🎶 21
Nick Carter
Eu sabia que tinha algo ruim acontecendo! Ela veio pra ir embora de vez nem aí pra mim. Aliás, eu tô feliz que estou solteiro de novo, não vou mais passar por essa dor de cabeça. Maldito dia em que me apaixonei por ela.
Peguei as chaves que ela jogou em mim e guardei em um móvel da sala. Subi para vestir alguma coisa e me deparei com a caixa do seu velho Polaroid que ficou com defeito. Foi quando veio várias lembranças do momento em que Dakota não largava isso de jeito nenhum, tirando fotos minhas me cegando com o flash. Principalmente naquele episódio do elevador em que… acabei beijando ela sem querer. O que eu tinha na cabeça?
E ela não viu nada em mim? Eu sou um nada pra ela?!
Ouvi o meu celular tocar e fui até o mesmo, era o Kevin. Bronca? Creio que sim.
— Oi, Kev.
— Oi, Nick. Eu soube do que aconteceu.
— Como assim?!
— O Howie contou pra todo mundo o que de fato aconteceu entre você e a Dakota. E eu não acredito que você brincou com os sentimentos dela, Nick! Como pode fazer isso sabendo que ela confiava em você?
— Você me ligou para reclamar comigo?! Eu acabei de…
— Terminar com ela, é, tô sabendo. Primeiramente você deveria ter cuidado com o que fala e com o que faz. Você já é grandinho pra saber o que é certo e o que é errado.
— Olha, eu não tô afim dos seus discursos, okay?! Eu tô cansado dessa baboseira toda!
— Ah tá bom, a princesa tá cansada! — Ele foi sarcástico?! — A Dakota é uma garota incrível e você desvalorizou ela em dois dias! Dois dias! Em breve você vai saber o que perdeu e nós vamos rir da sua cara! E antes que você me xingue de trilhões de coisas, eu quero te dizer uma coisa: vê se cresce!
Joguei o celular longe, mas nem pra quebrar serve! Foi quando eu vi a câmera dando sopa e a tirei da caixa, estava bem conservada, parecia nova. Mas vai ficar melhor quando estiver em pedaços.
Arremessei o Polaroid contra espelho e o flash acendeu, me cegando por segundos. Tudo o que era pedaço da câmera voou pelo quarto, que terapêutico.
Uns dias depois
Eu mal saía de casa, pois ficava o monte de gente lá fora do condomínio me enchendo de perguntas idiotas e só autorizei a Cora entrar quando fosse me visitar.
Já era mais ou menos seis horas da tarde quando liguei a televisão e estava na MTV, anunciando um lançamento da Beyoncé chamado Crazy in Love. Depois veio a especulação deles de que foram dois clipes gravado aqui em Los Angeles e estão gravando mais alguns lá em New York, daí veio algumas imagens do ensaio com os comentários da cantora sobre o que ela estava achando sobre as coreografias e amostrou a Dakota ensinando.
Ela mudou o visual. Como os seus cabelos estavam enormes, deu um corte mediano e pintou de roxo. Daí parou nela, para o seu argumento.
— A Beyoncé aprende muito rápido todos os movimentos que adquiri para cada música e eu vejo ela daqui à alguns anos o quão ágil e brilhante que ela é.
— Soubemos que você veio trabalhar com ela depois do término com o Nick Carter, como foi… pra superar?
— Todo mundo aqui me deu apoio e fui seguindo em frente, não posso ficar presa em algo que me fez mal. — Ela sorriu para o entrevistador. — O meu maior arrependimento foi de ter se envolvido com ele, mas é a vida, não é?!
— E o seu trabalho com o Backstreet Boys? Se eles aparecem com um projeto novo, você vai trabalhar com eles mesmo sabendo que vai encarar o Carter?
— Bem, os rapazes são a minha família e eu jamais deixaria eles na mão. E eles entenderiam se eu não quisesse trabalhar mais uma vez com eles.
