Prólogo
A porta não aguentaria muito mais, mesmo os reforços que eu tinha projetado, não seriam suficientes para manter aqueles bárbaros longe.
Tirei minha criança da cama e a olhei nos olhos assustados.
— Você precisa ser forte — sussurrei. — Papai vai te esconder no esconderijo que te mostrei. Nesta bolsa está tudo que você vai precisar para encontrar sua mãe.
— Mas papai, o que está acontecendo? — sua voz era alarmada e embargada por lágrimas contidas.
— O papai ama você. Você é tudo para mim, mas agora não importa o que você veja, precisa ficar no esconderijo e em silêncio.
Uma pancada forte na porta me fez erguer a criança em meus braços e correr para minha sala. Abri o piso de madeira falsa e coloquei minha criança dentro.
— Por favor, venha comigo — implorou.
— Quando tudo acabar, puxe a alavanca e você sairá.
Fechei o alçapão no momento em que a porta veio abaixo. Engoli em seco quando vi os assassinos entrando. As roupas escuras não me davam pistas, mas as armas eram óbvias. Os assassinos de Copas.
Nosso reino inimigo, um grupo enorme deles que não aceita casamentos entre pessoas de reinos diferentes e os de Copas.
Engoli o medo temendo muito mais que descobrissem o que estava sob o piso. Minha vida acabaria, eu percebi isso apenas com um vislumbre daqueles sorrisos demoníacos, nem uma das minhas invenções me salvaria.
Os tiros vieram e perfuraram o meu peito, caí sobre o chão e o meu sangue escorreu sobre a madeira falsa, abaixo dela, minha criança assistia a tudo, como não gritava eu não sabia, mas me senti grato por seu silêncio.
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