Capítulo 22

— Eu não sabia que seria algo tão...— Olho para a entrada da mansão. — Exuberante. — me encolho no carro do Magnus.

O Domingo finalmente havia chegado, e com ele o tão comentado jantar do qual Magnus foi convidado. Até onde eu sei, Sra.Campbell, a dona da mansão, é uma milionária juíza já aposentada. Porém o que nos trouxe aqui não foi isso.

Assim como o homem que dirige para dentro da residência, Sra.Campbell é uma apreciadora das práticas dominantes. Segundo Magnus, a mulher é uma dominatrix antiga, e que possue uma grande e luxuosa casa de BDSM em um bairro de Nova York que não tenho a menor ideia de onde fica.

— Ela adora eventos grandiosos. — ele para atrás de um carro vermelho. — Mas não se preocupe, não terá flashs e flashs no seu rosto. É algo totalmente restrito para pessoas "da alta sociedade". — seu tom de desagrado não passa despercebido.

— Não sabia que você era da alta sociedade. — digo quando ele caminho até a porta ao meu lado, a abrindo. Magnus é sim um homem rico, mas não um magnata da alta.

— Não é esse tipo de sociedade. — ele me ajuda a descer do carro, e passa meu braço pelo seu, nos encaminhando até às escadarias que levam a porta da construção.

Eu estava um pouco nervosa, Sara me ajudou a se arrumar, já que eventos "sociais" não são o meu forte. Eu estava usando o vestido que Magnus havia escolhido ontem, e ao lembrar o preço que ele pagou, é como se eu usasse milhares de rubis em meu corpo. Era preto, com um tecido confortável, e que abraça muito bem minhas quase nulas curvas, com um pequeno decote, até porque nem tem o que marcar. E as costas são abertas. O salto nude não aparecia muito graças ao vestido, mas ainda assim eu estava me sentindo discretamente bonita.

— Não precisa de tudo isso Corine, ninguém vai tocar em você, calma. — Magnus sussurra para mim, e sorrir para a mulher que nos recebe.

Só aí vejo o quanto apertava minhas unhas feitas em seu terno preto. Relaxo, tentando não cair dura.

— Acho que não foi uma boa você me trazer. Não sou muito apta a esse tipo de evento. — sussurro para ele, enquanto o mesmo nos conduz até o hall da mansão, onde arregalo meus olhos ao pisar no local grande e temáticamente decorado.

Alta sociedade?

Ainda acha que não é apta? — o homem alto a qual estou com o braço apoiada zomba de mim.

O local tem sim uma delicadeza e claramente todo o luxo envolvido. Simbolizado pelos lustres, buffet, as pessoas vestidas como uma vesta de gala, e mais míseros detalhes que eu poderia admirar até o amanhecer. Porém não é isso que me deixa surpresa, é a ofuscada luz vermelha do local, X de madeiras, e correntes em certos pontos, máscaras em uma semelhante meça de buffet, algumas palmatórias e chicotes no que é semelhante a luminárias antigas.

— Isso não pode ser real. — olho para uma moça que passa em nossa frente apenas de lingerie e com uma coleira em seu pescoço escrito "Logan".

— É semelhante a uma casa de swing, não é?

— Eu nunca fui em uma casa de swing. — agradeço a Deus pela luz parcialmente ofuscada, desse modo ele não pode ver meu rosto corado.

— Temos que providenciar isso. — ele toca minha cintura. — Mas apenas para você ver, não vai ser tocada por ninguém. — ele aperta de leve o local onde sua mão está posicionada.

Quando abro a boca para perguntar o motivo de um jantar como esses, uma voz feminina soa atrás de nós. Magnus segura minha mão, e nos viramos para a tal pessoa. Fico surpresa ao ver uma mulher que com certeza está com seus cinquenta e poucos anos, mas com uma beleza surreal. Os olhos claros a deixam ainda mais bela junto a seus cabelos negros. A mulher está com um vestido todo de couro, preto, seus seios estão quase saltando para fora do tecido, mas de alguma forma isso a deixa sensual de uma forma não vulgar.

— Magnus! — a mulher o abraça.

