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Nick Carter

Quanto tempo eu senti falta dela aqui comigo, do meu lado, compartilhando tudo o que temos pelo outro. A sua respiração alcançava o meu pescoço e me deixava arrepiado quando tocava na minha pele.

Eu não esperava que ela voltaria pra mim na mesma noite em que confessou tudo o que lhe ocupava na mente. Eu fiquei muito preocupado por ela por causa da atitude do Kutcher, e juro que faltou pouco para eu bater mais uma vez naquele idiota.

Sinto a sua mão em meu ombro direito e parecia fazer desenhos imaginários, quando olhei para a minha esquerda, aquele par de olhos lindos e esverdeados haviam acabado de acordar.

— Não me lembrava como era divertido acordar olhando pra você com essa cara de mal humorado. — Ela disse e ri instantâneamente. — Você fica com a cara de “nossa que droga, já amanheceu nesta merda”.

Gargalhei e muito quando ela disse isso.

— Caramba, como descobriu? — Comecei a alisar os seus cabelos pintado de loiro. Dakota riu mexendo no meu cabelo também, só ela pode fazer isso.

— Aquele corte de cuia surfista te deixava horrível, sabia?

— Você só vivia ameaçando cortar ele.

— Óbvio, né?! — Riu. — Mas quando você diminuiu o tamanho do Tupperware da sua cabeça… não sei como eu não tive um surto.

— E agora?

— Tá perfeito, Nick. Você cresceu tão rápido de lá pra cá que chega a ser assustador.

— E você só vai ficando a cada dia mais linda. — Acariciei o seu rosto que haviam marcas do lençol. — Era complicado dizer que eu não ia com a sua cara naquela época, sabia?! A primeira vez que te vi foi dançando e nossa, eu fiquei maravilhado com os seus movimentos.

Dakota beijou o meu rosto e foi olhar o relógio, já era duas da tarde. Eu sabia que iríamos acordar nesse horário, a noite foi longa.

— Eu vou pedir almoço. — Disse com a maior coragem de se levantar, para não dizer o contrário.

— Eu peço, amor. Abriu um restaurante japonês aqui perto e os sushis são ótimos. — Me sento na cama e procuro pelo meu celular. — Eu só devo ter deixado lá em baixo.

— Então vai. — Respondeu com ar de riso e olhei pra ela que começou a gargalhar.

— Eu não vou descer desse jeito, Dakota!

— Então vai para o closet, idiota.

— Completa a frase, doida.

Depois que nos organizamos e almoçamos o combo do restaurante japonês, Dakota não parecia se importar muito com o seu retorno para o hotel em que está hospedada no momento e admito que também não estou me importando. Para concluir ela está usando os meus moletons que ficam um pouco maior para o seu tamanho, mas isso é muito adorável.

— Dak…

— Sim, Nick? — A loira deita em meu ombro e envolvo o meu braço sobre a mesma.

— Por que dia oito de janeiro não é amanhã?

— Eu faço essa mesma pergunta desde que eu soube que virão as férias logo depois. — Disse olhando pra mim. — Você é tão lindo…

— Para, você vai me deixar com vergonha. — Brinquei e ela gargalhou. — Temos que fazer o roteiro de viagem antes de irmos para Vegas…

A campainha tocou e nós dois olhamos para a porta. Deve ser o idiota sem graça do Kutcher querendo encrenca comigo.

— Eu atendo, Nick. — Tanner se levantou e foi andando até a porta, abrindo sem olhar para o olho mágico. — Quem é você?

— Cora Reynolds, Dakota. — Eu não acredito que essa mulher voltou pra cá. — Vim ver o Nick e passar um tempo na minha casa…

— Meu amor, a casa é minha e está em meu nome além do nome dele no contrato. E quem você pensa que é pra chegar assim depois daquele rebuliço todo para passar um tempo?!

— Cadê o Nick, Dakota?! — Ai que chatice.

— Ele está nos clipes, nas revistas…

Eu já falei que eu amo ela?

— Não se banque de engraçadinha para o meu lado, senão…

— Senão o quê?! Vai jogar fora os meus pertences de novo?! — Sou grato por ela saber disso, valeu Howie. — Olha Cora, você tem sorte de que estou me sentindo bem feliz hoje porque eu já teria rasgado a sua cara no asfalto e usado a sua pele para uma nova linha de roupas de inverno. Tenha essa mesma ousadia de brotar neste condomínio e na minha casa de novo que você vai conhecer instantâneamente os seus entes falecidos. Some, vadia.

Dakota bateu a porta na cara dela e trancou, respirando fundo até voltar ao meu lado no sofá.

— Arrasou, Dakota…

— Ela teve sorte, porque eu mataria vocês dois.

— Eu?! — Ela olhou pra mim com uma carinha brava.

— Você foi muito vacilão e ela se aproveitou do meu garoto, abusou da sua hospitalidade e deu fim à uma das coisas que tenho grande valor sentimental. — Disse e beijou os meus lábios. — Vacila de novo pra você ver, seu idiota.

— Eu quero ver sim. — Sorri e ela me deu um tapa no braço. — Você tá forte, hein?! Ai.

— Você não vai querer ver, Gene. — Ela falou séria. Eu tenho que parar de levar tudo na brincadeira.

— Desculpa, meu bem. — Olhei pra ela fazendo biquinho e a mesma começou a acariciar o meu rosto e o meu cabelo, é uma sensação tão boa em sentir o seu carinho.

— É uma pena que amanhã não é dia oito de janeiro. — Disse e algumas lágrimas desceram de seus olhos, eu tô ficando muito preocupado com ela. — Eu ainda tenho tanta coisa pra lidar.

