aconteceu que uma simples briga gerou uma grande discussão no cinema, e todos fomos parar na cadeia.

Sara e Caio implicam sempre, mas eu sei que os dois se vêem como irmãos, quando um precisar o outro sempre vai estar ali.

— Prontíssima! — ela faz uma dancinha com os ombros agarrando minha mão para descermos.

[...]

Pisco para Caio no altar enquanto o cerimonialista dá início a cerimônia. O padrinho ao meu lado tinha sua mão em minha cintura, e até aí não tinha problema. A única coisa que me deixava nervosa e me fazia quase dar risada, era a expressão de Magnus sobre a mão do homem, parece que se pudesse ele a quebraria com o olhar.

Ciúmes senhor Venturine?

Eva estava sentada junto a Sara e Thomas, e o mesmo havia trazido a moça do seu estágio com quem anda saindo. Pelo menos isso fez ele esquecer a instrutora. E Magnus estava junto a eles na primeira fila à minha frente, o homem nem ao menos se incomodava por Eva estar com os pés em cima dele, apenas mantinha seus olhos em mim.

Eu só posso ter ficado louca de vez, pois me aproximo mais do amigo do meu irmão, o qual é meu par como padrinho. E o homem negro sorrir galanteador, como não quer nada olho para Magnus, o osso do seu maxilar está marcado, as veias em seu pescoço estão visíveis, e posso notar a raiva em seus olhos. Sorri por dentro voltando a prestar atenção na cerimônia.

Parece que você quer que ele te deixe inválida de vez Corine.

Os votos dos noivos haviam feito muitos convidados se emocionarem, até porque todas as pessoas, sem exceção, sabem muito bem o quanto esses dois se amam. Eva tropeçou nos próprios pés na hora de levar as alianças, e obviamente não chorou, mas quando corri para levanta-lá recebi um enxotar de mãos seguido de um "Não, eu já sou uma mocinha".

Quando foi que esse toquinho de gente que só dormia agarrada ao meu dedo cresceu tanto e eu não notei? 

[...]

A festa no espaço bem decorado com uma pista e DJ já havia sido tomada pelos convidados, e Sara não saia da mesa de docinhos.

— Chegou a hora da qual todas nós esperávamos, hora do buquê! — Sabina se anima largando o meu irmão com quem dançava, para correr ao palco improvisado.

Olhei pasma para as mulheres correndo ao centro que havia sido esvaziado, e achei graça por Sara e Thomas estarem no meio.

— O que vocês estão fazendo? — ri quando eles estavam perto de mim.

— Eu vou pegar para aquela gatinha! — Thomas aponta para a mulher morena com quem veio acompanhado, fazendo a mesma sorrir envergonhada.

— E eu vou pegar para ver se me dá sorte, ultimamente ando em uma maré de azar. — Sara tira os saltos me entregando.

Apenas sorri assentindo para os dois, Eva que estava agarrada a minha mão, ficou louquinha para ir junto. O que obviamente não deixei, a coitada seria esmagada.

— Não vai tentar a sorte? — a voz grossa seguida de uma mão no meu quadril me faz sorrir.

— Não acho que vou ter sorte agarrando um buquê. Além do mais, você já viu o meu tamanho? É mais fácil eu ser pisoteada por essas mulheres.

— Eu arriscaria a sorte. — o olho sobre os ombros confusa. — Você vai precisar de muita sorte hoje a noite. — o pequeno sorriso sádico me faz estremecer.

Oh sim, ele estava puto!

— Vou? — o provoco e noto sua sobrancelha grossa se erguer. — O amigo do Caio é bem legal. — digo como não quer nada enquanto Eva pula ao meu lado com a animação das mulheres.

— Corine. — sua voz soa arrastada e sua mão aperta o meu quadril com mais força. — Legal vai ser surrar essa sua bunda gostosa até te deixar sem sentar por semanas. Legal vai ser te deixar imobilizada a meu deleite, legal vai ser...

Deus!

— Ok, ok, você me convenceu, acho que vou pegar esse buquê. — meu coração estava acelerado, e sorri por dentro, ele estava cheio de raiva.

— Eu fico com ela. — o mesmo pega Eva no colo que ainda assim não tira os olhos do pessoal na pista.

Essa da ir adora uma farra.

Coloco os saltos da Sara ao seu lado e me encaminho para a pista.

— Boa sorte meninas! — Sabina sorrir ficando de costas — 3,2,1 — ela faz menção de jogar, mas apenas nos olha sorrindo. — Bom saber que todas vocês querem esse arranjo. — seu sorriso malicioso vem direto para mim, mas finjo olhar para a iluminação da tenda. — 1! — ela joga e só pode ser azar do destino, o buquê cai direto ao meus pés.

Uma moça com um vestido azul tenta pegar, porém sou mais rápida.

— É isso aí Corine! Parece que já sabemos de quem vai ser o próximo casamento! — todos sorriem batendo palmas.

