🎶 19
Nick Carter
Eu comecei a me sentir mal depois daquela discussão com a Dakota, talvez ela tenha pensado errado ou algo parecido, mas fiquei nervoso por ter visto a Cora. O que será de mim pra apresentar as duas?
Para dispensar os meus pensamentos, resolvi dar uma volta no quarteirão ou até mesmo ficar olhando a praia que é só algumas quadras longe de casa.
Mas dei de cara com quem? A Cora.
— Mas que coincidência! — A de pele bronzeada parecia estar fazendo alguns exercícios na orla. — O que faz por aqui sozinho?
— Momento de reflexão. — Respondi me sentando no banco. — A minha namorada tá longe e tivemos uma breve discussão há uma hora.
— Mas tá tudo bem, amigo?
— É, eu acho que sim. Queria que o Brian estivesse aqui, ele me ajudaria.
— Mas eu posso te ajudar sobre, Nick? Sempre contávamos um segredo um para o outro quando tinha algo de errado, lembra?
— Sim, eu me lembro. — Sorri e soltei um suspiro. — É porque ela vai passar dois anos longe e… mal ficamos juntos ultimamente. Eu sei que ela não me faria nenhum mal, nem eu. Só que ela deve ter pensado que eu não quero que ela trabalhe pra alguém além da família e… não consegui explicar.
— Ah Nick. Você tenta falar com ela mais tarde, explique o que você queria entender e peça desculpas para reforçar. — Cora tocou em meu ombro, sorrindo. — Fiquei com medo que fosse algo grave, mas foi só um mal entendido. Vai ficar tudo bem.
— Você acha que ela vai me entender?
— Claro que sim, Nick. Se ela te ama e sabe que você é meio atrapalhado com as palavras, vai te entender.
— Você me conhece bem, mesmo havendo passado muito tempo.
— Nick. Muita coisa em você não vai mudar, é por isso que eu sei bem. — Cora sorriu. — Como você conheceu a Dakota Tanner?
— É uma história bem louca. Ela se candidatou para ser uma das dançarinas da turnê do Millennium e eu fui responsável em dar a nota. Ela foi perfeita, mas botei algo na minha cabeça de que deveria ser rígido e lhe dei uma nota abaixo do merecido. Quase arrancaram a minha pele.
— E depois?
— A gente não se dava bem, resultou que ela se tornou o meu par, fomos nos conhecendo e descobri que me apaixonei por ela quando me flagrei desenhando o seu rosto. Só de lembrar fico bobo.
— Que fofo, Nick. Tenho que dizer que ela é sortuda por ter conhecido alguém como você. — Disse ficando em pé, abrindo a sua garrafa d'água e ingerindo o líquido. — E você ter encontrado ela.
— É, tem razão. — Me levantei também e nós dois ficamos sem assunto. — Foi bom te ver de novo, Cora.
— Eu que digo, Nick. — Ela sorriu pra mim e se aproximou um pouco. — Ah, espero que tudo se resolva contigo e a Dakota…
— Aliás, como soube do sobrenome dela? Eu não te disse ontem.
— Eu li algum artigo sobre ela quando viajei para Londres em uma revista. Só elogios e algumas explicações de como ela trabalha, bem empenhada.
— Sim, ela é. — Sorri. — Obrigado pela ajuda.
— Ah, imagina. — Eu a abracei um pouco apertado e me afastei sorrindo pra ela. — Qualquer coisa, é só me chamar. Todos os dias nessa hora estou por aqui.
— Tudo bem, até a próxima.
— Tchau, Nick. — Cora foi para o caminho oposto e dei meia volta quando ela sumiu de vista, andando de volta pra casa.
Assim que me joguei no sofá — que é algo que a Dakota fica muito zangada quando faço isso —, me senti estranho. Deve ser porque estou sozinho aqui em casa e nem o AJ veio visitar ainda nesse ano. Vou ligar para a Dakota agora mesmo.
Dakota Tanner
Eu estava relaxando no meu banho de espuma quando ouvi o meu celular tocar. Era o Nick.
— Alô.
— Oi, Dakota. Eu não queria te ligar amanhã para não atrapalhar no trabalho.
— Aconteceu alguma coisa?
— Não, eu só queria te dizer que… eu sinto muito por ter dito aquilo, saiu errado.
— Eu já havia me esquecido. Tá tudo bem, você ficou nervoso ao saber do tempo que estaremos longe um do outro, mas como eu vou viajar, talvez eu volte pra casa pegar mais coisas e talvez tenhamos um momento juntos.
— Espero que aconteça. — Ouvi a sua risada. — Torça por isso, baby.
— Idiota. — Ri e ouvi o meu celular dar um bip. — Tem alguém me ligando, Nick.
— Eu espero. — Fui olhar e era o Howie.
— Oi, Howie! Como vai?
— Vou bem, amiga. Olha, eu não sei se é uma boa hora pra te dizer isso.
— O que foi, amigo?
— O Nick tá contigo?
