🎶 27
Dakota Tanner
Dia da festa
Eu e o Ash chegamos em Malibu há um dia e aproveitamos muito bem o tempo livre na praia mais deserta para não sermos incômodos. É um pouco estranho saber de que nós estamos dando um pequeno passo no relacionamento e que hoje, eu vou para a festa de halloween com ele… na casa do Nick.
Alguma coisa me diz de que é coisa do Howie e da Ally.
— Incrível como nós compramos três fantasias e nem sabemos qual vestir, não é? — Ash perguntou olhando para os três pares que se combinam. — Mas acho que você ficaria ótima nessa fantasia de aeromoça.
— Sabe Ash… — Digo olhando para a fantasia.
— Sim? — Ele me abraçou por trás, apoiando a sua cabeça em meu ombro.
— Você ficaria divino de piloto. — Sorri e sinto os seus lábios tocarem o meu pescoço. — Vamos com essa fantasia.
Quando foi chegando oito horas da noite, nos arrumamos e coloquei a minha roupa de aeromoça, que era uma saia curta azul marinho e a blusa era comum, junto com o blazer. Fiz a minha maquiagem e finalizei o meu cabelo o deixando solto, com o chapéu bem ajustado.
Ash dirigiu tranquilamente até o condomínio e pelo visto a minha antiga casa parecia estar um pouco cheia. Fomos entramos na tentativa de reconhecer algum rosto conhecido.
— Quer alguma coisa? — Kutcher perguntou e fiz que não com a cabeça, ainda procurando por uma das minhas amigas. — Okay, eu não vou pra muito longe. Divirta-se, Dak.
Ele saiu andando e fui na direção da galerinha que estava dançando e acabei vendo a Judy com roupas gregas.
— Cadê a menina, Ju?! — Lhe dei um susto e a mesma me abraçou apertado.
— Dakota, o que você faz aqui?! — Ela perguntou com um sorriso familiar em seu rosto.
— Eu fui convidada pelo Howie. — Digo olhando ao meu redor.
— Tem esquema por trás disso aí! — Sorriu novamente do mesmo jeito. — Porque olha para a sua audácia de estar aqui depois de provar ao mundo inteiro que está com o Kutcher! Espero que tenha briga.
— Pra ter mais escândalo pro meu lado?! Espero que não. — Ajeito o meu blazer e senti alguém bem atrás de mim. — Se quer me assustar, não deu certo.
— Você sempre corta o meu barato, que ódio! — Era quem eu estava procurando. Howie, fantasiado de taco. — Pensei que você não vinha, Dak.
— Eu não queria te deixar chateado. Agora, me diga, por que me chamou pra cá?
— Porque… eu queria te amostrar a reforma que o Nick fez.
— Por falar no loiro encardido, cadê ele?! — Judy perguntou.
— No quarto conversando com o Kevin e a Jane. Também, está se arrumando para ser a melhor fantasia da festa. — O latino respondeu. — Vem, Dakota.
Assenti e fui seguindo ele até o sótão da casa. Eu tinha medo do que poderia ter ali dentro, na última vez que entrei no sótão foi para fazer uma limpeza por causa da poeira e teias de aranha. Mas não estava desse jeito. Tudo estava limpo e bem arrumado, parecia outro sótão.
— Nick fez tudo isso sozinho, um pouco depois de ter terminado com a Cora. Ele disse para a gente que… ela jogou fora o seu mural de polaróides e disse também que era a única coisa sua que ficou aqui e gostava de ver sempre. — Howie foi até um quadro que estava protegido por um lençol e tirou, o meu coração acelerou na hora. — Nick pegou as fotos e fez outro para colocar na sala quando você voltasse, mas ele guardou quando soube da notícia.
Me aproximei e tinha várias fotos que eram do outro e havia mais outros, dos últimos anos que convivemos, até a nossa última foto, que foi dias antes de eu receber aquela carta. Nós éramos felizes e nem sabíamos disso, nem fazíamos ideia do que poderia vir.
Em baixo havia algo escrito em sua caligrafia dizendo “Não existe um polaroid, um troféu, NADA que define nós dois e o nosso amor.”
