Capítulo 5
Edgar finalizou a ligação com suas amigas e atendeu a chamada da sua mãe. Sabia que devia ter ligado antes para seus pais.
— Olá Mami! — ele disse em tom gentil. Edgar era imensamente grato a vida pelos pais maravilhosos que tinha. Não eram todos os pais que aceitaram com facilidade a orientação sexual dos filhos.
— Olá mel! Como está o meu bebê?
— Mãe, eu já tenho 23 anos. Acho que não sou mais bebê! — ele reclamou enquanto revirava os olhos.
— Edgar Jackson Smith! Você sempre será meu bebê. Agora responda sua mãe corretamente.
Edgar sorriu. — Eu estou bem Dona Naomi. Já me instalei em meu novo apartamento, é menor que o anterior, mas muito aconchegante. Você e papai deveriam vir me visitar. — ele disse. Edgar jogou-se deitado no sofá e cruzou as pernas.
— É uma ótima ideia. Seu pai tem consulta médica na sexta, podemos ir no domingo. Que tal!?
— Vou adorar! — Ed disse. — Pensando em fazer almoço em casa e podemos ir jantar no restaurante de Giu!
— Faça isso! Agora tenho que ir. Seu pai está resmungando que não acha suas meias azuis. O homem ficaria perdido sem mim! Beijos amorzinho. — disse Naomi.
— Beijos mami... Durma bem. — Edgar disse. Enviou beijo a sua mãe antes de finalizar sua ligação. Ele acabou navegando em seu celular e parou o dedo no número de Casper. Não chegou registrar nos contatos, mas nas ligações efetuadas. Edgar duelo entre ligar ou não. Poderia usar a desculpa que queria saber como Simon estava. — Não... Eu fiz juramento. — ele murmurou para si mesmo.
Não iria se render. Seria firme na sua convicção. Nunca mais seria um idiota em acreditar no arrependimento ou bondade de qualquer um.
Ele jogou o celular em qualquer lugar do seu sofá e sentou. Precisava fazer algo útil. Amanhã sairia para entregar currículos, mas agora, iria escrever. Isso! Iria ocupar a sua mente com algo útil ao invés fica pensando besteira.
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A semana havia passado como um riacho de águas correntes. Todos os dias Edgar sairá para entrega currículos. Primeiro foi na Lan House e cadastrou em vários sites de emprego, empresas e enviou e-mails. Depois foi para algumas empresas e entregou as suas referências profissionais pessoalmente.
Suas expectativas foram sendo minadas aos poucos. Depois de tantos encaminhamentos, ele não havia tido nenhum retorno. Chegou a realizar duas entrevistas, porém as empresas nunca ligaram. Edgar não era estúpido. Sabia que as empresas ligariam para seu último emprego atrás de referência, e certamente eles o caluniaram. Mostrava apenas o quanto Erik arruinou sua vida.
Edgar precisava trabalhar. Seu dinheiro não iria durar para sempre. Sinceramente, amava os seus pais, todavia não queria voltar a morar com eles.
Quando o final da sexta-feira chegou, ele estava de mau-humor, cansado e dolorido. Queria que essa semana acabasse. Queria chegasse sábado, poderia descansar e no domingo curtir seus pais.
Não chegou a ver as suas duas melhores amigas na semana, apenas falou rapidamente com elas no telefone.
Edgar subiu as escadas de seu prédio em total desânimo, praticamente se arrastando. Tentava pensar positivo para não se arrastar para depressão. Quando chegou a seu andar, deu alguns passos no corredor e parou ao ouvir aquela voz barítono. Olhou para cima e admirou Casper. Ah, aquelas pernas grossas naquele jeans surrada era uma tentação.
Pare Ed... Foco na promessa. Ele disse para si mesmo.
Sua atenção retornou para conserva.
— Lamento Senhor Casper, mas prometi ir ver recital da minha neta hoje.
Casper suspirou desanimado. — Eu... Eu entendo Sra. Rober. Apenas... Não teria pedido fosse importante. Eu tenho reunião com cliente importante da editora e ninguém para cuidar de Simon!
