Parte I

Este primeiro capítulo é uma introdução ao que vai acontecer no segundo (e último) capítulo

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Era possível ouvir os passos apressados por todo o corredor junto com as respirações ofegantes. O som ecoava dentro daquele prédio abandonado, suas paredes coloridas davam um ar de adrenalina ao local.

– Vamos, Félix! Não pode fugir para sempre!

O grito do Hwang ecoou e logo em seguida Felix se viu sem saída, ficando de costas para uma grande janela, não tinha escapatória, era como aquele ditado: "se correr o bicho pega, se ficar o bicho come".

O ruivo se aproximava cada vez mais enquanto o loiro pensava em como fugir dali.

– Você... Você não pode fazer nada contra mim! Tenho informações importantes!

Félix tenta enganar o outro, que somente solta uma risada debochada.

– Você realmente sabe demais, Félix, não posso te deixar retornar... Traidor - ele encara Felix com um sorriso ladino.

– Você não sujaria suas mãos comigo, Hwang! A polícia descobriria!

– Pensei que era mais esperto que isso...

Suas respirações me misturavam e, se boa fossem inimigos, provavelmente uma grande tensão sexual pairaria no ar.

– Sempre notei que seu rosto é bem parecido com um de um anjo... Então espero que saiba voar, pequeno anjo.

Os dedos longos dedos - cobertos com a luva - do Hwang alcançam o peito do Lee, que pende para trás e bate as costas na grande janela, caindo do alto edifício junto com cacos de vidro. Era seu fim.

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– Como assim o Hwang apagou o Félix?

O grito de Fox ecoou pelo cômodo escuro ao mesmo tempo que a taça de vidro caia no carpete e molhava de vinho todo o local.

– Sim senhor...

Changbin diz, tentando acalmar o chefe.

Por mais que ninguém da máfia do Fox confiasse em Félix por ele ser um x9, um infiltrado, mas mesmo assim era um ponto bastante importante em todo o esquema.

– Quem exatamente apagou ele? - Diz Fox olhando os dois, que se entreolham.

– Suponhamos que foi o próprio Hwang, ele não é de deixar rastros... Nem sabemos como é o rosto dele! - Christopher diz tentando amenizar a situação.

– Vamos vingar o sangue de Félix...

Jeongin se levanta irritado, olhando a janela, vendo o céu escurecer-se aos poucos... Era hora de ir encontrar Park Hyunjin e esquecer os problemas.

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– Pensei que não vinha, Park.

Jeongin diz encarando o ruivo que andava em sua direção após subir naquele telhado.

– Você sabe muito bem que eu não falto, Innie.

Hyunjin se deita ao lado de Jeongin no telhado gelado e fica olhando as estrelas.

Agora sabendo quem são eles, você deve estar se perguntando: como assim eles estão juntos? E quem é Park?

Nenhum mafioso é mafioso por vinte e quatro horas, eles sempre tem duas vidas...

– E como foi o trabalho hoje, Hyunnie?

A voz baixa de Jeongin alcança os ouvidos do mais velho.

– Foi bom, estou terminando um quadro grande, espero que consiga vender por um bom preço.

– Vai conseguir, você deve ser um ótimo artista.

Ele deita sobre Hyunjin, encarando seus olhos brilhantes.

– Você é lindo, Park Hyunjin... Acho que estou apaixonado...

Hyunjin sorria mesmo se sentindo mal por mentir seu sobrenome para o garoto (que ele considerava) inocente.

– Você também é lindo, meu pequeno... I'm falling in love...

As grandes mãos de Hyunjin se afundam nos cabelos de Jeongin enquanto as mãos do menor se infiltravam por baixo de sua camisa fina, sentindo a pele quente na ponta de seus dedos. E como toda noite, eles iriam se entregar de corpo e alma até o amanhecer, tendo a lua como única testemunha daquele ato. E eram naqueles momentos que, em suas mentes, eles notavam que não adiantava ter todo aquele dinheiro sujo se a paz eles só encontravam um com o outro, mal sabendo de suas verdadeiras identidades.

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Ouve-se duas batidas na porta, logo ela sendo aberta com força.

– Não sabe mais bat-- o que vocês tem aí?

A mudança repentina da raiva para curiosidade deixou os dois homens orgulhosos, fazendo-os tirar o saco da cabeça da pessoa, vendo um homem com grandes bochechas, cabelos bagunçados e um pouco de sangue saindo de seu nariz.

– Ora ora... Han Jisung, certo?

Han Jisung era conhecido por ser um dos melhores (se não o melhor) Sniper da máfia do Hwang, era uma benção eles terem capturado esta peça rara.

– O Hwang vai vir atrás de você, ele vai te arrebentar!

O grito fez com que Jeongin revirasse os olhos, logo focando nele novamente.

– Por que não vamos ao ponto? Me diz qual o próximo ataque do Hwang e eu deixo você sair com vida.

– Eu nunca daria informações para você, seu imundo!

Han cospe as palavras, fazendo Fox se estressar, dando um tapa forte em seu rosto.

– Meça suas palavras comigo, rapaz!

