Capítulo 15

— O que ela está colocando na boca? — ergo uma sobrancelha.

— Oh, meu Deus! — Corine quase derruba o celular tirando o guardanapo da boca de Eva. — Ela está mais esperta do que pensei! — a mulher rir. E por míseros segundos me prendo em seu sorriso.

Faz dois dias que estou em Nova Jersey, a reforma no restaurante está quase no fim. E com isso decidi passar uma semana na cidade com a minha mãe. Resolvi assuntos pendentes em Nova York e vim.

Corine ficou sem entender, mas minha vinda também teve a ver com ela. Apesar de ter ficado muito irritada, e até ter me arremessado seu salto pela minha última punição. Punição leve até. Tínhamos combinado duas semanas, duas semanas que eu lhe ensinaria tudo.

Mas eu não quero que ela aprenda, eu quero que ela ceda, e decida por si só se quer isso ou não. O fato de eu querer dominar seu físico e psíquico é algo óbvio, principalmente meu desejo por ela. Amo ver sua pele vermelha de minhas mãos, o fato como faz de tudo para não ceder e no final não consegue.

Mas só conquistá-la não vai adiantar. Quero que ela por si só veja que quer isso, e venha até mim e diga com todas as letras que quer ser minha submissa. Sem teste drive!

Teste drive, aonde já se viu? Só podia ser coisa daquela mulher!

— Oi? Está dormindo de olhos abertos? — olho para a tela do celular, despertando dos meus pensamentos.

— Quase isso. Está cuidando bem da Corine pequena? — questiono e Eva assenti, pega um docinho e enfia na tela do celular.

— Oh porra! Depois eu te ligo, ela vai acabar me fazendo ter um infarto, beijo! — ela desliga me fazendo rir.

Levanto da cadeira da varanda, e me assusto ao ver minha mãe encostada na porta.

— Precisa de algo? — Ergo uma sobrancelha e ela se aproxima sorrateira.

— Estava falando com quem? — noto seu avental sujo, e sorri interiormente. As crianças não estavam, e os empregados também não, como vou passar essa semana aqui, dei a semana de folga a eles.

Viajaram para a casa de uma parente em Nova York.

— A senhora sabe muito bem com quem eu estava falando. É curiosa demais para ter chagado só agora. — beijo sua testa.

— Por que ela não veio com você? — ela não tenta continuar mentindo.

Oh mulher esperta.

Por que não trouxe ela junto com você? — ela cruza os braços quando entramos na cozinha e coloco o avental.

— Não gosta da minha companhia? — brinco.

— Você está tão engraçadinho hoje. — ela semicerra os olhos pegando algumas coisas no armário. Iríamos testar uma nova receita de torta. — Eu gostei da moça, bonita, educada.

— Ela é. — admito e ela me olha sorridente. — A senhora falou primeiro!

Fora dessa casa eu era o chefe de cozinha Magnus Venturine. Um homem sério, que não dá brechas para fofocas na mídia, e conhecido por toda Nova York pelos grandes restaurantes espalhado pela cidade. No anônimo possuo uma casa de BDSM, e tenho Corine, minha futura submissa.

Mas quando eu pisava nessa casa as coisas mudavam totalmente de figura. Eu voltava a ser o menino de 8 anos que era fissurado pela cozinha graças a minha mãe.

— Você é gay querido? — a olho espantado. — Não precisa me olhar assim Magnus. Isso não vai mudar em nada meu amor por você.

— Eu não sou gay mãe! — Corine que o diga.

— Querido não precisa se envergonhar, eu sei que essas coisas são complicadas de contar a família. Que tem pessoas que não reagem bem, mas você sabe que eu n...

— Mãe! — a interrompi. — Eu não sou gay, está bem? Eu não desejo homens, entendeu?

Ela assenti e graças a Deus não toca mais no assunto. Minha mãe não sabe das minhas práticas sexuais, o que é meio óbvio, já que não vou sair por ai espalhando. Esse meu desejo por optar por um estilo de vida dominante ainda veio muito cedo, eu tinha 17 anos na época. Meus amigos da época de escola queriam ir em uma casa da BDSM bem caída aos pedaços. E como eu era um menino muito influenciável eu fui.

