Capítulo 7
Apesar de ter passado algumas semanas desde que conheceu Casper e Simon, os dois pareciam cada vez mais encravados em sua mente, pois dificilmente ficava sem pensar neles. De uma forma assustadora, pai e filho, pareciam fazer parte de sua vida... Essencial como ar que respirava.
Edgar não sabia o que fazer. Ainda continuava sendo babá de Simon três vezes por semana ou quando Casper tinha uma reunião urgente, mas fora isso, estava tentando muito arduamente não envolver com aquela família. Não estava sendo missão fácil, pois os dois sempre o convidavam para algo; ir passear no parque, ver filme, jantar ou ao cinema.
Edgar estava ficando sem desculpas para recusar os convites, fora que percebeu que Simon ficava triste com suas constantes recusas. Hoje tinha sido uma desses dias, apesar de que sua desculpa era real.
Simon o convidou para o 'dia do filme' em sua casa. Aparentemente toda sexta-feira, eles assistiam uma maratona de filme ou até que Simon ficasse acordado.
Doeu para o jovem negro recusar, porém, ele iria trabalhar aquela noite. Era gostoso cuidar de Simon, e apesar do dinheiro ser bem-vindo, ainda não era o suficiente para sua sobrevivência. Precisava fazer cada 'bico' que aparecesse. Haveria uma recepção de casamento no restaurante de Guilla, e ela o convidou para trabalhar ser garçom. O aluguel estava para vencer, precisava completar o valor. Não queria recorrer aos seus pais.
Estava no quarto dos funcionários terminando de ajeitar o uniforme que consistia em calça social preta, uma blusa branca e um colete preto. O que lhe irritava era aquela gravata borboleta que precisava enforcá-lo.
— Que bello ragazzo! — disse à italiana que estava parada na porta.
— Sim, eu finjo que acredito. — Edgar brincou ao terminar de amarrar o cadarço do sapato. — Obrigado novamente, Gui!
— Não seja bobo! Sabe que você está me ajudado. Nem creio Paollo faltou novamente. Terei que demiti-lo!
Edgar encolheu os ombros. — É Louise... Ela bem hoje?
— Não! Está cuidando de caso difícil e ficou em casa para rever algumas provas!
— Ser advogada é dose! — Edgar brincou. Ele tinha ciência dos transmitir dessa profissão, já que trabalhou como assistente em escritório de Advocacia. Apesar do curso que fez na faculdade, nunca realmente amou essa burocracia.
— Va bene! Lavoreremo. — Guilla disse.
Edgar deu um beijo na bochecha da amiga antes de sair da sala e seguir para local da recepção. Foi até a área de despacho dos alimentos e pegou uma bandeja com as entradas da festa. O local estava ricamente decorado em estilo Buenos Aires. Era um casamento elegante. Os noivos eram dançarinos de Tango, assim, a festa tinha ar Argentino. Não era preciso dizer que teria até mesmo apresentação de um casal dançando Tango.
Ele limpou sua mente e concentrou-se em trabalhar. Não queria envergonhar sua amiga italiana que dispôs em contratá-lo com freelancer. Com sorriso doce, Edgar passou a servir os convidados juntamente com alguns outros garçons.
A música alta lhe deu uma leve dor de cabeça, e não precisava dizer que seus pés estavam lhe matando por ficar de pé por algumas horas. Todavia, foi satisfatório trabalhar.
Ele atendeu todos com eficiência, e até pode desfrutar da deliciosa comida quando Guilla lhe permitiu uma pausa de 20 minutos. Era quase duas horas da madrugada quando o último convidado foi embora.
Edgar ajudou a retirar os pratos, talheres e copos para a cozinha, mas Guilla impediu fizesse algo mais.
— Ei, non é necessário! A empresa de decoração vai retirar o resto hoje pela manhã! Porque não vai ao meu escritório! Mi aspettano por 10 minutos que lhe darei uma carona para casa. — disse Guilla com seu sotaque italiano.
— Ok! Porque nem em sonho vou andando para casa. — Edgar brincou. Ele foi para sala dos funcionários e trocou de roupa. Pegou sua mochila e seguiu escritório de Guilla. Não teve que esperar muito. Sua amiga lhe entregou envelope com o valor do seu trabalho daquela noite e depois os dois fecharam o local. Os demais já haviam ido embora.