— Oh... nenhuma babá? Para pai solteiro é importante ter algumas de confiança. — disse a senhora idosa do apartamento 3B.
— Não... Bem, tenho duas. Porém sexta-feira, Já viu. Todos querem sair. Surgiu esse compromisso em cima da hora.
A senhora de 70 anos olhou para cima e seus olhos azuis cravaram em Edgar.
Edgar corou furiosamente. Chegou conhecer aquela mulher, era uma idosa elegante, gentil e também firme.
— Talvez senhor Jackson possa ajudá-lo! Ele é bom rapaz, conheço seus pais. — a mulher disse.
Edgar deu um passo para trás. Naquele momento queria desaparecer. Ele abaixou os olhos quando sentiu o olhar de Casper. Não seja fraco, munindo-se de coragem, retornou olhar para cima e aproximou-se dos dois adultos.
— Boa noite! Posso ajudá-lo em algo?
— Você... É realmente meu vizinho?
— Ah... Sim. — Ele disse sem jeito.
— Já se conhecem? — Indagou a idosa curiosa.
— Eu conheci Simon quando me mudei. E também nos deparamos no supermercado. — disse Edgar.
— Que beleza. O jovem Jackson está procurando emprego, aposto eu toda que grana será bem-vinda. — disse Sra. Robert antes de retornar para sua casa e fechar a porta.
Um silêncio constrangedor pairou sobre os dois, mas Casper pareceu se recuperar rapidamente.
— Eu... Realmente preciso de ajuda. Não sou pai desleixado que deixa o filho com qualquer um. Mas você foi bem honesto no supermercado e a Senhora Robert parece atestar as suas credenciais. Claro, se não quiser!?
— Eu posso. — Edgar disse apressado.
— Vou estar fora apenas três horas. Tenho reunião com cliente. Ele já jantou, então ele pode ver um pouco de TV ou desenhar. — Casper disse.
— Claro.
— Posso pagar $15,00 por hora... Ou se preferir mais...
— Estar ótimo. Ela tem razão, preciso de grana. Porque não vai buscá-lo?! Eu espero. Talvez traga qualquer coisa que for precisar. Sabe. Brinquedos, alguma peça de roupa. — disse o jovem negro.
— Sim. Eu... Daqui uns 20 minutos... — Casper disse. Ele acenou e seguiu para sua casa.
Edgar colocou a mão na altura do coração e suspirou. Nunca foi o tipo tímido com homens, porém aquele Adônis o deixava sem ar. Após se recuperar, seguiu para seu próprio apartamento. Entrou e encostou-se à porta, ainda tentando se recuperar.
— Acho que vou tomar um banho! — disse saindo de seu estupor. Decidido, seguiu para seu quarto a fim separar uma roupa confortável para vestir e tomar um banho. Estava suado depois de perder o dia procurando emprego.
Ele sentiu energizado após o banho. Aquele serviço de babá hoje a noite seria bem-vindo. Não daria uma fortuna, mas com certeza ajudaria a pagar alguma conta.
Com alguns minutos de sobra, Edgar deu uma rápida arrumada na sala e cozinha, pois não queria dar má impressão ao vizinho bonitão. Ele organizou os seus livros quando a campainha soou. Alisou a blusa e respirou fundo antes de ir abrir a porta.
Edgar abriu a porta com suave sorriso nos lábios. — Olá Simon!
— Ed... Papai falou que vou ficar com você!
— Sim! Preparado para se divertir? — disse Edgar.
— Adeus papai... — Simon disse e afastou do seu pai, somente para se segurado pelo colarinho da sua camisa.
— Volte aqui, cadê o meu beijo?
— Aff! — A criança resmungou e retornou para seu pai dando-lhe um abraço e beijo.
Casper olhou para Edgar. — Aqui está a sua mochila. Tem um lanche noturno, algumas roupas, lápis e papel. Meu telefone! — Estendeu um cartão. — Qualquer coisa pode me ligar. Às 21 horas estou de volta!
— Não se preocupe! Ficaremos bem!
— Ok! Eh... Tchau... — Casper acenou para Edgar e saiu.