— Sabia que está rodando boatos de que você está saindo com outra pessoa? — Agora eu quero saber disso.
— Não estávamos falando do clipe?! — Ela olhou incrédula para o mesmo. — Isso é coisa de gente intrometida que não tem o que fazer.
— Essa é a última pergunta, Dakota.
— Eu tô saindo com ninguém. E eu deveria estar respondendo perguntas sobre o clipe, não sobre a minha vida pessoal.
— Estamos ao vivo, Dakota.
— Que se dane. — Dakota se levantou e foi embora, daí voltou para os apresentadores.
— Acho que ela ainda sofre pelo seu ex. — Os apresentadores do programa começaram a rir.
— Dá pra perceber que ainda tem os olhos de que andou chorando mares e rios desde do término. Dakota, não precisa ficar chateada com isso não. Só te trouxemos perguntas mais votadas pela audiência.
Mudei de canal e era a de fofoca começando a falar sobre ela estar saindo com alguém com um “superou” enorme na tela e passando as fotos dela saindo com um cara de um restaurante. Ele é levemente familiar.
— Nick?! — Olho para a cozinha e Cora estava na porta. — Tô te chamando à meia hora para me ajudar com um problema aqui.
— É… desculpe. — Desligo a televisão e me levanto até a morena. — O que houve?
— O fogão não quer ligar.
— O gás acabou. Há dois dias.
— E você não fez nada pra providenciar?!
— Se você abrir o armário, tem comida de microondas. — Sorri e Cora olhou incrédula pra mim. — O que você tava preparando?
— Uma torta.
— Faz no microondas, ué.
— Nick, a forma é de metal pode acontecer uma explosão! — Se explicou e fiquei pensando nessa lógica. — Isso é química ou física!
— É mesmo?! Sabia não. — Cocei a minha cabeça e ela gargalhou. — Podemos comer Cup Noodles.
— Você tá ficando tão sedentário…
— Tô não… — Cora jogou trigo na minha cara. — Que palhaçada é essa, Cora?
— Você tá parecendo um palhaço de festa de criança! Só faltou o nariz e os olhos com uma maquiagem azul. — Ela limpou o meu rosto e senti a sua respiração perto da minha, eu já tava ficando nervoso. — Pode abrir os olhos.
Os seus olhos castanhos estavam brilhando diferentes pra mim. Eu não sabia que os sentimentos antigos poderiam voltar só com esse olhar dela. O que eu não esperava era que ela juntou os seus lábios nos meus tão de repente. E era uma sensação muito boa que ela trazia à mim com um beijo.
Dakota Tanner
Quase atrasei para se encontrar com a equipe da Beyoncé no aeroporto por causa de um monte de gente em cima de mim por causa do que eu falei na MTV. Quando cheguei no local, fui andando até a sala onde o pessoal estaria, mas acabei trombando em alguém.
— Dakota, você tá bem?! — Sinto duas mãos segurarem os meus braços, me ajudando a me equilibrar.
— Tina?! — Digo depois de reconhecer ela por causa do seu cabelo acobreado. — O que faz aqui?
— A Judith me pediu um favor de ir te ver. — Ela sorriu e fomos andando. — Eu estava te procurando e você me encontrou, mesmo atordoada.
— E cadê ela?
— Ela me disse que anda muito ocupada ultimamente e também não queria ficar tão nervosa com a situação que você está enfrentando. — Explicou. Agora que eu percebi de que ela está me levando para onde eu estava indo. — Então, para te dar um apoio maior, eu enviei o meu currículo para o empresário da Beyoncé e agora… vamos trabalhar juntas!
— Mas e os meninos?!
— Relaxa, Dak. — Nós paramos na frente da passarela para entrar no avião e sorriu pra mim. — Tá tudo bem agora. Eles disseram que era o melhor e também, ando um pouco enferrujada. Literalmente.
— E quanto à Lucy e Ally?