Eles seguirão para o estacionamento do restaurante. Guilla para o lado do motorista enquanto Edgar se acomodou no banco do passageiro. O mulato fechou os olhos e suspirou. Estava realmente cansado. Abriu os olhos quando sentiu seu celular vibrar no bolso da sua calça. Sorrio para sua amiga que pegou o celular desbloqueado. Edgar sentiu o seu corpo estremece somente ao ler o remetente da mensagem.
De: Casper
Ei, já chegou a casa?
Ele considerou em ignorar a mensagem e não responde, porém seus dedos ganharam vida própria, e segunda depois estava digitando.
De: Edgar
Ainda não! Saindo restaurante agora. Tudo bem?
Guilla deu ignição do carro e seguiu pelas ruas tranquilas de San Francisco, devido o horário, ao que Edgar iniciou uma conversa de texto.
De: Casper.
Preciso de uma carona para casa? Ou vai vir de Táxis?
De: Edgar
Minha amiga Gui está me dando carona. Estou realmente cansado. Uau! Essas festas sugam, apesar de que estava muito linda.
De: Casper
Imagino! Estou ainda revisando alguns textos. Simon dormiu na metade do segundo filme. Ele sentiu sua falta. Ficou choramingando que não quer ver filme com ele.
Seu coração deu uma pulsada rápida diante daquelas palavras, pois apesar de que aquele dia teve uma desculpa verdadeira, no anterior inventou para fugir dos convites de cinema em casa. Sentia-se mal, porque gostava muito de Simon. Podia dizer com clareza que já amava Simon. Tudo seria perfeito se não tivesse apaixonado pelo pai da criança também.
De: Edgar
Eu lamento por não ir... Prometo que no próximo irei!
De: Casper
Às vezes acho que estamos lhe incomodando, parece que não quer envolver. Sabe... Conosco. Lamento ser isso está acontecendo.
Edgar parou os dedos enquanto mantinha os olhos fixos no texto. Seu coração pesou. Não sabia como responder.
— Tudo bem, bello? — Guilla perguntou sem tirar os olhos da pista.
— Eu... Sou um babaca confuso! — disse encostando a cabeça para trás. Estou fugindo de Casper e Simon... Porque não quer me magoar, mas estou ferindo duas pessoas inocentes.
— O vizinho bonitão?
— Sim... Estou caindo de uma torre para ele. É tão perfeito. Será que não aprendo Acabo de sair furada... E estou em envolvendo em outra. — gemeu.
— Tem que nos apresentar aos bello Casper. Não pode se fechar para o amor Edgar... Nem todos são iguais a Erik.
— Eu sei... Eu... — retornou os olhos para a mensagem.
De: Edgar
Impressão sua! Lamento se deu essa impressão.
Edgar guardou o celular. Não poderia responder mais ou iria falar algo que não devia. Manteve-se calado até que Guila estacionou o carro na frente do seu apartamento. Despediu-se de uma amiga e deixou o carro.
Ele literalmente se arrastou até o seu andar e trancou a porta atrás de si. Queria tanto a sua cama, porém precisava antes de um banho.
Edgar desfez de suas roupas em seu caminho para o banheiro, largando as peças pelo chão. Entrou no Box de vidro esfumado e girou o registro de água, permitindo que a água quente caísse por seu corpo.
Não prestou muita atenção em seu banho, apenas seguiu roboticamente para ficar limpo e deixou o banheiro. Sem importar em vestir qualquer roupa, Edgar caiu na cama e fechou os olhos. Estava realmente cansado.
— oo0oo —
Edgar acordou assustado diante de batidas insistentes em sua porta. Ele ergueu lentamente da cama e sentou com as pernas cruzadas. Coçou os olhos e soltou bocejo.
Olhou ao redor do quarto tentando acordar sua mente.
— Eu quero dormir! — Choramingou. Era 8hs da manhã, tinha dormido somente seis horas. Era muito injusto. Irritado, deixou sua cama e foi ao guarda-roupa para se vestir. Escolheu uma cueca preta, uma bermuda de tecido e uma regata.
As batidas continuaram.