— Por que me trouxe aqui, Howie? — Me esforço para não fazer a minha voz ficar chorosa, quanto mais os meus olhos que se enchiam de lágrimas cada vez mais.
— Porque todos nós sabemos que você ainda tem esperança de ter ele de volta, mas você nem percebeu e nem se esforçou.
— Howie…
— Dakota, ele esperou e fez isso tudo por você e você fez aquilo. Ele tava piorando e essa festa só está acontecendo porque eu e os rapazes o convencemos. — Eu vi que ele estava um pouco zangado comigo.
— Se ele não quer me ver, então por que me chamou, Howie?! Isso só vai piorar se nós dois ficarmos perto…
— Dakota, ele não te chamou. — Era o Nick e eu via que o mesmo estava me evitando. — Fui eu.
Dorough saiu andando e desceu, mas acho que ele está lá com o resto da família observando tudo.
— E que coragem você teve, parabéns. — Aplaudi o loiro que usava uma peruca da mesma cor do seu cabelo, estava vestido como um pirata. — Eu não vou repetir essa pergunta pela terceira vez, mas se você não for falar nada, eu volto pra casa e vou dormir.
— Eu queria conversar com você, Dakota. E isso é sério.
— Não tão sério com essa fantasia.
— Acho que trabalho demais consumiu muito a sua energia e nem sabe o que faz e o que pensa. Deve estar perdida em tudo de tanto focar em uma coisa só. Você só está de folga porque eu conversei com a Beyoncé sobre o que estava acontecendo…
— Você se meteu no meu trabalho?! Nick, isso foi longe demais!
— Se é isso que você acha, tô nem aí. Mas eu não queria receber a notícia de que você foi parar no hospital por conta do exaustão. Eu fiz o que era certo e ela me disse que não estava conseguindo se comunicar com vocês. Deveria estar agradecida por ter duas semanas de folga e isso ainda é pouco.
— Você não pode fazer isso com o trabalho de ninguém! Eu sabia que desde do início você não queria que ficasse mais tempo trabalhando para eu ficar com você, o seu egoísmo estava falando mais alto, mas quando eu fiquei longe, olha o que aconteceu! Até que faz bem nós não estarmos mais juntos.
— Eu duvido que o Kutcher faz tudo o triplo a mais do que eu fazia por você. E aliás, o que aquele idiota faz aqui na minha casa?!
— Ele é o meu namorado e trouxe para você o conhecer. — Sorri e o mesmo riu com todo o seu sarcasmo.
— Vamos ver quanto tempo essa merda vai durar.
— Tenho certeza que vai durar mais do que quatro anos.
— Dakota, pare de mentir. — Ele ficou bem próximo de mim. — Você acha que eu não te conheço?! Você está triste e cansada. Faria de tudo para voltar pra casa e ter uns bons meses de paz.
— Isso não é verdade.
— Você e o Ashton não é verdade. — Retrucou, com um leve sorriso em seu rosto. — Ele mal te conhece, mas se você quer isso, então vai. Não vou mais correr atrás de você, porque já cansei de tudo isso.
— Eu duvido. — Sorri de volta.
— Então prove. — Eu nem pensei duas vezes para beijar esse idiota. — Agora estou vendo o quanto isso piorou. Você só está com ele por pena…
— Não é por isso. — Me afastei do loiro e ele ficou sem entender. — Estava no contrato e…
— O quê?!
— Eles sabiam sobre o que aconteceu comigo em dois mil e quiseram garantir de que eu não voltaria para vocês, então o jeito deles foi incluir o Ashton. — Agora me arrependo de ter dito isso em voz alta e logo pra quem. — Eu vou me demitir e se der certo, eu posso…
— Você sabia disso o tempo todo?! — Os seus olhos azuis já estavam vermelhos de tantas lágrimas. — Estamos nessa situação por causa de um contrato estúpido?!
— Nick, eu não vi esse detalhe quando eu assinei, só descobri quando a turnê começou.
— Por favor, me diga que você não encobriu o tempo da sua contratação de mim. — Eu abaixei a cabeça e fui limpando o meu rosto. — Dakota, me diga que isso é mentira do que estou pensando.
