XVII

Fugir não é uma tarefa fácil, principalmente a noite, sabíamos dos perigos que aquele local continha e também que ao sairmos poderíamos ser considerados traidores, medrosos, objetores ou até algo pior que imaginamos em palavras, no entanto nenhum de nós dois conseguiríamos continuar fingindo que nada estava aconteceu e seguindo sentindo que faltava um que nos ajudou em todos os momentos.

Seguimos calados até nos distanciarmos do acampamento que cada dia crescia e se tornava mais forte e procuramos seguir alguns rastros que achávamos que foi deixado por aqueles que levaram Jinwoo, eu podia sentir o nervosismo no ar, aquela era nossa segunda experiência sozinhos, sabíamos dos perigos, pois enfrentamos alguns contra salteadores na prova final para nos classificarmos, mesmo assim dessa vez era diferente e totalmente estranho. Não só o local, mas também o significado de tudo, se não tivéssemos sucesso ficaríamos perdidos e ainda poderíamos ser expulsos por termos descumprido as ordens de um oficial.

- Você quer que eu me transforme? Se quiser diga o nome, assim poderemos manter um ao outro em segurança – Solji mencionou tocando meu ombro.

- Acho que não, preciso de sua presença física, me faz bem. – depois que disse aquilo fiquei extremamente envergonhado, ela me fazia bem, mas não era algo que em um momento como aquele era para ser admitido, quando a olhei para verificar seu estado notei que a mesma sorria e talvez aquelas palavras não foram tão bobas como pensei.

A realidade era que desde que nos unimos começamos a ter uma relação diferente, primeiro veio a negação, depois demos o braço a torcer e por fim a aceitação de ambas as partes, e parece que quando nos aceitamos e formamos uma aliança tudo começou a ser mais fácil, mais leve e mais pratico. Parece que toda aquela tensão deixou de existir e tudo passou a ser simples, não precisávamos de muitas palavras para um entender o outro e nem muitas explicações, em pouco tempo nosso convívio se tornou pacifico, sincero e verdadeiro e eu não trocaria por nada aquilo.

Depois de andar por cerca de meia hora decidimos descansar e montar nosso pequeno acampamento, já estávamos afastados segundo os conhecimentos de Sol o ambiente aparentava ser seguro, então ficaríamos ali até o amanhecer e seguiríamos nossa caminhada novamente em busca de nosso amigo. Com a fogueira acesa, bem alimentados e um ao lado do outro confortáveis em mantas que havíamos pegado decidimos descansar.

Não sei em que horário da noite exatamente despertei ouvindo diferentes sons, para ser sincero parecia que as vegetações estavam se mexendo e isso me fez olhar ao redor pensando em um possível ataque, com leves toque meus Solji acordou e se mostrou atenta quando lhe indiquei os sons e apenas com um olhar concordamos que deveríamos estar prontos para atacar...

- Soul – murmurei a embainhando em minha mão me levantando calmamente e seguindo até onde o barulho continuava.

Meu batimentos estavam acelerados e apenas a segurando eu podia sentir a tensão que minha companheira possuía.

Um passo...

Dois passos...

Três passos...

- Quem está ai? – perguntei antes de fazer qualquer coisa – eu irei atacar se não sair! – alertei

E então dois corpos rolaram para fora do arbusto, conhecidos aos nossos olhos, Bon-Hwa e Chul, pisquei varias vezes atordoado, como eles estavam ali se foram para o acampamento ao contrario do nosso? E o que havia acontecido para eles estarem tão machucados? Solji voltou rapidamente a sua forma e me ajudou a arrasta-los até próximo à fogueira ali tentamos limpar os ferimentos e por gases que ajudassem os dois.

Permanecemos de olhos atentos aos dois ou a qualquer movimento, mas como também estávamos cansados acabamos pegando no sono e só acordando na manhã seguinte, quer dizer eu acordei na manhã seguinte ouvindo o barulho de conversas e agua sendo jorrada e quando pisquei para acostumar com a visão vi Chul conversando com minha companheira e a olhando de forma diferente que me deu uma queimação no peito, já Sol parecia entretida em outra coisa e Bon-Hwa ainda adormecido como eu estava a poucos segundo.

- Jeon você acordou? – ela sorriu e eu concordei – Chul estava dizendo que eles foram também atacados e tentaram capturar os dois, porém no meio do caminho eles conseguiram fugir.

- Como assim?

- Eu não sei exatamente, mas eles têm um plano de derrubar a nossa nação, dizem que nos tornamos presunçosos como no passado e dividimos e usamos os mais fortes.

- Como conseguiu fugir?

- Em um momento Bon conseguiu me convocar e lutamos contra alguns, estávamos quase próximos ao abrigo deles e fugimos o mais rápido possível, mas como pode ver sofremos muito com isso.

- Vocês viram onde se escondem?

- Sim – ele me respondeu sem entender

- Pode nos levar lá?

- Você ouviu o que eu falei, os caras são como nós, não são bobos como as escolas nos passam, eles são preparados e lutam bem.

- Mas um amigo está lá e precisamos o ajudar. – foi a vez de Solji se declarar – não iremos o abandonar

- Vocês irão morrer no caminho.

- Não custa tentar, mas deixa-lo não é algo humano a se fazer.

- Quando Bon-Hwa acordar, conversarei com ele e ai lhe dizemos a resposta.

E esperamos, ambos conversaram afastados e pareceram discutir sobre o assunto ponderando sobre tudo e depois de quando vinte minutos eles voltaram dando a palavra final.

- Levamos vocês, mas não entraremos com vocês – Bon-Hwa foi o que pronunciou – o local é sinistro e já saímos de lá uma vez não quero correr o risco de entrar e não sair mais.

- Entendemos, obrigada pelo esforço, já esta ótimo para nós. – agradeci sentindo que talvez nada estivesse perdido.

- E quando partimos? – foi à vez de Chul perguntar mancando um pouco

- Daqui a pouco, só vamos organizar tudo e despistar possíveis pistas.

Seguimos o caminho conversando ou trocando os postos para manter a atenção e segurança, ao mesmo tempo em que me sentia bem por estar indo encontrar meu amigo, me sentia também tenso por algo estar estranho, a ideia de que faltava algo na historia de Chul que não batia.

- Jeon – a voz de Solji era sussurrante e lenta – fique atento a eles, sinto que algo pode estar errado.

Estávamos sendo levados para a toca do inimigo sem nem saber se nosso aliado era realmente amigo.

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