— Já vai! — gritou irritado. Ele abriu a porta sem importar que não tinha lavado o rosto ou escovados os dentes. Encarou a pessoa na sua frente e grunhiu. —Louise!
— Bom dia luz do Sol!
— Eu cheguei 2:30 da madrugada... Estou com sono! — disse chateado, porém ainda deixou a porta aberta para a sua amiga entrar. A bela mulher olhou ao redor.
— Estou ciente!
— Então porque me acordou? — Edgar perguntou enquanto se jogava deitado em seu sofá.
— Porque querido... Estou levando você para tomamos café da manhã! Vamos Ed... Precisa sair.
Edgar jogou olhar mortal na amiga. — Não poderia ser almoço? Louise, eu estou com sono!
— Pare de chorar, bebê grande! Vamos! Vou ter levar naquele Bristol que adorar.
— Por quê?
— Talvez porque hoje é aniversário de um garoto muito lindo e gostoso?
Edgar olhou confuso para Louise até que sua mente deu estalo.
— É meu aniversário!
— Sim, é seu aniversário. Não acredito que se esqueceu do seu aniversário. Vamos! Vai tomar café da manhã comigo, depois iremos às compras e encontrar Guilla para almoçar! Seus pais disseram que querem você na casa deles para jantar.
— Eu quero dormir! — Edgar chorou.
— Vai logo! — Louise disse sem paciência.
Edgar levantou fazendo birrar. — Sua má! Isso é uma grande maldade! – lamentou enquanto seguia de volta ao seu quarto para se arrumar. Estava tão fodido em sua vida que havia esquecido seu próprio aniversário.
— oo0oo —
Depois de passar a manhã fazendo compras, Louise e Edgar estavam indo para o restaurante de Guilia, onde almoçaria e comemorava o seu aniversário de 24 anos com suas amigas.
— Estou tão cansado, mas a felicidade está meio que apagando isso. — ele comentou. — Ainda bem que estamos chegando.
Louise riu e trocou de macha. — Pois é! Hoje foi bem divertido, menos a parte de carregar as sacolas, são muito pesadas.
— Nem é para você estar reclamando disso, eu que as levei todas e é meu aniversário.
— Ponto um: Se não fosse por mim, você nem ia lembrar. Ponto dois: seja cavalheiro pelo menos uma vez.
— Pelo menos uma vez? — Edgar olhou indignado. — Assim você me mágoa. — Louise revirou os olhos e soltou uma pequena risada. — Essa mulher, por que eu a amo?
— Eu sou demais, só isso. Ah, finalmente em casa, estou doída para comer. — Ela estacionou o carro e virou para o seu amigo, o olhando pidão. — Edgar...
— Ah não, lá vem ela com esses olhinhos do gato de Shrek. O que é?
— Leva as sacolas, por favor. — Piscou os olhos inocentemente.
— Tá, ok. Eu levo. Sua chata!
Louise sorriu e apertou a bochecha dele. — É por isso que te amo, meu lindão, como a Gui diz, meu bambino.
— Vai logo, deixa que eu fecho o carro e enquanto isso você vai dizer para a sua mulher para trazer a comida, estou com fome.
Louise o beijou na bochecha e rapidamente saiu do carro jogando as chaves para ele. — Não demora.
— Vou tentar. — ele a observou entrar no restaurante e com um sorriso no rosto saiu do carro e foi até porta-malas, apertou o botão que estava junto com as chaves e esperou a capota abrir.
— Edgar, meu amor. — Edgar congelou ao escutar aquela voz, a voz que ele implorava para nunca mais ouvir. — Oh, meu amor!
Lentamente o jovem negro se virou e deu de cara com o dono da voz, o homem responsável pelo seu coração quebrado e o único cara que ele odiava. — Erik.
Erik estava igual como antes, vestia um terno impecável que deixava o seu corpo torneado ainda mais apreciado para olhar, o seu rosto tinha um pouco de barba por fazer e além daquele sorriso, aquele maldito sorriso que agora odiava.
— Meu amor. — Erik se aproximou para abraçá-lo, entretanto Edgar o impediu e o sorriso dele se desfez por pouco segundos e logo um embrulho apareceu. — Edgar, eu sei que não fui o melhor homem para você, porém sei que você ainda me ama e eu te amo e é claro que ia lembrar-se desse dia, feliz aniversário amor, para você.