Edgar fechou a porta e virou-se para a criança. — O que quer fazer? Desenha? Assistir televisão ou brincar?
Simon olhou com a carinha pensativa.
— Quero fazer um desenho bonito para meu pai! — disse orgulhoso.
— Então vamos desenhar! Para a mesa capitão! — Edgar disse. Ele deu a mochila para Simon, permitindo que a criança retirasse seus lápis de colorir e pasta com folhas brancas.
Os dois sentaram na pequena mesa da cozinha e ocuparam a próxima hora desenhando, pintando e conversando. Quando Simon cansou, eles foram assistir a um filme. Edgar colocou DVD do 'Poderoso Chefinho', fez pipoca e deitou no sofá com Simon.
Era em torno das 20:30 quando Casper mandou mensagem perguntando como estava as coisas e garantiu que dentro meia hora estava de volta. Edgar não resistiu e salvou o contato do homem em seu celular e enviou mensagem tranquilizando o pai.
Simon acabou adormecendo na metade do filme. Edgar abaixou volume da televisão, e ajeitou a criança sozinha no sofá, colocando cobertor sobre a mesa. Aproveitou para arrumar as coisas dele na mochila.
Era em torno das 21:05 quando sua campainha tocou. Deu rápido olhar em Simon e foi atender. Suspirou ao admirar a beleza de Casper. O homem era perfeito para admirar.
— Oi, boa noite. Ele acabou dormindo!
— Esqueci-me de dizer que seu horário de dormir é 21hs. Mas pelo visto, ele se divertiu até cansar. — disse.
— Entre! — Edgar deu espaço para o homem entrar. Antes de recolher seu filho, Casper pegou a carteira e pagou Edgar.
— Muito obrigado por sua ajuda!
— Que isso. Quando precisar, basta me avisar. Ele é uma criança muito comportada. Desenhamos um pouco e assistirmos filme!
Casper sorriu enquanto segurava Simon. — Não é porque ele é o meu filho, mas realmente é uma criança maravilhosa. Pena que sua mãe não ver isso!
— Ah... Ela é ausente? — Edgar perguntou curioso.
— Ela levou a gravidez adiante porque a paguei para isso, e depois saiu da vida dele para sempre. Mas talvez seja melhor assim! — Casper falou.
— Quem perde é ela!
— Obrigado mais uma vez e boa noite! – Casper disse quando saiu do apê de Edgar e foi para sua própria casa.
O jovem de pele chocolate observou até que o gostoso sumiu na porta. Ele fechou sua própria porta, trancou e se jogou no sofá. Ao menos não era casado, bem, ao que indicava a mãe de Simon não era presente na vida deles e Casper não tinha aliança.
— Não Edgar... Ele deve ter namorada. — disse alto. Não queria criar ilusões.
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Domingo
Batidas na porta fizera Edgar acordar, retirando do seu sonho molhado com o seu vizinho Adônis. Sonolento e com uma ereção ele se mexeu e pegou o seu celular para ver as horas, franziu o cenho ao ver que ainda era cinco horas da manhã e que na porta não era os seus pais, confuso o jovem negro se levantou preguiçosamente.
— Já vai! — falou com a voz alta para quem estava batendo em sua porta e como esperado, quem fosse parou de bater.
Edgar tentou ajustar o seu pênis duro no short de malha fria e puxou a sua regata para cobrir a ereção. Meio ainda dormindo ele saiu do quarto e foi até a porta, ao abrir se surpreendeu ao visualizar o protagonista do seu sonho e o seu filho, que ao ver estava igual a ele, quase dormindo em pé, a criança estava encostado na perna de Casper, com um lençol e de olhos fechados.
— Er... Bom dia? — disse coçando os olhos. Espero que tenha nenhuma remela em meus olhos, que vergonha... Oh porra, a ereção. E ao terminar o seu devaneio ele rapidamente puxou a sua camiseta e tentou esconder a sua ereção atrás da porta.
