🎶 20

Dakota Tanner

O meu ânimo pelo ensaio estava maior do que a minha raiva pelo Nickolas. Por enquanto.

Fui levada até o estúdio e todo mundo estava lá para começar o aquecimento. Até que uma mão leve pousou em meu ombro e era a Knowles, acho estranho por eu ainda não ter surtado.

— Dakota, você está bem? Eu soube do que aconteceu e fiquei preocupada contigo.

— Ah… eu tô bem. — Sorri. — O que importa é que estou aqui e finalmente vou trabalhar em paz.

— Ai que bom, porque as coisas que estavam falando de você e daquele seu ex não eram nada legais.

— Sabe, eu não ligo muito pra isso. Ninguém sabe como eu sou, mas ele… já tá comprovado. — Afirmei e comecei a não sentir bem por ter tocado no assunto. — E de uma coisa eu sei, B.

— Sim?

— Você vai arrasar em todas as coreografias. — A mesma sorriu confiante. — Vamos ensaiar e provar ao mundo o motivo de você está aqui.

— É disso que eu gosto. Vamos meninas! Temos um longo dia para trabalhar!

Depois do aquecimento, fui apresentada para a primeira música que supostamente será o seu primeiro single. A coreografia foi feita a cada segundo que eu ouvia.

— Pode repetir, elas vão ver como vai ser. — Acenei para o cara que estava cuidando do som e a música começou a ser tocada. — Prestem muita atenção nos detalhes.

No final do dia, me encontrei com o Howie já que ele não resistiu de ir até onde eu estava para a gente resolver a situação. Ele estava aqui perto e no jeito que tava falando ontem, parecia que estava no outro lado do país.

— Então, Dakota. Antes de eu tava resolvendo algumas coisas ontem e acabei caindo na casa do Nick. E a mesma garota estava lá.

— Fazendo o quê?

— Conversando, ela não parecia ter intenções com o pirralho, mas ele tinha porque…

— Porque o quê, Howie?! — Ele ficou nervoso e já estava começando a suar.

— Porque ele beijou ela. — Disse e ficou observando a minha reação. Parece que eu fui atropelada por um caminhão. — E ouvi ele falar que a conhece também. Dá pra entender de que eles se conhecem há um bom tempo, não é?!

— Tá tudo se encaixando, Howie. — Cobri o meu rosto. — Ele disse que estava feliz por eu ter conseguido o trabalho e como vou passar dois anos longe… vai ficar com ela, já que ficava escondido.

— Parece que o nome dela é Carol ou algo assim. E ela não parecia ser uma pessoa ruim, sabe? Ela tava dizendo que Nick não deveria estar fazendo isso porque ama você, mas ele nem ligou… talvez ela não seja a “outra”.

— E quem será a “outra”?

— Esse é o problema. Não faço ideia. — Disse e se levantou. — Você não disse que iria buscar as coisas lá?

— Eu tava pensando em ir amanhã, o vôo é daqui para alguns dias.

— Vamos hoje, vai que a gente descobre o resto do barraco?!

— Com que frequência você andou assistindo programas de fofoca?! — Olhei para o latino que riu fracamente.

— É melhor do que aqueles programas de terapia de casal, e o AJ só vai lá em casa assistir aqueles filmes B de ficção científica ou de terror. A pessoa quer ter medo, mas tem crise de riso, aí eu não gosto!

— Mas quando assistimos aquele filme no cinema, eu só ouvia você rezando.

— E eu via que você e o Nick tavam com graça lá no canto.

— Não, ficou ele e o Brian tocando na mão do outro achando que era a minha mão. — Rimos e entrei no passageiro. — Espero que esse imbecil não fica fingindo que não tá acontecendo nada.

— Posso observar a briga?

— Do lado de fora… — Foi quando o mesmo amostrou um saco de salgadinhos. — Você tá mais barraqueiro do que o AJ.

— É entretenimento, ué. Eu gosto!

— Sei nem o que falar. — Ri enquanto colocava o cinto de segurança.

Pegamos um pouco de congestionamento no meio do caminho, mas chegamos por volta das oito horas no maior cuidado para Nick não nos ouvir.

— Fique aqui fora por qualquer coisa.

— Claro! Cê acha que eu vou ficar dentro desse carro perdendo a pancadaria lá dentro?!

— Eu não vou fazer nada se ele não tocar no assunto.

— Ah, ele tem que tocar! Não comprei salgadinho à toa não!