— Eu encobri. Aquele salário é o valor de um ano inteiro. Não são dois anos, Nick. São dez.
— Dez anos?! — Vi a sua sombra se conceder no chão e os seus soluços me feriam por dentro. — Por que você não recusou, Dakota?!
— Eu tentei, mas não pude fazer nada. — Me aproximei dele e coloquei as minhas mãos sobre os seus ombros. — Nick, me desculpa. Eu nunca quis deixar o meu trabalho com vocês, essa foi a melhor coisa que já aconteceu comigo na minha vida inteira. Eu vou tentar rasgar o contrato mais breve possível para eu voltar para a minha família. Confie em mim, por favor.
Carter se levantou e me abraçou apertado o suficiente, o que não precisava falar alguma coisa. Eu nunca havia sentido tantas saudades dele como agora e deitar a minha cabeça em seu ombro, sentir o seu perfume e ouvir a sua voz cantar o mais suave possível, é o que não faz eu me conceder, desde da primeira vez em que isso aconteceu, naquele salão, depois dos ensaios.
Tudo parou em nossa volta e eu não queria que isso acabasse nunca. Por mais que naquela época o Nick era muito mais infantil e imbecil, algo em mim dizia que ele sempre foi e sempre será o único que não machucaria o meu coração de propósito.
— Dak, eu sei que você queria muito trabalhar com ela, mas o problema é a gestão dela que explora você e as dançarinas. — Ele disse pegando em meu rosto e olhando bem nos meus olhos. — Eu tinha um plano há um tempo, mas está aparecendo uma ideia melhor pra mim. Eu soube que você quer encerrar o contrato no último show em Las Vegas, mas como ainda está um pouco longe dá pra pensar com mais calma.
— Fiquei com medo de que você não entendesse. — O mesmo foi limpando as lágrimas que deslisavam em meu rosto, com um leve sorriso.
— Eu sempre vou entender o seu lado, Dakota. Você sabe que também sou o seu melhor amigo e que não te deixaria na mão. Eu me irrito e vacilo às vezes, mas é que me importo muito com a sua felicidade. Não vou mentir de que não sinto mais medo de te perder de novo, acho que isso é um pouco complicado e… — O loiro respirou fundo e expirou, tocando em meus ombros. — Vai dar certo, okay? Você vai ser livre de novo e vamos para vários lugares que você adora visitar como sempre fizemos.
— Vai dar certo. — Sorri de volta e ele selou os seus lábios nos meus com a maior calma do mundo, me fazendo sentir uma eletricidade percorrer em meu corpo. — Eu te amo, Nick.
— Eu também te amo, doida do polaroid. — Sorriu novamente. Havia me esquecido do quanto fico confortável ouvindo ele quando me chamava assim desde quando comecei a me apaixonar pelo próprio. — Vamos descer antes que o Kutcher desconfie do seu sumiço.
Assim que chegamos na escada que dava direto na sala em que estava lotada de pessoas, tudo se apagou e a música parou junto. Felizmente, ninguém me viu ao lado do Nick e infelizmente, a energia caiu, eu acho.
Como eu conheço muito bem essa casa, desci as escadas tranquilamente até o meio do pessoal, tentando procurar algum móvel que talvez tem uma lanterna com pilhas. Eu trombei em uma pessoa alta e um móvel bem do meu lado, tateando alguma gaveta.
— Gente, a energia daqui foi cortada! — Era a Tina vestida de espiã e estava com uma lanterna lá da porta. — Já chamaram uma companhia pra resolver esse problema e já já tudo vai voltar ao normal!
Os convidados vaiaram. Achei uma gaveta e consegui de primeira pegar uma lanterna e liguei, sem perceber que a mesma pessoa que trombei estava junto e provavelmente a ceguei por alguns segundos.
— É, a lanterna funciona.
— Kevin, era você o tempo todo aqui?! — Digo e o mesmo olha pra mim na tentativa de me enxergar. — Não te reconheci por causa da sua caracterização.
— Ah, é você, Dakota?! Que surpresa. — Sorriu realmente surpreso. — Pensei que não viria pra cá depois daquele rolo todo.
