Capítulo 2

Zayn J. Malik 15 de fevereiro 2015

Liam deixou-me sozinho após prometer que todas as minhas exigências se é que pode chamar de exigência o que eu pedi. Eu só queria ter a certeza de que se não existisse amor nesse casamento, teria pelo menos o respeito mútuo entre nós dois.

Eu sonhava em algum dia me casar por amor e ter filhos que nascessem quando o amor que eu e o meu marido, fosse tão grande, que não coubesse mais no meu coração. Porém sabia que não conseguiria ter isso com Liam, ele ainda vivia para Sophia e por mais doloroso que possa ser encarar a verdade, ele vai ama-la para sempre.

Um amor como o daqueles dois é raro, pelas notícias que correram ao longo do tempo em que ela estava doente, ele ficou ao seu lado até o último momento, do mesmo jeito que eu fiquei ao lado de minha mãe, eu entendia a dor de não ter a pessoa que você mais ama no mundo, mesmo que seja graus de afetos diferentes.

Eu estou disposto a fazer de tudo para ter uma vida em paz com Liam e quem sabe um amor, eu sei que ele não vai esquecer nunca dela, porém aquele beijo me deu esperanças de dias menos sombrios.

É errado, esperar que algum dia eu descubra o amor? Num homem que é considerado o próprio diabo. Eu tenho um defeito terrível, sempre gosto de pessoas que tem grandes problemas emocionais e isso no final sempre me destrói por dentro.

Eu via o amor que minha mãe sentia por meu pai, era lindo e inspirador, eu sempre fui o menino prático da família e muitos me julgavam ante-amor, porém eu sempre soube que me casaria com quem meu pai escolhesse e aprendi a me conformar com isso, o que eu nunca soube era que o diabo inglês me escolheria, certo, eu posso ter bebês, mais fora isso eu não sou nem a metade do que aquelas mulheres são.

Minhas irmãs não conseguiram esconder o desapontamento, por não serem escolhidas, elas me apoiaram é lógico, mas seus olhares demonstravam algo obscuro, como se eu tivesse armado tudo isso, em benefício próprio, não sei explicar, tudo é muito confuso.

E para completar, ainda teve esse beijo. Liam me deu meu primeiro beijo e eu senti meus pés saírem do chão, como se algo me levasse as nuvens, seus lábios foram delicados no momento em que tocaram nos meus, eu senti o gosto de tabaco em sua boca, o jeito que ele me segurou em seus braços, como se quisesse que eu nunca saísse daquele lugar.

Mas então ele separou o beijo e fugiu, não se dando ao trabalho nem de me dizer adeus, eu vi dor em seu olhar, ele sentia como se estivesse traindo Sophia. Eu já tinha decidido Liam vai ter seus cinco anos de luto, porém quando eu voltar vou fazer de tudo que estiver ao meu alcance para conquistar esse homem.

22 de dezembro de 2015

A hora tinha chegado, o ano chegou ao fim e eu estava de malas prontas para me mudar para Wolverhampton, eu ficaria em um internato para futuros consortes de boss. Meu pai me levaria até o internato junto com minhas irmãs e lá aconteceria nossa despedida.

Tinha dez meses que eu não via a cara de Liam, ele era do tipo de boss que não aparecia em festas ou em jantares, pelo o que soube através de Harry, ele estava se afundando na solidão e dedicando seus dias a fazer seus inimigos o temerem ainda mais.

Nós dois tínhamos combinado através de uma chamada telefônica que enviaremos uma carta a cada seis meses, como forma de manter contato e tentar criar um laço de amizade, eu não queria a amizade dele e sim o amor, mas com Liam tudo tinha que ser com calma e cautela.

Eu estava neste momento acabando de fechar a última mala, eu olhei ao redor do quarto e me despedir do local que foi o meu cantinho particular durante muitos anos, eu sorri para aquele lugar uma última vez e guardei todos os meus eletrônicos no meu cofre.

Na escola em que eu iria estudar era terminantemente proibido qualquer tipo de aparelho que tivesse acesso a internet, eu ficaria cinco anos completamente desligado de todas as notícias e ainda não sabia se isso era ruim ou não.

Olhei em cada cantinho do meu quarto novamente, para ter certeza de que não tinha esquecido nada e coloquei as quatro malas num cantinho do quarto. Eu estava impaciente e sabia bem como tirar essa sensação do meu corpo, eu precisava falar com ele uma última vez.