Edgar não soube como reagir por alguns segundos até perceber que Erik ia o beijá-lo e rapidamente ele o empurrou e se afastou dele. — Erik, o que eu disse antes? Eh? Nunca mais me procurasse. Como me achou?
— Meu amor...
— Eu não sou seu amor. — disse firme. — Porra, me esqueça! Eu não sou nada seu, se toca. Erik, a única coisa que você me fez foi sofrer e quebrar meu coração, agora dá o fora daqui.
— Mas Edgar...
— Não! O único dia para eu ficar feliz, você vem é estraga. Esqueça-me, finja que nunca existi. Estou morto para você e você para mim, vá embora.
Erik o olhou magoado, todavia havia um resíduo de raiva naqueles olhos.
— Eu vou embora, contudo ainda voltarei para ver você pedir de joelhos para voltar comigo. Eu ainda te amo. — Ao terminar de falar Erik simplesmente colocou o embrulho nas mãos de Edgar e foi embora, o jovem observou e o viu ir para um carro do outro lado da rua. Ele ficou parado até ver que Erik dirigir o seu automóvel para longe.
— Que merda. — murmurou. — O que eu faço com isso? — ele olhou para o embrulho em suas mãos, era uma caixa e o embrulho era simples. — Que se foda.
Ele pegou o presente e jogou numa de suas sacolas, pegou todas que estava no fundo porta mala e ao fechar apertou no dispositivo de segurança. Edgar se certificou que tudo estava certo para pode entrar no restaurante.
— Por que esse cara vem justo hoje? Logo hoje, porra! — Edgar continuou a murmurar enquanto andava para dentro do restaurante e ao adentrar foi surpreendido por várias pessoas dizendo surpresa, o susto foi tão grande que deixou uma sacola cair, porem ele foi abraçado por sua mãe, que ele não sabia de onde veio.
Naomi o abraçou cantando parabéns e foi ai que percebeu que quase toda a sua família estava ali, o seu coração aqueceu e se emocionou.
— Mãe! — sussurrou e a abraçou apertado. Ela e os outros cantaram o deixando sem jeito.
— Oh meu querido, meu lindo filho. Parabéns, a mãe te ama muito. — Naomi disse logo após da música se finalizar. Ela o abraçou mais uma vez e beijou nas duas bochechas.
— Também te amo, mamãe. — ao terminar de falar ele foi abraçado pelo seu pai. — Pai!
Julius riu e bateu em suas costas. — Cada vez você vai ficando mais velho. Se as dores nas costas começarem, não fique com medo, é normal para velho, como você.
Edgar olhou indignado. — Pai, o velho aqui é o senhor. — Naomi e Julius riram. — O melhor velho do mundo.
— Estou te zoando, tá fazendo quantos anos mesmo? Ah, é, 15 anos, mas com mentalidade de cinco... — Edgar estreitou os olhos e o pai dele continuou a rir. — Calma. Parabéns, meu filho. Eu sou muito orgulhoso de você, você cresceu um belo homem de bom coração, eu te amo.
— Eu vou chorar. — Edgar disse abraçando o seu pai. — Eu estou fazendo 24 anos, só para lembrar o senhor, sabe né, pessoas velhas esquecem.
Edgar adorava aquelas brincadeiras que fazia com o seu pai, além de se divertir muito, era uma maneira carinhosa de interagir. Depois de abraçar o seu pai, as sacolas que estava em sua mão e no chão do seu lado foi tomada por Louise, ele quando a viu estreitou os olhos.
— Como você fez isso?
Louise sorriu e na mesma hora Giulia apareceu o abraçando, quase que o fazia ir ao chão. — Meu bambino, parabéns. Oh meu amor. — ela o encheu de beijos.
— Vou guardar isso. Vá abraçar os seus convidados e ah, tem dois especiais. — Louise piscou e saiu com as sacolas o deixando nos braços da italiana.
— Obrigado, minha linda. — ele a agradeceu e a abraçou. — Mas como vocês fizeram tudo isso?