— Tá tudo bem agora. — Digo para o mesmo fantasiado de Frankenstein e procuro por alguma lanterna ou pilhas extras na gaveta. — Agora eu acho essa falta de energia estranha, aqui tem gerador… Kevin?!
Eu hein, ele sumiu. Isso só pode ser coisa dos rapazes para assustar os convidados que esperam o retorno da energia.
Consegui me encontrar com a Ally, Lucy e Jane que estavam perto da comida. As três me reconheceram na hora e nos abraçamos.
— Ally, isso tem cara de que você aprontou. — Digo e a loira que estava de bruxa olhou incrédula pra mim.
— Eu não sei do que você está falando, amiga. Lá vem a Juju.
— Vocês viram o Brian? — A morena perguntou e fizemos que não. — Já tem uns dez minutos…
— O Kevin também sumiu, quando eu tava pegando essa lanterna, eu conversei um pouco com ele. — Digo e a Jane, de Morgana, já estava bem pensativa.
— Eu não vi o Alex desde que cheguei e o Howie sumiu também. — A mais velha afirmou e apontei a lanterna em direção da escada. — Que foi, Dakota?
— O Nick estava lá em cima, nós conversamos.
— Humm conversaram, né? — Judith deu um leve empurrão em meu braço.
— O nós saiu empoderado até. — Lucy, de fada, brincou e neguei com a cabeça. — Mas tá tudo bem, Dak?
— Tá tudo bem, Lu. — Sorri fracamente. — Mas só eles sumiram, isso só pode significar uma coisa:
— Pegadinha. — Nós cinco falamos ao mesmo tempo.
— Vamos ver se a energia só caiu nesta casa. — Ally foi andando na frente e fomos atrás, Tina nos viu e se juntou.
Todas as casas estavam normais, alguns moradores entregavam doces para as crianças do condomínio e tinha gente fazendo travessuras. E eu deveria ter escolhido a fantasia de múmia para aquecer as minhas pernas.
— Nós estamos certas, é pegadinha. — Lucy afirmou. — Então um dos rapazes desligou o gerador para seguir o plano!
— Eu tive uma ideia! — Jane e Judy falaram ao mesmo tempo.
— Pode falar. — Jane riu com isso.
— Vamos dar um susto maior pra eles! Dakota, precisamos do Kutcher.
— Vou ligar pra ele. — Peguei o meu celular e disquei o numero dele que atendeu preocupado e lhe disse aonde estou, depois desliguei. — Ele tá vindo.
— Qual é o plano, Judy? — Tina perguntou curiosa.
— Dakota, o porão é enorme e temos sangue falso. Vamos maquiar o Ashton e nós mesmas e ficamos lá no porão.
— Eles vão achar estranho o nosso desaparecimento e…
— Alguém tem que avisar sobre o perigo da casa. — Jane concluiu.
— Perfeito! — Nos assustamos com a presença do Ash, do nada ele brota.
— É Halloween cara, não faça isso! — Ally reclamou pondo a mão em seu coração. — Vamos logo com esse plano.
— Ah, eles estão se apresentando lá no salão agora. — Ele disse e já sabíamos dessa travessura.
Fomos correndo até a porta dos fundos e subimos pela cozinha até um dos quartos de onde estava as maquiagens e descemos, andando até o porão que fica no mesmo corredor da cozinha e do quintal. Judy e Jane começaram com o trabalho e fui mudando o jeito que o Ash estava. Arrepiei os seus cabelos, tirei o paletó e desabotoei alguns botões da sua camisa enquanto ele arregaçava as mangas.
— Quem vai lá em cima avisar sobre o maníaco homicida? — O ator perguntou e olhamos para a Lucy que ficou um pouco paralisada.
— Lu, você só vai estar um pouco machucada e vai subir correndo e bem ofegante dizendo que tem um assassino na casa. — Tina falava sorrindo e passando um pouco de sangue falso na mesma. — E o Ash vai desligar o gerador de novo.
— E esse vai ser o sinal para você subir, Lucy. Você consegue. — Ally confirmou fazendo o sinal de legal e voltou a terminar a nossa maquiagem.
Continua.
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