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|y u m a l a y|

Gravar no meio da rua é algo totalmente diferente do que eu tinha me acostumado, apesar de só estar uma semana no trabalho. Era engraçado ver as pessoas olhando estranho para Tom vestido de Homem-Aranha, mas a grande maioria passava direto com pressa e mexendo no celular.

A cena ficava mais engraçada por Zendaya e Tom estarem presos em cabos, com certeza Daya estava se cagando de medo enquanto descia. Alguns fãs estavam do outro lado da calçada vendo as gravações e seguranças pediam para não gritarem os nomes dos atores que estavam ali. Especialmente hoje, fiquei na parte de não deixar ninguém atrapalhar as gravações.

As gravações da parte da manhã estão perto do final, indicando que a pausa para o almoço. Eu sei que se Robert souber que estou aceitando sair com Tom, as coisas em casa não serão as melhores, nem para mim e muito menos para minha mãe. Apesar de mãe falar que eu não deveria me afastar de Tom, tudo que Robert falou foi blefe, ela "esqueceu" mais uma vez do que aconteceu no dia.

- Você vai almoçar com o Tom e nem me diz? - Zendaya fala quando a cena acaba. - Eu, a fã número um desse shipp, não foi avisada! Isso é uma calúnia!

- Fala baixo. - a repreendo. - E isso não significa nada, nos vamos almoçar como colegas de trabalho.

- Mas isso é mais um passo para vocês voltarem. - diz e dá uma piscadela.

- Você sabe que isso vai demorar a acontecer e talvez nem aconteça. - digo.

- Vocês vão voltar, anota o que eu disse. - reviro os olhos.

×××

Respiro fundo e fecho meus olhos, Tom está no trailer, trocando de roupa para irmos almoçar. Minha vontade é de sair correndo e dá a desculpa que minha mãe me ligou. Eu estou nervosa, com frio na barriga, com medo e com mais medo desse almoço não acontecer como eu quero. E se por acaso eu não aguentar de ficar só olhando para ele? E se eu disser o que realmente me fez "acabar" com ele? E se eu simplesmente desabar?

Escuto a porta do trailer ser aberta e tiro a atenção do meu celular para o britânico em minha frente. Tom tem seu cabelo molhado, meio bagunçado, uma blusa branca e calça jeans. Seu nariz está levemente avermelhado e um vestígio de sorriso em seus lábios. Desvio o olhar quando percebo que o estou observando tempo demais e ele solta uma risada.

- Vamos? - pergunta e eu concordo com a cabeça.

Fomos lado a lado em silêncio até o carro dele, o clima não podia estar mais estranho. Entramos no carro e Tom liga o rádio, que acaba deixando o clima mais leve. Felizmente, Tom não foi para restaurante chique e sim, para um onde várias pessoas "comuns" estavam em suas pausas para o almoço, o que me deixou bem confortável.

- Como você tá indo no trabalho? - Tom perguntou depois que colocamos nossos almoços.

- Bem! Bem, eu acho. - dou um sorriso envergonhado. - Eu não tive a oportunidade de agradecer a você pessoalmente por ter conseguido esse emprego para mim. - olho para ele, mas desvio logo em seguida. - Muito obrigada. Você não tem ideia como isso é importante. - brinco com a comida.

- Eu não consegui nada. - Tom sorri. - Hank não contrataria você se percebesse que você não teria talento para tal. - dou um riso abafado. - Nós não precisamos ter uma conversa tão formal, não é?

- Claro que não! - exclamo. - Mas que tal comemos primeiro? - Tom concorda.

Após comemos, conversamos sobre coisas aleatórias e besteiras que vimos na internet. Quando vimos que já estava tarde decidimos voltar para o set, a volta foi mais descontraída com eu e Tom cantando as músicas que passavam no rádio. Tom estacionou o carro e ambos ficamos dentro do carro escutando a respiração uma do outro.

- Eu sinto sua falta. - Tom fala baixo e solta uma risada desanimada. - Você realmente faz falta na minha rotina.

- Eu também sinto, mas você sabe que isso não daria certo. - digo olhando para minhas unhas. - Você é famoso e eu uma pessoa comum. A gente só se magoaria.

- Alguma hora você vai me dizer a verdade de ter terminado comigo? - pergunta olhando para mim.

- Essa é a verdade. - minto.

- Ok. Eu posso te abraçar? - olho para ele e concordo.

Passo meus braços pelo seu pescoço e os deles pela minha cintura. Aquela foi a melhor sensação que tive entre alguns meses, sentir a pele dele em contato com a minha é uma sensação ótima. Sinto a respiração dele no meio pescoço, me fazendo arrepiar. Eu não queria sair daqui, o tempo poderia congelar naquele momento. Como eu poderia viver sem aquele cara?

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