— Oh ragazzo, sua mãe que planejou tudo, lembra que ela veio para cena? Então, ela deu a ideia e estamos aqui. Você merece, mi bello.
Edgar sorriu para sua mãe e depois para sua amiga, ele estava muito feliz, tinha as melhores pessoas com ele.
— Agora vá abraçar seus fratelli, cara, você tem uma enorme família, isso me surpreende toda vez que os vejo. Vá abraçá-los. — Ela o abraçou pela ultima vez e o empurrou na direção dos seus irmãos e assim ele foi regado de braços calorosos e de palavras belas vinda da sua família.
Edgar ainda estava em choque, pois nunca imaginaria ter uma festa surpresa e ter a maioria da sua família ali festejando com ele. O restaurante de Gui estava cheio de sua família, todos felizes e conversando e até se surpreendeu ao ver uma garota cantando no palco e mais uma vez o seu coração aqueceu por ter a italiana e Louise como amigas.
Depois de quase cumprimentar todos eles, Edgar foi atrás de Louise e Gui, mas paralisou quando viu duas pessoas sentadas numa mesa, um pouco distante das outras.
— Então eram vocês que ela falava. — Edgar sussurrou e aproximou-se deles. O seu coração acelerou e nervosismo tomou de conta, mas não ligou e continuou a andar na direção de Casper e Simon.
De onde estava dava para ver Casper de frente, mas estava distraído falando com Simon e não percebeu a sua aproximação e ele aproveitou e o observou. O jovem negro admirou o belo homem, o seu vizinho Adônis estava bonito como sempre, vestia uma camiseta cinza que mostrava o seu peitoral torneado, além dos braços fortes, aqueles músculos que ele morreria para tocar e sentir ao redor do seu corpo.
Não fique excitado, por favor... Agora não!
— Simon, se apresse. Ele já está aqui, temos que ir cumprimentá-lo.
— Ah papai, eu tenho que fazer isso direito, é especial, tem que ficar bonito para o tio Ed, é o meu presente para ele. — disse Simon com a cabeça voltada para a mesa.
Edgar escutou a conversa deles e sorriu. — Uou, vou ganhar um presente do talentoso Simon? — e na mesma hora Simon se virou e saiu da cadeira depressa, abandonando os lápis e o papel que ali tinha. A criança correu e foi para os braços dele.
— Edgar! Parabéns. — Simon o abraçou apertado e ele retribuiu. O jovem se sentiu culpado, pois antes estava tentando manter uma distância dele e de Casper, e ao ver a maneira carinhosa que a criança tinha consigo, ele não queria mais afastá-la.
— Oh meu pivete. — Edgar se abaixou e beijou na bochecha de Simon. — Obrigado.
— Agora deixa terminar o meu presente para você, tem que ficar perfeito.
Edgar sorriu e assentiu. — Ok! Mas não se preocupe, com certeza irá ficar muito lindo. — Simon voltou para a mesa e assim se levantou Edgar deu de cara com Casper, mas antes de poder reagir ele foi abraçado pelo seu vizinho, foi rodeado por aqueles braços musculosos e confortado naquele peitoral definido e quase que soltava um som de prazer.
Sonho realizado... que músculos gostosos de sentir.
— Parabéns. — Casper disse no pé do ouvido dele, o que fez tremer involuntariamente e o seu vizinho Adônis riu ao perceber. — Quero ter desejar tudo de bom, Edgar. Feliz aniversário. — Ele se afastou e lançou um sorriso para o jovem negro, que ficou embasbacado por aquele sorriso sedutor. — Isso é seu, sei que não é o melhor presente, mas soube de última hora... Parabéns.
Edgar olhou surpreso, ele pegou o objeto e pelo formato viu que parecia um livro. — Oh, não precisa, mas muito obrigado... É um livro?
— Sim, eu vi que você gostava de ler e tinha a coleção dos Guerreiros do Amanhecer, já que essa série é produzida especialmente da minha editora e tinha em casa algumas cópias do novo livro não lançado, resolvi te dar e ah, tem uma mensagem da autora, especialmente para você. Espero que goste. — Casper disse sem jeito.
