Capítulo 25

••

Tom

Hoje é um novo dia. Está fazendo uma semana desde o acidente. Como eu disse, eu iria seguir o conselho do Robert sobre mandar flores para a Chloe. É um jeito de melhorar o ambiente, pelo menos eu acho.

Eu mandaria entregar, mas como vou visitá-la no hospital, resolvo comprar e levar pessoalmente. Saio do hotel que estou hospedado e sou surpreendido por fãs e jornalistas. Não quero dar entrevistas, mas também não deixo de dar alguns autógrafos.

Depois de alguns minutos sendo parado na frente do hotel, consigo chegar até meu carro e me dirijo para o hospital. O caminho percorrido passa na mesma rua que houve o acidente e pelo azar danado que eu tenho, o sinal fecha no mesmo lugar. Enquanto estou parado no sinal, as lembranças do dia do acidente começam a me atormentar. Lembro-me de tudo: Chloe me mostrando o quarto dos bebês, as dores que ela estava sentindo, minha insistência em levá-la ao hospital, a nossa conversa sobre o nome dos bebês e até o grito desesperado que ela deu quando viu a caminhonete vindo na nossa direção.

- DROGA, DROGA, DROGA - bato no volante do carro.

O motorista do carro ao lado se assusta ao ver minha reação, eu apenas ignoro. Por um breve momento, a raiva pelo motorista da caminhonete começa a voltar e a vontade de saber quem é esse infeliz começa a vir em minha mente.

- Desgraçado - falo entre os dentes.

Estou tão atordoado que nem vejo o sinal abrir, só escuto várias buzinas atrás de mim.

O caminho todo até o hospital foi movimentado. 'De onde saiu tanto carro?'. Chego e estaciono o meu carro a alguns metros do hospital, logo em seguida meu celular começa a tocar. Era o Harry.

Ligação on

Fala.

Onde você tá? tudo bem?

. Porque?

VENDO MÃE EU DISSE QUE ELE TAVA BEM.

Cara, da pra não grita no telefone.

Desculpa kkk. A mamãe pediu pra te ligar.

Fala pra ela que to bem.

MÃE O TOM DISSE QUE TA BEM

Cara se você gritar de novo na minha orelha você é uma pessoa morta.

Credo. Que mau humor.

Você ainda não me viu mau humorado.

Que houve?

Nada. Eu vim visitar a Chloe.

Como ela ?

Não sei, eu ia entrar quando o gênio ligou.

seu chato, ja entendi vou desligar.

Ok. Tchau.

Não vai mandar nenhum abraço e beijinho pro seu irmão?

Cara, não enche.

Ligação off

Desligo o telefone da cara do Henry. Quando ele dá pra ser um pé no saco, ele é. Desço do carro e respiro fundo antes de entrar no hospital.

- Oi - falo pra enfermeira na recepção, que não deve ter mais de 26 anos. Quando ela me vê, arregala os olhos e me encara. - Eu vim vir Chloe Moretz.

- Seu nome? - ela pergunta sorridente.

- Tom. - ela olha para mim - Tom Holland.

- Sim eu já sabia - ela sorri - Na verdade sou muito fã sua.

- Então porque perguntou meu nome? - pergunto, mas acho que foi meio grosseiro perguntar isso.

- Regulamento do hospital - assinto e ela sai de trás do balcão - Lana - ela estende a mão e a cumprimento - Lana Smith. Venha comigo.

- Ah não, não precisa. Eu sei onde fica o quarto.

- Ela não está mais na UTI.

- Não? - levanto a sobrancelha.

- Não - ela sorri - O doutor irá dizer o porquê.

Pegamos o elevador e subimos para o sexto andar. O tempo todo senti os olhos dessa garota em mim e o tempo toda ela ficava mordendo os lábios. Não vou mentir, ela é uma moça bonita, mas não faz meu tipo.

- Chegamos - ela diz quando chegamos à porta do quarto.

- Oi Tom - Jeremy fala quando me vê. Ele abriu a porta bem na hora que eu iria abrir. - Bom te ver.

- Oi - cumprimento - Igualmente - me viro para a enfermeira - Obrigado por mostrar o quarto.

- Por nada - ela sai mais antes disso dá uma piscada pra mim.

- Melhor tomar cuidado com ela - Jeremy fala enquanto a olhamos sair.

- Por quê? - pergunto.

- Porque ela deu em cima de mim também - olho para ele surpreso e ele sorri. - Entra ai. Eu vou tomar um café.

- Porque mudaram ela de quarto? - pergunto antes que ele saia.

- Vão começar a tirar o sedativo. - Ele diz e vai até o elevador.

Respiro fundo e entro no quarto. Assim que entro observo várias flores espalhadas, em todos os cantos. Uma enfermeira entra com mais um buquê de flores e resolve colocar ao lado dela, é um buquê de rosas.

- Oi. Coloca as orquídeas perto dela - falo para a enfermeira que me olha surpresa - Ela não gosta muito de rosas.