Eu mordi o lábio, enquanto ia pegar o meu celular, desbloqueei e apertei o seu nome antes que eu resolvesse desistir. A chamada demorou um pouco, até que ouvi sua voz rouca.

— Zayn?
— Oi.
— Aconteceu alguma coisa?
— Eu estou indo embora hoje, e só queria te dizer adeus.
— Oh, hm, bem Adeus.
— Liam, eu quero que se recupere, que fique bem, quando eu voltar saiba que farei de tudo para te conquistar.
— Zayn eu vou ser sempre sincero com você, eu nunca vou amar ninguém novamente.
— Isso vamos ver, Lee. Eu só liguei para te dizer isso e te dar adeus, e relembrar o nosso voto de fidelidade.
— Serei fiel e saiba que se alguém encostar um dedo em você essa pessoa morre.
— Tudo bem, Tchau boss.
— Tchau Zee.

A ligação se encerrou e eu tinha um sorriso que não cabia dentro do meu rosto, ele tinha me chamado por apelido carinhoso e demonstrou ciúmes mesmo que de sua forma estranha e meio psicopata.

Sophia que me perdoasse, mas eu faria esse homem me amar algum dia, eu ainda não estava apaixonado, mas algo me dizia que esses cinco anos faria algo nascer dentro de nos dois e seria puro e verdadeiro, do jeito que mamãe me contava quando eu era criança.

Alguém bateu na porta e entrou, era papai, ele sorriu e veio até mim e me abraçou forte, beijou minha cabeça e saiu com mais dois seguranças carregando minhas malas.

Eu fechei a porta do quarto e desci as escadas, Don, Whaly e Safaa estão me esperando, eu abracei as três juntas como forma de despedida antecipada.

— Eu queria dizer a vocês que eu nunca imaginei ser escolhido, mas eu fui e nada pode mudar isso, eu vou até esse internato e com certeza, voltarei um homem completamente diferente do que vocês conhecem hoje, então peço as três que não esperem esse menino que vai sair por aquela porta e sim o homem que vai voltar, como o melhor consorte possível para o boss — Depois do meu pequeno discurso eu saio daquela casa sem querer olhar para trás.

Eu apostei todas as minhas cartas no meu futuro com Liam e ia fazer de tudo por aquele homem, eu sentia dentro de mim que a minha missão era fazê-lo se sentir completo e feliz novamente.

Entrei no carro e sentei no meio, Don veio logo em seguida sentando ao meu lado e Whaly do outro, Safaa sentou na frente junto com papai que ia dirigindo, dessa vez quatro carros com seguranças fariam nossa segurança até o internato.

Um foi na frente, outro atrás e os outros dois, um de cada lado, pela lei da máfia o escolhido do boss, teria que ser protegido a sete chaves e como Liam me escolheu na frente de todos, não tinha a menor possibilidade de esconder de todos que eu seria o seu consorte em alguns anos.

Pelo que pude pesquisar sobre o instituto em que eu vou estudar, ele foi criado por Marie Payne a cem anos atrás como forma de preparar os consortes de todos os líderes da máfia para serem os melhores, atualmente somente os consorte dos aliados eram aceitos no conceituado instituto.

Nem mesmo meu pai conseguiu uma brecha para fazer as meninas estudarem lá junto comigo, já que todos nós temos cada um a diferença de somente um ano, papai e mamãe, trabalhavam muito bem.

O caminho foi feito em mais ou menos oito horas, fizemos poucas paradas, o que ajudou bastante no quesito de chegamos ainda com a luz do dia, meu pai e irmãs iriam dormir num hotel um pouco longe do Instituto, já que sua localização era bastante secreta.

Na realidade iríamos todos para o hotel central de Wolverhampton, onde a senhora Payne, estaria me esperando para me levar até o instituto, eu viria com ela, para poupar trabalho mas papai quis me trazer até aqui para passamos mais tempo juntos.

Admito que sentiria muita saudade de todos eles, afinal são minha família, porém eu estava convicto que eu me tornaria um consorte perfeito para Liam, a inteligência modesta parte eu tinha e muito, mais para ser um consorte perfeito não basta apenas ser inteligente, você tem que ser sensual, esperto, ardiloso e acima de tudo um bom anfitrião.

Tudo isso eu aprenderia na escola, eu sabia que voltaria completamente mudado, eu trabalharia meu corpo para que  ficasse ainda mais sensual e tinha em mente que eu faria várias tatuagens para combinar com as do meu futuro marido.