Admito que fiquei como Corine, achando tudo uma tortura. Mas com o tempo aquilo ficou na minha cabeça, eu desejava ver novamente. Do desejo de ver, se tornou o desejo de praticar. Primeiro como submisso. Minha dominatrix era uma mulher de 24 anos, e eu não sabia o que ela tinha visto em um adolescente cheio de espinhas e hormônios a flor da pele.

Com o tempo eu passei para dominador e antes da Corine eu tive duas submissas. Assim como a minha dominatrix eu havia aprendido a ter uma mulher fixa. O fator da confiança é algo extremamente importante, tanto para sua própria segurança, quanto para a sua submissa. E não dá para confiar alguém diferente todas as noites.

— Será que ficou bom? — minha mãe olha para a torta.

— Eu disse para não usar muita massa. — alerto olhando o quanto havia crescido.

— Então a culpa é minha? — ela me acerta o pano que tinha em mãos.

— Só não é minha. — Provoco levando uma colherada no braço.

Que mulher agressiva!

[...]

Se passava das 23:00 enquanto eu rolava na cama. É a primeira vez desde que tive Corine em meus braços que durmo sem ela, e isso mesmo que eu não queira admitir, me incomoda.

Pego meu celular sobre a cômoda ao lado da cama e desbloqueio a tela. Me repreendo para não fazer isso, mas por fim não dou a mínima para meus pensamentos, e ligo para ela.

Penso que ela já deve estar dormindo. No fim da tarde tentamos nos falar, mas a farmácia estava com bastante clientes hoje.

Mas me surpreendo quando no segundo toque ela atende.

— Diz Sara! Eu já disse que não vou sair hoje! — sua voz soa irritada, e seu tom rouco me faz notar que sim, ela estava dormindo.

— Então a Sara cozinha panquecas mais gostosas do que a minha? — ouço o barulho de algo caindo do outro lado, e um "caralho".

— Magnus? Pensei que estivesse ocupado com a sua mãe. — meu corpo tensiona com a sua voz.

O que eu já deveria saber que aconteceria. Corine tinha um poder de atração sobre o meu corpo, isso eu jamais poderia negar. Sua voz, seu cheiro tudo nela é perfeito. Perfeito na medida certa para mim é claro!

— Ela não dorme tão tarde assim.

— Manda um beijo para ela, espero que ela esteja melhor do hospital. — gosto de sua preocupação.

— Irei mandar. E por aí, está tudo bem? — é horrível conversar com ela dessa forma sem poder toca-lá.

— Você só está fora a dois dias. Nova York não diminuiu com isso. — ela rir e meu sangue se agita, aonde o fluxo sanguíneo se localiza em apenas um lugar. E o pior é que a única pessoa que podia me ajudar nesse quesito está a km de distância.

— Não gostei de saber disso. Talvez tenha esquecido sua punição! — provoco, nunca vi aquela mulher tão irritada e frustrada como no dia do jantar.

— Ah, vai se foder!

— Vou, você vem comigo? — ela rir.

— Não. Pode ocupar todo o lugar para si.

Ela me conta sobre o seu dia, algo que eu acho engraçado. Sua forma desesperada de falar chega a ser algo encantador, se não fosse tão engraçado. Estava chovendo lá fora, mas nem isso fazia diminuir a temperatura no meu corpo, e nem a minha ereção desejosa pela garota do outro lado da linha.

É Magnus, você está pior que adolescente.

— Magnus? — seu tom diminuí, o que me deixa em alerta.

— Algum problema? — coloco meu travesseiro sobre o colo. Corine mesmo inconsciente da situação que está me causando, iria me pagar por isso depois.

— Tenho a resposta para o seu pedido. — tinha absoluta certeza que estava corando.

— E qual é? — tento não parecer ansioso, mas falho miseravelmente.

— Te digo quando você voltar. — penso em insistir, mas ouço o barulho e logo o som de seu grito. — Oh seu idiota, vai quebrar minha coluna por caso? Sai de cima abutre! — fico em dúvida se está falando comigo, o que é óbvio que não.