Ela assenti e troca os buquês de lugares. Acho um vaso no quarto e coloco as flores que trouxe. Puxo um banco perto da cama dela e pego sua mão. Observo seu rosto, que está calmo e não tem tanto inchaço como antes, só alguns hematomas.

- Oi Chloe - falo - Eu trouxe flores para você. - sorrio e fico algum tempo em silêncio. - A enfermeira ia colocar rosas perto de você, mas eu disse que você não gosta e ela colocou orquídeas. - olho para as orquídeas - Amarelas.

Fico em silêncio de novo por mais tempo agora. Apenas fico ao seu lado e às vezes ajeito o cabelo dela. Ver ela nesse estado é como se eu tivesse recebido um golpe.

- Senhor Holland - o médico entra na sala com alguns policiais - Esses são os detetives que estão cuidando do caso. - O médico aponta para dois homens altos e sérios. - Senhores se puderem conversar em outro lugar, eu tenho que fazer alguns exames na paciente.

Concordo, me levanto e dou um beijo na testa da Chloe. Saiu do quarto acompanhado dos dois detetives. Vamos para o refeitório do hospital que fica no terceiro andar. Os detetives pedem um café cada e eu apenas um copo de suco.

- Como sabiam que eu estava aqui? - pergunto a eles assim que nos sentamos.

- Bom, na verdade viemos conversar com os familiares da moça, não encontramos ninguém e resolvemos conversar com o médico, que nos informou que a enfermeira disse que você estava no quarto - ele faz uma pausa. - Sou o detetive Marcos e ele o policial Steve.

- Prazer!

- Então senhor Holland - o policial Steve fala - Pode nos contar o que aconteceu aquele dia?

- Claro - estranho um pouco, mas resolvo começar a contar tudo. - Bom, eu cheguei a Los Angeles no dia que aconteceu o acidente. Resolvi visitar a Chloe..

- Fazia tempo que vocês não se viam? - detetive Marcos interrompe e eu concordo. - Ok, pode continuar.

- Resolvi visitar ela para saber como ela e os bebês estavam. - faço uma breve pausa - Pedi para ver o quarto dos bebês e quando estávamos lá, ela começou a sentir algumas dores. Eu sou muito preocupado quando a questão é saúde. - engulo seco - Ela não queria, mas eu convenci a deixar levá-la para o hospital. - faço mais um pausa e tomo um pouco do suco - A gente foi conversando sobre os bebês e paramos no sinal do cruzamento assim que ele ficou vermelho - engulo seco de novo porque percebo que minha voz vai falhar - O sinal abriu, e eu tenho costume de esperar alguns segundos antes de avançar para não ter o perigo de algum carro passar. - os policiais assentem - Quando avancei não deu nem tempo, eu não percebi a caminhonete e só ouvi o grito da Chloe e logo senti a batida. - suspiro - A única coisa que lembro depois é a gente de cabeça pra baixo e eu tentando chama-la e vendo ela desmaiada, e depois pedi pra paramédica tirar ela primeiro. Depois eu apaguei e acordei aqui no hospital.

Termino de contar os fatos e os policiais apenas me encaram. Não sei se minha versão, verdadeira, os convenceu.

- Desculpe fazer o senhor contar tudo desde o começo - Steve fala - Mas acaba sendo o regulamento, principalmente quando o outro lado conta outra história, então resolvemos saber tudo.

- Espera - falo - Como assim, outra história?

- Bom - Marcos começa a falar - O motorista da caminhonete fugiu, perseguiram e foi preso. - ele se ajeita na cadeira - Ele nos disse, no interrogatório, que o senhor avançou o sinal vermelho.

- O que? Claro que não isso é mentira. - falo indignado - Nunca colocaria a minha vida em risco. Principalmente da Chloe e dos bebês.

- Acalme-se senhor Holland - Steve fala - Acreditamos no senhor. Até porque o senhor Donald estava alterado.

- Então porque vieram me interrogar?

- Já dissemos. - Marcos fala - É o regulamento. A lei é muito rígida principalmente quando acontece algo fatal. - ele faz uma pausa - E aconteceu, sua amiga perdeu os bebês.

- Ok - passo a mão na testa - Ele está preso?

- Sim!

- Por quanto tempo?

- Bom, bastante tempo - Marcos fala - Mas isso também vai depender da condenação do juiz. - assinto - Trouxemos uma foto pro senhor ver. - ele pega um envelope e mostra a foto.

A foto é de um cara branco, ruivo, barbudo. Não dou 50 anos pra ele.

- Conhece? - Steve pergunta.

- Não senhor. - entrego a foto - Eu moro em Londres, não sou daqui. Então não conheço muita gente.

- Ok - Marcos fala e os dois se levantam - Obrigado pela cooperação senhor Holland - ele estende a mão - Manteremos contato com o senhor e o informaremos de qualquer coisa. Mas queremos também m pegar depoimento da sua amiga. - assinto - Nos avise quando ela acordar. - ele pega um cartão do bolso - Aqui estão nossos telefones.

Agradeço os policiais e fico no refeitório por um tempo. Depois recebo uma ligação sobre uma viagem à China. Vou ate o quarto da Chloe me despeço e vou embora.

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