— Dak, você é forte. Muito, muito forte. — Enxugo o seu rosto, mas não adiantava de muita coisa não. — Olha, eu sei que a dor é grande, mas… lembra quando quebrou o pé?

— Lembro, tive que cuidar muito para se recuperar.

— O que você acha… — Sorri. — De quebrar o tornozelo deles pra provar que eles devem exigir cuidado?

— Nick, isso é horrível! Para de rir, loiro infeliz!

— É metáfora, Dakota. — Continuei rindo e a mesma deu um suspiro de alívio. — Eu tô falando em quebrar eles um pouquinho no financeiro.

— Você quer que eu quebre o meu pé de novo?! Foi quase um ano de fisioterapia, idiota!

— É metáfora! E isso vai fazer parte do nosso novo plano. Vou falar com a Jane, ela tem contatos que podem nos ajudar. — Sorri e dei um beijo em sua testa. — Tudo vai dar certo.

Dakota Tanner
6 de janeiro de 2004

Passar o feriadão de final de ano longe deles foi um pesadelo. Eu e o Ashton passamos essas duas semanas em um chalé no norte do Canadá. E afirmo que foram os piores dias que já passei em toda a minha vida. Fiquei com muito frio e acabei ficando gripada, o Kutcher só sabia falar coisas idiotas sobre a sua profissão e no dia primeiro de janeiro, resultou-se em uma longa discussão debaixo do pé de visco no início da madrugada.

E hoje, estou em Nevada para o último show da Beyoncé na maior residência de apresentações da enorme cidade.

Eu e a Tina não esperamos o dia chegar para ficarmos livres e apreciar tudo o que está cidade tem a oferecer.

— Acabei de ligar para o Howie e ele disse que todo mundo tá se encontrando na casa do Kev e da Jane lá em Lexington para pegarem o avião e chegarem aqui em Vegas! — Tina invadiu o meu quarto dando toda a informação que conseguiu obter. — Ai eu tô louca pra me divertir com o resto das meninas e cuidar da Jessie!

— Se a Judy deixar, o jeito que ela ficou ciumenta com a criança. — Digo e a ruiva assente. — Tina, vamos rasgar o contrato e eu…

— Vai se livrar do Kutcher. Sério, Dak, eu imaginava que o cara era mais simpático e não um tipo de pessoa que quer forçar você a gostar dele sabendo que você gosta do Carter. Queria meter a frigideira na cara dele.

— Você não é a única… — Nós duas nos assustamos com a voz da cantora que estava parada na porta com algo em sua mão. — Posso entrar?

— Claro que sim, Beyoncé. — Digo e a morena vem, se sentando em uma cadeira.

— Eu vou ter que sair? — Tina perguntou já ficando em pé.

— Não precisa, Tina. Isso tem haver com você também. — Knowles sorriu para a mesma que se sentou do meu lado na cama. — Depois de amanhã será uma noite incrível, eu sinto isso. E eu sei que vocês também sentem isso, meninas. Então, eu queria dizer a vocês que foi muito especial ter trabalhado com vocês duas por esses meses e que… eu queria pedir mil desculpas a vocês pelas coisas que aconteceram. Dakota, eu não sabia que você iria passar dez anos trabalhando comigo ao invés dos rapazes, não dá pra imaginar o quanto me sinto mal por isso. E Tina, você é muito esforçada, também é uma das melhores dançarinas que eu tive e foi uma honra trabalhar com você. Então, eu lhe dou essas cartas de demissão para vocês duas.

Beyoncé deu um envelope pra mim com o meu nome. Tinha dois papéis dentro. Uma era o documento de demissão e outra era um cheque com um valor que me deixou com o queixo caído.

— Isso… isso é muito dinheiro, como…?!

— Dakota. — Ela pegou na minha mão e abriu um sorriso carismático. — Isso é o mínimo que eu posso te ajudar com tudo o que você passou nesses meses. Os patrões, a Grace, os ensaios, o seu cansaço mental e físico, o Kutcher ter sido a pedra no seu sapato e muito mais. Esse seria o valor do seu salário durante esse ano inteiro. Eu vi também que você tem potencial para crescer cada vez mais em seu futuro, então eu quero te ajudar a dar o seu primeiro passo.

— Não precisava, Beyoncé… mas… muito obrigada pela sua compreensão. — Limpei o meu rosto. — Mesmo com tantas coisas ruins terem acontecido, eu adorei trabalhar com você.

— Eu também tenho essa consideração. Olha, vocês não sabem do plano do Nick, não é?

— Ele te contou?! — Tina sorria e a mesma assentiu.

— Isso é só o princípio. Nós vamos derrubar essas pessoas que tenho na comissão. Com um belíssimo processo emitido por mim e pela Dak.

— Então era isso que ele quis dizer naquele dia… quebrar os tornozelos. — Sorri e respirei fundo.

— Exatamente.

— Agora uma coisa que me intriga. — Tina falou pensativa e olhou para a artista. — Nós duas vamos apresentar com você?

— Como despedida, se vocês toparem. Depois do show, vocês vão se encontrar com a sua família e vão voltar às suas vidas. — Ela se levantou. — Essa é a segunda fase do plano. E vou afirmar uma coisa: vou sentir muitas saudades de vocês duas.

Eu a abracei e a Tina fez o mesmo.

— Talvez, um dia, sei lá… eu poderia fazer uma coreografia digna para algum clipe seu no futuro. — Digo sorrindo e ela ficou pensando.

— Mal posso esperar por esse dia chegar, Dakota. Vejo vocês depois de amanhã.

Eu tô livre? Meu Deus, a ficha vai demorar a cair. Eu vou voltar ao que eu fazia antigamente e mais ninguém, vai tirar isso de mim novamente.

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