Capítulo 27
Meu primeiro dia no pub, não posso negar que estava com medo de fazer algo errado e ser demitida. Porém eu já estava no meio do meu expediente e até agora não quebrei um único copo. Eu estava apreensiva, mesmo que cansativo quando se passa um dia inteiro em pé atrás de um balcão, e quando não se tem que checar os medicamentos, o trabalho na farmácia é tranquilo. Diferente daqui que é um grande corre corre entre as mesas.
O dono do local achou melhor eu servir mesas, do que ficar atrás do balcão de bebidas. Provavelmente com medo que eu derrubasse a grande grade de bebidas na parede.
Amanhã é a despedida de solteira da Sabina, e eu ainda não consegui tirar da cabeça daquelas mulheres que o melhor é irmos a algum lugar menos "sugestivo". Um clube para solteiras, Caio vai matar a Sabina quando souber, e depois vai me matar por saber e não contar a ele.
Falando no bonito, Sabina, Caio, Eva, e meus dois melhores amigos entram no pub, e uma garçonete se aproxima, porém toco seu ombro dizendo que atendo a mesa.
— Você vieram. — sorri para eles, pegando o bloquinho de pedidos dentro do avental.
— Eu disse que viria ver como esse lugar funciona. — Caio diz contragosto, e Sabina o fuzila com o olhar.
— Não ligue para ele, eu adorei esse lugar. — ela olha ao redor sorrindo.
O local realmente é algo a se apreciar, por mais que lote, e caso você seja claustrofóbico desmaie. Ainda sim terá válido a pena vim ver, as mesas são próximas a entrada, e temos os balcões de bebida para pessoas que querem curtir sozinhos. Além das mesas ao ar livre no térreo, mas por estar chovendo, não tem ninguém lá obviamente.
— Você ficou linda nesse uniforme. — Thomas provoca, o uniforme era horroroso.
Um short preto liso, com um tecido justo, uma blusa de mangas branca, uma gravata vermelha, botas pretas, além do suspensório e avental também vermelhos. Sim, eu estava o próprio fetiche de estudante.
— Magnus já veio te ver? Ele vai te adorar nessa roupinha. — Sara adora me ver corada, e receber olhares desagradáveis do Caio, não é possível.
Magnus... não nos vemos de terça, e eu estaria sendo uma baita mentirosa se dissesse que não estou sentindo falta. Porém ele já havia mencionado que essa semana com a abertura do restaurante, ele ficaria sobrecarregado. Nem ontem, o "nosso dia" nos vimos, pois ele foi para a cada da mãe.
Eu queria pensar que realmente é o trabalho, mas eu sei que não. Com o incidente no restaurante, ele parece querer me ver longe, eu sei o quanto ele ficou sentido pelo melhor amigo. E o pior? Eu não posso culpa-ló, não sei como ficaria se o Thomas, ou a Sara me traísse dessa maneira. No mínimo eu ficaria destruída.
— Não, ele não veio. — forço um sorriso, e Sara me olha desconfiada. Esse era o ponto que eu mais odiava nela: me conhece bem demais. — Já estão prontos para pedir? — questiono antes que ela abra a boca.
— Sim. — É Caio que responde, e anoto o pedido de todos, inclusive de Eva que se esforça para falar "suco de laranja".
Deixo os pedidos grudados a tabela enorme na cozinha, e caminho até o banheiro, trancando a porta quando entro no pequeno cubículo para funcionários com uma única privada, pia suja, e espelho embaçado.
Jogo água no meu rosto, e me encaro no espelho.
Eu não deveria pensar tanto no Magnus, afinal ele é apenas o homem que me dá prazer. Ou ao menos era para ser. Ultimamente os olhos azuis vem atormentando a minha mente dia e noite, e não é da forma que eu desejava.
Julguei a Kimberly, mas talvez eu seja igual a ela, só o sexo não está sendo o suficiente. Ou melhor, foi tão suficiente, que pareço desejar bem mais...
— Não Corine! — encaro meu reflexo no espelho. — Magnus está lhe dando o que você nunca recebeu. Não é só o sexo, são coisas novas que ele está te ensinando, para de confundir! — me repreendo abrindo a porta.
É isso, eu apenas estou confundindo as coisas. Realmente não é, e nunca será só o sexo, são coisas novas que jamais em toda minha vida pensei que viveria, e é isso. Só isso!
