O COMEÇO

Eu achei que postar no carnaval era uma ótima ideia, mas parece que ninguém ta online. 


COMENTEM MUITOOOOO, por favorrrr


Capítulo 2 — O começo

— Então? — Taehyung me questionou quando chegamos atrás da quadra, ele me olhava com real preocupação, e era claro que eu queria questionar sobre ontem.

Jay havia acordado feliz, em um quarto todo bagunçado, mas sozinho, o que indicava que se Taehyung tivesse mesmo lá ontem, ele não havia passado a noite.

Eu queria que ele me contasse, que qualquer um dos dois me contasse, mas eles não pareciam prontos. Talvez seja por eu ter acabado de terminar, e eles não querem esfregar na minha cara como estão felizes juntos, talvez fosse só isso e não falta de confiança.

Eu era confiável.

— Foi tão ruim assim? — Ele me questionou com um tom doce, tentando olhar em meus olhos e só notei naquele momento que eu estava o encarando em silêncio.

— Desculpa, o que? — Questionei confuso, deixando ele igualmente perdido.

— Você disse que queria falar sobre a Leah. — Ele me lembrou, e certo, eu queria, mas aquele não era nem de longe o motivo real para eu ter o chamado para uma conversa longe de Jay.

— Ela me chamou ontem. — Contei, me escorando na parede. — Ela pediu que eu deixasse todas as coisas dela no armário dela até sexta. — Taehy fez um cara magoada, como se sentisse minha dor.

— Porra... sinto muito.

— Eu sei. Ela nem mesmo quer ver minha cara. — Suspirei. — Acho que terminamos definitivamente. — Ele se apoiou ao meu lado.

— Jun, você acha mesmo que isso é algo ruim? — Ele perguntou com um tom cuidadoso, como se tivesse medo da minha reação.

— O que quer dizer?

— Vocês dois brigavam mais do que tudo. Às vezes você parecia tão infeliz e miserável pela forma como ela te tratava. Ela queria namorar o quarterback, mas não deixava você sair com o time, reclamava dos treinos, não gostava dos jogos, e sempre arrumava uma desculpa para te fazer ir embora.

Por essa ótica, ele tinha certa razão.

— Acho que esse termino é uma droga porque você gostava dela, mas acho que ela só gostava da versão que inventou de você.

Taehyung estava certo. Leah tentava me mudar o tempo todo, ela se dizia insegura e usava isso contra mim, porque sabia que eu gostava dela. Nosso relacionamento era injusto.

— Vou separar as coisas dela ainda hoje. Você tem razão, acho que não deveríamos ter ficado juntos desde o começo. — Ele me olhou com orgulho enraizado, mas eu suspirei pronto para o próximo tópico. — Tem... outra coisa que eu queria falar.

Taehyung me olhou assustado, quase desesperado, e tinha que ser muito burro para não entender seus motivos, mas pelo menos agora eu tinha a certeza de que ele estava mesmo com o meu irmão.

— Como eu posso ser um irmão melhor? — Perguntei o que havia me corroído a noite toda.

Jimin parecia ser filho único, então talvez, assim como Taehy, ele não entendesse a dinâmica entre irmãos, ainda mais gêmeos. Jay e eu tínhamos algo que mais ninguém tinha e isso era complexo demais para filhos únicos entenderem.

Mas eu poderia me esforçar.

Havia tentado demonstrar meu apoio e até quebrado a regra número um dos irmãos, ao admitir em voz alta para ele que eu o amava. Mas isso talvez não fosse o suficiente, nem para resolver as coisas com Jay, nem para resolver as coisas com Jimin.

— Porque tá me perguntando? — Taehy questionou com a voz esganiçada. — Eu não sei. Não tenho irmãos.

— Qual é. Você é... amigo do Jay. — As palavras sairam engasgadas, porque porra deveria ser super difícil ser chamado de "amigo" da pessoa que você namora, mas ele claramente não queria que eu soubesse sobre aquilo. — Conhece o cara, não tem nenhuma dica?

Ele desviou o olhar, nostálgico e pensativo, quase tímido.

— Se eu tivesse um irmão, eu iria gostar de passar tempo com ele, de sair juntos e tudo mais. Acho que deveria começar assim.

— Certo, posso fazer isso. — Afirmei sorrindo, porque isso seria uma atitude pública e fácil de fazer, e algo que Jimin não poderia negar. — Vai ser divertido.

Taehyung sorriu de leve, feliz, mas não disse nada.

Na hora do almoço dispensei os meninos do time e fui casualmente até a mesa do Jay, onde ele, Namjoon, Jin, Yoongi, Hoseok e Jimin estavam sentados.

Jay abriu espaço para Taehyung se sentar ao seu lado, de uma forma que ele jurou ser discreta, mas não era e eu me sentei ao lado de Jimin, em um espaço que não existia, mas que eu criei.

— O que tá fazendo? — Jimin questionou, irritado, quando joguei meu braço em cima do seu ombro. Ele estava comendo batata frita, mas a mão parou no meio do caminho até sua boca, chocado com minha aproximação repentina.

Desviei o olhar ao redor, notando que cada um estava em seu próprio mundo e até mesmo Namjoon que antes falava com Jimin, havia desviado o olhar para SeokJin, entrando em uma conversa só deles.

— Apenas me enturmando. — Disse próximo do seu rosto, e notei como ele tremelicou, mas antes que eu pudesse comentar, ele já metia o cotovelo na minha costela, me afastando. — Ai, Jimmy. — Reclamei rindo, mas ele me encarou bravo.

— Não invada meu espaço pessoal. — Reclamou.