— Oh, Graças a Deus que você atendeu a porta. Desculpa por estar te acordando agora, mas estou precisando de ajuda. Sei que na sexta você foi ótimo com Simon, e ele até me falou que gostou ficar contigo, melhor do que a babá que contratei antes. — Casper tomou fôlego e continuou a falar. Edgar achou adorável o pequeno falatório do seu vizinho. — Então, estou desesperado, surgiu uma viagem de última hora e não poderei levar o Simon e a babá que sempre contrato não atende o celular, não posso deixá-lo sozinho. Por favor, Jackson, fique com ele, posso até dobrar o valor que normalmente dou a babá dele.
— Calma. — Edgar o interrompeu. — Eu entendi e fico com o pequeno Simon, mas não precisa dobrar o valor, sei que está desesperado para que eu fique com o seu filho, porém não precisa aumentar, receberei o valor justo.
— Você é um anjo, acho que irei acabar te contratando como babá oficial do meu filho.
— Como as coisas estão ficando, irei levar esse contrato de babá a sério. — o jovem negro falou rindo.
Casper olhou surpreso e abriu um sorriso logo em seguida, um sorriso que deixou Edgar totalmente desnorteado. — Não me tente, Jackson. — Oh meu Deus, isso saiu tão sexy. Edgar pensou. — Mas falando sério, quando chegar teremos que conversar sobre isto...
— Papai, posso entrar? Estou morrendo de sono e vocês ficam falando e falando, um tédio. — Bocejou.
Os dois adultos riram do pequeno. — Pode entrar, Simon. Pode ir ao meu quarto e deitar na minha cama, sei que está morrendo de sono.
— Onde é mesmo? — a criança coçou os olhos.
— Primeira porta à esquerda. — e rapidamente Simon entrou e correu para o corredor deixando os dois sozinhos. — Você trouxe as coisas dele?
— Sim, aqui. — Casper entregou a mochila. — Muito obrigado por ter aceitado e o valor...
— Agora não, quando chegar você me paga, ok? Não preocupe. Tem alguma recomendação para ele? Algo?
— Só não dê algum doce antes do almoço, ou qualquer coisa, pois se ele comer algo antes, não almoça.
— Normal, quando era criança eu tentava comer algum doce e quando comia, sempre escondido, não almoçava de jeito nenhum, minha mãe sempre brigava comigo. — Edgar contou com um sorriso em seu rosto. — Mas não tem nada mais? — Casper negou. — Ok, então... Até?
— Ah, eu volto amanhã de manhã. Espero que Simon não dê trabalho nenhum e muito obrigado por ficar com ele.
— Ele foi um anjinho na sexta, então sei que ele não dará trabalho nenhum e não precisa agradecer. Então, até amanhã.
— Até amanhã!
Para a surpresa do jovem negro, Casper aproximou-se dele e o beijou na bochecha, o deixando paralisado. O vizinho sorriu ao se afastar e acenou, logo em seguida pegou uma mala, que antes Edgar não virá, deu as costas e andou pelo corredor na das escadas.
Edgar estava estático na porta, os seus olhos arregalados, surpreso pelo ato de Casper. Ele levou a mão na bochecha, onde os lábios suaves do seu vizinho gostoso tocaram e suspirou, o jovem ainda sentia a sensação dos lábios de Casper em sua bochecha.
— Ah não, para! — Minutos depois ele saiu do seu estado paralisado e se estapeou, para ver se "acordava" daquele momento. — Você está parecendo uma menininha do ensino médio apaixonada pelo atleta da escola, que no final acaba ficando com o coração partido, porque o atleta não sabe segurar o seu pinto nas calças. — ele resmungou e fechou a porta, ao terminar de tentar ver a razão, Edgar se escorou na porta e fechou os olhos. — Engraçado, eu fui essa menina com Erik e tive o mesmo final dela, o porra não sabe segura o pinto nas calças. Arg.
Depois de um momento em silêncio ele andou até o seu quarto para ver como Simon estava e sorriu ao ver o garoto coberto e ressonando tranquilamente na sua cama. Edgar nunca pensou em sua vida que um dia iria acabar sendo babá, pois nem quando morava com os pais ele ficou cuidando de crianças e olha que ele tem uma dúzia de primos novos.