– Não tenho uma régua aqui, mil perdões. - O deboche em sua voz fazia o sangue do chefe fervilhar.

– Levem ele para a sala do Bunny, ele vai aprender a medir mesmo sem régua.

Só de saber que alguém iria "visitar" o bunny, Changbin se tremia, ele e Chan morriam de medo de entrar lá. A regra é clara: "só sai vivo se não for o preso."

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A respiração ofegante de Han misturada com o cheiro de sangue demonstrava o quão cansado ele estava mas o homem de cabelo roxo parecia estar com sede de vê-lo sofrer.

– Você... Não se cansa?

Ele diz, cuspindo sangue no chão e Minho somente solta uma risada.

– Querido, Fox disse que nossa brincadeira só acaba quando você der alguma informação.

O Lee umidece os lábios com a língua e segura a mandíbula do outro com força, ele era um maníaco por sangue... Era algo vicioso.

– Você é uma gracinha... Colabore e deixamos-te sair com um tico de vida...

A voz baixa de Lee deixava Han arrepiado e ele não sabia se era somente por conta da voz ou pela distância, isso era absurdo!

– O que vocês querem saber?

O sussurro cansado quase sumiu no vazio daquele quarto.

– Onde o Hwang quer roubar agora?

Essa informação poderia mudar tudo, inclusive acabar matando Hwang.

– Eu não sei... - mentiu.

Minho olha irritado, o Sniper parecia não querer ceder então Lee aperta seus pulsos machucados - quase em carne viva por conta das atrocidades antes praticadas - com a corrente fina mas gelada.

– Seja um bom garoto, Han... Eu só quero te ouvir falar.

Han parecia não aguentar mais, soltando um gemido de dor ao sentir a corrente apertando seus pulsos machucados, soltando algumas lágrimas quentes que faziam o rosto machucado arder por conta do sal.

– Não vai dizer?

A mão quente de Lee vai até o pescoço do mais novo, começando a apertar, vendo o garoto fechar os olhos com força, querendo se manter vivo.

– E-ele...

– Ele o que, Han?

– O diamante de coração... Lesoto... Domingo de noite...

A voz quase não saiu mas assim que Minho ouve, solta a garganta do garoto que desaba na cadeira, praticamente morto, buscando ar mas praticamente falhando.

– Fox vai amar saber disso... Muito obrigado, Han...

Minho deixa um selo no canto dos lábios do corpo gélido de Han que respirava fundo, quase desfalecendo.

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– Então eles vão para Lesoto?

Um sorriso presunçoso se forma nos lábios do Fox.

– Sim senhor, essa foi a informação fornecida por Han. Podemos libera-lo agora? Prometi que não iria mata-lo...

Jeongin arqueia a sombrancelha, estranhando a atitude do colega mas logo negando com a cabeça.

– Não, se a informação estiver errada, terá de mata-lo.

– Mas--

– Sem mas, Lee Minho.

O Lee assente, meio contrariado, pedindo licença e saindo da sala para levar o Han para o lugar onde ficaria preso... E também tentaria fazer o garoto não morrer.

Enquanto isso, Jeongin deixa um sorriso sair... Hwang estava ferrado em suas mãos.

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– Amanhã vou receber uma promoção no meu trabalho!

Jeongin diz, de certa forma ocultando a verdade. Se tudo desse certo, na noite seguinte ele mataria Hwang e se tornaria a maior máfia, então sim, era uma promoção em seu trabalho... E então ele poderia aproveitar mais tempo com Hyunjin... Seu Hyunjin... Seu Hyunjin que Hwang nunca sequer encostaria.

– Fico feliz por você, meu pequeno!

As mãos macias de Hyunjin acariciavam os fios negros do Yang que por sua vez fechava os olhos calmamente.

– E você, vai fazer algo especial nesse fim de semana?

Hyunjin não sabia como responder, ele confiava demais em Jeongin mas não poderia contar algo nesse nível.

– Só ficarei em casa, vou estudar algumas coisas...

A resposta meio vaga fez Jeongin ficar um tanto confuso mas assentir.

– Espero que consiga estudar bem, qualquer coisa posso te ajudar, hyung... Mas só a partir de segunda, antes vou estar ocupado com o trabalho.

– Mas neste momento não está, vamos aproveitar enquanto está aqui, me fazendo companhia...

Hyunjin se deixa subir no colo do Yang, beijando os lábios dele com desejo enquanto movia sua cintura.

Em pouco tempo, o céu estrelado presenciava a bela obra de arte que era o Yang entrando e saindo de dentro do "Park", os gemidos altos se dissolvendo no lugar aberto em que estavam, o atrito entre os dois sendo como gasolina no fogo, era isso que eles gostavam. E logo depois de toda a agitação, Hyunjin pegava um de seus vários cigarros, fumando calmamente enquanto apreciava Jeongin dormir ao seu lado no telhado daquele prédio, com a luz da lua iluminando seu rosto... Jeongin era tudo o que Hyunjin tinha e ele nunca deixaria que Fox encostasse um dedo em seu pequeno garoto.

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Fiquei feliz que o capítulo foi até que longo, espero que eu consiga fazer o segundo ser longo assim também!

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