— Eu gosto do seu espaço pessoal. — Provoquei, e só desviei o olhar do seu ao ouvir Namjoon rindo, fingindo que não estava prestando atenção na gente.

— Você é tão irritante. — Ele reclamou voltando a comer, olhando pro outro lado.

— Então Jungkook... — SeokJin começou a falar, me distraindo do menino ao meu lado. — Fiquei sabendo que os amistosos vão começar. — Ele disse em uma clara tentativa de salvar seu amigo, porque todos sabiam dos amistosos. — Está animado?

— Claro, Taehy e eu estamos treinando dobrado. — Comentei chamando a atenção de meu amigo, que se assustou ao ser mencionado, se afastando de meu irmão, timidamente. — Vamos passar invictos. — Profetizei, rezando pra acontecer, mas Taehy riu.

— Sua esperança sempre me anima. — Ele me provocou e dei de ombros, voltando a encarar Jimin, que parecia emburrado.

Ele claramente não gostava de futebol ou esportes no geral e tinha afirmado que achava toda a coisa de "esteriótipo de atleta" um saco, então talvez fosse melhor mudar de assunto.

— Mas acho que não quero falar sobre futebol agora. — Todos pareciam surpresos, menos Taehy que sabia que às vezes o assunto enchia o saco. — Acho que deveríamos falar sobre o festival de música. — Anunciei surpreendendo Jay, que me encarou assustado, mas eu me aproximei mais de Jimin, querendo chamar sua atenção, mostrando que eu tava tentando ser um irmão melhor. — Você vai participar, ne?

— Vou. — Jay disse meio sem jeito, encarando os amigos, meio perdido e desesperado. — Acho que vou.

— Ele vai apresentar um solo. — Jimin o interrompeu, voltando minha atenção para ele. — Ele está em dúvida entre duas músicas, mas eu já tenho minha favorita.

— E qual... — Eu ia voltar a falar com Jay, que estava novamente falando com Taehy, ia perguntar qual música ele pretendia tocar, mas a mão de Jimin na minha coxa me chamou atenção.

— Sabe, o curso de artes também vai ter uma apresentação de artes plásticas no final do semestre. — Seu corpo estava levemente virado para mim, tentando me prender em uma conversa intimista, e eu soube o que ele fazia no mesmo minuto. Tentando tirar minha atenção de Jay e Taehy para que eles pudessem flertar em paz.

A mudança de sua atitude, que antes estava agressiva, para essa mais charmosa e envolvente, deixou claro que Jay havia no mínimo pedido ajuda para me distrair. Porque Jimin podia ser muitas coisas, mas dentre elas, ele era um ótimo amigo.

E me doeu perceber que Jay havia falado aquilo com Jimin, que talvez até mesmo Taehyung tivesse falado para ele. Porque eu queria que eles falassem comigo também.

— Vai? — Questionei engraçadinho, colocando minha mão em sua coxa também, espelhando seus movimentos, ele pareceu surpreso, e retirou o toque, como se só naquele momento tivesse notado que me tocava.

— Não é nada demais. — Ele murmurou tímido e desconfortável. E porra, eu amava deixar ele desconfortável. — Vão ser só alguns quadros em exposição.

— Me parece grande coisa. — Afirmei, apertando com firmeza sua perna, porque a calça era colada e deixava pouco espaço para apertar.

— Não me toque. — Ele reclamou novamente em sussurros, para que ninguém notasse o que fazíamos debaixo da mesa, tentando tirar minha mão.

— Você me tocou primeiro. — Protestei, vendo sua cara de ultrajado.

— Sou uma pessoa de toque físico, não é minha culpa.

— Eu acho que também sou. — Respondi sem desviar o olhar dos seus olhos, que me desafiava a continuar. — Quero ver seus quadros.

— Por acaso você é algum tipo de crítico? — Disse entre dentes, próximo demais de mim. Senti meu pulso aumentar, quando um arrepio subiu pela minha espinha.

— Só nas horas vagas. — Provoquei, ciente da raiva borbulhando em seus olhos.

Eu não sabia quem era o cara com quem eu me parecia, o cara que ele tanto odiava, e nem o que ele havia feito, mas eu esperava que aquele olhar em seu rosto fosse exclusivamente meu, porque eu adorava ele e seu potencial explosivo.

— Ji é muito supersticioso com suas telas. — Namjoon se meteu, desconfortável. — Ele não deixa ninguém ver antes da hora.

Eu me afastei um pouco, notando o olhar preocupado de Namjoon, incomodado com algo que eu ainda não havia entendido, e concordei.

— Então acho que vou ter que esperar. — Dei de ombros, vendo ele relaxar, mas Jimin ainda parecia em alerta, como se estivesse pronto para me socar caso necessário. — E você cara, também vai se apresentar? — Questionei para Namjoon, que também fazia música, evitando Jay e Taehy, porque eu havia entendido o recado.

— Acho que sim. — Respondeu mais relaxado. — Teremos tempo até lá.

Eu sabia que assim como o campeonato, os festivais e apresentações seriam só no final do semestre, mas era interessante ver como todos pareciam animados.

Namjoon me envolveu em uma conversa sobre como estava sendo a seleção de partituras e que tipo de música eu curtia. E durante o resto do almoço ficamos conversando como bons amigos, mesmo que seu olhar deixasse claro que não gostava da forma como eu estava perto de Jimin.

Taehyung não me questionou sobre quando ficamos sozinhos, na verdade, ele evitava qualquer assunto que envolvesse Jayoung.

E por birra, decidi que se eles manteriam segredos de mim, eu também manteria alguns deles.

| CHAOS |

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