— Howie, não é um programa de TV! Fique aqui fora por qualquer coisa, precaução.

— Okay, mas eu posso comer o meu Flamin' Hot, né?

— Pode, mas não faça barulho. — Respiro fundo e abro a porta. — É agora.

— Arrasa, Dakota! IRRA! Acabe com a cara dele!

Saí do carro e fui procurando a chave da porta e abri, vendo que o infeliz não estava nem na sala e nem na cozinha, foi quando ouvi o chuveiro lá em cima. Andei até o quarto e peguei a maior mala que tinha, derrubando uma caixa fazendo um barulho bem silencioso para não dizer o contrário.

— Ai meu pai! É ladrão! — Ouvi o mesmo e fui agindo logo de pegar as minhas coisas. — Parado ou eu jogo shampoo no seu olho!

— Se você me deixar cega, eu te jogo da escada!

— Dakota?! — Ouvi a porta trancar e depois ele saiu, andando até mim. — O que faz aqui?!

— Eu vim pegar as minhas coisas, né?! — Me esforço para não olhar para esse bicho divino com a toalha enrolada na cintura. — Eu vou embora amanhã.

— Ah. — O loiro assentiu e continuei a fazer o que havia parado. — Então era isso que caiu. Lembra?

— Meu Polaroid… — Peguei a caixa e fiquei encarando por alguns instantes. — Lembro que você destestava quando eu tirava foto sem a sua permissão.

— Você rasgou uma foto minha dizendo que foi desperdício de tinta.

— E foi. Você tava horrível. — Entreguei de volta a ele e fui colocando os meus sapatos que restavam. — Tem mais alguma coisa minha guardada aqui?

— Você acabou de organizar tudo. — Fechei o zíper da mala e fui andando para fora do meu quarto, mas Nick segurou o meu braço. — Não vai ficar um pouco?

— Tenho que ir, estou exausta e o meu carona está esperando. — Me soltei de sua mão fria e saí do quarto, descendo as escadas.

— Dakota. — Carter me chamou e parei no meio do caminho. — Por que está me evitando?

— Eu não estou te evitando. — Vi a sombra do Howie se abaixar na hora ao me ouvir. — Eu estou com pressa, só tenho algumas horas para descansar antes de pegar o vôo.

— Pode pelo menos olhar pra mim? Nós vamos passar dois anos longe um do outro, sozinhos…

— Sozinhos?! — Agora me virei para olhar pra cara dele. — Você não estava lá na praia ontem?!

— Como assim?! — Peguei ele! — Eu não fui pra praia ontem, Dakota!

— Não era o que as fotos que saiu na televisão falavam, Nick! Quem é ela? E não adianta mentir, porque eu sei toda a verdade.

— Ela é uma amiga minha de longa data, se chama Cora e ela me aconselhou a te explicar sobre a nossa discussão.

— Longa data… nunca a vi na minha vida. E também, você ficou estranho depois que voltou do supermercado, se encontrou com ela lá?

— Foi por acaso, D. Foi a Cora que me viu e… fiquei…

— Ficou?

— Esquece, não precisa ter ciúmes dela, sabe que eu nunca poderia trair você.

— Okay, se é o que você diz. Então, por que desligou na minha cara quando ela chegou nesta casa?

— A bateria…

— Você tá mentindo, Nick. — O loiro foi negando, espalhando alguns respingos de água que caíam do seu cabelo pelo ar. — Por que eu não tô conseguindo digerir o seu argumento?! Primeiro você ficou feliz pela minha profissão, depois veio com a especulação de que poderia aparecer alguém interessado em mim e quando me ligou para pedir desculpas, a sua visita chegou dizendo que tinha algo pra te mostrar sem eu estar aqui! E só Deus sabe o que aconteceu aqui ontem.

— Olha, isso é um mal entendido! A Cora veio me amostrar as fotos da nossa infância e ficamos conversando, foi só isso.

— Os seus olhos estão dizendo que aconteceu mais alguma coisa. Quer saber?! Eu tô perdendo o meu tempo aqui e vou descansar para o meu compromisso amanhã!

— Dakota, espere! — Nick acelerou os passos para me alcançar e conseguiu, segurando a minha cintura.

— Não toque em mim. — Senti algo prendendo o meu peito. — Você deveria ser honesto pelo menos uma vez na vida.

— Eu sei, me desculpa. Eu tô te machucando com as palavras e… sou muito covarde.

