♛18♛
Jisung acordou com uma tremenda dor de barriga por ter exagerado nos doces na noite anterior. Ele olhou pela janela e percebeu que o Sol nem havia nascido ainda, e o despertador marcava quase quatro da manhã. Suspirou por ter perdido o sono e pegou o celular.
Havia duas ligações perdidas de Mark, e ele fitou o celular. Até que veio uma outra ligação, e ele se perguntou o que Mark queria falar com ele no auge da madrugada.
— Sim, Mark? — atendeu o telefone e ouviu o outro suspirar.
— Desculpa por te ligar nesse horário. É que não consigo dormir...
— Nem eu.
Ficaram algum tempo em silêncio, apenas escutando a respiração um do outro.
— Sobre ontem...
— Não, Mark. Não se desculpe. — Jisung se levantou da cama e andou até a janela, observou a rua por um tempo. — Foram os doces...
— Não culpe os doces, eu não os como todos os dias e me sinto sempre igual em relação à você, Ji Ji. — respondeu Mark.
— E o que você sente em relação à mim, Mark Lee? — Jisung lambeu os lábios e fixou o olhar no horizonte.
Longos segundos de silêncio passaram-se e Jisung ouviu um barulho do outro lado da linha.
— Eu ainda não sei, Jisung.
— Que engraçado...
— O quê?
— Estou olhando para o horizonte, Mark. Estou vendo uma pequena luz surgir, é o Sol. E se você olhar também, verá que essa luz emergindo no céu escuro é como... É como a resposta, Mark.
O garoto permaneceu em silêncio do outro lado da linha.
— O céu escuro é a nossa confusão, os nossos problemas e dúvidas sobre o que sentimos. Mas esse pequenino raio de Sol é a resposta a qual que estamos evitando, Mark. E sabemos que essa é a única, pois é a que mais brilha nessa completa escuridão. Está acompanhando? — perguntou Jisung.
Mark, mais uma vez, continuou em silêncio.
— Merda, Mark! Sabemos que o Sol vai aparecer, sabemos que essa luz iluminará tudo e isso é uma fato, é a verdade. Então por que ainda não aceitamos isso?
— Por que ainda é noite, Jisung. E o Sol é apenas uma tira amarela querendo ser melhor que as estrelas no céu. — Mark finalmente falara algo, e o coração de Jisung apertou-se ao perceber que ele estava certo. — Deveríamos ir dormir.
— Deveríamos encarar o Sol.
— Ji Ji...
— Poxa, Mark... Somos tão jovens... Temos o mundo em nossas mãos e ainda fazemos isso...?
— Seus pais não gostariam disso. — falou Mark.
— Não precisam gostar.
Silêncio.
— Você me ama, Mark?
Jisung encheu o peito de ar, pronto para receber a resposta, pronto para encarar a verdade (mesmo sendo um "sim" ou "não") e respirar outra vez. Mas ao contrário do que esperava, Mark apenas suspirou e disse:
— Durma bem, Jisung. — e desligou.
Jisung sentou-se na cama, olhou para o telefone e depois para a tira de luz solar que aparecia no céu escuro. Ele teve que admitir, o que mais o matava era aquilo: o Sol, o amor que vinha sem nem avisar e devastando-o completamente, roubando o ênfase extremo das estrelas dentro de si e iluminando tudo.
Jisung deitou-se na cama, abraçou os joelhos e tentou dormir, mesmo sabendo que não conseguiria tão cedo.
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