— Conseguiram uma oportunidade também. Você achou que iríamos ficar paradas por quanto tempo?! Eu amo dançar, se eu parasse de vez… nada faria mais nenhum sentido, mesmo que não faça de alguma maneira.
— Eu senti falta de você! — Eu a abracei e entramos no avião, daí sentamos juntas. — Me conta como foi substituir uma dançarina da Britney na última turnê.
— Foi uma loucura! A coitada ficou achando que eu iria sequestrar ela, mas só fiz gritar nos primeiros dias. Enfim, a Britney é muito legal, aquela Kate fazia a gente pensar em algo muito ruim sendo que era ela.
— De fato, trabalhei com ela por um ano e seria mais legal se não fosse a Kate. — Sorri tristemente e soltei um suspiro.
— É verdade, ainda bem que ela foi presa por não ter pago os impostos e os processos que nem o Al Capone…
Eu não tava mais ouvindo a Tina quando me lembrei daquele ocorrido e no dia do nosso aniversário. Parece que foi tudo um sonho em que eu não quis acordar e agora virou um pesadelo que não sai da minha mente por causa daqueles trogloditas que me fazem lembrar das coisas. Eu queria voltar para o final do primeiro semestre de noventa e nove, trabalhando na biblioteca de Atlanta e ignorar o panfleto que Judy me trouxe. Mas eu não teria conhecido as meninas e muito menos os rapazes, e tudo seria chato como era antes disso tudo.
— … Não é, Dakota?! — Voltei a realidade e balancei a cabeça sem saber o que a ruiva acabou de falar. — Descanse, nós vamos chegar em New York de manhã.
Eu consegui finalmente dormir. Mas o Nick não saía da minha cabeça e fui me lembrando do que ele falou, de que ele a amava antes de eu aparecer. Eu nunca imaginei que eu iria ouvir isso, principalmente dele. É como eu fosse a segunda e última opção dele. E a tal Cora aparecia no meu sonho, convivendo com ele e vendo o quão felizes estavam por eu estar finalmente longe.
— Dakota…? — Abri os meus olhos e era a Tina olhando pra mim. — Você tá suando frio, tá se sentindo mal?
— Eu tô bem. — Bocejei um pouco e passei as minhas mãos no meu rosto. — Eu só… tive um pesadelo.
— Ah, com ele. — Ela falou de um jeito que era levemente engraçado. — Bem, o avião está perto de pousar. E já tenho um plano de esquecer do Nick.
— Como?
— Comprando coisas e sair um pouco. Tem uma pessoa aqui em New York que estará feliz em te ver. Eu avisei sobre a viagem há alguns dias e essa pessoa se teletransportou pra lá.
— Quem é?
— Você vai ver quando pisarmos no aeroporto.
Uma hora depois, mais ou menos, chegamos no aeroporto e a minha ansiedade de saber quem era tomou conta de mim. Tina havia avisado para a equipe e eles levaram as nossas coisas para o hotel.
— Mas são duas cegas mesmo! — Nós duas viramos para trás e era o AJ com o acompanhamento da Lucy e do Kevin. — Eles quiseram se juntar também.
Eu abracei os três de uma vez só, nunca senti tantas saudades deles.
— Até agora não vi o Brian, Judy e a Ally. — Digo sorrindo e agora veio o estalo. — E a Jane!
— A Jane está fazendo os seus negócios lá em Nova Zelândia. — Kevin afirmou. — Ela voltará no próximo mês.
— Que legal, ela tá bem?
— Sim, ela está. Ally tá em Miami trabalhando como professora de dança e de vez em quando, o Howie tá lá perturbando ela.
— Típico. — Ri. — E o Brian e a Judy? A Ju só me ligou uma vez e nunca mais.
— Eita, ela não sabe não?! — Alex olhou pra todo mundo e fiquei sem entender. — Dak, a Judy engoliu uma melancia inteira. E o B-Rock tá tomando conta de tudo lá.