Tem que ser.
[...]
A segunda havia chegado tão rápido, e Caio estava me deixando estressada. A todo momento ele pensava em desistir do casamento amanhã, ou me questionava sobre o que íamos fazer hoje a noite. Desde a hora que sai para trabalhar, até agora, ele está no meu pé.
— Aí meu Deus, Caio me faz um favor? Vai comer alguma coisa para ver se você se cala! — digo colocando meu casaco preto. As batidas na porta me faz suspirar aliviada.
Estou salva.
Irritado ele vai abrir a porta, e eu fico no quarto, até o mesmo ser invadido por um furacão loiro. Sara me abraça, porém quando se afasta, e olha para a minha roupa, ela caminha até a porta do meu quarto e a fecha. Se virando de novo para mim, ela apoia as mãos na cintura.
— Que caralho é isso? — ela caminha até o meu guarda roupa. — Corine pelo amor de Deus, estamos indo nos divertir, não estudar.
Me olho no espelho, e depois volto meu olhar confuso para ela.
— E qual o problema com a minha roupa?
Ela revira os olhos, e me vira para o espelho, segurando os meus ombros, enquanto me encara atrás do objeto grande a nossa frente.
— Calça jeans, casaco, e tênis? Está de brincadeira comigo? Isso é look para garotas de 17 anos Corine. — ela volta novamente para o guarda roupa e joga uma peça que nunca usei, e é claro só podia ser presente da Sara. — hora de usa-ló. — ela sorrir animada.
Era um vestido preto, com as costas trançadas e um tecido que abraça perfeitamente o meu corpo. Ele vai até as coxas, e é extremamente sexy, motivo pelo qual não o uso. Mas não é nada vulgar que mostre seios ou algo assim, só não é o meu estilo.
Reviro os olhos sabendo que não terei outra alternativa a não ser vestir. Tiro a roupa, e quando vou colocar o vestido, Sara faz um sinal para eu parar, e caminha até a minha gaveta de calcinhas. Tenho certeza que assim como eu, Thomas também se arrepende de ter dado tanta intimidade para Sara.
Ela coloca a peça escolhida em cima da cama, e eu a olho morrendo de vergonha. Se tratava de uma calcinha fio de renda vermelha, e com um pingente atrás.
— Sara! — não vou usar isso. Havia sido uma aposta que fizemos, ela e Thomas entrariam em uma dieta saudável durante dois meses se eu comprasse a lingerie mais sexy de uma loja escolhida por eles. O motivo? Apenas me fazer passar vergonha, porquê eles sabem o quanto me envergonho em comprar essas peças.
— Deixa de coisa, e se veste logo que eu vou procurar outra coisa para você. — ela olha com desgosto para o meu tênis. — Tênis e salto é tudo na minha vida, mas vamos combinar né?
Ela balança a cabeça negativamente, e bufando me visto. Pronta ela me joga um par de coturnos pretos de salto, e faz uma maquiagem em mim.
— Viu? Agora sim está pronta para a noitada. — ela sorrir empolgada agarrando meu braço. Seus olhos claros estavam destacados com a maquiagem, e ela usava um vestido vermelho justo ao seu corpo magro, e um par de saltos nude.
— Eu estou me sentindo tão...
— Sexy? Gostosa? Linda de bonita? Porque é assim que você está. — sorri do seu jeito de me convencer. — agora vamos logo que ainda temos que passar na casa da noiva para buscar a mãe e as amigas da Sabina. Corine, a mãe dela é...
— Tarada? Sim. — dou risada. Porém minha risada some quando pisamos na sala. A atenção dos homens presentes, se volta totalmente para nós, mas não é a atenção do meu irmão, ou dos amigos dele, que me deixam envergonhada. É da do homem sentado ao canto da sala.
Magnus
Eu queria voltar correndo para o quarto a medida em que seus olhos claros me analisam dos pés a cabeça, ele parecia me despir. E isso me faz encarar o teto.
Caio se aproxima de nós duas.
— Sua cobra, minha irmã estava linda antes de você chegar. — ele coloca sua jaqueta sobre mim, quando nota o olhar dos seus amigos sobre mim, não gosto do olhar que eles me lançam.
— Sim, para ir estudar em alguma biblioteca. Agora tira essa coisa nojenta da minha deusa. — os dois se fuzilam, e Sara joga a jaqueta dele no sofá.