Ele ficou um pouco em pé olhando para Simon, todavia logo entrou em seu quarto, guardou a mochila em cima de uma cadeira que ali tinha e depois pegou uma roupa, já que estava acordado aproveitaria aquele momento para tomar um banho e fazer um café da manhã, para o pequeno e seus pais, que chegaria umas sete e meia.
Horas depois...
— Giulia? Aqui é o Edgar, liguei só para lhe dizer que é para pôr um prato a mais, quando chegar você verá. Mande um beijo para a Louise quando escutar essa mensagem. Beijos e até o jantar. — O jovem desligou a chamada, que era só uma mensagem, já que foi para a caixa postal, colocou o celular em cima da mesa e continuou a lavar alguns utensílios que tinha sujado.
— Você falava com quem?
Edgar acabou tomando um susto e com isso acabou soltando um copo de vidro, que quebrou ao tocar o chão. — Porra. — Ele se virou e viu Simon em pé do seu lado. — Não repita o que eu disse. — Avisou de supetão.
Simon soltou uma pequena risada. — Sem problema, porém você terá que me dar um dólar por isso. Fiz um acordo com papai, a cada palavrão que ele soltar, vai me dar um dólar para pôr no meu cofre, mas não precisa agora, você não sabia disto. — se encolheu. — Quer ajuda?
— Não é da minha conta, no entanto, quanto você tem no seu cofre?
Simon sorriu. — Cem dólares, a maioria da minha babá, ela fala tantas palavras feias e sempre coloca no meu cofre, acho que é por isso que ela não quer ser mais minha babá, pois o dinheiro dela acaba indo para o meu porquinho.
Edgar acabou rindo. — Achamos o motivo. — Ele se virou e analisou os cacos de vidro e afastou um pouco Simon, para ele não se cortar. — Acho que a partir de agora irei me policiar. Você já escovou os dentes?
— Sim, acabei de sair do banheiro. Fiz xixi, lavei minhas mãos, como o papai manda e escovei os dentes. Pelo que vejo você fez o café da manhã, mas fez muito. — Franziu o cenho confuso.
Edgar sorriu. — Teremos mais duas companhias hoje. Meus pais vem passar o dia com a gente. — Ao terminar de falar eles escutaram batidas na porta. — Acho que eles chegaram...
— Eu atendo a porta. — Simon rapidamente correu na direção da sala deixando Edgar sozinho com os cacos de vidros.
Ele pegou a pá e a vassoura para coletar os cacos de vidros no chão, depois de colocar na pá ele pegou um saco plástico e colocou dentro.
— Bom dia, querido! — Ele quase deixou o saco escapar das suas mãos.
— Mãe, que susto! — Edgar suspirou e olhou para Naomi, ele abriu um enorme sorriso ao vê-la. — Bom dia. Como está? Deixa-me só escrever aqui, que te abraço.
— Fico feliz ao ver que continua os meus hábitos de escrever em sacos de vidros, para que ninguém se machuque.
— Os seus ensinamentos irei levar para sempre. — Edgar disse e colocou o saco fechado na lata do lixo e depois se aproximou da sua mãe, que o abraçou apertado. — Estava com saudades. Mm, cadê o papai?
— Oh meu amor. — Ela beijou na testa dele carinhosamente. — O seu pai ficou com Simon. Quando ele atendeu a porta eu pensei que estávamos batendo na porta errada, mas o pequeno nos explicou. Quando ia nos contar que virou babá?
Edgar riu. — Nem sei como eu virei babá. O pai dele, Casper, estava precisando de alguém para cuidar do filho, pois tinha uma viagem para ir e a babá regular não estava atendendo e na sexta passada eu fiquei com ele, por isso que me pediu para cuidar de novo do Simon.
— Entendi. Feliz por ver que ele confia em você. Vocês já se conheciam?
— Pois é, não. Eu o conheci no supermercado, eu devolvi Simon, o garoto acabou se perdendo dele.
— Ah. — Ela assentiu. — Vamos ver o que eles estão fazendo?
— Sim, quero ver o papai. Vamos. Vocês já comeram? Fiz um café da manhã reforçado. — falou ao andar na direção da sala junto com sua mãe.