— Não! Não mesmo! — Caio agarra o microfone no palco.

— Ouviram o meu irmão. — dou risada.

— Poxa, na próxima fico com os saltos. — Sara se apoia em mim.

— Pega, você vai fazer um melhor proveito do que eu. — dou risada, tirando uma flor de dentro do mesmo e entregando ao Thomas. — Já é um grande avanço para a sua amada.

— Acho que alguém faria um melhor aproveito do que eu. — Sara diz apontando com o queixo para trás de mim, e me deparo com Magnus brincando com Eva em cima da mesa. A mesma pegava um docinho e arremessava em sua boca.

— Achava que ele era um bombadão insensível. — Thomas dá de ombros.

— Eva gosta dele. — digo fingindo não me importar com a cena fofa.

[...]

Meus pés já estavam doloridos, Sara e Eva haviam tirado toda a minha energia para dançar. Eu só desejava um banho e minha cama, nada mais que isso.

— Olha, um cometa! — os olhos desfocados de Thomas apontam para o céu.

Ele estava caindo de bêbado ao meu lado, o que fazia sua companheira o olhar com um ar de graça.

— Acho que já vamos, ele se animou demais. — ela diz se erguendo da cadeira.

— Precisa de ajuda? — digo já me oferecendo e ela nega, o apoiando em seu braço e saindo com ele.

A valsa dos noivos havia sido épica, nunca havia visto meu irmão tão feliz assim. 

— Parece que alguém cansou. — o homem alto senta-se ao meu lado com Eva em seu colo, ela estava dormindo, sua sapatilha e tiara estão nas mãos do Magnus, e ela dorme tranquila em seu ombro.

— Vocês são ótimos dançarinos. — sorri vendo os pés sujos da minha irmã.

— Achei que a bateria dela não esgotasse nunca. — ele solta uma risada nasal, olhando para as pessoas ainda na pista.

Se existe uma cerimônia de casamento mais animada e duradoura do que essa, eu desconheço.

— Vá por mim, não acabou, ela só está recuperando o fôlego. — levanto para pega-lá — Nós já vamos, tenho que colocar essa danadinha na cama.

Caio e Sabina vão viajar em lua de mel, e com isso eu ficarei cuidando da pequena.

— Apesar dessa mocinha ser uma ótima pé de valsa— Magnus se levantou parando em minha frente. — Não é com ela que eu planejava dançar.

Coloquei minhas duas mãos sobre as bochechas o olhando, por que ele tinha que ser assim? Tão ahh... tão ele.

— Então te devo uma dança? — sorri quando vi Sara vindo em nossa direção.

— Dever não, mas eu quero. — o encaro, e depois de segundos o analisando assinto.

Sara, que já estava exausta de dançar com os rapazes na pista, ficou com a Eva na mesa.

Magnus nos encaminhou para longe de onde estava sendo a festa, e parou sobre a ponte que leva do jardim a saída da casa, embaixo tinha um pequeno lago de Patos, e todo o local estava iluminado, e ainda era possível ouvir a música alta.

— Senhorita — ele se curva me estendendo a mão e reviro os olhos rindo da situação.

Minhas mãos abraçam seus ombros, e ele agarra meu quadril, graças a Deus eu estava de salto e ele não precisava se curvar sobre mim, o que parece ter sido notado por ele também já que sorriu.

O som de Perfect era ouvido de onde estávamos, e juro por Deus que nunca me senti tão emocionada por algo tão simples. Eu me movia na mesma sintonia que ele, até que chegou em um momento que apoiei minha cabeça em seu peito, e ele abraçou minha cintura, e assim ficamos nos entregando ao ritmo e sintonia daquele momento.

O que não durou muito, já que uma chuva nos pegou de surpresa. Mas por aquela noite eu me divertiria, não iria pensar no amanhã. Pegando Magnus de surpresa tirei meus saltos, e me apoiei em seus ombros novamente enquanto a chuva já havia me deixado encharcada.

— Você vai ficar doente — o homem me olha divertido, uma mecha de seu cabelo castanho cai molhado sobre a testa.

— Talvez, dança comigo? — sorri estendendo minha mão.

Me analisando dos pés a cabeça e finalmente chegando em meus olhos, ele sorriu tirando seu paletó e a gravata borboleta.

— Com todo prazer — ele segura minha mão, puxando meu corpo para si — Srta. Mc'Dan — ele beija meu pescoço quando inclina meu corpo.

Me erguendo ele agarra minha cintura e eu o abraço, não sabia que o homem à minha frente dançava tão bem. Por ser tão grande, achei que teria mais dificuldade.

— Você está deslumbrante — fiquei feliz por ele não ver meu rosto corado encostado em seu peito.

— Pareço um pinto no lixo. — sorri quando ele me rodopiou.

— Já conheci uma mulher jogada ao lixo — ele me ergueu pela cintura.

Aonde esse homem aprendeu a dançar tão bem?

— E como ela era? — provoquei quando meus pés voltaram a tocar ao chão.