— Oh meu Deus, sério isso? — Casper assentiu. Edgar não aguentou e o abraçou de supetão. — Muito obrigado, muito obrigado mesmo. Melhor presente que já recebi na vida. — Depois disso ele beijou na bochecha de Casper, o que fez congelar, pois estava muito próxima da boca dele. — Oh... Obrigado. — Ele se afastou e lançou um sorriso sem jeito.
Sem jeito Edgar ficou em silêncio e desviou o olhar de Casper e segundos depois eles foram surpreendidos pela chegada de Louise, que abraçou Edgar. — Ahh, vocês estão aqui! — ela sorriu para eles. — Feliz que tenha encontrado Casper, adorei conhecê-lo e Simon já tinha conhecido antes, novamente digo que ele é uma linda criança.
— Obrigado. — Casper sorriu e olhou para o filho.
— Temos que ir, está na hora do bolo e do karaokê começar.
— O que vai começar? — Edgar olhou afiado para a amiga.
— Karaokê, quer que eu soletre?
— Só se depois você disser que eu não irei participar.
Louise gargalhou. — Ele é tão engraçado e iludido, claro que você vai participar você é o primeiro. Vamos, Simon, quer bolo?
— Só um momentinho, um pouquinho... Tá quase pronto... Um pouco disso. Tio Ed. — gritou a criança por último.
— Sim? — Edgar o observou sair da cadeira e esperou até Simon ficar na sua frente.
— Parabéns, você é o melhor cara depois do meu pai, claro, feliz aniversário. É seu. — Simon entregou o papel.
— Oh muito obrigado. — Edgar sorriu e olhou para o papel e o seu coração se derreteu. No papel tinha um desenho dele vestido como um cavalheiro e do lado estava Simon e Casper. — Oh meu Deus. — os seus olhos lacrimejaram. — Ficou perfeito. Abraço! — ele abriu os braços e Simon correu e o abraçou. — Ficou muito lindo.
— Feliz que tenha gostado.
— Tão fofos... Agora vamos, temos que cortar o bolo, o senhorzinho tem que assoprar as velinhas.
— Eu não sou criança. — Edgar disse rindo. Ele quebrou o abraço, mas não afastou a criança de si. — Vamos!!
— Tô nem ai, você vai assoprar sim.
O jovem revirou os olhos de brincadeira. — Ok.
Assim eles a seguiram e foram para onde estavam os seus pais, eles estavam reunidos junto com Guilia conversando.
— Senta ai! — Louise mandou. Edgar deu de ombros, mas se sentou na única cadeira que tinha na mesa, ao se sentar ele fez Simon se sentar em seu colo. — E agora?
Naomi sorriu para o seu filho. — Hora do bolo. Vejo que você achou Casper.
Edgar franziu o cenho. — A senhora o conhece?
— Claro que sim. — ela riu. — Foi eu que o convidei.
— Agradeço por isso. — Casper sorriu. — Pois é um momento íntimo e privado, ser convidado para um momento desse e compartilha me deixa feliz, principalmente se tratando de Edgar, ele vem se tornando um ótimo amigo.
Naomi foi até ele e o puxou para um abraço. — Não se preocupe, você agora é de casa. Ah, o bolo.
A atenção de todos foi desviada para o bolo sendo carregado por três garçons e novamente todo começaram a cantar parabéns. Edgar começou a rir e olhou emocionado. Simon ainda estava em seu colo, à criança ria e cantava parabéns, o que tornava tudo mais lindo.
— Agora faça o pedido. — Guilia gritou e os outros concordaram.
Ele riu e olhou para Simon. — Nos três! — sussurrou para a criança, que assentiu.
Edgar fechou os olhos. Que eu encontre o cara que me faça feliz, não importa como, mas que ele seja simples e gentil. E assim ele e Simon sopraram as velas.
Depois disso o bolo foi cortado e servido entre os seus familiares. Edgar, seus pais, suas melhores amigas junto com Casper e Simon ficaram numa mesa, eles comeram do bolo e de salgados que foram servidos pelos garçons, além de que tinha várias bebidas sendo distribuídas.
Entre conversa e risadas, Guilia chamou a atenção deles e foi para o palco e na mesma hora Edgar soube o que ela ia fazer. — Ah não... Casper, me ajuda. — Pediu para o seu vizinho, que por acaso estava do seu lado.