— Caramba, dessa vez ela bateu recorde na comilança. — Tina riu e olhei pra ela que entendeu muito tempo depois. — Gente, ela vai ter um bebê! Ai, vou ser tia!
— Então era isso que ela tava dizendo pra mim que tem uma novidade, mas só iria contar se eu fosse ver ela. — Começamos a andar para uma saída particular e entramos no carro do AJ. — Quantos meses, vocês sabem dizer?
— Bem, ela me disse que está com uns cinco meses. Ela só não sabe ainda se vai ser um menino ou uma menina. — Lucy explicou no banco do passageiro.
— Ou gêmeos, a barriga dela tá enorme. — McLean disse acelerando o automóvel. — Tinha que ver, Dakota. Tá parecendo uma bola de praia.
— Não fale assim dela! — Dei um tapa em seu braço e ele ficou rindo. — Eu espero estar com ela quando a criança nascer.
— E o Brian tá todo desesperado achando que qualquer chute que o bebê tá fazendo é porque ele quer nascer? — Kevin disse e começamos a rir. — Ele tá muito desesperado.
— Bichinho. — Tina gargalhou. — Hey, bora comer podrão? Tô cansada de ir em restaurante chique e não ter uma batata frita do jeito que eu gosto.
— Se quer ter um infarto… — Lucy já repreendeu a ruiva. — Lembra que a gente pegava muito salada de fruta?
— Ou quando a gente fazia um sorteio de qual lanchonete iríamos comer, era demais. — Digo lembrando das nojeiras da Tina e da Ally.
Chegamos em um drive-thru e AJ atendeu os pedidos da Tina pedindo uma boa dose de fritas e refrigerante para todos nós. Depois que enchemos a nossa barriga, ele nos deixou na quinta avenida para fazermos as compras.
— Para qual loja nós vamos primeiro? — Lucy estava ficando tonta com a Tina que girava no meio da calçada.
— Louis Vitton, garotas. — Ela pegou as nossas mãos e fomos correndo até a loja que era na esquina.
Infelizmente a hora passou rápido e me ligaram perguntando por mim e pela Tina, pois tínhamos reunião com eles no final da tarde e já era quase o horário marcado. Depois que eu tomei um banho e troquei de roupa, Tina já me aguardava usando uma das roupas que ela tinha comprado.
— Menina, tu demora, hein?! Vamos! — Ela pegou na minha mão e descemos até a sala. — Oi! Chegamos.
— Bem na hora. — Beyoncé falou apontando para os nossos lugares. — Amanhã de tarde vamos gravar a nossa apresentação para a edição do Saturday Night Live deste final de semana. E nós vamos apresentar Crazy in Love e Baby Boy.
— As coreografias serão as mesmas ou quer que fazemos algumas mudanças? — Perguntei e a morena ficou pensativa.
— Só vamos mudar um pouco de Baby Boy. Você pode pensar em como vai ser alguns trechos e ensaiamos amanhã de manhã. Às sete horas.
— Okay. — Sorri e Tina olhou pra mim.
— Estão dispensadas. — Saímos da sala e fui andando até o meu quarto, até a ruiva me alcançar.
— Dakota, você não acha muito em cima da hora? O negócio é amanhã!
— Tina, eu já criei uma coreografia por três horas. Vai que seja o meu recorde? — Sorri novamente e a mesma suspirou.
— Sim, mas se você conseguir bater recorde, os patrões podem saber disso e te explorar um pouco. Eu sei que você quer ocupar a sua mente com outra coisa, mas a sua ideia pode… sei lá, te sobrecarregar.
— Não se preocupe, tá tudo sobre controle. Ninguém vai explorar ninguém não.
— Se é o que você acha, tudo bem então. Boa noite, Dakota. — Ela entrou no seu quarto e eu entrei no meu.
Ocupar a mente, era só o que me faltava. Eu estou bem, só é o pessoal fofoqueiro que não largam do meu pé sobre algo que já virou cinzas há mais de uma semana.
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