XXIX
O caminho todo nós tivemos de ouvir os resmungos e pedidos hipócritas de Chul, ele se dizia arrependido e também que iria mudar, mas tanto eu como Solji sabíamos que aquilo não passava de uma mentira para tentar nos enganar, pode parecer ruim da nossa parte porém eu não ligava em cavalgar o puxando , eu não colocaria ele ao meu lado e não deixaria minha parceira fazer o mesmo, ele não merecia por tudo que já tinha feito.
- Ok, eu admito que minhas intenções foram ruins e eu juro que serei melhor! – ele tentou novamente
- Será que dá para calar a boca – ri da impaciência de Solji – eu não aguento mais sua voz, não entendeu ainda que não vamos te soltar, você não mudou e só quer ser liberto para voltar correndo como um verme para o reino.
- Você é imprestável! – ele soltou irritado
- Serio? Mas sou eu que bloqueei seus poderes, sou uma arma sagrada e tenho o melhor companheiro, quem aqui é o verdadeiro imprestável?
Gargalhei alto daquela resposta fazendo o mesmo me olhar ainda com mais raiva.
- Nossa você acabou com ele! – fizemos um hi-five voltando a rir.
- Vocês irão ver quando eu sair, quando eu conseguir fugir me pagarão!
- Como se você não tem um parceiro para lhe empunhar? A não ser que você vire uma...
- Aberração! – falamos juntos e caímos na gargalhada debochando do mesmo que começou a se debater para tentar se soltar, no entanto já era tarde estávamos chegando ao povoado e quando os guardas viram nosso presentinho deixaram-nos passar sem nem nos parar.
Explicamos a Soyom o que havíamos feito e como havíamos conseguido capturar Chul, ela pareceu orgulhosa da forma como agimos procurando ver os dois lados da moeda e não julgando conforme os supremos faziam, ela entendeu quando dissemos que Bon-Hwa não era uma ameaça e sim Chul o tempo todo o manipulou para que agisse da forma que quisesse e se alegrou ao ver aquele garoto que até então parecia bravo e amedrontador implorar pela misericórdia que não teria.
Sua sentença saiu em nossa frente, sem publico ou jurados para o ajudar, ele ficaria detido naquele povoado pelo restante de sua vida como uma ameaça para a paz e a vida calma dos mesmos, e a nós foi se dado um banquete ao anoitecer como agradecimento por termos salvado milhares de vidas inocentes que não tinham nada a ver com o ódio que o reino dos supremos possuía.
Depois daquele jantar eu e Solji conversamos um pouco sobre o futuro que queríamos para nós e que metas queríamos seguir, ela pela primeira vez não falou como uma pessoa que 'queria seguir o que a outra fizesse' e sim falou com seus próprios pensamentos.
- Eu andei pensando um pouco e eu realmente não quero viver com medo ou sofrendo por conta desses dois lados que existem, penso como Bon-Hwa em querer ser livre, mas também quero poder ajudar qualquer um que precise.
- Você pensa como eu em parte – soltei – eu quero poder pensar sem ter ninguém julgando, ponderando ou dando ordens em cima, quero respirar aliviado sabendo que todos os dias a decisão foi minha.
- Sim, mas eu ainda quero ficar com você, quero continuar ao seu lado por que nele sinto-me mais segura. – encostou a cabeça em meu ombro.
- Eu ouvi dizerem que existe uma velha cabana ao norte, podemos arruma-la e viver lá, o que acha?
- Uma boa ideia. – ela sorriu me encarando – podemos estar perto e ao mesmo tempo longe de tudo, ajudando qualquer um que precisar.
Concordei unindo nossos lábios em um beijo calmo a luz do luar, deixando a mesma me abraçar e acariciar meus cabelos da forma que eu sempre gostava, prometendo de todo meu coração que a manteria segura e amada custasse o que custar!
(...)
Era bem cedo quando terminamos de aprontar os cavalos dispostos a partir sem ninguém notar, no entanto não foi como planejamos, Jinwoo notou a movimentação e veio junto de Sanha...
- O que estão fazendo? Para onde vão agora? – o mesmo disse ainda ofegante e perdido por nossa atitude
- Vamos embora meu amigo – disse me virando e dando um bom sorriso
- Vocês não podem, acharam um lugar bom para viver e simplesmente vão embora? – Sanha objetou
- Sim, queremos achar algo nosso, um lugar diferente sem temores diários e incertezas... – Solji explicou
- Então vocês estão indo embora definitivamente – concordei – não irei impedir sei que vocês precisam se expandir e foi uma honra conhecer, ser ajudados por vocês e por tudo mais que não consigo lembrar.
Naquele momento nos abraçamos bem apertado sabendo que mesmo sendo uma despedida não ficaríamos triste e sim nos alegraríamos que cada um conseguiu aquilo que um dia sonhou e almejou, mesmo que o primeiro sonho – de se tornar um guerreiro – não se realizaria conseguimos entender que nem tudo era aquilo que no inicio criamos e que aprendemos e evoluímos mais do que aqueles rapazes no inicio daquele estranho acampamento.
- Obrigada pro tudo Jinwoo – Solji abraçou o rapaz também – e eu sei que você se tornar uma weapon sagrada assim como eu Sanha, por que sei que também há amor e admiração em seu coração e apreço pelo seu parceiro.
- Vão e sejam felizes! – ambos disseram juntos
Antes que ficasse mais difícil, que não conseguíssemos mais dizer adeus, montamos e fomos embora, cavalgando rumo ao norte, rumo a nossa nova aventura, ou melhor, vida...
Sem mais lutas...
Sem mais medos...
Com o amor descoberto ao seu lado!
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