— No que? — ele olhou confuso.
— Atenção minha gente. — Giulia disse no microfone. — Agora está na hora de começar o nosso Karaokê
Todos vibraram e Edgar fez careta tentando se esconder para de baixo da mesa.
— Agora sei do motivo. — Casper riu.
— Ria não, o caso é sério.
— Para começarmos bem, quero convidar, mandar, o nosso querido aniversariante para cantar. Edgar, o palco é seu.
— Precisa não. Sei que o meu pai está louco para cantar. — Edgar disse.
— Ei, só depois de você. — Julius falou rindo. — Vai logo filho.
Edgar negou. — Não. Tenho certeza que outra pessoa quer cantar...
— Vai logo Edgar, nem adianta insistir para não cantar, você vai. — Louise disse.
— Ah, sozinho não.
Louise abriu um sorriso de lado. — Ah e é? Casper, você poderia ir cantar junto com a criancinha ai? Por favor.
Casper paralisou.
— Tá vendo, nem ele quer cantar. — Edgar sorriu.
— Ok, er. Pode ser, mas não sei cantar. — e o sorriso de Edgar se desfez. — Vamos? — ele se levantou e ergueu a mão para o aniversariante.
— Jesus amado, você me paga. — e relutante ele pegou na mão do seu vizinho e deixou ser levado para o palco, estava tão emburrado que nem aproveitou o momento de ter a mão de Casper na sua.
Giulia sorriu e entregou o microfone. — Vocês terão que dividir o microfone. Sei que sairão bem, alguma preferência para música?
— Que tal: A morte da italiana e da mexicana? Sei que é muito boa. — Edgar sugeriu sorrindo.
— Tão engraçadinho. Casper, você escolhe.
Casper olhou para Edgar e depois para a multidão. — Er, você conhece Endless Love?
— Isso é uma sugestão? — Edgar arqueou a sobrancelha e em seguida mordeu o lábio para não rir da vermelhidão que apareceu no rosto de Casper.
— Er... Eu gosto da música.
— Sem problema, eu também. — Edgar sorriu e ele percebeu que era só uma brincadeira.
— E foi a única que lembrei. Então, posso fazer a parte de Lionel Richie.
— Não seria melhor para combinar com o clipe eu sendo ele? Pois daríamos ótimo de Leonel e de Diana.
Casper o olhou surpreso, mas acabou rindo. — Não acredito que você fez piada por causa das nossas cores.
Edgar deu de ombros. — Eu tento, sou filho do meu pai, então... Mas posso ficar com Diana.
— Vocês vão ficar para sempre ai, ou o quê? — Julius gritou.
— Falando dele. — Edgar riu. — Calma que estávamos decidindo quem era mais negro para fazer o Leonel Richie.
— Então escolha o Vandro. — Gritou Naomi fazendo todos gargalharem.
— Quem é Vandro? — Casper perguntou sem entender.
— Vandro é o papagaio da minha vô, e não, ele não é um animal. — Casper olhou sem entender. — Vandro é um tio meu que se acha muito, então para ele, é o melhor negro que o mundo já viu. E a música é Endless Love.
— Isso significa algo? — Louise indagou.
— Sim, que vocês ordenaram a gente a cantar junto. Coloca logo isso.
Louise riu e colocou a música para eles cantarem. A tela ligou e a letra apareceu. Casper segurou o microfone para os dois e sem jeitos começaram a cantar, no começo tímido, mas quando pegou o ritmo começaram a se animar e se divertir, o pessoal gritava e cantavam juntos, algumas vezes rindo da atuação do casal.
Naomi se inclinou para Louise, que ria e batia palma, ela chamou a atenção dela e de Guilia. — É impressão minha ou esses dois fazem um ótimo casal?
Guilia ao escutar gargalhou. — Non, estes dois são bellos juntos.
Louise assentiu e olhou para as duas. — Não sei vocês, mas sei que esse Casper não parava de olhar para o nosso menino.
Naomi sorriu. — Que maravilha, só espero que meu filho não deixa isso passar.
— Dedos cruzados. — Gui disse. As três sorriram e voltaram a atenção para o palco onde Casper e Edgar cantavam.
Continua...
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