Park Ji Sung ainda não havia se decidido, mas toda vez que via Mark ele tinha vontade de se aproximar e abraçá-lo forte. Haviam se afastado um pouco, e quando o grupo se reunia, Jisung evitava falar com Mark.

Mas naquela tarde, tudo foi diferente. Todos estavam falando sobre a volta às aulas que seria dali à três semanas e Jisung tentava tomar o seu sorvete em paz, quando alguém o abraçou por trás e beijou-lhe a bochecha. Achou que não seria Mark; afinal, o próprio estava um pouco distante de si e o abraço e nem o beijo condiziam com os de Mark. Então Jisung levantou-se assustado e virou-se para trás, surpreendendo-se com um Zhong Chen Le sorridente.

— Eu trouxe para você, Jisung. — ergueu um pacote de chicletes sortidos. — Espero que goste.

— Obrigado, Chen Le. — Jisung agradeceu e pegou.

— De nada. — Chenle continuava sorrindo.

— Hmm... — Jae Min fez uma expressão maliciosa.

— Aish, vocês são tão imaturos! — reclamou Chenle, sentando-se no banco da praça em que o grupo estava.

— Deve ser por isso que andamos com você. — respondeu Ren Jun.

Jisung sentou-se também e terminou de tomar o seu sorvete. Sem falar nada, foi jogá-lo na lixeira e os amigos encontraram uma brecha para conversarem sobre o assunto.

— O que houve com Jisung? — Jeno perguntou. — Ele está muito quieto!

— Talvez ele esteja cansado... — respondeu Mark, dando de ombros e querendo completar com um "...de mim".

— Há quase uma semana? Nas férias? — Jae Min disse.

— Talvez eu possa alegrá-lo. — Chenle disse, e não tirava o sorriso do rosto.

Mark virou-se para ele e estreitou os olhos, não por conta do Sol, mas porque não estava gostando de nada daquilo e principalmente daquele maldito sorriso e tom de voz de Chele.

— Eu estava pensando: "Será que Jisung gosta de mim?" — continuou. — Ele precisa de alguém que...

— Cala a boca, Chenle! — pediu Jeno. — Não creio que irá expor essa baboseira sua à todo mundo!

— Mas é verdade! Eu gosto realmente de Jisung! — levantou-se e olhou para ver se ele ainda estava na lixeira, mas Jisung já estava vindo.

— Você não gosta dele. — disse Mark, friamente. — Você não gosta dele, Chenle, é apenas ilusão.

— Ah, é? Então por que não diz da sua paixão por ele agora? Ele está vindo! — Chen Le apontou para Jisung, nada discreto.

E Mark arregalou os olhos e engoliu em seco.

— Vamos, Mark. Conte. Todos já sabemos! — insistiu o garoto.

— O que está...

— Valeu, Lee Jae No! — Mark interrompeu Jisung e se levantou, saindo andando em seguida.

— Mark! Volta aqui! — pediu Park Ji Sung, mas o outro não lhe respondeu e tampouco voltou. — Que raios aconteceu? — virou-se para os garotos.

— Você é incrível, Zhong Chen Le! — falou Jeno com um grande sarcasmo explícito e se levantou, correndo atrás de Mark. — Mark, foi sem querer! — ouviram de longe.

— Cala a boca, Jeno! — gritou Mark, e Jeno apenas ficou andando em silêncio ao seu lado.

— Nossa... Jisung badalado! — Jae Min inventou de brincar. — Queria eu estar sendo disputado!

— Caralho, Jae Min, cala a porra da boca! — Ren Jun exaltou-se.

— O que está acontecendo? — Jisung perguntava.

— Ah, vai se foder, Ren Jun. — empurrou Ren Jun para longe de si.

— Vai você! 'Tá vendo que 'tá acontecendo merda e você inventa de brincar!? Que imbecil! — Ren Jun se levantou.

Haechan, que estava em completo silêncio até aquele momento, se levantou e segurou Jae Min pelo braço:

— Vamos, garotinho. Está fazendo coisas feias, vou te levar para casa. — e saíram andando pela rua.

— Parabéns, Jisung. — Ren Jun foi para a direção oposta, indo para a sua casa.

— Que raios aconteceu aqui? — perguntou Jisung, pela milésima vez.

— Nada. Eu só... — Chenle suspirou. — Você quer ir à sorveteria comigo? Aí podemos tomar mais sorvete... — propôs Chenle.

Jisung pensou por um tempo e suspirou, derrotado.

— Tanto faz. — foi a sua resposta, acompanhada por um dar de ombros.

Então os dois foram andando lado a lado, até a sorveteria mais próxima para tomarem sorvete e conversarem sobre o que poderia se chamar de sentimentos.

E Chen Le estava nervoso.