— Vamos ficar bem. — tento amenizar a situação.
— Não quero nem imaginar aonde vocês vão vestidas assim. Na verdade quero sim, aonde vocês vão Corine? Aonde irão levar a minha noiva? — de novo a insistência.
— Para com isso! — beijo sua bochecha caminhando até a porta, eu sentia minhas costas queimarem e não queria virar para descobrir quem era.
Porém minha ideia não sai como desejada, pois quando estou colocando meus pés no carro da Sara, Magnus aparece. Penso em mandar ela dirigir, porém tinha quase certeza de que ele viria atrás.
— Nunca usou esse vestido para mim. — ele provoca quando caminho até ele, e paro cruzando os braços.
— Não pensei que viria. — Eu sabia que Caio iria convidar o Magnus, assim como convidou o Thomas que está atrasado, mas jamais pensei que o homem a minha frente viria.
— Fiquei curioso, afinal o seu irmão não gosta de mim. — ele da de ombros se aproximando.
Realmente, Caio não suporta ouvir o nome do Magnus, mas disse que o convidaria. Já que tinha certeza que eu o levaria ao casamento amanhã.
— Foi bom vê-lo. — lhe dou as costas, mas ele segura minha mão, me puxando para si.
— Não me de as costas. — ele se curva aproximando o rosto da curva do meu pescoço, e sinto seu perfume invadir minhas narinas. — Desculpe ter passado a semana longe de você. — ele abraça a minha cintura, e vejo Caio nos olhando da janela, e mando ele vazar balançando minhas mãos. — Passa a noite comigo? — os olhos azuis me encaram e tenho vontade de dizer "Não, seu estúpido, eu senti falta".
— Veremos. — o afasto. — Temos que buscar a Sabina.
— Comporte-se, e perninhas cruzadas. — ele se abaixa até minha orelha para sussurrar. — Esse vestido está fodendo com a minha mente. — ele aperta minha cintura. — De 100% dos meus pensamentos essa noite, 101 será em você algemada na minha cama de pernas abertas com esse vestido. — arregalo os olhos.
Esse homem não tem vergonha!
— Ah, claro! Obrigada por se preocupar Magnus! — digo quando Caio abre a porta, e me afasto do homem vestido de forma despojada pela primeira vez. Ele estava de calças e camisa preta, uma jaqueta verde militar, e tênis também preto.
— Comporte-se! — ele pisca, e assinto entrando no carro.
Se ele soubesse.
— Viu? Ele está de calça jeans e jaqueta. — provoco Sara quando ela começa a dirigir.
— Você viu o estilo dele? — me calo. — Foi o que pensei, você estava parecendo uma adolescente estudante de segundo ano. Mas esquecendo isso, vocês estão bem? Desde ontem você fica estranha quando fala nele, nem parece que estamos mais falando do cara que tem uma língua surreal, e te fez revirar os olhinhos. — ela diz ultrapassando um caminhão.
— Sara! — olho para a janela, morrendo de vergonha.
— Nada de vergonha agora, mas então?
— Estamos bem, eu só estranhei o fato de ele ter evaporado por uma semana.
— Sabe o que eu vejo quando vocês estão juntos? Uma grande aura de sexo selvagem, toda aquela tensão sexual surreal, e...— ela me olha. — Am...
— Não! Isso não, e encerrou o assunto. — a interrompo, me alterando desnecessariamente.
Ela da de ombros dirigindo até a casa da Sabina. É apenas experiências desconhecidas Corine, só isso.
[...]
Aonde eu vim parar?
Não paro de me questionar sobre isso desde da hora que chegamos. Sara, as amigas da Sabina, e a mãe da noiva não param de gritar para os homens que dançam em cima do palco.
Parece que as únicas que não estavam curtindo muito estar no meio de tantas mulheres insandecidas por homens dançando e sensualizando em cima do palco eram eu e Sabina.
— Não está gostando? — questiono bebendo mais um pouco da minha bebida colorida, não sou fã de bebidas. Mas no momento preciso de álcool no meu organismo para encarar essa noite.
— É uma despedida de solteira, é para eu me divertir com as minhas amigas. E eu estou me divertindo com elas. — ela rir apontando para umas das suas amigas que sobe em cima da mesa. — Não com esses homens musculosos, agora se fosse o seu irmão danç...