— Sra. Campbell. — ele se contenta apenas em afagar suas costas, sem soltar minha mão.

— Fiquei extremamente contente quando confirmou meu convite. A quanto tempo não nos vemos? Seis meses? — ela sorrir.

Então essa é a Sra.Campbell?

Discretamente a avalio, eu não posso negar que imaginei que teria sim todo esse ar luxuoso, até porque Magnus não me faria usar esse vestido atoa. Mas imaginei que seria um jantar normal, e que a anfitriã seria uma senhora já morrendo em uma cadeira de rodas, não essa mulher mais alta que eu e bela, a única coisa que entrega sua idade são as pequenas rugas e a pele um pouco flácida.

— Um pouco mais.

— Então essa é sua submissa? — seus olhos claros agora se fixam em mim, me avaliando. — Demorou mais que o comum dessa vez.

O que?

— Corine, é um prazer conhecê-lá. — me adianto.

— Prazer é o que não lhe faltará essa noite meu anjo, qualquer coisa podem me chamar, vou receber os demais. — ela beija o meu rosto, e faz o mesmo com Magnus.

A mulher sai, e só agora noto um rapaz atrás dela, ele está apenas de calças, e também tem uma coleira no pescoço. Ele a segue até a porta de cabeça baixa.

— Ela é uma pessoa extrovertida, não acha? — o aperto em minha mão, me faz olha-ló. — Não precisa olhar para o rapaz assim, é seu mais novo submisso, e lembra do que conversamos? Todos eles querem isso. — ele prende meu rosto entre suas mãos, de modo que me força a encara-ló. — Você quer isso. — seus lábios roçam no meu de forma lenta e tentadora.

— Não quero usar uma coleira com o seu nome. — o fato de estar de salto, ajuda um pouco já que sou bem mais baixa que Magnus, ele sempre tem que se curvar para alcançar os meus lábios.

— Não necessariamente uma coleira. — ele discretamente desliza seus dedos por meus seios cobertos pelo vestido, pressionando os prendedores de mamilo que mais uma vez ele me fez usar. O fato de não ser necessário o uso de sutiã com o vestido, até porque minhas azeitonas não iram pular para nenhum lugar. Diferente das outras vezes, o haviam agradado.

Ele continua a deslizar sua mão, até tocar meu quadril, e escorregar a mão devagar para entre minhas pernas, me fazendo lembrar dos brincos genitais com o seu nome. Desde que o dia amanheceu ele não deixou de insistir nisso, e claramente eu não queria algo perfurado em mim, e muito menos com o seu nome. Mas com o decorrer do dia ele foi me convencendo, e só depois me disse que se trataria de um brinco de pressão. É semelhante a um piercing, só que o que Magnus colocou em mim não é necessário perfurar nada, e é pequeno,

— Você é louco. — sorri segurando sua mão.

— Talvez, mas somos os mais compostos aqui. — ele libera meu rosto, me fazendo olhar ao redor, o que tinha de mulheres e homens com os peitos a mostra era algo...surreal.

Algumas pessoas vieram cumprimentar o homem ao meu lado, e pareciam ansiosos com a inauguração do restaurante na terça. Conheci outros dominadores, mas nada de suas submissas, pois todas mantinham a cabeça baixa aos seus lados.

Mas senti o corpo de Magnus tenso quando um casal se aproximou, e apesar de já fazer umas semanas, reconheci o rapaz com a queimadura de cigarro.

— Boa noite. — é a mulher loira ao seu lado que nos cumprimenta, ela tinha um olhar curioso sobre mim, enquanto o homem negro ao seu lado parecia surpreso em me ver, enquanto me contentei em sorrir para ele.

— Boa noite. — me assusto quando as mãos do meu dominador me puxam para si, mantendo sua mão firme em minha cintura.

— Morgana, satisfação em conhecê-la querida. — a mulher que tem um sorriso claramente forçado, me estende a mão, a qual aperto.

— Corine.

— Esse é meu submisso, Enrico. — ela mostra o homem como se tratasse de um belo bolo.