— Covarde em assumir que fez alguma coisa de errado?! — Eu ouvi ele fungar baixinho. — Você… ficou com a Cora?

— Não se torture, por favor. Eu fiz sem pensar e… beijei ela.

— Por que eu não me importaria?

— Não. Porque eu amava ela bem antes de você aparecer na minha vida. — Tudo o que se movimentava parou depois que ele falou isso. Eu não esperava por isso.

— Você… ainda… — Respiro fundo mais uma vez. — Ama ela?

— Foi um erro.

— Então por que você fez, Nickolas?! — Me afasto dele, andando até a porta. — Sabendo que tinha alguém no outro lado da cidade pensando em você?! Eu poderia passar dois anos longe, mas jamais esqueceria do que eu sinto. E só no primeiro dia de eu não estar mais aqui, você causou isso sem lembrar das consequências depois de ter feito.

— Amor…

— Não! — Limpo o meu rosto. — Não finja que foi besteira minha e que eu preciso me acalmar. Fica com ela, já que a conhece muito bem.

— Você acha que estou gostando dessa situação toda?! Eu fiz e me senti a pior pessoa do mundo, quando o seu rosto veio em minha mente. Fui um babaca sim, mas eu acho que deveríamos deixar essa situação quieta e esquecer. — A cara dele ficou vermelha quando respondeu. Tá irritado.

— É assim tão fácil?! Como não pensei nisso antes? Vou fingir que não fui trocada por uma namoradinha de infância! Você pode falar qualquer coisa, mas eu tenho o que fazer e o que mais quero nesse momento é ficar longe de você, Nick Carter.

— Você já vai ficar mesmo! É bom que já desfez todas as suas coisas aqui e pode rebolar com a Beyoncé durante dois anos sem se preocupar! Eu tô pouco me fodendo e também, não fará nenhuma diferença se você estiver fora do próximo projeto. — Gritou, causando um eco pela casa.

— Perfeito! Mas lembre que não tem as decisões sozinho porque vocês são uma equipe, babaca! E eu não vou fazer isso porque você quer não, eu vou porque você nunca valeu nada. Agora eu me pergunto, o que eu vi em você?! Acho que porra nenhuma.

— Vai embora.

— Claro, daqui a pouco a Cora chega e você vai ter uma longa noite com ela e vai ser muito estranho ver a sua ex aqui. — Sorri, abri a porta e joguei as minhas chaves em seu peito. — Sayonara!

Howie correu até o carro, deixei a minha mala no banco de trás e entrei no passageiro, vendo o mesmo da janela e lhe mostrei o meu dedo médio com um sorriso sarcástico.

Howie Dorough

— Sayonara… — Fiquei boquiaberto por um tempão. — A única coisa que faltou foi um tapão merecido no meio da cara depois que gritou com você.

Tava um silêncio horrível no carro, foi quando eu vi que ela estava chorando. Caramba eu nunca consolei nenhuma das meninas, o que eu faço?!

— Dakota… — Pronto, ela começou a soluçar. — Eu sei como está se sentindo agora, mas o Nick sempre vai ser um idiota imaturo. Só vai saber da burrada que fez quando for tarde demais, porque você vai brilhar mais forte do que já brilhava logo logo. Você é forte, Dakota. Vai fazer o que mais gosta com uma das cantoras mais incríveis da galáxia! Você não vê que durante esse tempo, algo muito bom vai acontecer contigo?

— Howie… eu não tô afim de ouvir isso.

— Mas vai me ouvir. Você tá subindo de patamar e vai ganhar o maior reconhecimento, você pode virar uma estrela. Eu sei que você não tá bem agora, mas lembre-se: tem coisa melhor na vida do que um namorado.

— E você é amigo dele, como vai ser isso?!

— Não se preocupe. Nessa altura do campeonato, até o Kevin que só sabe das coisas por último já tá sabendo. Vou trocar ideia com eles e vamos ver se o Nick aguenta quatro voadoras. — Sorri pra ela que riu fracamente, ainda estava chorando. — Tu sabe muito bem que se machucarem você e as meninas, vão se ver com gente. Não importa quem seja.

— Valeu, Howie. — Disse vendo que estávamos chegando no hotel em que a mesma está hospedada.

— Que isso, Dak. Descanse, relaxe e dorme muito. Amanhã é outro dia e você vai brilhar mais do que o sol.

— Okay, até mais.

— Até logo, Dakota.

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