— Ainda bem, pois estou morto de fome. — O pai de Edgar respondeu a escutar a fala do filho, fazendo os outros dois rirem.
— O seu pai veio o caminho todo reclamando. Esse homem não tem fundo, sempre está com fome.
Edgar riu.
— Você sabe como é o papai. — Ele olhou para os outros dois e o seu sorriso se alargou, pois o seu pai estava no sentado no chão ao lado de Simon e pelo visto estavam pintando. — Vejo que o senhor arrumou um novo amigo.
Julius, o pai de Edgar soltou uma pequena risada, ele mexeu carinhosamente nos cabelos da criança. — Pode se dizer que sim. Simon pelo visto é um bom menino e pinta divinamente.
— Obrigado, Sr. Julius. Ed, o seu pai é um ótimo senhor de idade.
— Ei, de idade não. Ainda sou muito novo. Muito mesmo.
Naomi e Edgar caíram na gargalhada.
— Se o senhor diz. — Simon deu de ombros. — Então, se você é novo, como fala... Você usa nas suas frases as seguintes palavras: Falou bicho, estar ligado meu irmão?
Julius franziu o cenho, mas logo assentiu. — Claro que sim, gírias jovens, para pessoas jovens.
Edgar não aguentou e se rachou de rir e a sua mãe que estava do seu lado ficou no mesmo estado. — Pai, essas gírias já estão ultrapassadas, igual o senhor.
— Ultrapassadas? Olha, se eu pudesse te pôr de castigo, você estaria. Não sou ultrapassado não, pergunte a sua mãe, né querida? — Piscou sedutoramente para a mulher, que soltou um riso envergonhado.
— Pai, criança na sala. — Apontou para Simon, que só fez rir e continuou a pintar o seu desenho. — Olha, já está na hora do café da manhã, melhor irmos logo antes que esfrie.
— Graças a Deus, pensei que vocês iam me deixar morrer de fome. Vamos Simon, vamos matar o que está nos matando. — Julius se levantou e de mãos dadas com Simon foi para a cozinha. — Até que gostei da sua nova casa, filho.
Edgar e Naomi ficaram para trás, eles ficaram olhando pela porta observando Julius interagindo com a criança.
— Desde quando pai ficou tão dramático?
— Seu pai sempre foi dramático, canceriano, querido, canceriano. — Ela sorriu sábia para o filho. — Vamos comer antes que o seu pai devore tudo e a, lua em touro. — Piscou.
Edgar riu e foi junto com sua mãe para a cozinha, mas antes que se sentar o seu celular tocou. — Podem ir comendo. — Ele avisou e pegou o seu celular. Edgar sorriu ao ver que era Giulia no telefone.
— Olá, Gi!
— Olá nada, quem você vai trazer para a cena (jantar)? Não acredito que o senhor arrumou um namorado.
Edgar riu. — Você saberá quando chegarmos aí, querida. Não direi nada, mas lembre-se, prepare alguma sobremesa, algo doce. O meu menino adora.
— O meu menino? Edgar! Você está namorando e não avisa?
Ele continuou a rir. — Até daqui a algumas horas, mamãe está mandando um beijo. Tchau.
— Edgar, não desliga... — Edgar desligou e ao afastar do celular ele continuou a rir.
— Não acredito que fez a Gi acreditar que arrumou um namorado, que no final, é uma criança que você é babá.
— Só estou zoando, quero ver a cara dela quando ver o meu "namorado".
— Se quiser eu invento que somos namorados, gostei da brincadeira. — Simon disse sorrindo.
— Não dá, pois eu seria preso se levarmos a sério, mas sei que você daria um ótimo namorado, pois como cúmplices você é dez. High five. — Eles bateram as mãos e riram em seguida. — Agora sim posso comer... Uai, cadê as torradas?
— Na barriga do seu pai. — Naomi respondeu tranquilamente.
— Espero que a Giulia tenha estoque em seu restaurante, pois se não, vai falir. — Edgar disse sério e acabou ganhando uma uvada na cabeça, jogada pelo seu pai.
Continua...
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