— Então nos encontramos de novo. — seu sorriso é tão bonito, do tipo que te contagia.

— É o que parece, sua mão melhorou?

Morgana e Magnus tem os olhos voltados a mim e ao homem bonito a minha frente, mas diferente de Morgana que mostra um interesse duvidoso, Magnus não me parece feliz. Noto isso pela forma que sua mão se enrosca ainda mais em minha cintura, e seu corpo está tenso.

— Sim, graças a você é claro. — agradeço com um aceno de cabeça.

— Quando virá a próxima submissa Magnus? Desculpe Corine, mas você sabe que não vai durar muito. — o falso olhar inocente me faz querer vomitar sobre ela.

Enrico a olha indignado, estava bem claro que ele não gostou do rumo da conversa.

— Não, eu não sei. — forço um sorriso para ela, e posso ver uma veia saltar no meio de sua testa.

— Ora, estamos entre amigos, vamos ser sinceras. Fale a ela Magnus, quanto tempo você dura com suas submissas?

— Morgana! — Enrico a repreende e leva um olhar mortal da loira.

— Primeiro que você não faz parte dos meus amigos, e segundo q...

— Não, não precisa responder Corine. E você Morgana nos faça um favor? Saia da nossa frente, a vista de repente se tornou podrida. — Magnus sai me puxando pela mão em direção as escadas.

Olho para trás vendo os olhos castanhos da mulher sobre mim, e sinto um arrepio incômodo em minha espinha, antes de Enrico tomar minha visão.

— Magnus. — chamo quando sua mão começa a apertar meu pulso, e aquilo com certeza não estava me dando prazer. — Para, ei o que houve? — ele não para, caminhando por um corredor no andar de cima. — Magnus! Você está me machucando. — ele para, e solta meu braço, mas não se vira.

Toco meu pulso dolorido e olho ao nosso redor, o corredor iluminado está totalmente vazio. Olho para frente e respiro fundo tocando os ombros largos do homem que parecia fazer tudo para não perder o controle.

— Está tudo bem? — tento encarar seus olhos, mas ele ergue a cabeça encarando o teto.

— Desculpe, eu não queria te machucar.

— Tudo bem, o que aconteceu? Você estava tão animado, e de repente. — deixo a frase no ar.

— Sabe quando você ver alguém tão próximo a você se afundando no erro? — agora sim seus olhos se fixam em mim.

— E esse erro, seria a Morgana? — eu não era o ser mais esperto do humano, mas ficou bem claro que Magnus não se dá bem com a loira.

— O erro é você saber que ele existe, o quanto ele lhe faz mal, e mesmo assim não importa quantas vezes ele bata a sua porta, você vai abrir. É isso que ocorre com Enrico. — os olhos antes brilhando em excitação, agora estavam ofuscados de raiva.

— Ele é seu amigo? — tento mudar um pouco o assunto.

— Bem mais que isso, ele é como um irmão. — assinto, e ele se aproxima segurando meu rosto entre suas mãos, de forma que sou obrigada a encara-ló. — O que Morgana disse, nós dois e...

— Você está fazendo exatamente tudo o que me prometeu, e eu estou adorando. — sou sincera, e isso parece choca-ló, pois vejo a surpresa em suas orbitas.

Mas é a verdade, tudo o que ele me prometeu está cumprindo. Sorri quando seu hálito quente bate contra meu rosto antes de seus lábios se encontrarem com os meus. Suspiro quando sua língua invade por entre meus lábios, se encontrando com a minha. Uma de suas mãos apertam meu seio, me fazendo gemer contra seus lábios, pela pressão contra o prendedor.

Um beijo simples que deveria ter sido sutil, sai do controle e Magnus ergue minha perna para o seu quadril, e fecho os olhos apertando seus braços quando seus lábios descem por meu pescoço. Mas sou mais rápida me afastando dele quando o barulho de saltos rompe o local.

Magnus me olha frustrado, e logo Sra. Campbell aparece em nosso campo de visão.

— Finalmente achei vocês, o jantar já será servido. — ela sorrir.

Passo a mão por meu cabelo tentando me recompor, enquanto Magnus arruma seu terno discretamente, que loucura.