— Tinha um linguajar de um caminhoneiro — Deus, ele estava tentando me matar de vergonha. — Mas ainda assim, eu seria capaz de dar tudo para conhecê-la, de novo, de novo, quantas vezes fosse necessário.

— Arremessaria ela novamente no lixo? — Movo meus pés na mesma sintonia que ele conduzia nossa dança, só estava com medo dele pisar no meu pé.

— Quantas vezes fosse necessário.

— Magnus! — não teve como não dar risada.

Que filho da mãe!

— Eu não me arrependo de nada até aqui — seus olhos azuis analisam meu rosto. — Até me arrependo, de não tê-la conhecido antes, acho que me viciei nessa mulher, sempre vou querer mais, sempre vou deseja-lá dormindo em minha cama, bagunçando minha cozinha, se irritando por cada punição, cedendo a cada toque meu, sorrindo por qualquer coisa idiota que eu diga. Eu sempre vou desejar você Corine.

Meu sorriso sumiu no rosto, não, eu não estava triste, pelo contrário. Apenas não esperava essas palavras vindas do homem à minha frente. Eu estava rezando para que ele não pudesse ouvir as batidas rápidas do meu coração.

Felicidade, ou início de infarto?

— Não vou te agradecer por me jogar no lixo. — ele deu risada segurando minhas mãos. — Mas você foi a melhor coisa que já me aconteceu. Eu sempre vou desejar você Magnus.

— Do jeito que eu desejo? — ele para de se mover para me encarar.

— Se você se refere a sua ca...

— Sexo, dominação e desejo carnal é apenas uma consequência do que eu sinto por você — olhei para os lados, Deus por que ele tem que ser tão sincero e direto!?

Eu deveria abrir a minha boca, e dizer que o amo, aqui e agora, não? Não! Eu não consigo, se fosse a Sara aqui já teria se declarado e beijado esse homem. Por que diabos eu tinha que ser tão medrosa? O máximo que ele pode fazer é acabar tudo entre nós e ir embora.

Como não consegui dizer nada, apenas abracei seu pescoço. Talvez ele tenha ficado decepcionado, mas apenas abraçou minha cintura enquanto o som de A Thousand Years era ouvido. Com certeza coisa do Caio, ele sempre foi apaixonado por Crepúsculo.

A oportunidade que eu preciso está bem aqui, e vou fingir que não ouvi nada?

— Você foi a melhor coisa que já me aconteceu — início ainda com a cara enfiada em sua camisa molhada. — Eu achava que era muito corajosa, que já havia amado, e que já tinha tido mais experiências do que qualquer pessoa da minha idade pode contar. — eu não queria que ele se afastasse e me encarasse, eu perderia a coragem se olhasse naquela imensidão azul. — Talvez seja até loucura, afinal eu te conheço a alguns meses e poxa. — dei risada da minha própria desgraça. — Sinto como se conhecesse você a minha vida inteira, eu preciso de você, eu desejo você, Magnus, eu... — coragem minha filha — Eu amo você, mais do que ontem, e menos que amanhã, e eu gostaria de achar que é uma insanidade, afinal eu acho que ninguém nunca vai amar ninguém, como eu amo você. 

Sorri, eu estava até me sentindo mais leve, afinal qualquer coisa que acontecesse a partir daqui, eu havia sido corajosa e aberto o meu coração.

¹I have died every day waiting for you — ele se afastou apenas o suficiente para segurar meu rosto entre suas mãos — ²Darling don't be afraid — sorri, não sabia que ele cantava — ³I have loved you for a thousand years — no momento eu não estava me importando com a piora da chuva, apenas encara os seus olhos —⁴I'll love you for a thousand more — ele encosta sua testa na minha.

— Eu não mudaria nada até aqui — admito.

— O dia que eu te conheci, foi o melhor da minha vida, os que vieram a seguir foi como a perfeição. — ele me beija.

Eu gostaria que a noite não acabasse, mas eu sabia que logo ela acabaria e o sol brilharia me trazendo a uma nova realidade...uma nova realidade que eu espero que inclua o homem à minha frente.

— Mas não ache que eu esqueci do episódio na cerimônia — ele diz quando sua boca afasta da minha — E sinceramente, eu acho que você deveria ter ficado com o buquê, porquê vai precisar de sorte. — ele me pega nos braços.

— Eu ainda estou dolorida — estávamos em um estado deplorável graças a chuva.

— Não pensou nisso antes baby! — ele beija minha testa.

Não, não pensei

¹ - Eu morri todos os dias esperando você

² - Querida, não tenha medo

³ - Eu te amei por mil anos

⁴ - Eu te amarei por mais mil

Eu ouvi um amém irmãos?🤲🔥

Estava sumida apenas por questão de saúde mesmo, mas amanhã às atualizações já voltam ao normal com maratona 😼 (esse capítulo deveria sair amanhã, mas sou ansiosa demais para isso)

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