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|y u m a l a y|

Reviro os olhos mais uma vez enquanto o homem que diz ser meu padrasto cita algumas regras absurdas que quer colocar dentro da casa da minha mãe, não dele. Por algum motivo me submeti e aqui estou eu prestes a explodir.

- E para a senhorita, Yumalay, proibido trazer aquele rapaz aqui novamente e sem se envolver com ele. - diz Robert. Que cara engraçado. Dou uma risada e levando do sofá ficando frente a frente dele. - Não mandei levantar. - Robert me dá um empurrão, me fazendo sentar novamente.

- Você não manda em mim, babaca. - digo entre dentes enquanto me levanto. - Muito menos na minha mãe. Você não é dono dessa casa! Não somos objetos para sermos mandadas para onde você quer, Robert!

- Eu sou casado com sua mãe! Tenho direitos aqui. - diz.

- Não vejo anel na sua mão, muito menos na dela. - digo intercalando o olhar entre ele e Rose. - Então faça o favor de usar essas regras com seu filho. - sim, esse cara tem um filho.

- Ele não precisa de regras, sabe muito bem como se cuidar, já vocês, mulheres... - não termina sua frase.

- Nós, mulheres, o quê? - pergunto fechando o punho. - Diga! - grito. - Somos mais fracas que vocês? - Robert abre um sorriso. - Fisicamente? Sim, muitas podem ser, mas mentalmente... - dou um sorriso provocativo. - Vocês não chegam ao nosso pé, tem vida fácil, não tem que lidar com preconceitos, a não ser que você seja negro ou homossexual, qual não é seu caso. - muitos homens não chegam as pés do psicólogo das mulheres.

- Você está reclamando do quê? Tem mais direitos a mais! - exclama.

- Pouquíssimos! - digo sentido minhas unhas cravarem na palma da minha mão. - E outra, não queremos mais direitos e sim igualdade.

- Por que uma garota como você gostaria de ter tudo que os homens têm se eles podem bancar vocês? - pergunta.

- A última coisa que quero é depender de alguém para comprar algo para mim. - digo tirando com dificuldade as unhas cravadas na pele.

- Isso é frescura! Sempre foram bancadas, agora querem ser as rebeldes. Me poupe, garota. - diz revirando os olhos.

- Me poupe você. Se você tem a mente de um cara do século passado a culpa não é minha. - digo apontando o dedo para ele. - E não vai ser eu ou minha mãe que vamos sofrer as consequências disso. - Robert olha atentamente para meu dedo.

- Já disse para não apontar o dedo para mim. - rosna Robert.

Meu rosto é virado bruscamente para o lado direito e logo após minha bochecha esquerda começa arder. Robert acabou de bater em mim. Consigo ver minha mãe encolhida no sofá vendo a cena, ela está tão submetida a ele que não defender sua filha. Tudo que olho me deixa mais furiosa. Fecho meu punho e nele coloco toda a força que tenho, acerto bem no meio do rosto de Robert.

- Não ouse encostar a mão em mim novamente. - digo vendo o homem com a mão no nariz. - Você vai pagar caro, quando digo caro, é com vários anos de sua vida.

Pego minha bolsa e saio de casa deixando mãe com o cara mais imbecil que conheço.

×××

Hesito antes de bater na porta, mas faço do mesmo jeito. Harrison abre a porta coçando os olhos, já era tarde da noite, passei umas duas horas andando pela cidade. Harrison me olha preocupado quando percebe meu olhos inchados e minha bochecha esquerda avermelhada.

- Yumalay, está tudo bem? - pergunta.

- Tudo ótimo. - forço um sorriso. - O Tom está?

- No quarto, - Harrison abre espaço para eu passar. - jogando.

Dou outro sorriso agradecendo e vou em direção ao quarto do Tom. Thomas e Amara são os únicos que sabem dos meus problemas familiares, nunca tive coragem de contar a Zendaya, sempre tentei ao máximo esconder isso. E o único lugar posso ir é para casa de Tom, pois Amara está na casa da avó.

- Tom. - digo abrindo devagar a porta.

- Malay? - levanta da cadeira onde estava sentado e vem em minha direção. - Aconteceu alguma coisa? - suspiro. - Por que sua bochecha está vermelha? - abaixo a cabeça. - Quem fez isso? - não demorou muito para que ele encontrasse uma hipótese. - Eu vou matar aquele imbecil! - grita indo em direção a porta.

- Tom. - o chamo fechado a porta. - A última coisa que eu quero agora é isso, eu só preciso de um ombro amigo.

Lágrimas começam a brotar dos meus olhos, Tom me abraça tentando me confortar com algumas palavras. Tudo que eu preciso agora é ficar longe da realidade.

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