Capítulo 24
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Tom
Abro a porta do quarto que a Chloe está e vejo Jason cochilando na poltrona ao lado dela. Quando ele percebe minha presença, se levanta e me deixa sozinho com ela.
Me sento ao seu lado na poltrona e seguro sua mão que está toda arranhada. Reparo no seu rosto. Ele está com uma expressão calma, mas aflita. Tem um corte ao lado da cabeça e a testa roxa, ela deve ter batido no painel do carro na hora da batida. Desço meus olhos para a sua barriga e as lágrimas começam a surgir nos meus olhos.
- Me desculpa - sussurro e dou um beijo na sua mão. - Por favor, Chloe, me perdoa. - as lágrimas começam a rolar no meu rosto. - Se.. Se eu soubesse que ia acontecer isso eu tinha feito diferente.
Fico alguns minutos sem dizer nada, apenas com a cabeça abaixada na cama.
- Você tem que acordar Chloe - sussurro chorando - Eu só espero de verdade que não fique com raiva de mim quando acordar - beijo sua mão de novo e a encaro, ela continua imóvel. - Só.. Só preciso de um sinal que você vai me perdoar. Por favor, só um sinal. Pelo mínimo que seja.
Falo e abaixo minha cabeça de novo. Depois de alguns segundos abaixado, sinto um leve aberto na minha mão. Rapidamente olho para ela e vejo uma lágrima escorrer no seu rosto, mas ela continua desacordada. Começo a rir e chorar ao mesmo tempo.
- Enfermeira - levanto e chamo a enfermeira na porta, logo ela entra. - Ela.. Ela..
- O que aconteceu? - Jason entra correndo no quarto.
- Ela.. Ela..
- Pelo amor de Deus Tom, fala - ele me interrompe.
- Ela apertou minha mão. - Jason olha para mim surpreso e olhamos para a enfermeira.
A enfermeira sai do quarto para chamar o médico. Saio para ver Jeremy, mas ele tinha ido para casa. Volto e Jason está andando de um lado para o outro no quarto.
- Tem certeza? - ele pergunta.
Digo que tenho e explico para ele o que aconteceu. Alguns minutos depois, a enfermeira juntamente com o médico entra no quarto. O médico começa a examinar a Chloe e pede para que eu diga o que realmente aconteceu. Volto a explicar e o médico apenas vai balançando a cabeça.
- Então? - pergunto.
- Bom, ela ainda está inconsciente e não sei dizer quando ela pode acordar.
- Mas porque ela apertou a minha mão?
- Ela está inconsciente devido ao acidente e um pouco por causa dos nossos sedativos. - ele faz uma breve pausa - Mesmo que ela está assim, o cérebro dela continua normalmente, mesmo estando no estado de 'quase morte', como chamamos. Ela escuta o que nós estamos dizendo. Isso é bom, quando ela acordar ela vai se recuperar rápido.
- Não tem mais ou menos uma previsão? - Jason pergunta.
- Bom - o médico olha para a Chloe - Vendo tudo isso, diria que mais alguns dias podemos já começar a tirar o sedativo e esperar ela acordar sozinha.
- Obrigado - agradeço o médico e ele sai da sala, mas logo volta.
- Senhor Holland - ele chama - Você vai receber alta amanhã à tarde. Só precisamos fazer um exame e amanhã mesmo está liberado.
- Obrigado! - sorrio.
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Fiz os exames que tinha que fazer e me apronto para sair do hospital. Antes de sair, vou até o quarto da Chloe, dou um beijo em sua testa e prometo sempre fazer uma visita.
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Já faz dois dias que sai do hospital. Peguei um afastamento das gravações do filme por pelo menos duas semanas.
- Como você está? - Robert me pergunta. Quando ele ficou sabendo do meu acidente, logo veio para Los Angeles. Estamos tomando café na cafeteria do Joe.
- Estou bem. Só um pouco preocupado.
- Se sente culpado? - ele pergunta.
- Você não faz ideia - falo - Eu não estou dormindo direito. Sempre que fecho os olhos começa a vir às imagens na minha cabeça.
- Não se culpe! - ele coloca a mão no meu ombro.
- Ouvi isso a semana toda! - reviro os olhos.
- Ninguém disse que seria fácil!
- Sabe, minha cabeça fica martelando na mesma coisa. Será que ela vai me perdoar?
- Não disse que ela apertou sua mão? - ele toma um pouco do café.
- Talvez não seja isso. - dou de ombros - Talvez fosse um aviso tipo: 'Te cuida Thomas'.
- Fico impressionado em como a geração de vocês têm imaginação - dou uma risada fraca com esse comentário. - Sério, não se preocupe.
Sorrio e continuamos a tomar o café em silêncio. Robert é como um segundo pai para mim. Sempre posso recorrer a ele quando preciso de alguma coisa.
- Porque não manda flores para ela? - ele pergunta.
- Flores? Ela está desacordada.
- Mas é uma boa ideia. Pode admitir - ele aponta o dedo para mim e sorri - Que tipo de flores ela gosta.
- Orquídeas, girassóis. - falo e sorrio - Ela odeia rosas. Que garota não gosta de rosas? - pergunto.
- Ficaria impressionado com o tanto - ele fala.
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Depois do café com Robert, vou para casa. Eu não tenho dormido direito essa semana e meu corpo já está necessitando.
Vou seguir o conselho dele, amanhã vou encomendar flores para a Chloe. Mesmo ela não estando acordada, já vai dar uma mudada na cara do quarto. E espero que isso transmita pelo menos, alguma paz.
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