— Por Deus Sabina! — a interrompo de continuar. — Não, eca, Deus me livre! — ela rir da minha careta.
Eu já estava parcialmente animada depois de quatro copos de tequila com algo colorido. Por não ser acostumada com bebida, jurei que precisaria de meio copo.
Porém rapidinho retomei a consciência quando os homens desceram do palco se espalhando pelo salão cheio de mulheres. Algumas senhoras passam a mão sobre os tanquinhos suados e ri disso, tão animadas.
Mas meu sorriso morreu quando meu cabelo foi colocado de lado, e senti uma mão sobre meu ombro. E me virei dando de cara com um homem loiro vestido de policial, sem camisa.
Oh meu Deus!
— Essa noite também teremos uma escolhida para vim aqui no palco. — o homem que anunciava todo o espetáculo dos rapazes diz, eu me sentia zonza com toda a luz de led, a fumaça no palco, e o estranho que tenta me levantar. — E parece que nosso capitão dessa noite já escolheu! — Uma luz se foca em nossa mesa, fazendo a mãe da Sabina gritar animada, e minha cadeira ser erguida pelo homem loiro, e por mais um rapaz com uma máscara.
— O que? Não, ela é a noiva! — agarro a cadeira com medo de cair, enquanto as mulheres aplaudem. É claro, escolher uma pessoa que nem queria estar aqui? Sim, escolher uma mulher que está louca para passar a mão nesses homens? Não.
— Oi gostosa. — o homem loiro começa a praticante dançar no meu colo, enquanto os outros homens dançam ao nosso redor.
Tento afasta-ló com as mãos, mas ele a agarra, deslizando pelo seu peito.
— É ISSO AI CORINE! — o grito animado de Sara me deixa ainda mais constrangida.
— MORDE A BUNDA DESSE GOSTOSO! — ouço o grito de alguém e arregalo os olhos.
Por que essas bizarrices só acontece comigo?
O homem cheira o meu pescoço, e outro rapaz vestido de médico dança muito próximo ao meu braço, me fazendo sentir sua ereção ali. Por nossa senhora!
Respiro fundo morrendo de vergonha enquanto eu estava no meio de um espetáculo de dança sensual, com 6 homens dançando quase em cima de mim, e dezenas de solteiras gritando animadas e excitadas.
O homem loiro sorri sem pudor para mim, e me levanta da cadeira. Me deixando no centro do palco. E dançando bem próximo a mim começa a retirar sua calça extremamente apertada.
— Moço, já posso descer? — questiono me sentindo contrangida.
— Por que delícia? — outro moço que rebola retirando os botões de sua camisa de bombeiro questiona, e olho para sua barriga suada e bem desenhada.
Que lugar quente!
Pulo assustada quando minha bunda é acertada por um homem com roupas toda de couro, o chicote não dói nada, mas pulei com o susto.
Os minutos seguintes foram tão rápidos, que pareciam borrões diante dos meus olhos. Em um segundo estava sendo incentivada a dançar com aqueles homens gostosos e sensuais. E no outro eu estava sendo jogada sobre os ombros largos de alguém, e sendo decida do palco.
— É essa porra que você chama de se comportar? — reconheço a voz em meio a gritos animados. Eu não sei se as mulheres achavam que ainda era parte do show, mas o que se ouvia de "gostoso" "tira a roupa" " me escolhe" era assustador.
— Magnus? O que você está fazendo aqui? — meu Deus, essa é a pior despedida de solteira do mundo.
— Boa sorte! Aproveita! — olho para a mesa aonde eu deveria estar, vendo as mulheres que conheço sorrirem animadas.
Obrigada, vou precisar.
— Você quer ser açoitada!? Eu vou te dar isso! — levo um tapa tão forte na bunda, que com certeza vai ficar a marca de seus dedos.
E de cabeça para baixo, encaro a fachada do local onde estávamos. Magnus estava furioso, eu notava isso pela forma que seus dedos me apertavam. E sim, eu precisaria de muita sorte para lidar com ele essa noite.
— Eu sabia que era uma péssima você sair! Essa porra! Espere só até chegarmos em casa! — ele me joga no banco de trás do seu carro.
Sim, muita sorte, e piedade divina!
Meu Deus😳 Que o senhor tenha piedade da Corine, porque pelo visto...o Magnus não vai ter!👁️👄👁️
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