Aos dezesseis anos eu só tinha o símbolo da máfia inglesa desenhado em meu corpo, mas como sempre fui um inigualável desenhista, creio eu que Liam não se surpreenderá com o que tenho em mente.

Depois que cruzamos a ponte que nos levou a Wolverhampton foi tudo muito rápido, minhas irmãs adormeceram a viagem toda e eu só consegui dormi até metade do percurso, nossa chegada até o hotel foi rápida.

Papai pediu que eu acordasse as minhas irmãs enquanto ele entrava e fazia o check-in, já que eu só iria para o instituto amanhã de manhã bem cedinho.

— Whaly, Don acorda — Chamei enquanto sacudia as duas com força, elas acordaram assustadas e desorientadas.

Fui até Safaa e quando eu pensei em fazer a mesma coisa com ela, a bonita  abriu aqueles lindos olhos verdes, e me deu um baita susto.

— Sua infeliz — Eu faço meu bico emburrado e saio do carro entrando no hotel, sendo seguido por alguns dos seguranças que estavam perto de mim.

Papai estava no balcão conversando com uma moça que entregava as chaves dos quartos para ele, provavelmente seriam três, um para ele, outro para Don e Whaly e eu ficaria com Safaa como sempre.

Ele se aproximou de mim e me entregou uma cópia da chave.

— Meu menino, você ficará no mesmo quarto que a Karen, ela me pediu isso e a cobertura, já pedi que subissem suas malas, ela quer conversar com você e está a sua espera. — Ele me entregou um cartão e uma chave, eu entrei no elevador com quatro seguranças e subimos uns vinte andares.

A porta se abriu direto em um corredor imenso que pelo que pude ver só tinha uma porta, toda dourada com detalhes envelhecidos na madeira, eu passei o cartão no lugar indicado e entrei, deixando os seguranças na porta de guarita.

Eu entrei no imenso quarto e vi uma sombra sentada no sofá imenso. Me aproximei e vi que não era uma mulher e sim um homem.

— O que faz aqui, Boss? — Pergunto assim que vejo ele levar o seu copo de Whisky ao seus lábios.

— Vim deixar algo claro, não gostei da nossa última conversa por telefone — Ele veio atrás de mim, isso significa que o boss não é tão impenetrável assim.

— Se não gostou era só ignorar, porém você deixou tudo o que tinha que fazer para trás e veio até mim Liam — Esse jogo poderia ser perigoso, mas eu estava disposto a fazer esse homem se render.

— Ouça bem moleque, só me casarei com você por um único motivo, ter um herdeiro, então nem pense na possibilidade de me fazer te amar, eu nunca amaria alguém como você, a pessoa que eu amei morreu e o meu coração foi com ela, a única coisa que posso chegar a sentir por você e desejo pelo seu corpo virgem — Isso doeu, mas não posso deixar ele perceber que me  afetou dessa forma.

Eu sabia que não seria fácil, Liam está ligado ao passado, Sophia ainda vive em sua mente.

— Era só isso que tinha para me dizer?. Estou cansado — Eu queria chorar, mas nunca faria isso em sua frente.

— Entenda de uma vez que nesse casamento não haverá amor, será mais fácil se não esperar nada mais que respeito da minha parte, não quero te quebrar Zayn — Suas palavras fizeram meu coração se apartar de um jeito muito ruim, afinal eu sabia que Liam estava quebrado, mas não imaginava que era tanto assim.

— Qual o meu quarto? — Pergunto com a voz vacilante.

— Segunda porta a direita — Eu saio meio que correndo para o quarto, eu entrei e tranquei a porta.

Me joguei na imensa cama e coloquei meu rosto no travesseiro e deixei minhas lágrimas caírem de vez. Eu sou muito sensível e tenho uma alta tendência de ser muito dramático também, porém o que me machucou não foi somente as palavras e sim a sombra obscura que Liam carrega em seu peito.

Eu quero muito conseguir tirar isso dele e quem sabe ser sua luz, o problema está em ele deixar que eu me aproxime de verdade, eu tenho que fazer ele acreditar de novo no amor.

Em meio a todo o meu choro, acabei adormecendo, mas mesmo assim senti seu beijo sobre minha testa e sei que mesmo quase que sem intenção sorri com o gesto dele de cuidado comigo.

Continua...

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