— Eu só preciso ir ao banheiro antes, poderia me dizer onde é? — sinto vergonha pois sei exatamente o que se passa em seus olhos nos vendo.

— Claro, lá embaixo, segundo corredor, última porta. — assinto. — Cuidarei do Magnus para você, e não se preocupe, dois dominadores não dá certo. — ela rir e não teve como não fazer o mesmo, tudo era uma forma alegre sua de ser.

Magnus segura meu braço antes que eu saia.

— Estarei lhe esperando no hall. — assinto descendo as escadas.

Essa noite estava para lá de estranha. E eu acho que não foi uma boa termos vindo. Entro no banheiro, e sorri vendo o local.

Sra. Campbell ama festas.

O banheiro possui duas cabines, e um espelho enorme. Entro na primeira cabine e me sento sobre a tampa da privada.

Enrico, Morgana e Magnus, está na presença dos três foi horrível, a troca de farpas e olhares ameaçadores me fez questionar o que ocorreu para serem assim um com o outro.

Levanto, saindo da cabine, e acabo dando de cara com uma pessoa que eu esperava nunca mais ver. De costas para mim se olhando no espelho estava Morgana, com uma moça ruiva ao seu lado, que me olha de forma estranha.

As ignoro arrumando meu cabelo e retocando o batom.

— Olha quem eu encontrei Corine, essa é Kimberly, a ex submissa do Magnus. — o veneno escorre em cada palavra que soa da mulher loira.

Olho para a mulher ruiva, os cabelos lisos, olhos claros, pele leitosa e raras sardas em seu rosto que lhe dava um certo tom angelical. Por que será que não deram certo?

— Preciso ir. — me apresso em sair do local.

— O que ele viu em você? — o som da voz de Kimberly me faz parar de cara na porta.

Me viro, uma moça bonita sim, mas tinha um olhar tão...perdido.

— Moça, não é a mim que você tem que perguntar. — tento soar calma, mas só eu minha bolsa de mão que está sendo apertada, sabe o quão estou nervosa. Kimberly não tirava os olhos de cima de mim, enquanto Morgana tinha um maldito sorriso em seus lábios encostada no mármore escuro da pia.

— Eu não sou bonita? Eu era a submissa perfeita, cumpria todos os seus desejos, aceitava as punições sem reclamar, eu o amo, faria qualquer coisa que ele pedisse, d...

— Eu não sei o que aconteceu com vocês, e nem me interessa. Não é comigo que você tem que conversar, é com ele. — Sara ficaria tão orgulhosa de minhas palavras.

— Ele me proibiu de chegar perto dele. — os olhos bonitos estão cheios de olheiras, e seus olhar realmente me assusta.

Proibiu?

— Mas não proibiu de você chegar perto das submissas que roubaram o seu lugar. — Morgana coloca mais lenha na fogueira.

O que eu fiz contra essa mulher?

— O QUE ELE VIU EM VOCÊ!? — a alteração de voz repentina de Kimberly me faz olha-lá assustada.

Algumas mulheres entram no banheiro curiosas para saber o que está acontecendo, e aproveito a deixa.

— Descendência indiana talvez. — digo saindo porta a fora.

A mulher parecia destruída e transtornada, não é um possível que um relacionamento com o Magnus tenha lhe causado isso.

Acabo esbarrando em um garçom no hall, e as taças que ele carregava cai de sua mão.

— Perdão. — peço nervosa ajudando ele a catar os vidros no chão.

— Corine. — ouço a voz de Magnus, antes de meu braço ser tocado por ele. — O que aconteceu? Santo Deus você está tremendo. — olho para as minhas mãos suadas.

Olhar para a Kimberly havia me feito mal, e isso era fato. Eu só precisava saber o porque.

— Eu quero ir embora, me tira daqui. — olho para as pessoas curiosas ao nosso redor.

Não deveríamos ter vindo a essa festa.

Teremos maratona de capítulos essa semana, só não postarei mais hoje porque o Wattpad não me ajudou, e tive que escrever esse capítulo todo do início 💔🤦.

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