— Não. — Já achei isso estranho. — Por que?
Me levantei e coloquei o meu roupão, antes que eu derrube o meu celular na água.
— Porque tá rodando um boato, não sei se isso é verdade… eita! Liga a televisão e coloca no canal seis agora mesmo! — Ele tava surtando e fiz o que ele pediu.
— Programa de fofoca, Howie?!
— Espera que você vai ver. Agora assim, não sei se isso é verdade, mas andaram falando que aconteceu quase agora.
Foi quando eu vi a foto do Nick comigo no VMA de dois mil. A maquiagem e o meu cabelo tava horrível.
— Tá, mas… é sobre a gente?
— Você tá ouvindo?
— Não.
— Garota, escuta o que estão falando!
— Calma, homem! — Peguei o controle e fui aumentando o volume.
— … e começou a surgir boatos de que ambos terminaram o relacionamento, pois viram a Dakota com uma bolsa saindo do condomínio de táxi.
— Isso mesmo Terry, e horas depois da dançarina ter saído de casa, Nick foi visto na praia conversando com uma jovem que fazia exercícios. Nos disseram que ambos tiveram meia hora de conversa e antes de se despedirem, Nick a abraçou. Segue as fotos.
As minhas pernas tremeram ao ver essas fotos, será que foi por isso que ele voltou estranho do supermercado? Que ele falou que poderia aparecer alguém interessado em mim durante esses dois anos?!
— Howie…
— Dakota, não sabemos se isso é verdade. Sobre o término de vocês é mentira que eu sei, mas de que ele estaria vendo alguém…
— Ele tava estranho, Howie. Talvez seja verdade.
— Mas você deve ouvir o lado dele, Dakota. Aí você pode concluir a sua teoria. Se quiser algum apoio, eu posso me deslocar pra te ver.
— Eu te ligo se eu precisar, Howie. Até a próxima.
— Até, Dak. — Ele desligou e voltou para a minha linha com o Nick.
— Dakota? Tá de volta? — Desliguei e deixei o celular longe para respirar por um momento.
Eu não posso chegar na conclusão antes de saber o lado dele. Eu nunca vi ela em toda a minha vida e do nada Nick tá abraçando ela em público sabendo das fofocas e dos paparazzis?! Espero que ele me explique direitinho quando eu passar lá.
O meu celular tocou de novo e era ele. É melhor fingir que não sabe de nada e tentar encontrar uma pista vindo dele.
— Oi, Nick. A ligação caiu. — Minto e desligo a televisão. — Estava falando alguma coisa?
— Não, eu só tava esperando se você tinha terminado a sua outra ligação. — Respondeu. — Era do seu trabalho?
— Sim, sim! Eles estavam me dando o endereço do estúdio para o ensaio de amanhã. — Digo fazendo de tudo para que a minha voz não falhe.
— Ah, do trabalho. Beleza então. É… Dakota, tenha um bom descanso, um bom primeiro dia de trabalho e arrase.
— Eu vou fazer isso. — Digo e da linha do mesmo dava pra ouvir uma campainha. — Podemos ficar conversando até a pegarmos no sono?
— Eu não sei se vai dar, sabe que eu durmo toda a vez. — Riu sozinho e parecia abrir a porta. — Oi…
— Oi, Nick! — Era uma voz feminina. É a garota da praia, tenho certeza. — Eu tenho uma coisa pra te amostrar.
— Nick?! — Chamei por ele e nada. Ele só pode tá beijando ela.
— Dakota, eu tenho que desligar. A bateria tá descarregando…
— Hey, isso não é a letra da música?! Nick! — Ele desligou. — Inferno!
Nick Carter
Como a Cora descobriu onde eu moro?!
— Tava falando com ela, foi?
— Sim, tá tudo bem, mas o celular apitou pedindo carga. — Amostrei a tela do meu celular para a morena que assentiu, sorrindo. — Como sabia que eu moro aqui?
— Moro na vizinhança próxima e te vi passando aqui perto, daí perguntei ao segurança lá na frente e ele me deixou entrar. Enfim, eu trouxe algumas coisas que eram da época que você era o meu vizinho.
— Fiquei curioso!
Cora me amostrou algumas fotos antigas de nós dois no dia das bruxas e no natal. Tinha me esquecido de que foi a melhor época que já vivi. Ficamos lembrando de alguns momentos aleatórios e rindo de todos eles. A minha amiga almoçou aqui com o meu convite e já no final da tarde, a conversa havia ido muito longe.
— Cora, eu queria contar algo pra você. Naquela época. — Digo sentado no chão, apoiando as minhas costas no sofá e ela no meio do tapete com as duas pernas cruzadas. — Eu chorei muito quando fui embora no dia do seu aniversário. E também, nem tinha comprado um presente pra você por causa da mudança.
— Eu passava todo dia na frente da sua antiga casa antes da escola, esperando você aparecer. O meu ensino médio foi mais chato do que eu imaginava, quanto mais sem você. — Disse o seu lado, olhando para os seus pés. — Ninguém substituía você lá.