— Corine?

— Magnus tenho que desligar. O Caio está querendo falar comigo, beijo, dorme bem. — ela se despede desligando.

Jogo o celular na cama e toco meu pescoço, essa vai ser uma longa noite.

[...]

Olho as pessoas na rua.

Eu não consegui me conter, quero logo saber a resposta da mulher que perturba meus pensamentos, e com isso sai cedo de Nova Jersey. Lógico que minha mãe estranhou, mas entendeu. Desejei vim logo falar com Corine, mas Enrico precisou da minha ajuda na burocracia de alguns restaurantes. O que me tirou o dia.

Enrico em nenhum segundo tocou no nome da Morgana, mas procurarei saber se os dois andam se encontrando no clube. Mas deixarei isso para amanhã.

As luzes da farmácia são apagadas, e noto Corine andar pela calçada, me apresso em alcança-lá.

— Boa noite senhorita Mc'Dan. — cruzo os braços, e ela vira-se assustada.

Seu sorriso se abre para mim, e nem mesmo prevejo seus movimentos antes dela se jogar em mim. Suas pernas abraçam minha cintura e isso me deixa alerta.

Se ela soubesse o que me causa agindo dessa forma, pensaria duas vezes antes de fazer.

— Magnus! — ela toma meu rosto em suas pequenas mãos me beijando. Para uma pessoa que se envergonha de certas coisas, ela não liga para as pessoas que passam na rua, e gosto disso.

— Tudo isso é saudades? — a seguro pela bunda...a qual estou ansioso para deixar vermelha de novo.

— Que? — ela sai do meu colo, arrumando algum amassado invisível na roupa. — Claro que não, só estou surpresa em te ver. Só voltava semana que vem.

Me aproximo da fujona, tomando sua nuca e puxando sua boca para mim. Seu suspiro desejoso faz meu membro latejar contra a calça.

— Se isso te consola, também senti a sua! — sussurro e ela tenta virar o rosto. — acaba de tentar abusar de mim na rua, e se envergonha por uma frase? — seguro seu maxilar a virando para mim.

— Não estou com vergonha. — ela encosta seu rosto na minha mão, e esse gesto me faz pigarrear. — Mas então, por que voltou?

— Uma moça, está me devendo uma resposta. — agora sim ela realmente ruboriza. — e tenho um jantar para ela. — pego sua mão.

— Se for você a cozinhar, eu vou amar o jantar. — dou risada quando ela agarrada a minha mão, pula na rua em direção ao carro, chamando a atenção de algumas pessoas.

[...]

— Para de rir, não estou vendo a menor graça! — ela revira os olhos quando dou risada de seu tomate mal cortado.

— Fatias? Isso aqui está mais fino do que batata! — tomo a faca de sua mão.

— É assim que eu faço em casa. — ela cruza os braços.

— Imagino! — ela se assusta quando a sento no balcão da cozinha. — pode me dizer sua resposta agora? — me mantenho entre suas pernas.

— Não iríamos jantar? — ela olha para o prato que eu preparava.

— Ele pode esperar! — levo meus dedos aos botões da sua blusa. — Está com fome? — os olhos escuros encaram minha boca voltando para meus olhos.

— Faminta! — e aí estava a Corine não tímida. Ri de sua resposta a beijando, os lábios macios me deixam em êxtase e a pego nos braços.

Seria diferente dessa vez, seria no meu quarto. Aonde guardo meus "brinquedos". Corine nunca questionou o fato de eu nunca te-la levado lá. E era meio óbvio, é o meu espaço pessoal. Mas a quero lá, quero possui-lá lá.

No corredor suas mãos puxam minha camisa pela cabeça. Eu não dava risada para não chateá-la, mas eu sabia exatamente porque ela estava assim.

A punição pelo visto benefíciou mais a mim do que ela.

— Quero sua resposta. — a coloco no chão abrindo a porta do quarto.

E que ela seja positiva...

Kkkk agora sim, até segunda pessoal. ❤️

Ouçam a música da mídia!

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