— Sério? Tinha vezes que você preferia ficar com o Norman Henderson.
— Ele é um babaca! — Rimos. — O Norman é um idiota que se acha o garanhão. Você surtava quando ele aparecia pra falar comigo.
— Nunca fui com a cara dele.
— Você tinha ciúmes dele, Gene! — Cora gargalhava, ela não mudou nada. — Tinha medo que eu te substituísse por ele!
— Não… não era isso. — Olhei para a mesma que ficou sem entender. — Você nunca percebeu, Cora?
— O quê?
— Eu surtava com o Norman porque eu gostava de você.
— Não foi o que eu disse?
— Não, não. — Ri de nervoso. — Eu amava você. Quando fui embora, eu queria voltar só pra dizer isso à você, Cora. Mas sempre tive medo de levar um fora.
— Quê?! — Ela ficou surpresa. — Mas eu pensei que você não era afim de ninguém!
— Estava enganada. — Sorri sem graça. — Desde dos meus dez anos descobri de que eu tava apaixonado por você, até eu superar.
— Mais alguém sabe disso?
— Só você. E vou te dizer, você não mudou nada por oito anos. Claro, o seu rosto está amadurecendo, mas demorei para te reconhecer ontem porque as lembranças vieram e é isso.
— Você não sente mais nada. Não é? — Havia uma certa hesitação em sua voz.
Eu fiquei sem resposta. Cora é muito linda e Dakota também e só me sinto cada vez mais ferrado quando vejo o rosto da garota que está bem na minha frente. Que droga.
— Não é, Nick? A Dakota não sabe sobre mim e… a situação ficaria feia se ela descobrir.
— Ela iria surtar se eu falasse de você e iria negar de várias formas em te conhecer. É óbvio que eu não contaria.
— Mas isso é errado, Nick. Ela tá longe e…
— Eu percebi o jeito que você tava olhando pra mim lá no supermercado.
— Eu estava surpresa. — Disse começando a recolher as suas coisas. — Pensa na Dakota.
— Eu penso nela, o tempo todo. Eu só comentei. Eu amava você, entende? É diferente do “eu ainda amo você”.
— E você não quer contar pra ela. Ela pode descobrir e… — A morena parou e olhou pra mim. — Por que você tá assim?!
— Acho que estou confuso.
— Quanto tempo mesmo ela vai ficar longe de você?
— Dois anos. — Olho pro chão e sinto ela se aproximar. — Eu disse à ela que… daqui pra lá as coisas poderiam mudar.
— Você disse isso?!
— Sim, eu falei isso.
— Ai Nick, ela vai achar que você não quer mais nada com ela e vai pensar em milhões de coisas! Tem que prestar atenção no que diz. — Ela deu uns leves tapas em meu rosto. — Nick, por que tá me olhando estranho?
— Por nada. — Respondi me sentindo mais confuso ainda. — Cora, você tem razão, mas ficando perto assim não dá.
— Você tinha acabado de falar que não tem mais nada.
— Só estava colocando na minha cabeça. — Fui aproximando o meu rosto do dela. — Talvez seja o eu de quinze anos querendo… sentir você.
— Quê?! Você bebeu?! Não faça isso, você ama a Dakota e não machucaria ela!
— Cora, pare de negar. Eu te conheço também. Você pode saber que tá errado, mas quer isso também e não tem ninguém nos impedindo!
— Nick…
Agora estou 100% fodido. Eu beijei a Cora e ela retribuiu, não sabia que ela beijaria melhor do que eu estava imaginando, mas ela se afastou um pouco depois desse momento.
— Isso não deveria estar acontecendo. Eu vou embora.
— Cora!
— Não vou mais incomodar você. — Disse saindo da minha casa e eu tranquei a porta.
Isso não aconteceu, a Dakota não pode saber.
Foi daí que o meu celular tocou. Era a Judith?
— Alô…
— O que você fez, seu idiota?! — Quase fiquei surdo. — Não param de falar de você na televisão por ter terminado com a Dakota e agora tá com outra!
— O quê?! Ju, eu não fiz nada. Eu e a Dakota não terminamos e não tem outra!
— E quem era a garota que você tava conversando?
— Uma amiga?
— Amiga?! Okay, eu acredito. — Falou sarcasticamente. — Torça para que ela não mate você, porque eu e as meninas vamos matar!
— Judy, por favor. Não acredita no que a mídia tá falando. Eu não fiz nada com a Dakota, eu juro.
— Isso é o que vamos ver…
— Judy, o Brian tá por perto?
— Ele foi comprar pão! — Judith desligou na minha cara e fiquei sem entender nada.
Fiquei parado ali mesmo e talvez alguém tenha me visto com a Cora lá na praia e foi espalhando a fofoca até… até onde isso foi parar?! Puta merda, ela pode ter imaginado coisas e… a Ju tá certa. Preciso encontrar um jeito de me defender.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top